Acampamento Werning - Seres Mitológicos escrita por Winasky


Capítulo 14
Capítulo 14 - Monstros, fogo e mortes


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, está aí

Para escrever, tive de me inspirar escutando a música: Adele, Skyfalls

É, adoro me inspirar com musicas dela :33

Se alguém quiser ler escutando, pode ler



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Desta vez, apareci na lagoa. Mas nada de arco-íris, sereias cantarolando alegremente e flores vivas, como eu sempre via. Desta vez, havia pura destruição, flores murchas, corpos de sereias boiando nas águas que antes límpidas agora sujas de sangue.

O que havia acontecido com o Acampamento Werning?

Agachei-me diante da lagoa.

– Serena? Serena! – chamei, batendo nas águas. Estava preocupada com ela. Será ela uma das sereias mortas? Logo, cabelos azuis foram surgindo de dentro da água. Logo, Serena estava na minha frente, nas águas. Um corte feio em seus lábios a deixava com a aparência de mais cansada. No primeiro momento que me viu, pareceu não me reconhecer. Mas logo que me observou direito, um sorriso apareceu em seu rosto.

– Sara! Você voltou! Eu sabia! Eu sabia! As conchas nunca mentem! – e me abraçou, com certa dificuldade, claro.

– Foi difícil voltar. Mas o que está acontecendo?

O sorriso do rosto de Serena foi embora. Logo, a tristeza a dominara novamente.

– Lorenninha na verdade é Winasaki, nosso pior inimigo e...

– É, eu descobri. – interrompi.

–... Quando percebeu que você escapou, mandou suas tropas para cá. O Acampamento Werning está em guerra. Muitos feridos. Muitos mortos. – olhou para trás, em direção as sereias mortas e voltou-se a olhar para mim – Que espada é essa?

– Ah – eu mostrei – encontrei em uma lata de lixo, enquanto ajudava um colega.

Os olhos de Serena brilhavam.

– Mas essa... Essa é a espada de Yane, Destino.

– O que estava fazendo em uma lata de lixo?

– Não sei.

– E por que está ferida? – perguntei

– Os monstros submarinos estão tentando entrar pelo fundo da lagoa.

– Ah, Boa sorte! Eu vou ir ajudar o resto do acampamento.

Levantei Destino e corri em direção ao centro do acampamento. Assim que cheguei, encontrei alguns dos meus amigos dando socos em seus próprios corpos. Logo pude perceber que ratos estavam subindo neles. Ratos como Sacrifício. “Você terá uma bela surpresa quando chegar. Diga adeus a queridos amigos.”. A bela surpresa já encontrei. E não é nada bela. “Diga adeus a queridos amigos”. Isso me intrigou.

Vi Camila socando uma de suas pernas. Suas poções estavam no chão, destruídas.

Fui ajuda-la.

– Camila! Pare! – pedi

– Sara?! – ela levantou a cabeça surpresa.

Levantei a espada e cortei parte da calça de Camila. Duas partes de um rato caíram.

– Obrigada! Siga-me, Sara!

Obedeci-a. Ela me levou para dentro da floresta. Vários seres do acampamento estavam lá, ou se equipando ou ajudando amigos a se equiparem. Vi Lysandre e Castiel ajeitando suas armaduras.

Depois de recebimentos de amigos, Camila me chamou para conversar.

– Acho que você já sabe o que está acontecendo aqui, certo?

– É... Acho que sim.

– Aqui. – ela pegou um frasquinho de seu bolso da calça. – Fique com isso. Irá ajuda-la.

– Para que serve?

– Você vai saber na hora certa.

– Por quê?

– Não é preciso saber o motivo, apenas. Mas garanto que não precisará usar! No final da batalha me dê de volta.

– Está certo. – olhei ao redor, guardando o frasquinho no meu bolso – Onde está o líder? Ele não deveria estar aqui, no comando?

– Ele feriu-se gravemente. Está na enfermaria. – ela respondeu

– Mas ele não é imortal?

– Sim, ele é. Mas até os imortais morrem. Se a dor for muito forte e quiserem morrer, eles podem. – ela deu uma pausa – Nathaniel também está na enfermaria.

– O que aconteceu com ele?

– A maioria dos ratos o atacou. Ele acabou caindo e... está muito ferido, só. – sua voz não estava firme, ao dizer.

– Ah... Certo.

– E como você conseguiu voltar?

Contei a ela tudo o que havia acontecido, desde a minha captura até a minha chegada.

– E como se chamava essa caçadora que te ajudou? – perguntou Camila, curiosa.

– Alexia... Só não sei qual é o sobrenome de...

– Alexia?! – ela me interrompeu - Alexia?!

– É, Alexia. – eu respondi, sem entender o entusiasmo dela.

– Alexia foi a melhor amiga de Yane, antes de Yane ser raptada!

– E como elas se conheceram?

– Alexia era um ser do acampamento. Ela era uma sereia. Yane sempre ia a lagoa conversar e brincar com ela. Mas depois do rapto de Yane, Alexia ficara tão abalada que foi até o fundo da lagoa e passou nossas muralhas mágicas submarinas, procurou pela Lady Ártemis, para virar caçadora e assim, procurar e libertar Yane.

– E ela conseguiu libertar?

– Sim! Teve uma vez que Alexia e as outras caçadoras acamparam perto do palácio de Winasaki. Alexia fora investigar o palácio às escondidas e descobriu que Yane estava presa lá.

E por ajudar uma amiga, agora vive para sempre. Não pode mais voltar a ser sereia, não é?

– Certamente. Ela se sacrificou pela amiga.

– Isso é revoltante! Todo o sofrimento do Acampamento Werning é culpa de Winasaki!

– Todos na vida demos nossas dificuldades – eu disse – E esse é o destino do Acampamento.

– É, e eu tenho o meu – resmunguei – Ah, lembrei-me de uma coisa! – mostrei minha espada – Encontrei em uma lata de lixo. Serena disse que essa espada é de Yane. Chama-se... hã...

– Destino! Está perdida desde que Yane escapou da prisão! Como foi parar em uma lata de lixo?!

– Você pergunta para mim?

– Garotas, chega de conversar! – uma voz masculina a nosso lado resmungou – Precisam de nós agora na batalha!

Virei-me. O reconheci. Há tempos eu não o via.

– Vamos lá, Camila e Sara! – chamou Lucifer e saiu da floresta, em direção ao centro do acampamento.

– Vamos!


–-


Monstros como Pura Fúria, águias que cuspiam fogo, vultos e dragões conseguiram atravessar nossa muralha mágica. Eu nunca vira coisa igual.

A batalha agora estava mais difícil e mais próxima da morte, como se fosse novidade.

Todos nós corremos em direção dos monstros.

O acampamento inteiro se dividiu em equipes. Minha equipe era formada por: Camila, Lucifer, Castiel, Lysandre e mais quatro seres. Concentramo-nos em monstros grandões, iguais a Pura Fúria que estavam agrupados em 12, ao total.

Levantei Destino e ataquei o primeiro que vi. Fiz o mesmo que com Pura Fúria: Joguei-me em baixo de um de seus pés e quando ele fosse me esmagar, espetaria a espada em seu pé e depois, o furaria no coração. Camila viu o que fiz, e mandou os outros fazerem o mesmo. Infelizmente, dois seres não conseguiram enfiar a espada a tempo. Mais dois mortos. Mas rapidamente, matamos todos os grandões.

Nossa equipe agora se resultava em apenas seis seres.

Fomos ajudar a outra equipe que estava concentrada nos vultos, que ao total, se resultavam em 40. Uma curiosidade: vultos se multiplicam em dois. Ou seja, quando pudemos ver, tinha 80 deles. Os vultos tinham nosso tamanho, mas eram fortes. Um plano para os matarem: nem tinha.

Ataquei o primeiro que vi. Cravei Destino em seu peito no primeiro ataque. O vulto virou cinzas. Mas pude ver que dois outros vultos viraram cinzas no mesmo instante. Talvez a cada um que morria, dois iam juntos. Rapidamente, todos estavam mortos. Eu estava com muitos ferimentos, mas nada tão grave, comparado com os outros.

A batalha estava fácil para todos do acampamento. Os maiores monstros eram os mais fracos.

A outra equipe estava indo mal. Eles haviam se concentrado nas águias. Porém, elas eram tão rápidas, que não era possível perceber a aproximação delas. As águias cuspiam fogo naquela equipe e assim, deixavam a equipe fraca e imune. As armaduras haviam derretido com o fogo.

Todos nós fomos ajuda-los.

As águias perceberam nossa presença, e nos atacou. Eu pulei para o lado, desviando rapidamente da rajada de fogo. Infelizmente, Lysandre se feriu gravemente. Suas roupas estavam queimadas, e suas armas derretidas. Camila e Castiel foram ajuda-lo a se levantar. Enquanto observava a cena, uma águia me atacou com suas garras flamejantes de fogo. Cai no chão. Minhas roupas estavam queimadas, e meu braço ferido por causa das garras. Cara, parecia que elas nunca cortaram aquelas unhas. Preferia lutar com os gigantes á águias flamejantes.

Como minhas roupas estavam queimadas, e meu braço estava ferido, minha única salvação era a espada Destino. Estranho o nome. Pelo menos, é o que eu achava.

Antes mesmo de levantar, uma outra águia me atacou, mas desta vez, uma de suas garras perfurou meu pé esquerdo. Berrei alto de dor, sentando-me e apertando meu pé com força, tentando impedir que mais sangue jorrasse para fora de meu corpo. Lucifer também me ajudou. Ele agachou em meu lado e arrancou uma das mangas de sua camisa e amarrou no ferimento do meu pé e me ajudou a me levantar. Tropecei por um momento, mas ele me segurou.

– Obrigada... – agradeci, com dificuldade nas palavras.

Ele não respondeu, até porque, não era necessário. Seu sorriso já respondia tudo. Pegou minha espada no chão e me deu. Me preparei para atacar novamente. Mas, assim que me dei conta, as águias não estavam mais nos atacando. Na verdade, estavam tocando fogo e atacando a enfermaria. Vários seres estavam correndo para fora. No primeiro momento, me preocupei com os seres que estavam lá dentro. No segundo momento, lembrei-me que o líder e Nathaniel estavam lá dentro. E logo vi, ambos saindo da enfermaria, porém, estavam em chamas. Ambos estavam ao lado um do outro. Tentando ajudar um ao outro. Corri o mais rápido que pude. Tropeçando, mas corri em direção deles. Quando cheguei, ambos estavam caídos no chão, semi-mortos. Agachei-me ao lado de ambos. Estava aos prantos.

– Não! Voces não! – berrava, chorando, com as mãos na cabeça.

– Sara... – Nathaniel me chamou, fraco. A nossa volta, o fogo estava se alastrando. Não importava, queria ter uma última despedida. Algo que fora único.
– Nathaniel... Por favor! Não vá!
Eu apoiei sua cabeça em meu colo. Parte de mim estava em chamas, mas não importava.

– Por favor... – continuei

E logo, o corpo de Nathaniel jazia no chão, em chamas.

– Não....

Apoiei sua cabeça no chão e o líder me chamou, também fraco.

– Sara... Venha... – tossiu

Obedeci-o.

– Quando salvar o acampamento, lidere-o.

- Liderar o acampamento?

Com dificuldade e tremendo, o líder ergueu sua mão e arrancou um colar, que estava em seu pescoço. Um AW, com um L ao meio deles. Colocou em minha mão, e a fechei.

E quando percebi, estavam agarrando-me pelos braços, e me puxando com força. Logo, enquanto Camila e Castiel estavam tentando apagar o fogo que estava em minhas roupas, Lucifer começou:

– Todos nós sentimos muito...

– Ele me deu a liderança. Mas apenas se eu salvar o acampamento. - E abri minha mão, mostrando o colar.

Camila me olhou.

– Este colar é que indica que é o líder.

– Eu sei. Irei guarda-lo. - E coloquei junto com o frasco.  – Vamos lá. - continuei, levantando-me, com dificuldade.

Perto da cabana principal, dois seres estavam tentando lutar contra as águias. Chegamos perto, e ataquei uma das águias que veio em minha direção. Perfurei minha espada na cabeça da águia. Logo, ela estava em cinzas. Rapidamente, todas as águias estavam exterminadas.

– Vamos todos para a lagoa das sereias, ver se elas estão bem. – Camila orientou.

Todos nós concordamos. Lucifer e Lysandre se voluntariaram para me ajudar a andar, mas não aceitei. Fui atrás deles. Queria ver se tinha alguém vivo, porém caído no chão. Caso eles não percebessem, eu iria avisa-los. Passamos pela floresta, e vimos muitos corpos, e ninguém vivo. O Acampamento Werning estava em puro terror. Foi quando, pouco distante de nós, no meio das arvores ao meu lado, havia um ser que nunca havia visto, caído no chão, pedindo ajuda. Como ninguém o viu, fui ajuda-lo. Corri um pouco e logo cheguei ao seu lado. Quando pude ver seu rosto, reconheci.

Um vulto “ – pensei, arregalando meus olhos.

E ele me agarrou, injetou uma agulha afiada em meu braço e instantaneamente me vi caída no chão, fechando os olhos levemente, e escutando uma risada assustadora.


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Notas finais do capítulo

Me desculpem a demora :s

Qualquer erro/duvida, me contatem ^^

Mod. Reformado 03/05/2013 23:35