O ódio pode fazer coisas terriveis, o sentimento de vingança pode fazer coisas lamentáveis. Tinha que orquestrar um plano perfeito, roubar o cofre, roubar meu colar de volta, acabar com aquela vadia, e fazer Stan desejar nunca ter me batido. Mas, como?

Me sentei na escada, Otto e o siamês me rodeavam, exigindo carinho, e acima de tudo comida.

"relaxem garotos, com a grana que vou conseguir não passaremos fome nunca mais"falei acariciando-os.

Hum, tinha de dar um nome ao siamês.

"olá Bob".

"miau".

Gatos, sempre gostei deles.

"meus bons e verdadeiros amigos"continuei acariciando-os.

Pensei em como arrombaria o cofre, teria de entrar lá, e... Stan, ele pode me arranjar outra transa com aquele otário, e enquanto ele estivesse apagado, eu o roubava, e Stan receberia a culpa, bem...possivelmente, sou uma das garotas dele.

Fui até o escritório de Stan, na espera que ele estivesse mais calmo, e consciente para conversar.

"oi"falou ao me ver.

"oi, escute, sei que fiz merda, mas acho que posso consertar".

"como?".

"simples, eu poderia me encontrar com ele de novo, e por de volta tudinho".

"sério? E como planeja ter outro encontro com ele?".

"hã, ele te pediria de novo, não estou certa?".

"talvez, mas por quê acha que ele pediria você em especial?".

"porque eu sou inesquecivel"falei colocando a mão em sua pena.

"é, não é ruim, mas também nada de extraordinário".

"sou sim, e você é incrivel"abri sua calça.

"ai garota, agora?".

"claro"falei sentando em seu colo.

"ok, acho que ele pode te chamar amanhã".

"ótimo".

Assim que terminamos era noite, noite em Gotham, uma catastrofe.

"ai, Selina, você realmente é boa, quer um cigarro?disse acendendo o cigarro.

"não, valeu"me levantei e vesti um sobretudo marrom.

"ce já vai baby?".

"sim, quero passear".

"cuidado, hein, a propósito, temos uma nova companheira na equipe".

"quem?".

"uma pirralha, queria que a ensinasse".

"ensinar, quantos anos ela tem?".

"acho que uns 14".

"Stan, isso lá é idade de trabalhar nisso".

"claro que é, e as mais novas são as mais bem pagas".

"sei, onde ela está?".

"ai do lado, podem dividir o apartamento".

"valeu, mas..."falei fechando a porta.

Fui até o apartamento do lado e bati na porta.

'quem é?".

"pizza express"zoei.

"há, há, entre"falou uma baixinha, com cabelos loiros.

"e ai,..".

"Holly, você é a..".

"Selina".

"Selina, prazer em conhecê-la"falou me abraçando.

"prazer, então Holly, quer mesmo isso?".

"é minha única escolha, sou órfã, e bem, orfanatos na minha idade não ajudam muito".

"sei".

"e você?".

"pai alcoolótra, mãe morta,e irmã santa".

"santa hein, não se dão bem".

"as vezes, venham meninos"falei abrindo a porta para meus travessos colegas.

"quem, gatos?".

"sim".

"são lindos, vamos ser colegas de quarto?".

"algo do gênero, agora se me der licença, tenho de descobrir o paradeiro de Roxxi".

"quem?".

"Meredith, seja lá o nome".

"Meredith, esse nome me é familiar.."disse pensativa.

"sabe onde ela está?".

"hã...peraí, é o nome da esposa do vereador Crownly".

"merda, a maldita vadia casou com um poderoso, não posso simplesmente roubar a casa de um cara como esse"falei brava.

"roubar? Quer dizer que é uma ladra?".

"pra sobreviver, sim".

"legal, eu sou órfã, viro uma prostituta,e minha colega de quarto e trabalho é uma ladra"disse se jogando na cama.

"relaxa, podia ser pior"falei me deitando ao seu lado.

"você acha?".

"claro".

"ótimo, valeu".

"de nada, agora se me der licença tenho que achar uma roupa".

"posso ir junto?".

"claro, tenho de achar a grana primeiro".

"oh, como?".

"pense Holly".

"não gostei".

"venha, preciso de ajuda".