Future Love escrita por Ju Cullen


Capítulo 4
Um estranho deselegante




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Narrado por Edward Cullen

Não falei mais com Alice naquele dia. Somente pela manhã nos vimos, mas ela ao menos me encarou.

Era estranho estar assim com a minha irmã. Nós éramos tão apegados, apesar de ultimamente termos nos afastado um pouco.

–Vamos lá Alice, fala comigo –resmunguei enquanto estávamos levando algumas caixas para dentro do carro, o único automóvel que restaria para ser nosso.

Ela continuava a me ignorar.

–Fala comigo –puxei seu braço

–Falar o que, Edward? Falar que você não é meu irmão? Que todos esses anos junto de mim não valeram de nada para você?

–Isso é um drama? Olha o que está falando! –disse indignado

–O que estou falando é a verdade. Ou você não se recorda de ter dito ontem que não éramos irmãos?! –perguntou rindo de si mesma

Eu iria falar mas ela não me deu nem tempo, saiu correndo para pegar outra caixa, fugindo.

Agora não adiantaria falar com Alice. Eu sabia muito bem que ela não iria ceder tão cedo. Então terminei de carregar as caixas e subimos no carro.

Foi um momento angustiante para todos. Eu estava com muita raiva por ter que deixar o meu conforto e ir morar no meio do nada.

Merecíamos isso?

Eu ficava me perguntando a todo momento enquanto seguíamos pela estrada.

Algum tempo depois

–Só pode ser essa aqui. É a única grande e que tem vários cavalos –falou meu pai

–Vocês não sabem onde é? –perguntei incrédulo

–Esqueci de anotar o número –murmurou Emmett

Af!

–Tinha que ser você, não é?! –Alice falou rindo

Apesar do clima pesado, todos riram. Emm era assim mesmo, sempre avoado e esquecido de tudo e todos.

Carlisle desceu do carro, tentando abrir a cerca de madeira que burlava a entrada quando de repente um garoto alto e moreno apareceu. Não ouvi o que disseram, mas o rapaz apontava para a direção aposta, conversando com meu pai.

–O que houve? –perguntei assim que ele entrou no carro

–Fazenda errada.

Demoraram poucos minutos para que avistássemos uma grande fazenda, com uma casa nos fundos e mais umas construções em volta. Havia uma placa ali que dizia: “Bem-vindos, fazenda dos Swan”.

Era ali mesmo.

Senti que a minha tortura acabara de começar.

Esme desceu do carro, mas nós ficamos ali por um momento, até avistarmos um casal sorrindo. Eles deveriam ter a mesma idade dos meus pais, porque a aparência não mudava tanto.

Mas apesar de tudo aquilo, senti um total desconforto entre eles.

Saímos enquanto eles se cumprimentavam.

–Esses são seus filhos? Nossa, como cresceram. A última vez que os vi eram crianças –disse a mulher.

–Deixa eu me apresentar, sou Renée e este é Charlie, seus tios.

Oras. Não, eu não os consideraria tios nem aqui, nem em nenhum outro lugar.

Mas precisava parecer educado, pelo menos por enquanto.

–Olá –respondi com um sorriso amarelo. Muito e totalmente falso

Depois de toda aquela ladainha de “ai meu deus, como as crianças cresceram”, entramos na casa. Não era totalmente feia, mas também nada se compara com a fortaleza que tínhamos.

Eles até que tentaram ser gentis, mas com toda a minha raiva eu não queria muito assunto. Precisava ficar sozinho, sem ninguém pra me perturbar.

–Então, cadê a Bella? –perguntou meu pai á mulher

–Ela foi na escola escolher a faculdade que irá cursar, para que coloquem a instituição na carta –respondeu ela

Opa, uma caipira se urbanizando com uma faculdade.

–E qual o curso que ela escolheu? –perguntou

–Medicina veterinária

Depois de muito papo, todos querendo se conhecer um pouco –menos eu, eles já estavam se cansando de ficar parados, então meus adoráveis pais quiseram conhecer a fazenda.

–Nós podemos retirar as coisas do carro? É estou bem cansado –perguntei me irritando com aquele lenga lenga

–Claro querido –falou a mulher. Eca, não gosto de conversas melosas.

Retiramos as nossas coisas e quando fomos para os quartos tive que rir. Emmett e eu no mesmo quarto, era brincadeira?!

Alice me olhou e riu. Já sabia o que eu deveria estar sentindo: ÓDIO!

Tive de contar até dez, acalmar a minha mente e sorrir falsamente.

–Obrigada. Agora vou arrumar as minhas coisas.

Depois que eles saíram parei para analisar o quarto.

Definitivamente era muito pequeno, além de ter duas camas, dois criados mudos, um guarda roupa e só! Apenas isso. Sem falar que a decoração era totalmente brega e escura.

Me deitei na cama pensando em algumas mudanças que chegariam daqui a alguns dias.

As poucas coisas que iriamos trazer para cá, como a cozinha desmontada e dois guarda roupas.

Argh, agora eu estava definitivamente sendo pobre, e isso nunca passou pela minha cabeça.

–Pois Ed, não é fácil –disse Alice encostada na porta

–E você tem que me atrapalhar sempre, não é?!

Talvez estivesse sendo grosso demais com ela, mas eu não conseguia para de ser assim. Pelo menos não queria, ou talvez não pudesse.

–Está bem Alice, me desculpa. Mas eu nós precisamos conversar sobre o que aconteceu mais cedo

–Ah, tudo bem. Aquilo já passou. É sério! –resmungou e sentou-se ao meu lado

–Não passou. Eu sei que muitas vezes fico agindo como se não fossemos irmãos.

Mas aquilo escapou e eu realmente não sinto que somos desconhecidos. Você é a pessoa mais legal e maravilhosa que já conheci. E olha que me tira do sério também-desabafei

Ela sorriu.

–Ah cala a boca Edward –disse dando uma gargalhada

Aquilo me alegrou.

–Então é isso? Vamos empobrecer como caipiras? –perguntei e ela me olhou séria

–Como eu sou paciente e tenho uma boa educação, vou sair de fininho e fingir que não escutei isso. Bye Bye irmão

Aquela garota não tinha jeito mesmo.

Fiquei mais um pouco, me espreguiçando e não me permitindo pensar no meu futuro, porque sinceramente, não sabia o que seria dele. Desci as escadas e já não tinha mais ninguém, deveriam estar conhecendo todo aquele “paraíso”.

Peguei um copo de água e tomei, sem ao menos me importar de esperar alguém para pedir. Eu iria morar aqui? Pois então eles teriam que aceitar o meu jeito.

Tentei me distrair escorado na parede da cozinha, olhando o imenso campo lá fora. Mas toda essa calmaria iria me matar, eu sabia disso. Decidi sair um pouco, arejar a cabeça, tentar ficar um pouco mais tranquilo, mas quando abri a porta rapidamente esbarrei em alguém.

Mas foi um encontrão que não me machucou, mas permitiu que a pessoa na minha frente caísse violentamente.

Olhei para o seu rosto, que estava tapado com o cabelo, mas pude ligeiramente perceber que era uma menina, pois as roupas não a confundiam. Ela vestia uma calça skinny jeanse uma bota, acompanhando batinha. Seu cabelo era castanho escuro e estava solto. Quando me encarou pude percebeu raiva em seus olhos.

–As pessoas urbanizadas não tem educação? –perguntou amarga e levantou-se, passando as mãos por seu corpo para que ficasse limpa

Que audácia dessa caipirinha. Quando ia responder, ela já havia desaparecido, batendo a porta de casa com tudo.

O que fora aquilo? Caipiras também sentiam raiva então?!

E além disso, quem era aquela doida?

Narrado por Isabella Swan

–Eu sei mamãe, estou indo lá. E optei por medicina veterinária, antes que me pergunte! –disse rindo e dando-lhe um beijo

–Bella, você não vai tomar café? –questionou meu pai, que estava escorado na cadeira observando-me.

–Lá eu como algo, já estou atrasada –falei dando um beijo neles e saindo

Fui até a escola, direcionei o curso e a faculdade, que com certeza seria a do Texas, pois era a mais perto.

Depois de toda função, voltei para casa. Fui a pé, muito exausta.

Não tinha o que fazer, apenas pensar. E foi isso o que fiz!

Admirando a paisagem, pensei nos estranhos que estariam “invadindo” a minha casa.

Era muito estranho ter que ceder o meu território, ter que deixar de lado a minha privacidade para dar moradia a outros.

Quando percebi, já estava chegando no portão da fazenda. Mas cheguei ainda mais perto e um carro estava estacionado na frente da minha casa.

Ótimo, meus amigos já chegaram!

Avistei algumas pessoas em volta do estábulo e passei reto, totalmente rancorosa e despreparada para recebê-los. Isso não era fácil e nunca seria. Á medida que ia em direção á minha casa, mais rapidamente eu caminhava. Até que me choquei com algo, quer dizer alguém.

Senti a batida de nossos ombros e percebi que aquilo doeu. E doeu muito, pois a velocidade em que eu caminhara era rápida demais. Quando me recompus o idiota que me derrubou me encarava.

Oras, muita cara de pau para ficar ali, sem fazer nada. Apenas olhando.

–As pessoas urbanizadas não tem educação? –perguntei furiosa, me levantando e saindo dali naquele mesmo instante.

Meus pais ficariam chateados, mas não seria desse jeito que um estranho conquista o dono da casa.

Argh, que raiva! Essas coisas sempre acontecem comigo.

Tentei direcionar meus pensamentos, mas não dava. Era insano negar que aquela família atrapalharia toda a nossa rotina.

Pensei em Jake, que o veria hoje. E isso era maravilhoso, pois poderia desabafar o quanto quisesse, pois sei que ele sempre me escutará, mesmo discordando de algumas coisas.

Adentrei meu quarto e deitei-me na cama. Ali tinham algumas malas rosa.

A única coisa boa de tudo isso, era que o meu serviço na fazenda ficaria mais curto, pois eles teriam de arrumar alguma maneira de agradecer a tudo isso, e essa maneira seria ajudando no serviço.

–Com licença, você é a Isabella? –questionou uma garota baixinha, com curtos cabelos e sorrindo

Hesitei um pouco, para que não fosse grosseira como tinha sido com o idiota que me atropelou.

–Oi, er... Sou sim

Ela veio para perto e me abraçou.

–Prazer, sou Alice Cullen. Nós somos primas de terceiro grau –ela disse ainda sorrindo.

Era bonita e simpática, diferentemente do outro ser.

Argh Isabella pare de pensar naquilo!

–Olha, eu vi o que aconteceu lá na frente, mas eu peço desculpas pelo meu irmão, o Edward pois ainda não se acostumou com ideia de termos perdido tudo.

–Tudo bem, mas eu não suporto pessoas mal educadas e ele está na minha casa, o que não vai me impedir de lhe ensinar boas maneiras.

–Você tem todo o direito, mas por favor, tente entender ele. Não está sendo fácil para todos nós –a garota disse tristonha e senti pena.

Apenas fiquei escutando-a.

–Mas tudo bem, vamos mudar de assunto, porque fala nele me dá náuseas. Nós nunca tínhamos nos conhecido, não é?!

–Ah, eu pelo menos não me lembro de você –ela respondeu

–Hum –foi só o que consegui dizer, pois dialogar para mim era muito difícil, ainda mais com estranhos.

–Vem, vou lhe mostrar a minha família –ela disse já me puxando porta afora, mas antes que saíssemos do quarto, tranquei meu corpo para que parássemos.

–Ah me desculpe, mas eu preciso de um banho -disse sorrindo amarelo

–Tudo bem –ela respondeu tristonha. Sorriu, abraçou-me e saiu.

E era mesmo o que precisava de um bom, quente e demorado banho. Arrumei as minhas coisas, tentando pensar em algo inteligente e por fim me vi apreensiva com o futuro.

Estava decidida a fazer medicina veterinária e com certeza me especializaria em animais de grande porte, pois eram os que eu adorava. Só assim para conseguir me manter perto da fazenda, mas não que depois fosse desprezar a ideia de poder abrir alguma clínica para todos os tipos de animais.

Além disso, eu estaria perto de Jake.

Ainda não conversara sobre o futuro com ele, o que pretendia fazer, para onde ir. Então acho que na sua próxima visita esse assunto seria necessário.

Depois de estar pronta, desci as escadas para ficar na sala, talvez tendo até uma pontinha de curiosidade sobre quem eram eles.

–Olá Bells, nem tinha visto você chegar - dizia minha mãe enquanto eu adentrava a sala.

Percebi que todos estavam lá, até ele.

–Eu passei rápido para tomar banho –respondi olhando-o

–Vem aqui querida, vamos lhe apresentar a família

Família –questionei irônica. Ah claro, uma família grande e presente. E que se adora.

Fingi acreditar nesse pensamento enquanto ia ao encontro deles.

–Olá, sou Esme –dizia uma mulher bonita, com os olhos escuros e cabelos também.

–Oi –falei um pouco envergonhada, pois a pesar de toda a raiva, as meninas do interior ainda eram bem mais reservadas do que as demais e comigo não seria diferente.

Logo em seguida dois homens vieram me cumprimentar: um era mais velho e louro.

Deveria ser marido de Esme. Já o outro era grande e forte, dispondo de muitos músculos. Seu cabelo era escuro e ele parecia simpático.

Nos demos um ‘oi’ e logo se sentaram.

–Edward querido, não vai dar um “Oi” para Isabella? –perguntou a mulher

Ele revirou os olhos e pude sentir que a nossa convivência não seria boa.

–Oi –falou ríspido

–Você não é obrigado a me cumprimentar –falei na cara de pau, esperando que ele se irritasse.

Opa, consegui! Sua expressão era hilária, pois o idiota não tinha reação para revidar.

–Bells –disse meu pai em um tom repreensor

Nem dei importância e sentei no sofá, ao lado de Alice.

Eles já estava conversando animadamente após aquilo e o assuntou se estendeu até Alice, que falava sobre o que pretendia seguir na sua carreira. Ela dissera que queria cursar moda ou algo parecido, mas estava em dúvida sobre escolher o Texas ou Houston.

–Se escolher a nossa faculdade, talvez possamos nos ver nos intervalos –disse sorrindo.

–Que ótimo. Mas antes de escolher eu pretendo analisar as estruturas

–Ah claro, como se alguma faculdade do interior tivesse um maior potencial do que as das capitais americanas –falou o idiota do Edward.

–O que faz as faculdades são os alunos e se estes não forem interessados, com certeza a universidade se torna um fracasso – disse em um tom atrevido, mas para que ele não começasse a desprezar a minha cidade.

–Nem sempre –respondeu

–E como você sabe, já esteve em alguma? –perguntei sem ao menos saber se a criatura já fora universitária. Se fosse, eu levaria uma resposta atrevida, caso contrário sairia com a razão.

Dito e feito.

–Não, mas eu posso imaginar –disse olhando profundamente em meus olhos, achando que me causaria medo ou desconforto. Pelo contrário, aquele diálogo estava me deixando totalmente feliz.

A nossa ‘disputa’ por perguntas de confronto havia acabado no momento em que minha mãe havia chamado todos para o café, que estava na mesa. Tomamos ele em um clima estranho, tudo pelo diálogo entre mim e o cara de palha.

Mas após aquilo, ficamos conversando sobre vários assuntos. Conheci um pouco da vida deles.

Alice era bem simpática, assim como todos.

Emmett, seu irmão também. Ficou me falando coisas engraçadas, como quando ele batia no seu irmão idiota e sempre que protegia Alice de algum grandalhão que fosse dar em cima da pequena Cullen.

–Eca, ainda bem que não tenho irmão. Morreria sabendo que ele me protegeria e me faria passar vergonha –disse rindo.

Por fim ajudei a tirar a mesa, enquanto Emmett, Carlisle e meu pai iam para a sala, nós mulheres estávamos arrumando tudo na cozinha.

Saí para rua e estendi a toalha, quando senti um hálito quente em meus ouvidos, que pronunciara as seguintes palavras:

–Você nem se atreveria a me provocar, garota

Oras, mas era muita cara de pau mesmo!

–Você está em minha casa, em uma estadia de favor que mal começou. Então, acho melhor combinarmos assim: você fica quietinho e eu dito as regras.

Ele riu e me virou, até que ficamos com os rostos colados, sentindo a respiração em meio ao frio.

–Acha mesmo que Edward Cullen é tratado desse jeito por uma caipira como você? –perguntou o imbecil

–Eu não acho, tenho certeza –respondi piscando o olho direito e saí.

Era muita ingenuidade dele acreditar que mandaria em alguma coisa aqui.

Se Edward estava acostumado com tudo aos seus pés, então ele teria de se desacostumar, pois eu poderia ser aos seus olhos uma caipira, mas idiota nunca.


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Notas finais do capítulo

Boys and Girls :)
Como estão?
Queria agradecer aos poucos reviews que recebi e preciso pedir mais, muuuito mais.
Vocês não sabem o quanto é bom saber que a história é valorizada e percebo isto através dos comentários.
Opinem sobre o capitulo.
Bom, estou com uma nova história e ela se chama Another Cinderella, mas não sei quanto vou publicar.
Um beijão a todos.



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