Eu estava apreensivo-ou talvez mais que isso. Nada poderia dar errado. Eu já estava me amaldiçoando mentalmente por não ter feito um melhor planejamento. Um passo em falso e minha família arcariam com as consequências dos meus erros. Mike e Leah haviam ido à frente, eu estava na segunda van e na van que vinha logo atrás estavam Emmett, Rose e Alice-eu não sabia o porquê delas terem vindo, ela não era uma agente de campo.

As estradas estavam pouco movimentadas, e uma hora depois de sairmos da estrada principal na fina chuva começou a cair. A chuva ainda caia quando pegamos uma estrada de terra abatida. De repente a van parou drasticamente, eu sabia o motivo. A hora havia chegado, 5anos esse foi o tempo que eu vivi o inferno na terra. Eu e minha equipe descemos da van silenciosamente, a uns 500 metros de nos estava a casa-toda imponente, com muros altos, como se fosse um forte, e era, era o forte que guardava minha felicidade, aquela casa era o lugar que estava minha amada esposa e filhos.

Emmett andou ate mim, assim como Alice e Rose, ele tinha um olhar feroz.

- Eu não entendo o porquê de vocês terem vindo. -falei para Alice e Rose.

- Ora Edward, Bella é da família e todos tem que ajudar. -rebateu Alice.

- Droga Alice, vocês não estão treinadas para isso, deveriam ter me obedecido e ficado lá no escritório.

- Olha Edward, ficar discutindo não vai levar a nada agora -Emmett disse -, elas já estão aqui e além do mais elas sabem o que fazem.

Suspirei designado, ele tinha toda razão.

- Todos já estão a postos?-perguntei

- Os atiradores estão sim. -Emmett começou a falar, ele sempre era encarregado de comandar as operações- Estamos esperando Mike dar o sinal e invadiremos.

Assenti, pela milésima vez conferi minha munição e arma. Não demorou muito e Mike falou com Emmett pelo comunicador.

- E ai?-perguntei curioso, meu comunicador não estava na mesma frequência que o de Mike, o meu estava na frequência com o Tyler.

- A barra esta limpa, podemos atacar, só estão esperando sua ordem. -ele falou com um sorrisinho malicioso, era perceptível a esperança nos olhos dele, de Alice e Rose, mesmo com a chuva.

- Bella e as crianças? Eles estão bem? Estão a salvo?-indaguei preocupado.

- Mike não os viu, Bella deve ter feito o que você falou se escondeu Edward não temos tempo pra essas coisas...

- Essas coisas são a Bella e meus filhos, e sim essas coisas é importante. -falei com raiva

Alice se virou para mim, ela tinha as mãos no rosto, tentando inutilmente, se proteger da chuva, falou:

- Se não atacarmos agora talvez seja tarde.

- Vocês falam da Bella e dos meus filhos como se eles fossem um nada!

- Edward - Rose falou com uma voz embargada-, você sabe que isso não é verdade, no fundo você esta com medo.

Medo? Medo de que? De encontrar minha família ferida ou morta? Ou talvez de não encontra-la, um arrepio surgir em meu corpo com aquele pensamento e eu sabia muito bem que não era por causa da chuva.

Eu não sabia o que pensar, não sabia como agir, eu havia pedido-de fato-para Bella se esconder, ela me prometeu que ficaria segura ate eu chegar, mais tinha um lado meu - o lado agente - que falava: Kate esta a solta, e não sabemos quem é seu cumplice, a informação da descoberta do cativeiro de Bella pode ter vazado, a palavra cuidado gritava dentro de mim.

- Eu não sei o que fazer!-admiti por fim.

- Edward temos que atacar. -Alice disse.

Suspirei audivelmente, a decisão estava em minha mão. A decisão no final das contas era única e exclusivamente minha.

- Tudo bem, vamos atacar... Mais...

- Mais o que? -Rose perguntou com impaciência. A chuva começava a piora agora, a noite estava escura e nos estávamos com as roupas encharcadas devido à chuva.

- Eu vou entrar e quando eu ver Bella e saber que ela esta segura e eu conseguir tira-la da casa, eu dou as ordens e ai caso necessário podem atirar, caso contrario eu quero os capangas de Kate vivos.

- Isso é arriscado. -Alice murmurou

- Não importa.

- Nós vamos com você. -Emmett interveio

Respirei fundo, contendo a vontade de socar alguma coisa. Por fim disse:

- Tudo bem, vamos lá.

Nós corremos ate o cativeiro de Bella e meus filhos - a chuva havia piorado drasticamente - eu me sentia em um filme de terror, o cenário era perfeito para isso, a chuva forte, ventos, trovões, a casa cercada de monstros (os capangas de Kate) e um mostro a solta querendo vingança (Kate). O vento batia forte contra as copas das arvores, quando chegamos ao portão do cativeiro de Bella, Tyler estava lá.

- Diretor, Mike e Leah já estão lá dentro, nós trancamos os capangas de Kate em uma sala e os dois estão lá com eles, três agentes também estão fazendo a escolta da sala onde eles estão eu estou aqui vigiando e os atiradores estão a postos. -nos informou.

Sorri visualizando a imagem de Leah, Mike e Taylor prendendo aqueles ordinários.

- Emmett, Rose e Alice vão ajudar Mike e Leah. - Os mandei, mais foi em vão eles protestaram.

- Mais Edward... -Alice murmurou.

- Mais nada, vamos. -elevei o tom de voz.

Taylor lhes deu as coordenadas e eles seguiram para onde Mike e Leah estavam.

- Taylor você fique aqui... Bom trabalho. -o elogiei

- Obrigado senhor. -ele assentiu. Eu o perguntei onde era a entrada principal, uma vez que, havia três portas na frente da casa, ele apontou para a porta do meio, eu corri ate lá, a porta estava destrancada, quando eu a abri minha boca se escancarou em um “O” perfeito, eu tentava entender como Kate conseguia dinheiro – preferia nem saber - a sala de estar era ampla, os moveis em estilo clássico, o piso de mármore, a lareira de pedra, uma escada que deduzi dar para o segundo andar.

- Uau! -exclamei

Fiquei divagando em pensamentos por um instante, ate que, a ficha caiu, eu estava a alguns metros de Bella e de meus filhos. Subi os degraus o mais rápido que minhas pernas trôpegas aguentaram,o segundo andar era repleto de portas, fui abrindo uma a uma ate que cheguei à quinta porta, estava trancada.

- Bella, você esta ai? -perguntei

- Papai. -foi Thomas quem gritou.

- Thomas!-gritei do outro lado da porta- Querido, abra a porta para o papai.

Segundos depois a porta foi destrancada e de lá saiu meu garotinho, ele correu ate mim e abraçou minha perna, sem se importam com o fato de eu estar todo molhado.

- Papai, eu tava com muita saudade.

- Eu também garoto. -sussurrei o pegando no colo e o abraçando fortemente.

Ele retribuiu o abraço. Quando olhei para cima na soleira da porta, eu a vi, minha garotinha, minha filha. Meus olhos encheram se de lagrimas, ela havia crescido tanto, Mell - o bebe que eu havia pegado no colo, tão pequena, tão frágil - cresceu seu cabelo esta maior. Ela sorriu quando me viu.

- Pai! -ela sussurrou, em seguida correu ate mim, assim como Thomas, ela me abraçou. Eu chorei, chorei como um bebe.

- Mell! -sussurrei com adoração. Minha menina havia crescido, ela estava linda. Com dificuldade eu consegui abraça-la e abraças Tom - que ainda estava no meu colo.

- Você fez um bom trabalho Tom.

- Que tabalho? -perguntou confuso.

- Você ficou com o celular da vovó, e foi graças a isso que achamos vocês e a mamãe.

Ele sorriu, e me deu um beijo estalado na bochecha.

- Eu tava com um montão de saudade.

- Um montão? -perguntei rindo.

- É sim.

- Aonde esta a mãe de vocês?

- Ela tá no banheiro. -foi minha filha quem respondeu, não houve como na sorrir - Mell com cinco anos não falava todas as palavras corretamente, banheiro (ou banero, como Mell falava os cinco anos).

Pelo comunicador pedi para que Rose viesse me ajudar a levar as crianças e Bella para casa com segurança. Não foi preciso pedir muito ou insistir, Rose chegou alguns minutos depois. Bella ainda não havia saído do banheiro.

- Rose leve as crianças para o carro, eu e Bella já estamos indo. -pedi a ela.

Rose sorriu e afagou o cabelo de Mell e Thomas.

- Você cresceu tanto querida. -falou para minha filha com uma voz de veludo – Vamos?

Thomas desceu de meu colo com um gritinho de felicidade dizendo “oba, vó anda de carro”, sorri para meu bebe. Os três saíram, ainda pude ouvir a voz de Thomas - ele tagarelava e falava varias vezes sobre uma Jasmine - aposto que era alguma namoradinha da escola. Respirei fundo, andei ate a porta, só agora que eu constatei que eu havia molhado todo o carpete, mais não me importei com aquele detalhe, andei ate a porta do banheiro. Bati na porta.

- Bella?

- Edward! -o som da voz dela saiu abafado pela porta, porem, foi o suficiente para meu pobre coração bater disparado.

- Você esta bem querida? -falei no meu tom mais afável de voz, tentei abrir a porta mais estava trancado. - Abra a porta. Você esta bem?

- Mais ou menos. -ela suspirou- Esta doendo.

Doendo? Oque ela tinha?

- Doendo a onde? Porque você não abre a porta?

- Promete não briga?

Quase ri, eu fiquei cinco anos sem vê-la, a ultima coisa no mundo que eu faria era brigar com ela. Revirei os olhos.

-Prometo Bella. -eu queria beija-la, abraça-la, mais a emoção de ver minha mulher me fez ficar parado, estático, meu coração batia descompassado. Minhas mãos suavam e meus joelhos estavam bambos.

A porta foi destrancada, meu coração disparou, e de lá saiu Bella. Meus olhos voaram para seu rosto, ela ficava mais bonita com o passar dos anos. Eu não sei explicar a sensação que eu senti ao vê-la, minhas pernas estavam bambas, meu coração disparado e o oxigênio que eu inspirava não parecia ser o suficiente, eu sentia uma vontade gigantesca de encurtar o espaço entre nos, mais minhas pernas estavam bambas e não obedeciam meus comandos. Entretanto uma coisa me chamou a atenção, Bella tinha uma barriga arredondada, grande, e ela afagava com as mãos tremula. Eu olhava para ela e para a sua barriga - repeti o movimento umas cinco vezes - ate me sentir tonto. Quando deduzi o motivo de sua barriga inchada meus olhos se arregalaram, ela estava...

- Gravida... -sussurrei perplexo.