Acampamento Werning - Seres Mitológicos escrita por Winasky


Capítulo 15
Capítulo 15 - Revelações de uma vilã bipolar


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora D:
Estou completamente sem tempo...



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Pov’s Camila

Chegamos à lagoa das sereias. Agachamos sobre a beira da lagoa. Vimos Serena sentada na pedra, enquanto uma de suas irmãs a ajudavam nos ferimentos em sua calda azul. Assim que nos avistou, interrompeu sua irmã nos curativos e fora a beira da lagoa, como ela sempre nos encontra.



– Camila, que surpresa! – exclamou – Castiel, Lysandre, Lucifer! Todos estão vivos!



– É, conseguimos vencer. Mas receio que não é o fim. – disse – Ah, Lysandre! Castiel! – virei-me para ambos – Vão encontrar Íris! Vão ver se ela está bem!

– Vamos ver também a nossa enfermeira-chefe, a Na... Na... Natália. – Lysandre disse, com certeza, já se levantando.



– Lysandre, já te disse mil vezes que é Natie! – Respondi impaciente.





Pude ouvir Lucifer e Castiel dando risadas.





– Ah, certo, Natie. – repetiu, e fora junto com Castiel a procura de ambas.



Virei-me de volta para Serena.

– Estão todas bem? - perguntei

– Não... Muitas das minhas irmãs morreram. Sobraram poucas. – respondeu com tristeza

– Mas vocês conseguiram os deter aí em baixo, certo? – Lucifer estava angustiado.

– Sim, por sorte. Se eles conseguissem passar por aqui, vocês teriam “belas” surpresas. – suspirou - Tem muitos sobreviventes aí em cima?

– Não muitos, mas o suficiente – respondi, olhando para trás, e vendo outros seres ajudando um ao outro, ou apenas chorando pela perda dos amigos – Aliás, Sara, você encontrou alguém conhecido ferido? – perguntei a ela, sem desviar meus olhos dos seres.

Não obtive resposta.

– Sara? – virei-me para o lado. – vamos Sara, pare de brincar – e me levantei, virando-me para trás, procurando-a.

– Sara? – continuei desesperada, começando a correr a procura dela, para dentro da floresta – Sara!

– Será que eles...? – Lucifer se perguntou.

– Não diga uma coisa dessas...

– Camila! Lucifer! – por um momento achei que era Sara nos chamando, mas quando pude ver, Castiel e Lysandre estavam carregando dois corpos. Lysandre carregava Íris e Castiel a nossa enfermeira chefe.

– Não! Não! – Lucifer exclamava, indo em direção aos corpos.



Aproximei-me lentamente. Logo pude as reconhecer.





– Como... Onde... ?



– Queimadas, na enfermaria. Elas estavam em baixo de uma das camas. Elas devem ter sido impedidas de passar pelos vultos. – respondeu pacientemente Castiel, colocando o corpo de Natie no chão.

– Ei – chamou-me a atenção Lysandre, apoiando lentamente o corpo de Íris ao lado da enfermeira – onde está Sara?

– Não sabemos, estávamos a procurando antes de vocês... Vocês... Esperem aí. – um pouco mais a frente, um papel estava a voar, se não fosse o corpo de um ser que estava o prendendo, perto do fim das nossas muralhas mágicas.



Agachei-me diante do papel, que fora o que me chamou a atenção.





Algo estava escrito em uma língua que apenas um povo usa. Vultos. Eu reconheceria essa escrita em qualquer lugar. Fui até Lucifer, Castiel e Lysandre e li, traduzindo:



“A tua esperança fora perdida e assim ficará, durante poucas horas, quando voltaremos ao Acampamento para exterminar amigos da esperança. Quando vocês lerem isso, provavelmente ela estará morta ou estará a ponto de sofrer. Lutem, desistam ou venham a buscar. Sejam o mais breve possível. Vocês tem uma hora.”

– A esperança é... – Lucifer começou

– ...Sara. – E terminei.

– Como vamos ir? – Lucifer manifestou-se



– UM HORA! Não temos tempo, minha santa Nyncia! – exclamava



– Então – Comecei, levantando seu anel, fazendo que os outros também fizessem – Vamos salvar Sara! Anel, nos leve para... para.. – Pausei e continuei – Para onde nós vamos?



Todos também pararam pensativos.



Então, Lysandre começou.



– Sabemos onde Winasaki e Sara estão. Mas onde fica este lugar?



– Poderíamos consultar aquela sereia lá. Serenata, sei lá. – sugeriu Castiel

– Serena – respondi corrigindo-o. – Vamos lá.

Fim povs Camila

Povs Sara



Acordei em plena escuridão. E lá estava novamente: na cela que havia ficado no dia anterior. Desta vez, o medo e o pavor não eram fortes em mim. Talvez eu soubesse, lá no fundo, o que iria acontecer comigo.

Fiquei um bom tempo deitada no chão frio, até que um vulto abriu a porta da cela e me puxou para fora. Olhei para o lado e vi a porta que levava para a sala de Winasaki, onde eu visitara no dia anterior. Porém, desta vez, fui levada a uma porta do lado oposto da sala. O cheiro ainda era horrível. Não pude deixar de notar o sangue que pintava a porta. Vai ver estavam com a tinta vermelha em falta, sei lá.

O vulto abriu a porta e entramos. Desta vez, não era uma sala. Não uma qualquer. Era uma sala de matança. Não havia teto, isso pude perceber facilmente.



Era dia, mas o tempo era nublado. Tempo de tempestades.


Havia vários aparelhos ao fundo e variadas ferramentas de matança. Tochas acesas iluminavam o local e trovoadas se estendiam cada vez mais. Mas o principal estava a minha frente, ao meio de tudo. Em um altar, havia uma grande circunferência, exatamente do meu tamanho, que dentro, quatro correntes estavam à espera de alguém para prender. Alguém como eu.



Depois da breve observação, uma voz muito familiar ordenou:



– Coloque-a.



O vulto obedecendo, levou-me direto as correntes. Rebati-me, mas o vulto era muito forte. Tal força reconhecia de tempos atrás, porém não me lembrava de que ou quem. Conseguiu me prender meus pés e minhas mãos nas correntes. Abaixei minha cabeça, me entregando a dor.

– Pode vir para cá, ao meu lado, Ambre.

– Ambre?! - Levantei minha cabeça novamente.

– Pois é – dizia Ambre, enquanto ia ao lado de Winasaki – como nos velhos tempos.

– Calada – ordenou Winasaki novamente. E voltou-se a mim, vindo a minha direção, com suas mãos nas costas. – Cá estamos novamente, mas desta vez, não fugirá novamente.

– Winasaki! – gritei friamente

– Tive um pequeno desentendimento com Lady Ártemis. – dizia calma, e passando a mão em seu rosto, onde estava uma grande cicatriz – e logo que percebemos sua fuga, pude colocar meu plano B em prática.

– Planos... Planos... Conte-me sobre eles.

– Hum... Muito bem. – e começou a andar de um lado para ao outro, enquanto contava. – Bem, no começo, para me livrar de você, meu plano era te fazer caçadora e assim, poder destruir o acampamento com mais facilidade. Admito que fiquei furiosa quando não aceitou a proposta, e temia que você virasse uma caçadora de seres, mesmo sendo do acampamento. Eu as comando, mas sou obrigada por meu pai. Não as aguento. Mas era o único jeito de me livrar de você. Então, o plano B foi iniciado. Desta vez, queria acabar com tudo de uma vez por todas e eu tinha certeza que você conseguiria voltar ao acampamento. Quando vultos que recuaram da batalha, contaram-me que nós estávamos perdendo, e um plano C foi iniciado. E cá estamos aqui, prestes a cumprir a última parte dele – e deu um sorriso malicioso.

– O que você quis dizer com “prestes a cumprir a ultima parte dele”?



Winasaki tirou suas mãos de suas costas, onde mostrou uma faca, de aproximadamente 15 centímetros de altura. Com isso, duas sombras apareceram do escuro e aproximaram-se, onde pude reconhecê-las. Á tempo não as via: Minha própria professora de história e a diretora da escola. Foi então que me lembrei. Minha professora estava observando-me, com Nathaniel, quando nós estávamos conversando, anteriormente do passeio.





– O que elas estão fazendo aqui?



Winasaki deu uma risada e com um sorriso em seu rosto, explicou com delicadeza em sua voz e com ódio e rancor na faca, agora apontada ao meu pescoço.

– Você acha que havia um “passeiozinho” direto ao acampamento por quê? Desde o início, meu alvo era o acampamento. Queria reunir todos os seres que estavam em sua escola. Por incrível coincidência, você também foi e descobriu que era um ser do acampamento.

– Incrível coincidência? Não.

– Não me interrompa. – e continuou – A maioria de seus amigos já tinha certeza que você era uma deles. Você tem o comportamento de um. Ah, sabe aquele acidente de ônibus, em que você e seus amigos estavam? Você acha que foi um ACIDENTE mesmo? Aquele acidente foi proposital. Papai Cronos me deu certa ajuda. Sua professora apenas ficou de olho em vocês, para ter certeza que vocês iam. – pausou – Bom, acho que no fim, tudo deu certo. E só estou contando-lhe tudo... Bem... Porque hoje é seu último dia. – e ficou me observando, como se estivesse lendo minha mente.



E sem mais nem menos, comecei a pensar sobre tudo isso. Depois da explicação de Winasaki, sobre seus planos e de toda a história de seu alvo, tudo fez sentido para mim. A única coisa que não ficara clara: quem havia me salvado? Quero dizer, de minha mãe e de minha queda?





– O tempo de seus amigos esta acabando. – Winasaki reclamou, agora não prestando mais a atenção em mim. Sei lá, ela era muito bipolar.





– O que quer dizer com isso?





– Quer dizer que se eles não chegarem a... - olhou ao relógio que estava em seu pulso, tal que ainda não havia percebido – 40 minutos, você irá morrer. – Pelo jeito, eu tinha hora marcada para ser morta.





– Ei! Mas este relógio... É meu! – exclamei, reconhecendo-o.





– Ah, isso? Peguei emprestado de você enquanto dormia.





– Por quê? Isso é só um relógio.





– Quem te deu mesmo? Ah, pera, sua mãe. E o que ela era mesmo? Ah, claro, uma caçadora de seres. Isso é para se proteger dos seres do acampamento. Se um te atacar, não terá efeito algum. Então, se seus amigos vierem, estou imune ao possível ataque deles. Por isto ela te deu. Ela te deu para proteger você. Mas o ódio foi maior. E de ódio, virou vingança. Vingança de todos os seres que ela caçava.





– Me proteger...





– Ãh... Lembra-se de sua pergunta que você sempre faz para mim? De o motivo de tudo isso? E sempre respondo como vingança? Minha vingança é diretamente ao Acampamento, lugar que não me ajudou e nem me amou. Eu comecei a morar no Acampamento Werning desde meus sete anos e não sabia que meu pai era Cronos. Eu... Eu cheguei a conhecer Nyncia, esposa morta do líder – ela começou a ficar triste ás lembranças – Eu e Nyncia éramos amigas de infância. Sempre brincávamos juntas. Mas chegou a adolescência e ela começou a se apaixonar por um belo rapaz. Abandonou-me e casou. Era minha única amiga. Todos implicavam comigo por causa de meu jeito mais nervoso e acabava brigando. Então, comecei meus primeiros delitos. Matei duas sereias e as pendurei nas mais altas arvores. E depois, isso foi ficando maior. Assassinar era meu hobby. Mas ninguém sabia que eu que matava. Então, durante um dos meus delitos, Nyncia e o líder, seu esposo, que passeavam pela floresta do acampamento, viram-me matando o unicórnio sagrado. O único unicórnio do Acampamento Werning. O Unicórnio que protegia o acampamento. Logo, tive de fazer escolhas: ou era morta ou nunca mais voltaria. Escolhi a segunda opção, claro. Então, começaram a me chamar de Winasaki. Um nome forte. Sem significado. Palavra que não existe no dicionário. Isso que acabei virando. Um nada para ninguém. Mas, fora do acampamento, conheci outras pessoas, com quem posso confiar. Minhas assistentes. E minha irmã.



– Então... Qual é seu verdadeiro nome?

– Meu nome? É um mistério. Não é preciso.







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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :D
Possívelmente, este é o penultimo capítulo D:

Mod. Reformado 03/05/13 23:24



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