Estávamos indo para Alabasta. Isso não é bom, não é. Quando chegarmos lá, o que farei? Terei de passar meus dias sem ver minha amada, minha Vivi-chan. Minha princesa, literalmente. Não escondo meu sentimentos de ninguém, levando a receber apelidos maldosos do espadachim.

Levantei-me da cadeira, mandei meus pensamentos para longe e me dirigi à cozinha. Vivi-chan com certeza gostaria de um drinque.

– Vivi-chwaaaaaan, preparei uma deliciosa bebida para você! -Falei com um sorriso enorme, após terminar meu trabalho.

– Obrigada, Sanji-kun - diz com aquela linda voz de princesa.

– Ó, como sua voz é bela, fico feliz em servi-la.

Saio sorridente, planejando fazer um lanchinho para ela quando me deparo com Luffy, me olhando com uma cara engraçada.

– Oe, Sanji! Também quero saquê!

– Baka! A bebida especial que fiz para Vivi-chan é algo muito mais delicioso e refinado do que um simples saquê.

– Mas eu estou com sede!

– Tome água do mar, então, capitão – prolonguei a última palavra com total ironia, pois, quem era ele para se chamar de capitão? Ele é só um idiota.

Estava prestes a dar as costas a ele quando escuta a voz de Nami:

– Vivi! Vamos nadar? - a ruiva aparece vestindo um lindo biquíni azul turquesa, acenando para a amiga.

– Nami-swaaaaaaaaaaaan, sua beleza me encanta!

– Para de gritar, ero-cook, estou tentando dormir - falou Zoro, em seu tom arrogante habitual - E dá para ver os corações saltando de seus olhos, baka.

– Cale a boca, espadachim de merda. Você bem que poderia apreciar mais a beleza dessas lindas damas.

Ele abriu a boca para dizer alguma coisa, mas resolveu não falar nada. Resmungou algo inaudível e voltou a dormir.

– Sanji-kun, isso me deixa muito vulgar? - aquela voz doce atinge meus ouvidos, interrompendo minha conversa com Zoro. 

Esperançoso, me viro, e me deparo com algo tão lindo como o céu.

– VIVI-CHWAAAAAAAAN, você está mais lindas que as flores da primavera!

Ela usava um biquíni roxo que a deixava esplêndida. Ela é maravilhosa. Como será sortudo o homem que a terá somente para ele... e como eu desejo ser esse cara. 

– Nee.. Sanji-kun? Quer vir conosco?

Nani? Ela estava mesmo me convidando para ir com elas? Esse deve ser um dos melhores dias da minha vida! Bem, acho que elas precisam de um homem para protegê-las.

– Ficaria extremamente feliz em acompanhá-las. - digo, contente.

– Oe, Sanji, também quero ir!

Me viro na direção daquela voz esganiçada e me deparo com ninguém menos que Usopp. Como ele ousa pensar que poderia ir com a gente? Baka!

– Mas é claro.. que não!

– Também não precisa ser grosso, cozinheiro tarado - revirei os olhos. 

– Fique quieto, Usopp. - responde Vivi - Mas você não pode ir conosco.

– Bakas... vocês são maus. 

Lanço um sorriso para ela e vou me dirigindo para meu "quarto". Tenho que pensar em uma roupa que agrade a minha amada. Hum, poderia usar rosa, mas não estou afim de ouvir comentários bobos vindos de Zoro. Tá, vou usar vermelho. E para o calção, preto. Isso, está bom. Volto para o convés.

– Sanji-kun, você está lindo!

– Obrigado, Vivi-chan, mas menos do que você - sorrio e me viro para Nami, perguntando - Onde vamos nadar?

– Ora, no mar!

Ao ouvir isso, Chopper corre em nossa direção com os olhos esbugalhados.

– O QUÊ? NÃO PODEM, NO MAR É PERIGOSO, PERIGOSO! - grita ele, se metendo na conversa. Ah, como esse baixinho é irritante.

– Acalma-se, Chopper. Eu irei proteger as damas. E faça o favor de voltar ao normal, por favor, você está assustando as moças.

– Gomenasai - resmunga.

– Ér.. Sanji-kun?

– Sim, Nami-swan?

– Não vamos poder nadar, vem aí uma enorme tempestade.

O quê?! Como navegadora, essa mulher não poderia ter previsto isso? Espera, acho que sim.. É, ela provavelmente sabia disso. Essa garota ainda vai me deixar louco. Procuro o olhar de Nami, apenas para encontrar nele uma expressão que dizia:

– Eu sabia dessa tempestade.

Vivi, desolada, se joga em meus braços.

Vejo aquela ruiva dar um sorriso e ir embora.

Como assim? Será que Nami-san estava tentando jogar a Vivi em cima de mim? Ora, como se atreve! Eu tenho de conquista-lá por meu mérito, não apenas com a ajuda dessa mulher.

Coloco Vivi sobre uma cadeira e puxo Nami para um canto.

– Você é algum tipo de louca? O que você está tramando?

– Como assim, Sanji-kun? - fala ela, em tom provocativo - Só quero que vocês sejam felizes.

– Ora, Nami-san..

Saio dali irritado. Essa ruivinha é um demônio. Sim, um lindo demônio. Eu sinto uma atração por ela, sim, é impossível não sentir. Mas meu amor é dedicado todo e somente a Vivi-chan. Como eu seria abençoado se a tivesse para mim!

Me sento no chão, me apoiando na borda do navio. Fecho olhos, pensando. A imagem daquela linda garota de cabelos azuis não saía de minha cabeça, por mais que eu tente tira-lá de lá. Sim, isso é o que chama de amor, não? Mais forte que uma paixão. Algo que raramente é esquecido. Eu amo a Vivi.

Sinto que alguém sentou ao meu lado e abro os olhos. Como que por coincidência, era ela. Havia trocado as roupas, agora estava com uma camiseta rosa lisa e uma calça jeans, com os cabelos presos no seu habitual rabo-de-cavalo. Linda, como sempre.

– Sanji? Tudo bem com você? Está aí sentado a uma hora - seu tom era de preocupação. Ah, adoro esse jeito preocupado dela.

– Desculpe, acho que adormeci - diminuí o tom de voz - Muita convivência com esse cabeça de marimo que está do outro lado do Going Merry.

Ela deu uma risadinha contagiante, que me fez sorrir. Eu a olhava com cuidado, apreciando sua beleza. Notando meu olhar sobre ela, fala:

– O que foi? Tem alguma coisa errada comigo? - passa a olhar a blusa em busca de alguma sujeira.

– Muito pelo contrário. Você está radiante, Vivi-chan.

Vivi-chan on

O que eu estou sentindo por ele? Será que estou começando a amar esse cozinheiro? Ou melhor, como diz o espadachim, esse ero-cook? Quando o conheci, pensei que era apenas um pervertido. Mas agora, ele me diz palavras tão doces, e tão cheias de sinceridade. Ele me olha de um jeito diferente dos outros homens. Eles enxergam somente minha beleza. Mas ele, ele vê tudo, como sou de verdade. Eu finalmente estou conhecendo esse sentimento tão estranho chamado amor?

Vivi-chan off

– Eu sinto algo por ele, sim... - sussurra ela tão baixo que eu escuto somente por milagre.

– O que você disse? - pergunto sobressaltado.

– Nani.. eu falei muito alto?!

Ao vê-la arregalar os olhos, e me lançar um olhar preocupado, resolvo inventar alguma mentira.

– Sim, falou alguma coisa sobre estar muito preocupada com seu pai..

– Ah, claro - ela relaxa um pouco o tom de seu voz - Foi isso mesmo.

– O que quer de janta, Vivi-chan?

– Hmm.. não sei. Alguma coisa com frutas!

– Se assim quer, assim terá! - falo animado

E assim, vou em direção a cozinha, para preparar mais um de meus deliciosos jantares. Mas hoje, esse seria um jantar especial. Até porque, agora já sei que ela sente alguma coisa por mim. Só falta descobrir o que.

...

De noite, lá por volta das dez, o jantar fica pronto. Observo a minha obra. Fiz peixe frito que Usopp e Chopper pescaram hoje, uma salada tradicional, assim como arroz. Porém, á pedido da Vivi, fiz para ela uma especial salada de frutas com as mais diversas frutas que pude encontrar. Com certeza ela iria gostar do jantar.

– Ei, pessoal! Venham comer! LUFFY! COMO VOCÊ CHEGOU AQUI EM CIMA? EI, SOLTE ISSO, NÃO COMAA!

– Já começaram a brigar? Mas ainda nem nos sentamos á mesa - Vivi-chan entra e se senta no seu lugar habitual, em frente a salada de frutas.

–Nossa, Sanji, você caprichou mesmo nessa refeição, não? - pergunta ela, satisfeita.

– Me esforcei ao máximo para fazer algo de seu agrado. Afinal, você queria frutas, não?

Somos interrompidos quando o resto da tripulação chega aos berros. Desesperados porque Luffy já havia começado á comer e eles não, atacam tudo que vem pela frente antes que o amigo devore.

–LUFFY! ISSO AQUI ESTAVA NO MEU PRATO! - grita Usopp, quando uma mão de borracha vem em direção ao seu prato e rouba o peixe que estava ali.

– Ei, Zoro, eu que ia pegar esse arroz! - reclama Nami.

– Baka! Seu nome está escrito nele?

Ela se levanta e dá um soco na cabeça do espadachim, que por mim foi bem merecido.

– Ei, Usopp, pode me servir daquilo ali?

– Aquilo o que, Chopper?

– Aquilo ó... 

Enquanto isso acontecia, eu e a minha amada ficamos trocando olhares.

Após a janta, encarrego Usopp de lavar a louça e me dirijo para o convés do navio. Me apoio na borda e fico observando o céu. Escuto passoas leves se aproximando de mim, e não me surpreendo ao ver Vivi-chan ao meu lado.

– Estava maravilhosa a janta de hoje!

– Que bom que você gostou.

– É, você provavelmente você acabou com as frutas aqui!

– Sim, é verdade!

Rimos e conversamos mais um pouco, até que ela boceja e adormece, em meus braços. Levo-a para sua cama. Me sento em uma cadeira, e fico observando ela dormir.