A carruagem logo parou, puxei um pouco a cortina na janela ao meu lado e observei todo o lugar, pequenas fadas passavam de um lado para outro brincando, dragões domados voavam livremente sobre os ares, anões e suas engenharias passavam por todo o local, seres fantásticos ao redor do reino e belas e exuberantes árvores, como eu as amo, eu poderia sentir a magia fluir só em chegar perto das mesmas.

Desci calmamente da carruagem junto a meu pai que desceu pelo outro lado da mesma, guerreiros do exército do reino sobre pegasus, havia uns vinte homens atrás de nós, francamente, meu pai nunca se sentiu seguro sozinho.

Ah, Naráta, tinha uma boa explicação para o porque da natureza ser um caso tão forte no local, e existir tantos animais ao redor, eram muitos, pois nem todos eram animais, poderiam ser druidas, é um reino élfico, druidas, magos, feiticeiros, guerreiros, arqueiros, todos elfos.

Eu tinha de encontrar Lilia a saudade me marcava, éramos amigas desde pequenas, sempre juntas, sempre, e agora faz uns dois anos que não a vejo.

Ao chegar ao reino eu e meu pai fomos diretamente ao castelo, ela poderia muito bem está em seus aposentos, como eu, destinada a ficar sempre lá até que uma luz planasse acima de seus pais e eles permitissem sua saída.

Entrei no castelo e notei o forte tom de verde e amarelo em todo o local, um longo tapete vermelho ao meio da enorme sala, parecido com o do castelo de meu reino, assim que chegamos trombetas anunciaram nossa chegada, bardos tocavam musicas suaves que acalmavam todo o nosso interior, anões bobos da corte corriam em torno do local e despertaram sorrisos de meu pai, já eu, não poderia dizer o mesmo. O rei e a rainha levantaram-se de seus tronos e caminharam até nós – Aaron! – Disse o rei repousando a sua mão direita sobre o ombro de meu pai.

– Zion! – A quanto tempo meu amigo...

– Como estão? Como está o reino? – Dizia o rei retirando a mão do ombro de meu pai e a colocando acima da ponta de uma varinha grossa, longa e dourada, a sua esquerda.

– Está tudo muito bem, obrigado.

– Ao que devemos a honra da visita? – Perguntou.

– Ah, minha filha... Faz tempo que ela não vê a Lilia, e elas são tão amigas, não deveremos deixar que isso acabe.

– Ah, não se preocupem, irei leva-la até lá. – Disse a rainha, tocando minhas mãos e as elevando um pouco até meu tórax.

Ela era muito bonita, tinha orelhas enormes e pontudas para cima, como acessório tinha caules de flores enrolados nas mesmas, era estranho, pois os caules tinham espinhos, eu realmente não sabia como eles não a machucavam, ela tinha cabelos suavemente dourados e olhos verdes em um tom forte, a mesma cor esmeralda que havia em sua enorme túnica, e junto ao amarelo de seus longos cabelos, ela tinha luvas de malha em sua mão e nenhuma arma.

No reino de Naráta eu me sentia em casa, era muito bem tratada, e em pensar melhor, lembro que eles foram os primeiros visitantes depois de Kalifa , por conta do acidente que me ocorreu.

Flashback on.

Eu estava em meu quarto, mas conseguia ouvir os passos de quatro pessoas pelo corredor, pelo que pude perceber, assim me posicionei a frente da janela, virando contra a porta de entrada, e aguardando alguma ação, logo a porta foi aberta calmamente, e ouvi passos rápidos apenas de uma pessoa, ao me virar a diante a porta, senti um impulso contra mim e fui um pouco para trás, batendo minhas costas na madeira a frente da janela.

– Rue! O que aconteceu?! – Dizia uma garota loura a minha frente com sua voz a um tom de desespero a me abraçar.

– Não, não se preocupe com nada. – Disse tocando em sua cabeça com minhas duas mãos e a abraçando também.

Sentia as lágrimas que desciam em seu rosto bater em minhas costas, e depois de alguns segundos reconheci a voz, era Lilia.

Ela me soltou e olhou para meu rosto. – Por quê? Por que seus olhos estão brancos?

– Eu... Eu não sei, mas não se preocupe eu me sinto bem, só sinto um pouco de dor de vez em quando, e não mudamos muito você tem olhos de tom púrpura não é mesmo? – Logo ela sorriu, tocando minhas mãos.

Notei os seus pais diante a porta, o rei Zion e a rainha Abelia, e minha mãe ao lado dos mesmos em lágrimas sendo acalmada por eles.

Flashback Off.

Fui levada pela rainha até um campo enorme com pedras ao seu redor, havia alvos e bonecos para treinamento em todo o campo.

– Bem... É aqui que ela costuma ficar, ah... Entendo.

Ela entende já eu não estava conseguindo entender nada.

– Lilia! – Gritou a rainha.

Foi realmente o grito mais fino que já ouvi em minha vida.

Olhei ao redor e notei algo a descer do céu em alta velocidade, era Lilia, com asas! Mal pude perceber e ela já estava bem perto de nós, descendo em alta velocidade.

– Cuidado! – Gritou.

Logo ela caiu, e a terra ao redor subiu até nosso rosto, não parávamos de tossir, mas não demorou muito para a poeira abaixar, e pude ver Lilia.

– Rue... – Disse abrindo um sorriso.

– Lilia... – Disse arregalando meus olhos.