– Não me irrita Gilbert. - Falei para ela quando estava voltando do colégio.

– O que? Eu não fiz nada.

– Nasceu.
– Muito gentil da sua parte.
– Obrigado.
– Foi uma ironia.
– Saindo da sua boca, só podia ser ironia mesmo
– Cala a boca.
– Ahh, que bom que gosta de me ouvir falar.
– O que?
– Uai.
– Tá entendendo tudo errado?
– Eu? Que isso...
– Meninos..
– Pirralhas.
– Kol, você é da minha idade.
– 9 meses mais velho.
– Nossa. - Ela falou olhando para meu rosto.
– O que?
– Cuidado que as rugas estão aparecendo.
– Não sou menina para me preocupar com isso.
– Sei... Por isso você adora fazer a barba no banheiro, mesmo nem tendo.
– Como você sabe?
– Deve ser que sua casa é colada na minha e meu banheiro dá para o seu.
– Adora me ver pelado hã?
– Na verdade, eu fujo nessa hora para os lugares mais indesejáveis da cidade.
– Longe de mim?
– Não. Bem perto mesmo. Meu quarto. - Elena fechou a cara.
– Muito engraçada você.
– Eu sei. É um dom.
– Dom?
– Sim. – Dom de me irritar né.
– Eu consigo isso? Um ponto pra mim. - Elena sorriu debochando da minha cara.
– Qual éeee. Cala a boca. - Falei.
– Uai Mikaelson, antes você era melhor nos insultos.
– Obrigado pelo elogio.
– Isso não foi o elogio.
– Tudo que sai da sua boca é ao contrário Gilbert.
– Ah tudo bem..
– Eu sei que é ruim meu amor. - Falei falso.
– Eu te amo Mikaelson.
– Já estava na hora mesmo de admitir Gilbert. - Sorri vitorioso.
– O que? - Ela falou nervosa.
– Vai acreditar na minha palavra agora?
– Buff. - Elena bufou e jogou os braços para baixo.
– Foi acreditar que eu acho que tudo é ao contrário... - Falei abrindo a porta de casa
– Ei. - Ela falou e eu virei pra ela.
– O que?
– Esqueceu uma coisa.
– Hm?
Elena apontou para minha bicicleta que estava caída no meio da rua.
– BOSTA. - Falei correndo para a rua, mas cheguei tarde, pois um carro em alta velocidade já tinha levado minha bicicleta junto com ele.
– VOCÊ TEM PROBLEMA? - perguntei pra ela.
– O que eu fiz?
– VOCÊ COLOCOU MINHA BICICLETA NO MEIO DA RUA IMBECIL.
– Eu nada. - Ela falou indo pra casa dela. Corri nervoso para sua frente.
– Eu. Mato. Você.
– Não tenho medo de ti Mikaelson.
– Tem sim.
– Medo de que?
– De se apaixonar comigo. - Falei bem perto dela.
– O... O.. O que? - Ela gaguejou olhando pra minha boca.
– Elena.
– Hm.
– Você está gaguejando.
– Eu.. E... Eu não.
– Fez de novo. - Sorri para ela que soltava as respirações junto com as minhas.
– Kol. - Ela falou meu nome.
– Diga.
– Sai. Da. Minha. Frente.
– Pra que?
– Para eu entrar uai.
– E se eu não deixar?
– Eu passo pro outro lado.
– Tenta. - Elena respirou fundo e deu um passo pro lado esquerdo, junto comigo.
– Fala sério. - Ela falou.
– O que? - Perguntei inocente.
– Sai Kol. - Ela falou levantando os pés, para ficar da minha altura e disse:
– Eu vou gritar.
– Por que? Não estou fazendo nada.
– Me assediando.
– Não to não. Estou conversando com você.
– Kol, você já perdeu a bicicleta, quer perder seu amiguinho também?
– Uai, você vai ficar sem brinquedinho.
– Pode ter certeza que não.
– Olha olha Gilbert. - Falei dando espaço pra ela que saiu bufando e bateu a porta de casa.
– EU TAMBÉM TE ODEIO. - Gritei para a casa e subi para meu quarto.
Olhei pela janela e vi que Elena estava trocando de roupa. Assoviei para ela, que me olhou assustada e depois virou de novo percebendo que estava semi-nua.
– SAI DAQUI MIKAELSON.
– Esse é meu quarto.
– ISSO É FALTA DE PRIVACIDADE.
– Só estou olhando pela janela.
– Cala a boca vai.
– Então vira pra cá que eu deixo a boca aberta sem falar nada.
– Vai ficar babando.
– Com certeza.
– Para com isso Kol. - Ela pos a blusa e se virou para mim.
– Com o que?
– Você era mais legal quando era ignorante.
– E não sou mais?
– Não. Você está dando em cima de mim.
– Eu nada.
– Está sim.
– Não.
– Sim.
– Não.
– Sim..
– Não.
– Sim.
– Tudo bem. Estou. - Falei deitando na cama.
– Qual seu problema?
– Nenhum.
– Você me odiava.
– Continuo odiando.
– Mentira.
– Verdade.

– Mentira.

– Verdade.
– Mentira.
– Verdade.
– Mentira.
– Verdade.

- TUDO BEM. - Desce agora. - Falei para ela saindo do quarto e da casa.

- O que quer comigo? - Ela falou saindo da casa dela.

Andei rapidamente até Elena que estava com uma blusa com manga curta e short curto. Cheguei perto dela e me deixei levar. A beijei com vontade. Nada nem ninguém conseguiria estragar aquele momento. Nossas línguas travaram uma batalha sem vencededores. E quando o ar faltava, separei meus lábios do dela e encostei nossas testas.

-Esperei isso por muito tempo. - Falei susurrando de olhos fechados.

- Eu... - Elena não conseguiu dizer nada.

- Tudo bem, se não falar. Mas preciso te dizer algo.

Elena abriu os olhos e eu também.

- Eu te amo.

- Como? - Elena recuperou a fala.

- É isso mesmo.

- Você.. Você.. Me ama?

- Amo.

- Desde quando?

- Desde que você começou a me irritar todos os dias.

- Primeiro ano do ensino médio?

Assenti.

- Me desculpe. - Falei me afastando.

- Desculpar do que?

- Me desculpe por te beijar.

- Não. Tudo bem, mas também preciso te dizer algo.

- O que?

- Eu acho que gosto de você.

- É um grande passo.

- É...

- Como vamos contar isso para os outros?

- Ninguém precisa ficar sabendo.

- Tudo bem então.

- Ei, eu preciso entrar.

- Até mais.

Nós dois entramos e eu fui direto para meu quarto. Peguei uma folha de papel e escrevi algo para ela.

Elena apareceu na janela e eu mostrei o papel para ela. Que por sua vez, sorriu e mostrou também o dela.

"Eu amo ver você sorrir." - Meu papel dizia.

"Eu amo fazer você sorrir" - O dela mostrava.