Acordei as seis... Merda. Será que tudo foi um sonho? Tomara que sim... Olhei para todo o quarto; vi as malas e Robbie não estava na cama. Não. Era tudo real, ele pediu a separação. Levantei e fui até o banheiro, tinha dormido de mau jeito e meu pescoço doía muito.

                Tirei minha roupa e tomei uma ducha bem longa. Nem quis me preocupar com o Robbie, se ele quisesse tomar banho ou não. Ele se preocupou com meu coração?

                Porém... Acho que ele um pouco de razão, meu trabalho consome muito de mim. Amo minha família, meus filhos... Mas essa seria a decisão? Tão forte assim? Sinto que dentro de mim, tudo agora, está mais que quebrado. Nem vai ser fácil de costurar o coração, pois o meu, a partir de agora, ele vai blindado.

                Sai do banho quente, os espelhos do banheiro estavam todos embasados. Que droga de vida. Voltei ao quarto, e vi o Robbie escolhendo roupas na sua gaveta na cômoda.

                -Ah, desculpa. –Ele falou meio sem jeito.

                -Desculpa de que? –Pensei em disser: “Desculpar por quebrar meu coração e me fazer de idiota? Ah não beleza...”

                -Você está seminua. –Rob reclamou pegando um blusa preta.

                -E? Robbie nós transamos milhões de vezes e temos quatro filhos. –Joguei na cara, nem pensei. –Com certeza você já me viu pelada mais do que se viu nu!

                Ele quis rir, conheço meu Robbie! Quer dizer... Conheço o Robbie.

                -Você tem razão. –Concordou.

                -Sempre tenho... –Pensei em falar muitas besteiras, mas isso poderia pior a situação. –Bom, vou me encontrar com o Mike e volto em umas horas.

                -Normal, já estou acostumado em você me abandonar. –Levei aquela como brincadeira, mas sei que no fundo ele estava certo.

                Ignorei, não respondi. Terminei de vestir a minha roupa e não fiz contato visual. Sai do quarto, sai de casa e peguei um táxi até Starbucks mais perto do escritório do Mike. Antes encarrar qualquer conversa sobre o fim da minha relação com o Robbie, vou precisar de um bom café.

                Depois de já possuir um belo cappuccino, andei até o edifício onde fica o tal escritório. Nem era tão longe apenas uns dois quarteirões. Terminei minha bebida quente e deliciosa e entrei no prédio. Cumprimentei todas as pessoas que trabalhavam lá como se nada tivesse acontecido, que eram sempre as mesmas... Peguei o elevador e cheguei ao escritório; batia na porta e em seguida entrei.

                -Minha querida Lindsay. –Falou Mike ao me ver entrando. –Sente-se por favor.

                -Ah, estou tão preocupada com meu futuro. –Suspirei.

                -Já conversou com o Robbie? –perguntou Mi deixando seu trabalho de lado por alguns minutos.  –Sobre a guarda dos filhos... E essas coisas?

                -Já e preciso de um advogado. –Lembrei tentando não chorar.

                -Acabei de providenciar. O nome dele é James e também aluguei um apartamento para você em Nova Iorque. Tem quatro quartos e é bem grande, vi umas fotos pela internet, -Disse Mike. – Agora é esperar a separação e voltar a trabalhar, prometo que você arranjará alguém para substitui-lo.

                “Ninguém pode substituir o Rob” pensei.

                -Bom Mike, acho que vou morar em Nova Iorque com Jenni, Sean, Rosie e Petrecky. –Avisei levantando da cadeira confortável do escritório de Mi. –Depois vou ligar para o Zé e descobrir como anda a papelada do divórcio e a audiência.  

                -Boa sorte. –Mike acenou e sai pela porta.

                Peguei um táxi e voltei para casa, quer dizer, a casa do Robbie. Não tenho muita certeza se vou me acostumar a dizer “a casa do Robbie”. Ele foi o homem que amei, o meu melhor amigo na época da escola, o pai dos meus filhos e principalmente o dono do meu coração. Sempre vou ter Rob dentro de mim, ele foi o primeiro que amei.

                Entrei pela porta e o vi com o telefone fixo na mão.

                -Liguei para o Zé. –Lembrou Rob ao me ver. –Nossa audiência do divórcio foi marcada para amanhã às oito da noite.

                -Que bom... Já aluguei um lugar em Nova Iorque. –Irei mostrar que sei jogar também. –Quando o resultado de amanhã sair, já vou para meu novo lar.

                Nem esperei ele responder, subi até o quarto e me taquei na cama. As lágrimas caiam do meu rosto e eu nem percebi. Já chorei tanto nesses poucos dias, porém aceitei a separação. Meu coração não está pronto e sei que o Robbie sempre será meu.

                Do jeito que estava, acabei adormecendo.

                POV ROBBIE

                Que sentimento ruim: separar-me da Lindsay. Antes de ela entrar recebi a ligação de Zé dizendo que a audiência foi marcada. Por mais que desejei que isso jamais acontecesse, aconteceu. Não serei mais o marido e o homem de Lind.

                Deixei o controle cair da minha mão e deitei no sofá, a dor era muita. Ainda a amo, mas não aguento mais viver com ela viajando.  Ela em Nova Iorque com a fama, dinheiro, milhares de homens ao seu redor... e é claro: Ros, Pet, Sean e Jenni.

Ficarei aqui. Com Greg, Felipe e Zoe. Terei Tom, meu melhor amigo para me ajudar. E Jess? Ficará sozinha? Lindsay sempre foi a sua melhor amiga desde que tinham nove anos.

                Fechei meus olhos. Eu iria dormir no sofá de qualquer jeito. Desde que nos separamos, tenho dormido no sofá. Minhas costas pedem para voltar para a cama quente e com colchão!

                Acordei por volta das oito da manhã, um barulho que vinha da cozinha me acordou. Era um choro. Levantei sem fazer muito barulho, e fui até onde vinha o tal choro. Era Lindsay. Ela fazia um café que cheirava muito gostoso, deu-me fome.

                -O último café. –Sussurrou ela limpando as lágrimas e lembrando de todas as manhãs que ela fez o café da manhã, com torradas e muitas frutas coloridas.

                Não entrei na cozinha, esperei alguém descer. Veio Jenni, ainda meio adormecida. Ela abraçou a irmã e Lind começou a chorar descontroladamente.

                -Calma mana... A vida vai melhorar. Você pode encontrar um namorado e ser feliz de novo. –Jenni tentou ajudar. Lindsay assentiu e parou de chorar.

                Entrei na cozinha, peguei uma maçã e voltei para o sofá onde comi a fruta vermelha. Agora não havia muito o que pensar já que a decisão foi tomada. Lindsay saiu da cozinha de mãos dadas com a irmã. Elas subiram a escada e foram para meu quarto, o antigo de Lind. O que iria fazer agora? Eu ainda a amo, e muito.

                POV JENNIFER

                Ver minha irmã assim é deprimente. Ela é sempre tão alegre e feliz, fazendo nós ainda mais contentes na vida. Agora que a situação se inverteu, não sei o que fazer para animá-la. Lind irá deixar seu marido, o Robbie, o homem que sempre amou e em sua pele as marcas do amor: tatuagens.

                -O que você vai fazer com as tattoos? –Perguntei séria ao entrar em seu quarto.

                -Vou deixar. –Lindsay deu os ombros. –Está registrado que ele foi o único homem que amei, transei, beijei e que vou amar. Não preciso de outro.

                Assenti em silêncio.

                -O que quer fazer? –Perguntei sentando na cama.

                -Tenho que me despedir das pessoas. –Lembrou Lindsay. – Vamos talvez viajar para Nova Iorque hoje então... Já sei. Vou falar com umas pessoas que são minhas amigas, vá para seu quarto. Faça as suas e as malas do Sean ok?

                Ela foi até um armário. Vestiu um jeans azul claro lindo; com uma rasteira hippie; uma blusa da Colcci; colete que tecido e uma bolsa com franjas. O verdadeiro Lindsay Style.

                Abracei-a e minha bela irmã saiu do quarto. Levantei da cama dela, ou dele. E fui encontrar Sean na cozinha.

                -Onde ela foi? –Perguntou meu namorado.

                -Se despedir de umas pessoas. –Constatei. –Temos que fazer as malas, vamos para Nova Iorque hoje à noite depois da audiência ser confirmada.

                -Merda. –Sussurrou Sean. –Quer dizer que eles vão mesmo se separar? Como se eles se amam?

                -Também não entendi. –Confessei. –Mas se é assim que eles resolvem seus problemas, temos que aceitar.

                Sean me abraçou, beijou meu pescoço e disse:

-Nunca vai acontecer isso conosco ok?

                -Claro. –Beijei seus lábios deixando o silêncio dominar o lugar.

                E abraçados, subimos para fazer as malas. As últimas malas de nossas vidas.

                POV LINDSAY

                Sai de casa, peguei o carro e fui dizer adeus para os meus sogros. Quem são mais do que simples sogros. São minha segunda família; meu segundo pai e mãe. Camilla e Davi conseguiram chegar em ponto bem fundo no meu coração. E por isso, preciso dizer o adeus.

                Estacionei o carro em uma vaga em frente ao apartamento deles. Sai do carro e entrei no edifício. Fui direto ao elevador, o porteiro me conhece e pedi para não avisar a minha chegada. Quero que seja surpresa. Apertei a campainha e Camilla abriu.

                -Lindsay? O que faz aqui? Cadê o Rob? –Perguntou preocupada.

                -Seu filho não veio. –Falei em seco. –Preciso falar seriamente com você e o Davi. Ele está em casa?

                -Está sim... Vou chamar ele. –Ela assentiu. –Sente-se.

                Sentei naquele perfeito e macio sofá, seria a última vez. Camilla voltou com um copo de água e o Davi vinha atrás dela.

                -Minha querida. –Ele sorriu ao me ver.

                Abracei um segundo pai e depois minha segunda mãe.

                -Então querida, o que veio fazer aqui? –Perguntou Camilla bebendo a água.

                -Vim dizer adeus. –Repeti o que veio a minha mente primeiramente. –Desculpe, vou dizer tudo o que aconteceu... Robbie pediu o divórcio. E hoje será a audiência para oficializar, porque nós já conversamos e decidimos as guardas dos filhos e a casa... E vou morar em Nova Iorque com Rosie, Petrecky, Jennifer e Sean. Como eu gosto muito de vocês, queria dizer um último tchau. –Lágrimas caiam involuntariamente do meu rosto, não havia como evitar. 

                -Aquele maluco teve a capacidade de fazer aquilo? –Perguntou Davi com raiva. –Ele vai deixa uma mulher maravilhosa como você ir embora?

                -Robbie diz que meu trabalho consome muito do meu tempo Davi, desculpe-me. –As lágrimas caiam eu não conseguia conter. –Vai ter que ser assim.

                -Minha querida, você pode ser agora a ex-mulher, mas sempre será da nossa família. –Camilla sentou-se ao meu lado e abraçou-me.  –Nós sempre vamos amar você.

                Perder amigos assim seria horrível. Amo Camilla e Davi são mais que sogros.

                -Obrigada. –Sequei as lágrimas que caiam com as costas da mão. –Cuidem dele para mim? Vou estar longe mas quero saber de tudo que acontece com ele. E também tentem cuidar de Felipe e Zoe, por favor, por favor, por favor...

                -Claro minha querida. –Camilla riu e todos nós nos levantamos do sofá e poltrona. –Vou enviar mensagens de texto a você tudo bem? Porém também vou querer saber se está tudo bem com a senhorita.

                -Com certeza. –Afirmei abraçando-os. –Não esqueçam das mensagens.

                E mais lágrimas caíram. O que eu posso fazer se não controlo minhas emoções? O amor é uma arma perigosa pois mexe com o lugar mais difícil de ser consertado: o coração. Devo agora olhar para o futuro e ver o tenho no meu caminho. Devo ser feliz.

                -Adeus. –Sussurrei para os dois e sai do apartamento.

                Não quero esticar a visita, apenas vim para diz o tchau. Desci do prédio com lágrimas que poderiam lavar as roupas de toda a população brasileira. Por que amar tanto doí? Amar não é crime! Na maioria das vezes o amor dura tanto... Então por que o amor não dura a vida toda? Seria tão mais fácil para todos.

                Entrei no carro e segui para dizer adeus a outros amigos: Jess e Tom.

                Bati na porta de seu apartamento, Tom apenas de samba canção, abriu a porta. Somos amigos há muito tempo. Não tenho vergonha de ficar com roupas intimas na frente dele ou de Jess. Assim ao contrário também. Para nós é completamente natural.

                Abracei ele no instante. Tom era juntado com Jess e tinham um filho: Rômulo. Eu era a madrinha do Rômulo, só o via em aniversários. Jess veio e me abraçou também. Acho que pela cor dos meus olhos, todos percebem que estou triste e com a alma no chão.

                -Amiga, o que aconteceu? –Jess perguntou olhando em meus olhos.

                -Robbie. Ele quer ser separar. –Foi tudo o que eu falei para mais lágrimas caírem.

                Tom ajudou-me a sentar no sofá.  Jess pegou um copo de água para mim e fiquei com Rômulo em meu colo. Um menino de cabelos cacheados como um anjinho. Ele tinha um ano a menos que Felipe, tinha seis anos.

                Contei a eles toda a versão do Rob que mal paro em casa, não dou atenção aos meus filhos e meu trabalho é o todo culpado. Que a punica coisa que sei fazer é trabalhar. Mas porra, a culpa não é minha!

                Eles, meus melhores amigos, abraçaram-me.

                -E hoje é a audiência. –Lembrei. –Já decidi com o Robbie a guarda dos filhos, da casa... E vou morar em Nova Iorque. Viajo hoje depois da confirmação da separação.

                -Ah. –Tom resmungou, ele parece durão mas eu e Jess o conhecemos. Ele é sensível por dentro e na maioria das vezes não sabe o que dizer. Então é melhor ficar calado.

                -Podem cuidar dele? –Perguntei. –Quero que ele fique bem sem mim, e não tenho certeza se isso vai acontecer.

                -Lind, sou sua melhor amiga certo? Para onde você for, lembre-se sempre, que você tem casa agora e para sempre. Sempre, vou te ajudar, Sempre. –Os três se levantaram e nos abraçamos. Senti um dejavu; passou na minha cabeça todos os anos na escola. Todas as brincadeiras, as palhaçadas e risadas que jamais voltariam.

                Antes de nós sermos casados, Robbie era meu melhor amigo.

                Despedi-me deles e segui meu caminho para casa. Os meus melhores amigos são poucos. Porque só os melhores amigos você pode contar nos dedos da mão. Voltei para casa. Acho que as lágrimas haviam acabado, nunca chorei tanto. Porque também jamais pensei que isso fosse acontecer.

                -Onde você foi? –Perguntou Robbie no sofá com Greg no colo.

                -Por acaso devo resposta a você? –Perguntei ironicamente e subi ao meu quarto, quer dizer, ao quarto de Robbie. É apenas meu quarto temporário.

                Olhei no espelho do banheiro e lavei meu rosto. Vou tentar não chorar mais e aceitar os fatos.  Fui ao quarto de Jenni e Sean, eles arrumavam as malas quando entrei.

                -Querem almoçar onde? –Fui direta. Não passava pelos meus planos de hoje cozinhar para ninguém.

                -McDonald´s?-Sugeriu Jenni.

                -Em cinco minutos lá embaixo. –Concordei.

                Voltei ao meu quarto temporário e peguei o meu cartão de crédito. Desci as escadas e lá embaixo já estavam Jennifer e Sean a minha espera. Saímos sem falar com o Robbie, pelo menos foi o que eu fiz. Fomos até um McDonald´s  de rua.

                Assim que terminamos de almoçar fomos até um shopping qualquer. Precisaremos de roupas novas para ir morar em Nova Iorque. Olhei no relógio, era seis da tarde. Foi um dia longo e cheio de roupas. E nada feliz. Tínhamos que voltar por causa da audiência às oito da noite.

                Chegando em casa, deixei as sacolas no carro. Peguei o LapTop do Robbie sem ele perceber e comprei as cinco passagens para NY. Agora era irredutível.  O relógio batia sete horas em ponto. Fudeu. Preciso estar no fórum em apenas uma hora!

                Jennifer e Sean já estavam no carro, subi e busquei Rosie e Pertecky. Nem quis saber se o Robbie queria carona ou não. Ele não é mais problema meu.  Dei a ignição e partiu missão ser a ex-mulher do Robbie.

               

                POV ROBBIE

                Troquei de roupa para sair, e Lindsay havia saído junto a Jenni, Sean, Rosie e Pet. Liguei para meus pais e eles vinham para cuidar de Felipe e Zoe durante a audiência. Deu uns cinco minutos e os dois chegaram.

                -Tenho que sair. –Avisei olhando o meu relógio de pulso. –Depois nos conversamos.

                -Sim, vamos conversar mais tarde. –Meu pai falou em um tom completamente assustador. Será que aconteceu algo?

                Fui até o carro e lá dei a partida em direção ao fórum.

                Chegando lá, foi difícil de achar uma vaga. Rodei, rodei e rodei até que finalmente achei. Era quase oito horas, faltava apenas cinco minutos. Corri até achar o Zé na porta.

               -Oi cara. –Falei ao vê-lo. –E o advogado?

                -Está lá dentro. –Zé apontou e entrei na sala.

                Olhei para o lugar. O mesmo da audiência da guarda do Sean. Lindsay havia ficado no lado direito e eu no esquerdo. Ao lado da minha futura ex-mulher estava o Mike e um outro homem que devia ser o advogado dela.

                -Olá. –Cumprimentei meu advogado e contei a ele tudo o que conversei com Lindsay sobre a guarda dos filhos, da casa e dos carros. Acho que Lind fazia o mesmo.

                O juiz Daniel e seu ajudante promotor o Alberto entraram e começaram a falar.

                -O divórcio de Lindsay e Robbie... –Daniel leu no papel. –Advogados apresentem os direitos de seus clientes.

                Os dois defensores levantaram-se e foram para mais perto de Daniel. Cada um entregou um envelope e dentro dizia as exigências de nós.

                -O casal aqui presente possui: Quatro filhos, uma casa na Barra da Tijuca, dois carros, um cachorro e uma casa em Teresópolis. Lindsay ficaria apenas com dois filhos e um carro. Já o Robbie ficaria com os outros dois, as duas casas, o cachorro e um carro. Todos estão cientes? Alguém acha a divisão injusta?

                -Não meritíssimo. –Responderam os advogados em coro.

                -Aqui estão os papéis. –Alberto levou até as duas mesas um papel onde diziam que éramos separados e toda a divisão de bens. –Assinem.

                Eu e Lindsay rubricamos nossos nomes no início da folha e no final assinamos. A partir de agora éramos oficialmente separados.

                -Declaro a sessão encerrada. –Daniel bateu seu pequeno martelo e tudo acabou.

                Lindsay logo agradeceu ao advogado, despediu-se de Mike e junto com Jennifer, Sean Rosie e Pet seguiram seu caminho o aeroporto. Fui onde havia estacionado o carro e voltei para casa onde meu pai queria falar comigo.

                Cheguei rápido, nem havia tanto trânsito assim... Abri a porta e meus pais assistiam televisão. Não é muito diferente do que eles fazem na casa deles.

                -Que bom que chegou. –Falou minha mãe.

                -Está tudo bem? –Perguntei sentando ao seu lado no sofá.

                -Não, não está meu filho. –Respondeu meu pai balançando a cabeça negativamente. –Como você deixou a Lindsay ir embora? Ela era linda, perfeita, uma excelente mãe, e uma nora que nunca vou encontrar igual. Como teve coragem para fazer isso?

                -Pai... Ela dava atenção ao trabalho. –Tentei explicar mas fui interrompido.

                -Esse não é o problema meu príncipe. É que sabemos o quanto vocês se amam e nunca vão achar alguém que corresponda a esse amor. Gostei da Lindsay no primeiro dia que a vi. –Lembrou mamãe. –Tem certeza que quis isso? Porque agora é tarde demais.

                “Nunca é tarde de demais”. Pensei.

                -Tenho tanta certeza que fiz, agradeço pela preocupação. –Confessei levantando do sofá. – Obrigada por cuidar de Zoe e Felipe mas tenho que dormir.

                Despedi-me deles e voltaram para sua casa. Agora não sei como vai ser fácil tentar dormir em uma cama em que os travesseiros têm o cheiro do perfume de Lindsay.

                POV LINDSAY

Saindo do fórum, junto aos meus filhos, Jennifer e Sean fomos até o aeroporto. Mike nos ajudou mas não foi conosco. Fizemos o check-in e toda aquela palhaçada de viagem aos Estado Unidos. Porém a dor que fica? Só de pensar que só comprei passagens de ida e não de volta, sinto meu coração apertar. Mas agora é tarde demais.

O avião decolou. Ros e pet dormiam, Jenni e Sean também. Entretanto, você conseguiria dormir se o seu amor vai ficar longa de você?