O Amor Nos Tempos Da Guerra escrita por Kirol Benson


Capítulo 1
Cartas de Amor São Ridículas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/291052/chapter/1

“Cartas de amor são ridículas,não seriam cartas de amor se não fossem ridículas”

Fernando Pessoa

Olívia Benson acabara de chegar a cidade e não tinha muitos amigos,suas únicas companhias eram sua Tia Escolástica,que seu pai mandara trazer do convento onde se encontrava para cuidar da jovem órfã e o seu velho e grosseiro pai.Nenhum dos dois agradáveis para uma menina de apenas dezesseis anos e que ainda não tinha experimentando as delícias das venturas da vida.Ela passava seus longos dias dividida entre as tarefas de moça solteira e o colégio de Freiras no qual estudava meio contra gosto,pois não achava que um regime tão rígido fosse capaz de educar,talvez de traumatizar,mas não de educar.Sua tia a levava todas as manhãs,sobre uma vigilância quase militar.Seu pai estava sempre a par dos seus passos,mesmo que nunca estivesse por perto.Ela não podia olhar nem mesmo para as flores que cresciam desprovidas nos canteiros das casas vizinhas,pois sua tia a repreendia com seu olhar autoritário.Sua vida resumia-se a esse vazio que ela tentava preencher com leituras e bordados nas tardes fugidias dos domingos quando retornava da missa.No entanto,a vida tem a louca e doce mania de pregar peças nos jovens anda em desabroche.Certo dia,quando estava sentada na varanda,repassando a lição de catecismo com a tia,viu uma sombra aproximar-se e assustou-se,pela silhueta identificou que não poderia ser o pai,olhou para a tia,buscando em seus olhos envelhecidos uma resposta,essa apenas estremeceu de horror ao imaginar que poderia se tratar de algum ladrão.Ambas,trêmulas e medrosas olharam para direção de onde partia a sombra e depararam-se com um rapaz que não poderia ter mais do que 19 anos,seus olhos azuis eram guardados por um óculos de aros grosseiros e suas roupas pareciam tão maltrapilhas que bem poderiam ser confundidas com a de um dos milhares de mendigos que dormiam nas praças da cidade.Ele olhou para Olívia e sua tia,que a essa hora ainda estavam entorpecidas pelo horror e sorriu um sorriso tão carismático que tocou o jovem coração da moça.Ele enfiou a mão direita por entre as gretas do portão e acenou-lhes com um envelope lacrado e endereçado ao dono da casa.Não era um ladrão,nem um mendigo e muito menos um maníaco,era um simples funcionário do telegafro,que fora encarregado de entregar um telegrama urgente ao velho Lourenço Benson.Tia Escolástica levantou-se de seu assento e foi até ele,pegou de suas mãos a carta e entregou-lhe alguns trocados aos quais ele agradeceu com uma graça e doçura quase débeis.Antes de ir,acenou com a mão direita para Olívia,que correspondeu ao cumprimento com um leve sorriso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Amor Nos Tempos Da Guerra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.