Contos De Uma Vilã escrita por Birdy


Capítulo 29
Faço um passeio pouco agradável pelo DEC


Notas iniciais do capítulo

Então né.... oi e.e
Vocês devem estar putos comigo então não vou dizer nada.
Só... espero que gostem
Ai eme sóuri T-T
*reação de um leitor frustrado*
DOIS MESES? EU FICO DOIS MESES NO SUSPENSE E É ISSO QUE VOCÊ DIZ QUANDO VOLTA? VEM AQUI QUE EU VOU TE ESGANAR SUA ORDINÁRIA! *pega uma tocha e um tridente e vem atrás de mim*
Bem, é isso. Podem ler agora.



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POV Louise

Eu não tinha ideia do que me esperava quando acordei naquela manhã. Mas, se eu fosse fazer uma lista, cambalear pelos corredores do Departamento de Experimentos Científicos definitivamente não seria uma opção provável.

Mas eu também não esperava acordar com um barulho insuportável de uma maldita sirene (que, não sei se era impressão minha, parecia tocar apenas no meu quarto) e não imaginava que ia ser escoltada até uma sala para passar por diversos tipos de exames (daqueles médicos ou algo do tipo), o que demorou mais tempo do que eu gostaria. E eu definitivamente não esperava ser vendada logo após terem me oferecido o almoço e então ser guiada por vários corredores e deixada sozinha em um deles, com a ordem de que só tirasse a venda dos olhos após contar 5 minutos devagar.

Além disso, acho que devia ter alguma coisa na comida, porque minha vista havia ficado enevoada e eu me sentia meio mole e tonta, tendo que me apoiar nas paredes de vez em quando enquanto andava pelo lugar a procura do meu quarto.

Eu estava há um bom tempo perdida naquele labirinto de corredores e ainda não fazia ideia do motivo daquilo. Eu acreditava que fosse mais algum experimento de Benjamin. Maldito seja.

Minhas pernas fraquejaram por um momento e eu parei, percebendo o quão inútil aquilo era. Eu precisava encontrar um jeito de me guiar naquele lugar e encontrar logo meu quarto.

Sentei no chão, com as costas apoiadas na parede, e soltei alguns palavrões.
A enxurrada de xingamentos só parou quando ouvi passos de alguém se aproximando. Silenciosamente me agachei e me escondi atrás de uma planta, que era basicamente a única coisa que tinha naquele corredor.

Cada passo que se aproximava ecoava na minha cabeça, mas tentei me concentrar e me preparar para o que faria em seguida.

O dono dos passos se aproximou o suficiente para eu poder identificá-lo como um guarda e, quando estava passando pelo meu esconderijo, eu dei um impulso e pulei nele, derrubando-o no chão.

Pego de surpresa, o homem nem conseguiu alcançar a tempo a arma que estava no seu cinto. Sem arma, ele ficou se debatendo sob o meu peso enquanto eu tentava pará-lo.

Com alguma dificuldade consegui alcançar uma faca que estava no cinto dele e bati o cabo em sua têmpora e, imediatamente, seus esforços pararam e ele ficou quase inconsciente. Aproveitei a oportunidade para pegar a sua arma, uma pistola pequena, e dessa vez dei uma coronhada na testa dele, só que na outra têmpora, e ele desmaiou de vez.

Eu não o matei porque realmente não era necessário, eu não tinha motivos e eu não estava a fim de sujar minhas mãos naquele momento.

Não me dei ao trabalho de escondê-lo e o deixei ali mesmo, no meio do corredor, enquanto eu corria para o outro lado. Ele poderia acordar logo, mas quando acordasse eu já estaria bem distante. Além do mais, eu pegara as suas armas e duvido que ele iria correr para me enfrentar sem elas.

Eu ainda me sentia tonta, mas fui até o final do corredor e fiz uma marca na parede, utilizando a faca, para que eu soubesse que tinha passado por ali. Segui em frente e fui fazendo essas marcas a cada corredor que passava, a cada virada, a cada bifurcação ou cruzamento, para me guiar.

A faca já estava cega quando cheguei a um conjunto de portas diferente. A parte inferior, que ia até minha cintura, era de um metal pesado enquanto a parte superior era de um vidro bem grosso e, ao que me parecia, resistente. Um teclado ao lado da porta indicava que ela se abria com uma senha.

Como não vi ninguém através do vidro e ninguém vinha pelo corredor, decidi entrar e descobrir o que as estranhas portas guardavam.

Aproximei-me do teclado, retirando a faca do cinto. Utilizei-a como chave de fenda para tirá-lo da parede e revelar um complexo conjunto de fios e placas logo abaixo. Eu já tinha feito aquilo várias vezes para destravar portas ou coisas do tipo, mas a dor de cabeça atrapalhou meu raciocínio e eu acabei levando mais tempo do que o necessário. Finalmente ouvi um click e a pesada porta se abriu. Coloquei o teclado de volta e entrei.

Eu estava em uma espécie de laboratório, mas não do tipo científico, cheio daqueles tubos, béqueres, e líquidos químicos. Era apenas uma sala comprida com várias mesas espalhadas e máquinas estranhas em cima de algumas dessas mesas. Tudo estava bastante limpo, mas não havia ninguém, assim como nos corredores. Eu achava aquela ausência de pessoas muito estranha, o que meio que comprovava a minha teoria sobre aquilo ser um experimento.

Desviei o olhar e, no fundo da sala, uma grande caixa de metal atraiu minha atenção. Ela era grande o bastante para conter um filhote de elefante, mas meu palpite era que tivesse uma pessoa dentro.

Andei sem fazer barulho até a caixa e depois a circulei, procurando uma porta. Encontrei-a na lateral. A porta tinha uma janelinha com grades, que estava fechada.

Abri cuidadosamente a janela e espiei lá dentro. Por um momento fiquei paralisada, me perguntando se aquilo que eu via era uma alucinação devido às drogas que colocaram na minha comida.

Pisquei uma, duas, três vezes, sem acreditar. A pessoa que estava lá dentro finalmente percebeu minha presença e levantou a cabeça ruiva, me encarando com os olhos vermelho-sangue e um sorriso de canto que me fez ter certeza de que eu não estava alucinando.

Pasma, abri a boca várias vezes antes que finalmente saísse algum som. E, quando falei, minha voz era pouco mais que um sussurro.

–Ayesha?

~(•-•~) ~( •-• )~ (~•-•)~

POV Sean

–Sinceramente? Não acho que você vai encontrar os rastros dele desse jeito. - Lizzie falou, contendo uma risada, enquanto Isac procurava por pistas na "cena do crime", que era como ele estava chamando a Câmara antigravidade desde que raptaram a Louise.

Eu, Lizzie e Damien observávamos Isac se arrastando no chão da câmara com uma lente de aumento modificada e enorme grudada no seu rosto. Sem contar que ele usava uma roupa ridícula para não deixar o próprio DNA se misturar com as pistas (que ele ainda não tinha achado).

–Então o que você sugere, espertinha? - Ele levantou a cabeça para encarar Elizabeth, que deu de ombros.

Naquele momento Isac estava parecendo tanto com um daqueles personagens de anime com olhos gigantes que eu não aguentei mais conter o riso.

Damien me acompanhou, gargalhando alto, e Lizzie se dobrou, segurando a barriga, de tanto rir. Isac revirou os olhos e voltou a analisar o chão.

–Cara, acho melhor a gente ir consultar a Emily. - Damien finalmente falou, quando paramos de rir. Isac lançou um olhar meio emburrado a Damien e resmungou alguma coisa ininteligível.

–Ah, vamos lá, Newton. - Lizzie disse em tom de súplica. - Uma hora ou outra vocês dois vão ter que falar um com o outro. Vocês precisam esclarecer esse desentendimento besta logo.

Eu achava incrível que ele e Emily estivessem brigados, porque os dois eram tão compatíveis e inseparáveis. April não tinha me contado direito sobre o que aconteceu, mas parece que Isac pisou na bola e Emily ficou com ciúme (uma coisa que eu não consigo imaginar) e aí eles brigaram.

Fui até Isac e estendi minha mão pra ele, que aceitou depois de um segundo de hesitação e se levantou. Dei um tapinha amigável nas costas dele, como um incentivo. Isac bufou e se apressou para sair da câmara. Damien começou a ir atrás dele, mas Lizzie o impediu.

–Deixe que ele resolva o que precisa, depois nós pedimos a ajuda da Em. – Ela falou suavemente. – Agora que tal irmos almoçar?

Damien e eu concordamos imediatamente e fomos, nós três, ao refeitório. Lá encontramos Cooper, o instrutor, que ultimamente estava nos ajudando com a busca pela Louise.

–Encontraram alguma coisa? – Ele perguntou, curioso, mas não tirou os olhos de um aparelho que tinha em mãos (que acho que poderia ser considerado um tablet).

Damien balançou a cabeça negativamente e tentou olhar o aparelho por cima do ombro de Cooper.

–Conseguiu acessar as câmeras de segurança? – Ele perguntou quando finalmente conseguiu ver o conteúdo do aparelho. Cooper franziu o cenho.

–Não. Ainda não. Quem quer que tenha raptado a Louise não se contentou em desligar as câmeras. Ele deixou elas ligadas, mas colocou um código criptografado que me impede de acessá-las. – Ele me explicou, concentrado nas letras e números na sua frente.

–Como se eles quisessem provar o quanto são inteligentes. – Damien comentou, revirando os olhos.

–Ou como se quisessem provar que podem burlar nossos sistemas facilmente. – Lizzie sugeriu. – De qualquer jeito, a April é boa com códigos, acho que ela poderia ajudar.

–É, poderia, mas onde ela está? – Cooper retrucou, rapidamente olhando em volta para se certificar de que ela não estava lá. Lizzie apenas deu de ombros.

–Ela está aqui. – Sua voz animada soou e nós nos viramos ao mesmo tempo, encarando uma April que surgira magicamente atrás de nós. – Pra que necessitam de mim, caros amigos?

Cooper não disse nada, apenas entregou o aparelho para April. Ela, por sua vez, franziu a testa ao ver as linhas de código que se embaralhavam à sua frente.

–Bem, isso deve dar um pouco de trabalho, mas pelo menos não vou me sentir inútil nessa busca. – Ela comentou, depois bloqueou o aparelho e se dirigiu para Cooper: - Posso ficar com ele?

–Claro. Até desbloquear o código. – Ele respondeu com indiferença, mas estreitou os olhos de maneira brincalhona, como se estivesse avisando ela para não roubar seu tablet. Ela piscou de volta pro Cooper e saiu andando em direção ao elevador.

Ouvimos um sinal tocar em algum lugar. Damien lembrou que estava com fome e nós nos sentamos para almoçar.

~(•-•~) ~( •-• )~ (~•-•)~

POV Louise

–Louise. – Ayesha disse, com um sorriso, sem parecer muito surpresa. Seu rosto estava um pouco pálido e magro, mas de resto ela parecia estar relativamente bem.

–O que você está fazendo aqui? – Perguntei, querendo poder atravessar aquelas grades que se interpunham entre nós duas.

–Eu que deveria te perguntar isso. – Ela respondeu. Notei que sua voz estava fraca e arranhada.

–Eu não sei o que estou fazendo aqui. – Respondi honestamente. – Só si que me sequestraram.

Ayesha, de repente, começou a tossir. Não demorou muito para que o ataque de tosse cessasse, mas foi um som horrível, seco, e cada tosse sacudia seu corpo bruscamente. Franzi o cenho, olhando preocupada para ela.

–O que fizeram com você? – Observei enquanto ela se recuperava aos poucos e erguia a cabeça para me olhar.

–Eles me testaram, assim como estão fazendo ou vão fazer com você. – Ela respondeu. Fiquei quieta, esperando por mais detalhes, e ela suspirou. – Eu tenho um dom, sabe. – Ela confessou em voz baixa. – É tipo um poder de persuasão. Por isso estou aqui.

Bem que eu tinha percebido que ela conseguia convencer com a maior facilidade as pessoas a fazerem o que ela quisesse. Mas isso não respondia minha outra pergunta.

–O que eles fizeram com você? – Repeti. Ayesha deu um sorriso, mas não há humor algum nele.

–Eles me colocaram em um tanque de água e me obrigaram a falar. Queriam ver se isso impedia meu dom. – Ela tossiu de novo. – Eu não o uso há muito, muito tempo. Fiquei impressionada quando funcionou debaixo d’água.

Percebi que meus olhos estavam arregalados de horror. Como podiam fazer uma coisa dessas? Lembrei, então, da droga que estava no meu organismo desde a manhã. Ela parecia ter perdido o efeito, porque a dor de cabeça e as tonturas diminuíram consideravelmente.

Comecei a imaginar as outras coisas terríveis que eles faziam. Eu achava que era a vilã, mas, na verdade, eles que são. Quantas outras pessoas poderiam também estar aqui, no Departamento, sofrendo essas torturas? Eu não poderia deixar que fizessem isso comigo, nem com Ayesha. Nem com ninguém.

Foi só pensar nisso que minha cabeça voltou a doer, dessa vez com força total. Foi tão repentino que eu me desequilibrei e tive que me apoiar na porta da cela de Ayesha. E, só com esse simples toque, a pesada porta de metal se abriu sozinha, me fazendo cair dentro da cela. Ayesha arregalou os olhos, mas não conseguiu vir até mim porque estava muito debilitada.

Levantei com um pouco de dificuldade e fui até ela.

–Vem, vou te tirar daqui. – Ofereci minha mão para levantá-la. – E depois vamos matar o Benjamin.

–Benjamin? – Ayesha se levantou, passando o braço por meus ombros, e me olhou com uma cara confusa. – Quem é Benjamin?

Estávamos indo em direção a porta, prestes a sair, quando ela se fechou com um estrondo. Um cabeça pareceu na janelinha com grades e sorriu para nós sarcasticamente.

–Eu sou o Benjamin. –Ele disse, divertido - E vocês não vão sair daí tão cedo, mocinhas.

Então ele fechou a janelinha também e foi embora.

–Desgraçado. – Foi a última coisa que falei antes que a dor de cabeça me nocauteasse de vez.


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Notas finais do capítulo

TAN DAN DAAAAAAAAAAN ~suspense, como sempre~
haha aposto que não esperavam pelo reaparecimento da Ayesha, né, marshmallows?
Bem, eu não sei o que dizer, mas minhas aulas já estão voltando e vocês já sabem... se eu não consegui postar nem nas férias... mas vou tentar demorar menos de um mês, prometo.
Benjamin