P.O. V Olivia   

O resto do caminho percorrido foi tomado pelo silêncio geral, O tio de Thomás não falava nada, ele se recolheu para si Próprio por um tempo, eu acho.... Tinha que pensar numa boa desculpa pra contar por que fugi, mais nada no fim pra ela iria justificar!Pensei em como minha vida era... Antes... Aos cinco anos!Me lembro que coisas estranhas aconteciam comigo!

FLASHBACK ON

Eu estava correndo, correndo com minha bicicleta, ia tão rápido que podia sentir a adrenalina de descer uma colina. Eu tentei frear mais não consegui, Comecei a rodopiar a bicicleta de um lado para o outro, então algo estranho aconteceu, minhas Mãos começaram a suar e eu sentir uma corrente elétrica passar por meu corpo, senti os fios do freio se juntarem, Fechei os olhos e quando os abri Sussurrei:

-Pare!

A bicicleta freio e eu me levantei ainda trêmula 

-Olivia!-Mamãe correu a meu encontro-Você está bem?

Assenti

-Mamãe o freio... -não terminei

-Não aconteceu nada!-ela disse séria-Nada! 

FLASHBACK OFF 

Estremeci com a lembrança!Ela parecia tão viva e tão surreal!Como os freios se interligaram e a bicicleta parou. 

-Está em casa!-O tio de Thomás falou me tirando das lembranças

-Chegamos?-me virei e pude ver as luzes da casa acesas-Obrigada!-Sorri

-De nada!-ele assentiu

Saí do carro e me virei acenando para ele, ele gargalhou e seguiu em frente, Caminhei até o portão aberto e abri a porta que estava entreaberta.

-OLIVIA!-Mamãe gritou vindo a meu encontro, ela me abraçou com força mais eu não retribui o abraço. -Nunca mais faça isso comigo!-ela sussurrou

Pude ver o quanto Maria, Vovô e Peter estavam aliviados, mais ainda sim meio irritados ou com raiva pelo meu “Mau comportamento”

-Aonde você estava?-ela perguntou me soltando

-Eu... Eu saí eu fui meio que... Atropelada!-disse aos poucos

-O QUÊ?MEU DEUS VOCÊ ESTA BEM?-ela gritou me examinando - como?Como foi isso?-ela perguntou preocupada enquanto os outros apenas cochichavam

Eles não pareciam tão preocupados quanto Mamãe  

-Eu estou bem!-disse por fim-O carro dele ficou meio que... -tentei não rir-Quse destruído!Mais não aconteceu nada comigo!-Levantei meus braços em forma de mostrar que estava bem 

Voltei o olhar para minha bolsa

-É melhor você subir e tentar dormir!-Mamãe sorriu aliviada-Depois converso com você!

Assenti, Não quis arriscar outra discussão. Já causei estresse demais por um dia, Talvez uma pausa de dois ou três dias para ter certeza de que Vovô não vai enfartar.  

Subi para meu quarto e coloquei meu pijama, abri meu diário:

“Hoje fugi, fui atropelada, conheci uma garagem nova um menino novo e seu tio, tive lembranças de quando era menor e causei muito preocupação para todos.

Nota mental: Descobrir se pessoas podem ler metes!”

Fechei o diário e me deitei deixando o edredom chegar até meus ouvidos, meus olhos pesaram e eu adormeci pensando em flores vermelhas. 

Eu estava em uma casa, uma casa com três andares, espera.... Era a minha casa!A casa onde eu estava agora!Eu subi as escadas e virei à direita e tomei um susto ao perceber que havia em letras grandes e azuis: Miguel.

Abri a porta e a primeira coisa que vi foi um menino de uns cinco anos abraçado a uma bebê, Eles pareciam se divertir juntos.

-Olha só o carrinho!-ele disse

A bebê admirou o brinquedo e sorriu

-Eu também gosto dele!-o Menino sorriu em retribuição

Os passos na escada ficaram maiores e vi Vovô (só que mais novo) Entrar com uma máquina fotográfica.

-Hey!Filho!-ele chamou-Olhem pra cá!

O menino assentiu e se aproximou da bebê depositando um beijo em sua bochecha.   

Filho?Como assim?Ele é irmão da minha ma... Minha mãe? As imagens ficaram mais embaçadas até que...

-NÃO!-gritei me levantando 

-Tudo bem!Eu faço panquecas então!-Maria disse se recolhendo com a bandeja

-Não Maria!-disse esfregando os olhos-Não precisa!-neguei com a cabeça me levantando

-Certo!-ela trouxe a bandeja até mim colocando em cima de minhas pernas-Bon apetie!

Ela saiu do quarto e eu admirei a bandeja, Suco,torradas e meias-luas(Uma das comidas que mais adoro na argentina).Peguei  a bandeja e me levantei,decidi que ia dividi com mamãe,desci as escadas até o lado esquerdo da sala e abri a porta com o cotovelo,ela estava deitada na cama lendo.

-Bom dia!-disse colocando a bandeja na cama e me sentando a seu lado

-Bonne journée chére!(Bom dia querida!)-ela respondeu em francês

É a coisa tava feia!Quando ela falava francês era porque ela mal mesmo ou querendo impressionar alguém.

Descarte a segunda opção

-Mamam peut-one Parler?(podemos conversar?)-perguntei observando a delicadeza que ela segurava a torrada 

-Oui! T-il?-(sim! sobre?) ela perguntou um pouco nervosa

-De mom peré!(sobre o meu pai!)-respondi

E ela começou a analisar a torrada como se estivesse prestes a dar uma resposta errada ou que não gostaria

-Son Peré?Pourquoi?(Seu pai? Por quê?)-ela perguntou

- Pourquoi?Mamam vous ne me dis jamais rien de lui! Pourquoi?Il ne m´aime pás?(Por quê? Mamãe você nunca me diz nada dele! por quê? ele não me ama?)-Abaixei a cabeça

Será que ele não me ama?Ou pior!Sabe que eu existo e não dá à mínima!

-Ne jamais dire ça bebé!(Nunca diga isso Bebê!)-ela levantou minha cabeça a erguendo novamente-Vous Voulez savoir?(o que quer saber sobre ele?)-ela tentou sorrir mais senti que estava incomodada com o assunto

-Quel est son nom?(Como ele se chama?)-perguntei entusiasmada

Ele abaixou a cabeça e pareceu pensar um pouco  

-Il était adorable! toujours engouement pour l'aide avec ça pour toujours!(ele era adorável! sempre com essa mania de ajudar os outros!)-ela gargalhou - Simon!Simon Magno!