Diarios De Um Coração Insano. escrita por Cassie


Capítulo 5
Sweet Amoris- Primeiro Dia


Notas iniciais do capítulo

"Vivendo no meu próprio mundoEu não entendiaQue qualquer coisa pode acontecerQuando você dá uma chance""Eu nunca acreditei noQue não conseguia enxergarEu nunca abri meu coraçãoPara todas as possibilidades""Isso poderia ser oO começo de algo novo""Parece tão certo""Estar aqui com vocêE agora, olhando nos seus olhosEu sinto no meu coraçãoO começo de algo novo"



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Domingo, 07 de Fevereiro de 2012



22:30 pm



Querido Diário,



Dormi maravilhosamente bem. O dia foi divertido, era quase sete e meia e eu acabara de sair do banho quando tia Alexia me chamou pra cuidar do jardim, tiramos algumas flores dos saquinhos e plantamos no gramado para enraizarem, em seguida fomos ao banho -meu segundo numa manhã- pra tirarmos a terra do corpo e tia Alexia disse pra me arrumar, muito bem, pois iríamos percorrer toda a cidade. Levei muito a serio o seu conselho e vesti roupas de tecido leves, uma regata soltinha azul e branca, um short de sarja e sapatilhas com lacinho na ponta. Em seguida eu penteei meus cabelos e passei uma base de leve, blush e delineei os olhos com lápis e rímel.



Fui ate a sala e me sentei no sofá , tia Alexia logo desceu de seu quarto, e nossa ela estava linda! Usava um vestido em um tom claro de rosa e detalhes em fita dourada. Em seus longos cabelos haviam um laço da mesma cor do vestido e em seus pés um lindo scarpin rosa com um laço azul na ponta contrastando perfeitamente com a cor de seus cabelos.



Quando saímos o sol estava radiante, a brisa leve e com delicioso cheiro de rosas. O primeiro lugar que fomos foi a loja de roupas, e o mesmo moço que vi ontem estava lá, ainda arrumando tecidos. Tia Alexia comprou-nos vestidos e sapatos lindíssimos. Depois fomos a uma joalheria e ela me pagou um anel belíssimo de ouro com um coração estampado no centro. Disse que era pra dar sorte. Passamos por uma linda praça e em seguida fomos à escola. Como eu já havia imaginado, a escola era o Enorme e belo prédio que vi quando cheguei à cidade, passamos por uma porta mega gigante de uns dois a três metros de altura e a largura se estendia de um canto a outro das paredes. Fomos direto para a diretoria, toda a papelada necessária para a matricula foi providenciada rapidamente pra tia Alexia assinar e a diretora disse que eu devia concluí-la amanhã. Quando saímos da escola viemos direto para casa, chegamos e tiramos do carro as sacolas das compras que fizemos. Tia Alexia ligou para a pizzaria e pediu uma napolitana e uma calabresa acompanhada de dois litros de Coca-Cola. Atendi a porta morrendo de vergonha, pois acabara de sair do banho e estava de pijamas, e tia Alexia desceu logo em seguida. Assistimos transformers enquanto nos deliciávamos com os fast-foods. Conversamos ate às dez e quinze da noite e tia Alexia contou-me que se formou na mesma escola que me matriculou. Disse que é a melhor da cidade (me pareceu ser a única). Ela me pediu pra chamá-la apenas de Alex, pois se sentiu meio desconfortável sendo chamada de tia por uma garota que tem quase sua idade. Também me pediu pra vê-la como uma amiga e não como uma tia, já que era assim que me via e não como uma sobrinha. Prometemos não esconder nada uma da outra e fomos dormir.



Hinnary*



************



Tudo estava escuro. A noite era fria e meu corpo se encolhia em minha cama. Ouvi um sussurro que parecia vir de fora. Aproximei-me da janela, mas nada tinha ali... fui ate a porta devagar e silenciosamente a abri. Tudo que via era escuridão. Caminhei pela aquela sala com passos que pareciam não ter fim. Abri a porta da sala e olhei o jardim daquela grandiosa mansão, sem olhar para traz continuei andando em direção ao portão e o vi. Um rapaz alto, de pele ligeiramente pálida e olhos negros. Seus cabelos eram castanhos e compridos descendo uniforme e elegantemente por sua silhueta pairando na altura de sua panturrilha. Ele me olhou e sorriu. Um sorriso educado mas nada brando. Comecei a me perguntar o que ele estava fazendo ali, e me dei conta que a real pergunta era “o que eu fazia ali?” era como se eu tivesse sentido sua presença, e por instinto cheguei ate ele.



— Pensei que não viria, Hinna. — disse num tom provocante, mas tão gentil que não me provocou mais reações além da admiração.



— O-oi. — não consegui pensar em nada pra dizer no momento.. e ele percebeu isso.



— Faz tempo que não a vejo... — ok. Agora ele me assustou. Seu tom era tão sombrio que se misturava com a escuridão da noite.



— E-eu conheço você? — perguntei um tanto assustada. E surpresa também.



— Não se lembra de mim?— seu tom tinha surpresa e espanto. Fiz um esforço em minha mente, mas não encontrei nada que se referisse a ele.



— Não. — respondi friamente. — Deveria? — perguntei inerte. Ele me olhou, percebi uma súbita mudança na cor de seus olhos que de negros passaram para um tom de castanho claro, quase mel. Em sua face havia dor. Ele parecia ofendido com algo. Talvez com as minhas palavras.



— Eu estive o tempo todo com você Hinna. Desde que nasceu. — ele parou e abaixou a cabeça. A reergueu com esforço — Até tirarem-na daqui. — seu tom demonstrou fúria. Mas do que ele estava falando? Ate me tirarem daqui? Ou não.. Ele se referia a... Não. Não pode ser.



— Conhece meus pais?— perguntei exasperada. Ele sorriu. Começou a andar. E eu abri o portão enquanto o fazia. Acompanhei seus passos.



— Sim. Mas receio que eles não saibam quem sou. — respondeu com brandura. Sua voz ainda era calma e sombria. Mas não me passou medo como a minutos atrás.



— Foi você... — ele me olhou, eu continuei seguindo-o lentamente. — Você salvou meu irmão naquele acidente... — conclui desconcertada. Ele parou e me olhou. Seus lábios tinham um sorriso reconfortante.



—Vejo que está começando a se lembrar. — começou ele docilmente. E parecia satisfeito com isso. — Sim. Eu estava lá. E só você me viu.— eu me atirei em seus braços. E me debulhei em lagrimas. Ele parecia já esperar por isso. Eu sou tão previsível assim? Ou ele que é um tanto prevenido?



— O-obrigada. Se não f-fosse por v-você Josh n-não...— comecei mas meus soluços interromperam minha gratidão.



— Não tem que me agradecer Hinna. Minha razão de estar aqui é você. E ele faz parte disso. — eu já não entendia o que ele queria dizer.. Minhas emoções estavam em algum tipo de combustão.. eu soluçava e tremia em seus braços. E ele me apertava com ternura contra seu peito. Senti um carinho muito grande por ele naquele momento. E as lembranças tomaram conta de mim.



Vi meu irmão atravessando a ponte, e seu carro sendo lançado no rio juntamente com aquelas madeiras... meu corpo pequeno e magrelo caiu fora da água e nadei ate umas pedras que haviam ali. Enquanto via meu irmão desacordado e preso naquele veiculo pelo sinto de segurança. Maldito cinto... ele perdeu o fôlego tentando se desprender dali e não o fez ate que desmaiou.. Eu gritava e chorava.. mas ninguém nada ouvia.. Ninguém aparecia. E quando pensei ser o fim de Josh e subitamente o meu também ele apareceu... Acabou com a porta do carro com um simples toque. O banco fora arrancado. E Josh e eu estávamos finalmente em terra firme. Por causa dele a policia fora alertada, e nossos pais nos encontraram. Mas ele estava diferente agora.. Seus cabelos eram longos na época, mas não tanto como agora... sua pele estava ainda mais pálida. E seus olhos já não tinham o tom avermelhado que vi naquela época.



Estava mais calma... e ele era responsável por isso.. Pela minha tranqüilidade. E por minha vida não ter sido interrompida. E o mais importante, ele foi o responsável por meu irmão ainda estar comigo. Devo muito a ele. Mas ele não concorda com isso. Posso sentir isso na maneira em que me olha.



— Espero que esteja preparada, Hinna. Não poderei cuidar de você o tempo todo. — me afastou de seu corpo e seus olhos pesaram sobre os meus.



— Preparada? — sibilei. Ele assentiu.



— Esse lugar é sua origem Hinna. Agora que voltou, muita coisa pode acontecer. — suas palavras me deram calafrios. — Não tenha medo. Ainda estarei por perto. — continuei imóvel. E sem palavras. O sol já havia nascido. Sua pele brilhava, um brilho diferente e sombrio que o deixava mais belo e seus olhos estavam negros outra vez.



************



Acordei com o barulho de tia Alex batendo na porta de meu quarto perguntando se eu já estava pronta para o colégio. Olhei para o relógio eram 6: 50 am. Faltavam apenas dez minutos pro ônibus escolar passar no ponto da esquina, que ficava de frente para a loja de roupas. Corri para o banheiro e comecei a escovar os dentes enquanto entrava na banheira. Sai enrolada na toalha e liguei o secador prendendo-o na penteadeira de forma que o vapor quente se voltasse para meu cabelo enquanto o penteava, comecei a fazer a maquiagem quando olhei para o relógio. Faltavam cinco minutos apenas.



— Apresse-se Hinna. Já devia estar na parada. — gritou tia Alex aproximando-se de meu quarto.



— Já estou saindo Alex. — respondi aos berros.



Vesti meu short e meia-calça, me enfiei em uma blusa justa e por cima meu costumeiro casaco curto. Peguei a mochila, e meus tênis, coloquei meus fones de ouvido que imitavam orelhas de gatinho. Coloquei em meu dedo anelar direito o anel de ouro que tia Alexia havia me dado e sai como uma forte rajada de vento, rápida e incontrolável.



— Até mais tia Alex. — disse batendo a porta sem nem mesmo esperá-la responder.



Corria desajeitadamente para o ponto de ônibus enquanto enfiava os pés em meu all-star e tentava amarrá-los. De longe pude ver o ônibus escolar parando e levando os alunos que ali já o esperavam. “parabéns sua tonta, acabou de perder sua carona pra escola.” Resmunguei comigo mesma. Voltei imediatamente para casa, abri brutamente a porta da sala.



— Hinna o que houve? — perguntou tia Alex preocupada.



— Me atrasei. — respondi entrando em meu quarto. Sai dele com luvas e um skate nas mãos.



— Se quiser posso deixá-la n— eu a interrompi saindo porta a fora.



— Até logo Alex. — disse sorrindo.



Vesti as luvas e montei em meu skate, eu o manejava rapidamente, quando estava passando em frente a um tipo de condomínio, prestes a virar a esquina e entrar na rua do colégio, um rapaz alto, de cabelos vermelhos saiu do prédio atravessando em minha frente. Colidimos violentamente. Meu skate sobrevoou dois metros a frente, a mochila dele caiu próxima a meu skate e minha bolsa arrastou-se pela calçada expondo alguns livros e um diário trancado. Nossos corpos foram lançados ao chão, o dele se estendia de forma elegante pela calçada, apoiando-se com cotovelo e antebraço, e meu corpo estava levemente sobre o dele. Meus braços tocavam seu tórax, nos olhamos olho a olho por aproximadamente três segundos e nos levantamos. Senti meu rosto corar.



— Me desculpe. — Sibilei quase inaudível. Ele ajeitou seu casaco, me olhou, suas sobrancelhas se uniram rigidamente.



— Esqueceu os olhos aonde garota?!— ele cuspiu as palavras enquanto cruzava os braços seguindo a rigidez estampada em seu rosto. “porque ele tinha que ser tão rude? Foi um acidente!” questionava comigo mesma enquanto sentia meu corpo ferver, a raiva tomando conta de mim.



— Eu já pedi desculpas, ta legal. — disse na defensiva, um tanto menos rude do que ele. Ele continuou imóvel observando-me pegar meus livros e diário e guardá-los na bolsa que no momento já estava em minha cintura.



— Pedir desculpas não vai fazer você voltar no tempo pra evitar que me atropele. — respondeu-me ainda grosso.



— Se eu soubesse que ia te atropelar... TERIA VINDO DE CARRO!! — retruquei ainda mais grossa. O ruivo com cara de dor descruzou os braços levando uma das mãos ate a cintura.



— Hum! A gatinha é selvagem. — desse ele retorcendo os lábios num sorriso maquiavélico. Incrível como ele estava ainda mais belo.



— Falou a miss-simpatia — respondi montando tediosamente em meu skate. Preparei-me para dar a partida quando fui surpreendida.



— Espere!— ordenou ele suavemente parecendo menos irritado, eu o olhei esperando o que ele tinha dizer. Certamente me pediria desculpas.



— Já basta ter esquecido os olhos sei lá onde. Não vá esquecer seu dicionário também. — disse arrogante e debochadamente divertindo-se, com a mão estirada esperou que eu pegasse o pequeno livro que segurava.



— Pode ficar com ele. Assim você aprende o significado de simpatia e educação. — esgoelei furiosa, partindo rumo a escola naquele pedaço de madeira com rodas que acabara de me trair. Poxa eu bem que podia ter esbarrado num cara gato - apesar daquele ruivo ser gatissímo. – mas podia ter sido um gato mansinho. Do tipo que se preocupasse em saber se eu estou bem e talvez me acompanhasse por um ou dois quarteirões. Mas nãããããooo. Eu tinha que esbarrar num palito de fósforos prestes a se acender, e meus nervos já estavam como dinamites. Não podia dar em outra, explodimos numa discussão pouco amigável.






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