The Real Colors escrita por ViQ


Capítulo 4
C3 - Branco como a Paz - Finn




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/292348/chapter/4

Não há nada como a Paz. Sei disso por que minha mãe batalhava por ela todos os dias. Pela paz Mundial, contra guerras e contra a fome. Mas não conseguia nem se quer manter a paz dentro da casa dela.

Venho acompanhando esse drama desde que me entendo por gente. Quer dizer, se você visse sua mãe sendo espancada todo dia natural que fique um pouco marcado certo? A minha mãe, uma linda mulher loira que fazia parte da ONU naquela época casada com um ex-militar abusivo e violento que chegava todos os dias bebado em casa e descontava suas frustrações dando umas “porradas” na mulher e no filho de 13 anos.Esse filho sou eu. 

Eu realmente não podia suportar o fato dela apanhar todo dia calada enquanto brigava fervorosamente com homens de altos cargos em seu trabalho, então aso 16 eu comecei simplesmente a culpa-la.

- Você só se preocupa com a Paz fora de casa...se você fosse realmente corajosa enfrentaria esse estúpido!!!

- Você...não entende Finn...

E realmente não entendia porra nenhuma. Foi quando eu comecei a sair de casa sem ter hora pra voltar. Usar drogas, roubar coisas aqui e ali, fumar e beber. Comecei a ser um problema.

Em um desses dias em que meus “amigos” e eu estavamos roubando uma anciã perto do estacionamento algo aconteceu. Uma garota de cabelos extremamente ruivos disse para pararmos com o que estavamos fazendo.

- VOCÊS NÃO TEM VERGONHA?

Ela tinha todo o  estilo de uma Punk, quase poderiamos confundi-la com alguma das garotas que eram do nosso grupo, mas algo estava diferente. Os “amigos” começaram a empurra-la para um beco escuro e eu não sabia direito como agir. Foi quando pedi pra eles deixarem ela em paz. Depois disso fui chamado de covardão e apanhei por ela.

A garota ainda estava assustada, encostada em um canto da parede. Me perguntou se eu estava bem e disse que eu não tinha cara de delinquente. Me ajudou a levantar e percebi o quanto era linda, e o quão estupido eu estava sendo.

Depois disso larguei o “bando”. Apanhei mais um pouco como lição e comecei a mudar. Descobri que ela estudava na minha escola e seu nome era Felicia Flame. Nome estranho. Começamos a andar juntos, ela não tinha amigos, eu também não.

Mas como o mundo é odioso e os humanos simplesmente não podem ver os outros felizes, começaram a zoar comigo e com ela.

- Flame idiotinha e Finn lerdão....AHAHAHAHA...ótimo casal, dois perdedores juntos.

Os episódios de espancamento da minha mãe e a ameaça de bombardeamento aumentavam. Meu ódio pelos colegas de classe também, até que um dia eu estava andando com Flame, passando pela biblioteca e de repente algo caiu em mim e nela. Algo verde e gosmento.

Todos começaram a rir. Uma garota de cabelos pretos que sempre andava acompanhada com uma garota  que tinhas mechas rosa-chiclete olhou para nós com pena.

Olhei para Flame e o que vi me deixou com tão profundo ódio que não podia me conter. Ela chorava. Saiu correndo depois disso.

No dia seguinte eu peguei o estoque de armas do meu pai. Estava tremendo. Ouvia minha mãe discutindo no telefone falando sobre as bombas.

- NÃO! NÃO PODEMOS ENTRAR NA GUERRA, QUANTAS PESSOAS VÃO MORRER... NÃO! ESPEREM!

Sorri para mim mesmo. Me abaixei e peguei alguns papeletes de cocaina que havia guardado dos velhos tempos embaixo da minha cama. Usei todos que eu podia e me dirigi a escola.

Estava atrasado por isso andei com calma pelos corredores vazios até a minha sala e entrei sem cerimônia. A professora se levantou pronta para me dar uma bronca, foi quando viu a arma na minha mão. Três disparos e a sala entrou em pânico.

Matei um por um. Até sobrarem apenas Flame e sua expressão de pânico e uma patricinha vestida de roxo. Odiava ela. Eu e Flame costumavamos chama-la de “Princesa Caroço” por que apesar de ser bonita sua personalidade era horrível.

- Finn...não..não faz isso.

- Mas nós odiamos ela...você viu o que ela fez, ela jogou aquela coisa verde em nós...

Foi quando escutamos um barulho bizarro. Olhamos para a janela e vimos uma espécie de onda de destruição vindo até a gente muito rápido.

Eu olhei para e ela para mim. Os olhos cheios de lágrimas. Eu a fiz chorar. Não.

Quando a onda atingiu a escola lembro de ver ela pegar fogo, a Caroço foi jogada para perto dos elementos químicos da sala e eu fui arremessado para trás. Lembro de um sentimento muito grande de desespero.

Quando abri os olhos os escombros me encobriam. Sentia muita dor. Quando consegui empurrar o pedaço de concreto que estava em cima de mim eu percebi que havia diminuido. Olhei para mim mesmo em um pedaço de vidro e percebi que estava menor. Muito menor. Como se tivesse voltado no tempo. Tinha aparência de quem tinha 13 anos.

Olhei em volta. Não vi a Caroço, muito menos a Flame. Corri para minha casa, havia sido tudo destruido, meu cachorro “Jake” jazia no chão.

- Jake!!! Cadê mamãe ? Vamos...acorda...por favor...não quero ficar sozinho...vamos...

Ele abriu os olhos. As lágrimas já dominavam os meus olhos.

- Calma cara, eu tô vivo.

Pera...ele falou. Quê ? Era efeito das drogas ?

- Wow...eu falei...que louco...

Eu ri com o comentário. Tá, agora eu tinha um cachorro falante.

Demorou muito tempo até a Terra se recuperar, mas eu não crescia. Jake agora podia falar e se esticar como uma borracha. Mais coisas estranhas apareceram no mundo, e eu... Eu era um humano comum, perdi a noção do tempo, mas isso não me importava mais. Eu encontrei aquela menina de cabelos pretos, e a garota dos cabelos rosa mais vezes do que você pode imaginar, apesar dessa última não se lembrar de mim. E até a Caroço, agora muito mais encaroçada.

Comecei a me questionar se Flame poderia estar viva. E aí ela apareceu, mas não se lembrava de ter me conhecido, ela também regrediu no tempo. Estava com 14 anos como eu... E incrivelmente não crescia também. Talvez algum elemento que estivesse na sala poderia ter provocado isso. Mas já não importa, por que finalmente podemos viver em paz, ou quase... bem desde esse dia eu sempre procuro a paz, tento mantê-la como minha mãe faria, ao lado da Princess Flame, nesse mundo de agora, o mundo restaurado, a Terra do Ooo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

{Notas da Autora}
Gostei desse capítulo com o Finn...até por que eu shippo muito Finn e Flame. E nessa fic teremos um capítulo com a Lump!!!! ô