Nathaniel POV

Depois de um banho relaxante, um jatar satisfatório e uma boa conversa com as paginas de meu diário eu estava pronto para recebê-la. Melody chegaria em pouco menos que cinco minutos, pois ela nunca se atrasava e já era quase oito horas. Estava realmente decido a terminar tudo, um namoro que nem deveria ter começado não pode ir pra frente aconteça o que acontecer. O mais engraçado de tudo isso é q ela sabia que eu não gostava dela. Que o que fizemos há meses atrás, quando tudo começou, foi apenas porque passei da conta nas bebidas e ela tem um corpo atraente. Deixei isso bem claro a ela, e ainda assim me quis como namorado. Meus pais sempre foram muito amigos dos pais dela, e esse namoro melhorou minha relação com meu pai, que ficou dizendo “Melody é uma garota de ouro. Fico orgulhoso que estejam se dando bem.” Eu é claro, sei que ele só pensa isso por ela ser de boa família e nossa união foi um bom motivo pra ele se associar ao pai dela nos negócios, que agora estão ainda mais lucrativos.

Hinna tem raiva de mim por algo, não sei o que a fez agir daquela forma, apesar de seu humor ter mudado diversas vezes essa manha. Ela é uma ótima garota, e Castiel parece gostar muito dela. Um sentimento que todos vemos que é reciproco embora eles não admitam. Ele merece alguém como ela, eu adoraria vê-los juntos, embora ainda ache que Castiel continua agindo como um babaca. Maldita Debrah, ela originou desgraças a vida de muitos nessa cidade e eu ainda terei a chance de vê-la pagar por tudo isso.

Não vejo a hora de esclarecer tudo isso com Melody, e se a coragem não me abandonar, falarei com Diamantine o quanto antes. O beijo que ela me deu semanas atrás me enlouqueceu a alma, e serviu apenas para me trazer certezas. Certeza de que não só a desejo fisicamente, mas que ela meche com meu coração. Uma paixão de verdade, sem fingimentos ou oportunismo.

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Hinnary POV

Tia Alex está com Sam agora, esperarei o melhor momento para aborda-la. Dessa noite não passa, preciso saber do passado de minha família, do passado da cidade. O meu passado. Preciso descobrir quem eu sou. E o melhor caminho pra isso é conhecendo quem foram os meus ancestrais, aqueles que me geraram.

Também preciso conversar com Nathaniel, ele não me disse que estava com a Melody, e ainda por cima beijou a Di, estou sim furiosa. E ela também o evita desde então. Sei que ele culpa Castiel por isso. Ele deixa bem claro que as pessoas só se afastam dele por causa do Cast, o que talvez seja verdade. De qualquer forma, ele não tem o direito de julgar ninguém uma vez que nem mesmo ele age corretamente. Alguem tem que ensinar ao representante que não se pode ter tudo na vida, e se os pais dele não fizeram isso direito, eu terei de fazer.

Demi me ligou a pouco e e finalmente me deu uma boa noticia. Os pais dela liberaram sua vinda pra cá e isso fara de mim uma pessoa completa. Preciso muito de minha amiga aqui. O pior de tudo é q ela só poderá vir no próximo semestre, mas acredito que ela chegará a tempo de ver o festival de aniversario da cidade, que também será no próximo semestre ou seja dentro de dois meses.

Falando em festival, estou ansiosa para a realização das peças teatrais, tenho ótimas expectativas, e desejo muito começar os ensaios com Castiel. Vai ser incrível poder vê-lo fora da escola, e mais incrível ainda será passar tardes e tardes ao seu lado. Sem armas. Sem mascaras. Sem ataques ou defesas. Apenas ele e eu. Como somos. Pelo menos espero que seja assim já que ele vira outra pessoa quando estamos sozinhos. Ele se torna o meu Castiel. Diferente do que todos conhecem, ele se mostra atencioso, firme e gentil. O Castiel que somente eu conheço. Um Castiel que me completa.

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Castiel POV

Ouvi o telefone tocar, era minha mãe trazendo-me a tal boa noticia.

~Le ligação on

— Castiel? — sua voz doce penetrou meu ouvido.

—Sim, mãe. — respondi enquanto vestia uma bermuda.

— Comprei uma guitarra nova pra você na loja de sua tia Fabbrini. — ela cantarolou.

—Tá brincando? Aquela guitarra? — perguntei eufórico. Minha sabia o quanto eu queria a guitarra que minha tia colocou a venda. Modelo único, vermelha com asas de morcego nas laterais e um brasão prata de caveira no centro do escudo, enrolado em outro par de asas.

—Sim, seu pai ainda não sabe. Resolvi te entregar ela antes de contar. Pra ele não me fazer devolve-la a loja. — ela disse e meus lábios formaram um sorriso maldoso.

—Dona Camila, conspirando contra o Sr. Lorenzo? O que aconteceu?— perguntei divertido e ela deu uma risada meiga do outro lado.

—Não aconteceu nada, apenas não estou afim de ver os dois homens da minha vida brigando por bobagens.— ela disse.

—Mãe você é dez. — disse e ela tornou a sorrir.

—Eu sei meu filho, mas você merece. Tenho que desligar agora. Fica bem viu. Mamãe te ama.

—Também te amo mãe. — respondi a ela.

— Disseram que entregariam hoje. Sua prima ficou responsável pelos papeis da entrega. Boa noite meu filho.— ela disse por fim encerrando a ligação.

~Le ligação off

Mal coloquei o telefone no gancho e a campainha tocou, virei-me em direção ao quarto em busca de uma camisa, mas voltei a sala devido a insistência do entregador, que parece ter um dedo muito nervoso a ponto de não conseguir tira-lo de cima do botão da campainha.

— Dá pra enfiar esse dedo no... — Gritei furioso ao abrir a porta, mas fui interrompido por um abraço apertadíssimo e gritinhos histéricos.

—Cassss, olha só pra você. Está tão... Forte e bonito. — Uma voz aguda preencheu a amplitude de minha sala.

—Flora? Ta fazendo o que aqui? — perguntei afastando a moça de meu corpo.

— Vim trazer sua guitarra. Sua mãe não te falou nada?—

—Ela não disse que a guitarra vinha com estorvo. — respondi entediado e ela fez careta.

—Credo priminho, eu não sou nenhum estorvo. Pode fazer de conta que é um cavalheiro e pegar as coisas lá fora por favor? — ela disse.

— Coisas? Minha mãe só mencionou a guitarra.— disse indo em direção a porta. Ao lado da caixa que continha a guitarra estava uma mala grande e rosa, de rodinhas e uma de viagem em cima. — Que merda é essa? — perguntei gesticulando para as malas ali em frente.

—Eu vim pra ficar. Então onde será meu quarto? — ela disse se jogando no sofá e cruzando as pernas, deixando as coxas à mostra.

— Só tem um quarto aqui e você... — comecei e ela me interrompeu novamente.

—Ah não precisava se incomodar mas se insiste, não vejo problemas.— ela disse levantando num pulo e agarrando meu pescoço.

— Não vê problemas? — perguntei confuso, a afastando novamente de mim.

—Horas, acabou de dizer que posso dormir com você e eu não vejo problema nisso. — ela disse colocando sua bagagem pra dentro.

—Eu não disse isso sua doida. Eu ia dizendo que você não pode ficar aqui. Só tem lugar pra uma pessoa aqui, e essa pessoa sou eu.

— Acho que se eu ligar pro seu pai, ele vai discordar de você.

—Ele discorda de tudo que diz respeito a mim. — respondi dando pouca importância.

—Mais um motivo pra eu falar com ele. — ela disse. Suspirei em rendição, e ela sorriu, pegou suas coisas e as levou ao quarto. A segui e abri o guarda-roupa. Peguei um travesseiro e o joguei na cama. Fiz o mesmo com lençóis e edredons.

—Acho que vai querer trocar isso. — gesticulei para a roupa de cama e ela acenou a cabeça em concordância. Logo peguei outro edredom e mais um travesseiro. Os levei para a sala.

—O que está fazendo? — ela perguntou.

—Você dorme no quarto, e eu me viro por aqui. — disse me deitando no sofá. A garota resmungou algo e logo bateu a porta contrariada.

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Nathaniel POV

A campainha tocou. Era Melody. Ela entrou com uma cara pouco satisfeita, e se sentou no sofá.

— Melody, precisamos conversar.— eu disse firme, me sentando ao seu lado.

—Eu... Ia dizer o mesmo. — ela gaguejou enquanto acariciava as próprias pernas.

—Bem o que eu tenho pra te dizer é muito importante Mel. — eu disse me aproximando, queria fazer isso da forma mais delicada possível.

—Nathaniel, o assunto é sério.— ela disse encarando-me com ardor.

—Não pode ser mais serio do que... — comecei a dizer, mas ela segurou minha mão e com a outra levou o dedo aos meus lábios pedindo silencio.

—Eu estou grávida. — ela disse e eu senti o chão desvanecer-se de meus pés.