Acordei bocejando ainda com sono, só que com uma sensação diferente. Me espreguicei e quis voltar a dormir, mas um sentimento forte me dizia para acordar, peguei meu celular e fui ver as horas, já era tarde, hora do almoço, mas quando vi a data, ‘’Meu Deus’’- pensei. Era o dia do meu aniversário, com tanta coisa para fazer eu me perdi totalmente no tempo. Mais um ano eu encerrava e mais um eu começava. Ano cheio de confusões, mas também de alegrias, foi o ano que realizei tantos sonhos, que eu encontrei o amor da minha vida.

Passei o dia assim, relembrando do ano que tinha passado e fazendo planos para o novo ano. Recebi vários parabéns, entre eles os das pessoas mais importantes pra mim que no momento estavam longe, mas há algumas horas eu reencontraria, alguns deles, cheios de bobagens dizendo que eu já podia ser presa, que eu já ficava ‘adulta’, eu me alegrava com isto.


Justin’s POV

O grande dia cada vez mais estava perto, eu torcia para que tudo desse certo e pra que Marina gostasse. O aniversário dela era hoje, mas como ela chegaria só na manhã seguinte, a festa seria na próxima noite. E cada vez estava mais difícil de esconder dela, todos os convidados já tinham sido comunicados e eu terminava de organizar os últimos detalhes.

Mais feliz eu fiquei ainda, quando vi em um noticiário na televisão dizendo que aquela minha ex-namorada, causadora de tanto importuno, foi presa por alguns anos, antes ela só ficara por algumas semanas até o julgamento. A partir dali, respirei mais aliviado, prometendo a mim mesmo que dessa vez seria para sempre, que nada nem ninguém atrapalharia a minha vida e de Marina e que agora, ou melhor, a partir da festa do aniversario dela, quando eu a reencontraria, nossas vidas se uniriam, formariam uma só. Que a partir dali, a dor de um se tornaria automaticamente a dor do outro, não só dividiríamos a dor, mas principalmente a felicidade e os bons momentos.


Marina’s POV

As horas passaram rápidas, ainda bem. Logo chegou o final da tarde e fomos atrasados para o aeroporto, chegamos lá e após poucos minutos ouvimos a última chamada para o nosso voo sendo anunciado. Mesmo a viajem sendo muito cansativa, porque demorava muito, eu fiquei o tempo todo com um sorriso estampado no rosto. A ansiedade me tomou e eu até passei mal, mas isso não importava no momento, não fazia diferença. Era muita felicidade e eu mesma prometi que nada atrapalharia isso.

Durante a viagem, mal dormi de ansiedade. Imaginava meu reencontro com Justin e minha vida a partir dali. E me lembrei bastante da senhora que me deu alguns conselhos na viagem Canadá-Londres, quando fui ver o que acontecia com Justin e tive aquele acidente terrível.

‘’Dor de amor é temporária, não apaga com remédio e muitas vezes nem o tempo é capaz de apagar. Mas acredite... Vai acabar.’’ Frase dita pela senhora no avião e que eu jamais esquecera. Ela me disse não só isso, mas muitos outros conselhos que me ajudaram, era um anjo em forma de humano que serviu para acalmar minha alma naquele momento.

O final da viagem foi só na manhã seguinte. Não me lembro bem do que aconteceu quando cheguei, parecia estar desmaiada de sono. Só lembro-me de quando acordei no meu quarto do apartamento no Canadá e apenas sorri, mal acreditando que estava lá de novo, no meu verdadeiro lar. Levantei e olhei pela janela semiaberta a paisagem lá fora, o sol radiante e uma linda visão eu tinha. Já sentia o vento frio característico de lá batendo em meus cabelos, mesmo observando o sol lá fora. Eu sempre fora apaixonada por aquele lugar, lá sempre foi meu aconchego.

Depois disto, fui correndo ligar para Justin, disse que já tinha chegado e que precisava vê-lo, ele, porém, mesmo animado disse que não poderia me encontrar agora, só à noite, que tinha muito á resolver, mas que eu adoraria nosso compromisso á noite. Achei estranho, mas como Justin sempre fora de surpresas (agradáveis inclusive),aceitei.

Justin’s POV

Nunca fui muito bom em mentir, ainda mais para o amor da minha vida, então, quando Marina me ligou avisando que chegou eu até tremi, que saudade..! Eu tinha vontade de correr e ir atrás dela para abraça-la, como se fosse naqueles filmes, os dois correndo um em direção ao outro e em câmera lenta para aproveitar o momento. Mas infelizmente aquilo não era um filme fictício.

Eu estava correndo atrás ainda dos últimos detalhes, era hoje á noite a tal festa e não quis me encontrar com Marina antes, porque eu tinha certeza que ficaria muito nervoso, demonstraria que tinha algo errado comigo e assim estragaria a surpresa. Eu com toda certeza estava parecendo uma criancinha animada para uma festa de aniversário, acho que era porque foi tudo preparado por eu, contudo, a responsabilidade era toda minha. Responsabilidade era uma coisa que cada vez mais fazia parte da minha vida, de tempos pra cá, ela já é de casa.

Quantas coisas aconteceram... Errei? Mil vezes. Mas aprendi o dobro. Meus pensamentos amadureceram, minhas ideias e até meu coração.