O Cavalo De Bronze - Fic Interativa escrita por CarpeDiem


Capítulo 22
Entretempo II


Notas iniciais do capítulo

Minhas sinceras desculpas pela demora. Entendam, minha vida está um "pequeno caos", muitas mudanças, muitas coisas novas e muita dedicação para certas coisas, portanto, não estava tendo o mesmo tempo e nem cabeça para escrever, mas creio que as coisas se normalizaram e vou tentar escrever os próximos capítulos o mais rápido possível. Espero que vocês não tenham abandonado a fic...



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A Lua brilhava em sua totalidade nas frias ruas da Bulgária, que estavam ainda mais frias naquela época do ano. Os enfeites de natal, comuns até mesmo no mundo bruxo, tomavam das casas aos estreitos becos, mas não toda a cidade.

Vratsa estava em polvorosa após a anunciação de mais um pré-contrato com um bom jogador de quadribol, tendo em vista que uma boa parte da economia da cidade estava voltada para o mercado esportivo, portanto, se o time vai bem, a cidade e as pessoas vão bem.

Mas a cidade não estava inteiramente iluminada. Longe da parte central e dos bairros mais povoados, tinha-se o bairro Icy вятър, há décadas despovoado, na parte mais fria da cidade, mas com algumas antigas mansões, das quais as histórias mais antigas diziam ser amaldiçoadas. Ali se encontrava dois homens, igualmente vestidos de negro, o que fazia um grande contraste com o lugar repleto de neve, mas que era algo irrelevante, tendo em vista que ninguém andava por ali.

– Tervel, estamos próximos? – Perguntou o homem de maior estatura, que além do sobretudo negro, utilizava uma barba rala concentrada somente na parte debaixo do queixo, além de um cabelo longo, preto e ondulado, mas sua pele era levemente bronzeada.

– Na verdade, nós acabamos de chegar. – Tervel respondeu apontando para uma mansão de madeira, completamente abandonada e com um aspecto sombrio, além de aparentar que iria cair a qualquer momento. Tervel era búlgaro de nascença, nunca havia sequer saído do seu país, tendo aprendido tudo que sabia de magia com seu pai, um professor de magia negra. Era loiro, com um tom de cabelo que lembrava muito palha, além de gordo e baixinho, mas com uma pose ereta e imperativa.

Os dois homens trataram de entrar na mansão rapidamente, visando perder a menor quantidade de tempo possível. O mais alto, Voloh, era o mais empolgado, e tenso, dos dois, tendo em vista que seria apresentado oficialmente para um dos membros principais do Círculo, mas sua empolgação não via do fato de estar se tornando um membro importante do grupo, mas sim de que seu trabalho como infiltrado no Círculo estava finalmente tomando um rumo de sucesso, afinal, já estava ali há anos sem conseguir mais do que informações rasas sobre tudo, pois até mesmo a informação sobre a morte de Donna Skruge havia sido omitida dele.

Os dois homens adentraram a sala principal, que não tinha nenhum móvel, somente uma lareira acesa para a sala se iluminar um pouco. A porta se abriu e dali saiu um grupo de pessoas, mais especificamente cinco, que vestiam uma espécie de toga preta junto de uma máscara, aparentemente feita de ouro.

– Gostaria de apresentar para vocês um membro que já está conosco há bastante tempo e que se mostrou digno de respeito e confiança, tendo seguido todos os pedidos. Seu nome é Voloh, obviamente, descendente de romenos.

Rapidamente as máscaras de todos os presentes caíram, revelando desde pessoas muito velhas, até muito novas, como era o caso da que estava mais a frente, Jéssica Ferrer.

–Você achou que podia nos enganar? – A pergunta de Jéssica foi como uma pancada na cabeça de Voloh, que, percebendo que sabiam de tudo, tentou puxar a varinha, mas antes foi ouvida a frase mortal:

– Avada Kedavra! – O raio verde o atingiu em cheio, que caiu desfalecido. Quem havia o matado era Artur.

–Eu não entendo... O que ele havia feito? – Perguntou Tervel enquanto segurava o corpo morto no chão frio de madeira.

–Um espião, bastante competente. – Disse Jessica enquanto recolocava a máscara.

–A sua alma está cada vez mais dominada por ela. – Disse Artur enquanto também recolocava a máscara.

–Não se preocupe, eu já dominei Jéssica há muito tempo. – Disse Jéssica rindo enquanto saia dali. O homem mais velho ali, de nome Finningan, olhou para o jovem jogador de quadribol e disse:

–Não mecha com Zwn, eu sei que eu tenho culpa por libertá-la e por você ter perdido sua amiga...

–Eu não sou amigo de Jéssica. O corpo dela já está dominado há muito tempo, eu sei disso, mas isso não me importa, pelo menos não agora. Eu tenho outras coisas para fazer, Finningan. – O artilheiro dos Gaviões de Penacho colocou sua máscara de volta e saiu andando, era realmente inconveniente não poder aparatar ali.

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Cecile Ellard –

A mansão de seu pai, na França, era realmente confortável, embora a situação em que estava não a deixava nada confortável ali. Suas férias haviam sido odiosas, por causa da sua mãe que teve que ir para Israel para ministrar aulas de medibruxaria, e por isso teve que passar suas férias na França, o que seria um sonho, se não tivesse que estar junto da família de seu pai, que obviamente não a queria ali. Seu pai havia demonstrado algum apreço de início, mas obviamente sua madrasta não queria que ele demonstrasse nenhum tipo de afeição por ela, logo, ele se afastou rapidamente. Sua madrasta não a tratava mal, mas também não a tratava bem, tentava ignorá-la o máximo possível, ao passo que sua irmã ficava sendo besta com o chato do namorado dela, tentando se provar melhor, talvez.

Não tinha feito muitos amigos no Instituto Oliver Groon, na verdade, só trocou cartas com uma pessoa naquele meio tempo, Julieta Felers. Tinha enviado algumas cartas para Artur, que não tratou de responder nenhuma delas, talvez muito ocupado assinando a porra do seu pré-contrato com os Abutres de Vratsa. Ele, realmente, conseguia me deixar com ódio.

–Cecile! Vamos começar a ceia! – O grito agudo da minha irmã me tirou de meus devaneios, e também me lembrou que estava morta de fome.

Era natal, a época que devia ser de felicidade, confraternização entre a família e outras baboseiras, mas não estava sendo assim. Eu não me sentia parte daquela família, e realmente não era, só tinha um parentesco de sangue com duas pessoas ali que eu não via há anos.

A família do namorado da minha irmã, Louise, também estava lá, o que era realmente chato, tendo em vista que ambos os patriarcas das famílias trabalhavam em bancos, ou seja, conversas sobre economia, política e, hurg, aritmância povoavam a mesa. É claro, do outro lado da mesa eu poderia ouvir a incrível conversa entre a minha madrasta, a outra matriarca e a irmã do namorado da minha meia-irmã sobre como era difícil arranjar bons pretendentes hoje em dia. Tinha também a troca de beijos apaixonados entre Louise e François, que me davam ânsia de vômito, mas que dava para aguentar, embora fosse mais fácil se eu pudesse estar com minha fuinha... Essa frase é engraçada.

A campanhinha tocou, o que foi suficiente para que eu parasse de rir comigo mesma, o que era bom, já que todos já estavam olhando para mim.

– Que chato! Esses defensores dos elfos domésticos são uns chatos. Eu tenho que me levantar para atender a porta, horrível. – Disse meu pai, o que me fez revirar os olhos.

O que eu não esperava é quem entraria na sala logo depois, de terno e flores na mão, o meu namorado.

–Hã? Ele não é o garoto que estava assinando um pré-contrato com os Abutres de Vratsa? – Minha irmã perguntou enquanto caia no chão, pois logo depois o seu namorado tinha se levantado empolgado.

–Mais respeito, Louise, o cara é um fenômeno, vai levar os Abutres para a 8º vitória da Taça Européia, pode ter certeza. – François disse enquanto ia apertar a mão de Artur que, pasmem, tinha ficado encabulado.

–Bem, o que nos deve a honra da sua presença? – Perguntou minha madrasta, enquanto meu sorriso começava a crescer.

–Eu vim ver minha namorada, Cecile, e também pedir desculpas por não ter respondido nenhuma de suas cartas. – A boca da minha madrasta caiu, assim como da minha irmã, do namorado da minha irmã, do meu pai... É claro, a matriarca da outra família começou a conter a risada, afinal, ela não vai perder a chance de zombar da cara da “amiga”.

Levantei-me, peguei as flores e taquei na cara dele e comecei a bater nele com as flores enquanto ele tentava se proteger.

–Vai se fuder! Você passa as férias inteiras sem responder uma carta, só zoando na Bulgária e agora vem pedir desculpas? AQUI! – Joguei o ramalhete de flores na sua cara enquanto o jogava para fora da casa. Abri um sorriso.

–O que foi isso?! – Minha irmã Louise começou a abrir um sorriso e a pular.

–Isso foi incrível! Da próxima vez que François fizer algo parecido, farei o mesmo!

O resto das férias foi mais interessante depois daquilo, pois consegui me envolver mais com minha irmã e acabei percebendo que nós temos mais em comum do que imaginávamos. Meu relacionamento com meu pai também melhorou um pouco, embora não muito. No final, embora Artur tenha ferrado tudo nessas férias, ele também ajudou a concertar.

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Mila Blocklengust

Nós duas já estávamos nas últimas com aquela garrafa de bebida na festa, dificilmente conseguiria ficar em pé, na verdade, não conseguia nem formular uma frase direito, só rir.

–Nós, da família Blocklengust e da família Lachowski temos algo para anunciar para todos vocês, caros amigos, colegas e mídia. – Era óbvio que era o pai de Newt falando.

– Ahhhhh, vão anunciar o seu noivado! – Avery disse enquanto ria para mim, obviamente ela conseguia estar mais bêbada do que eu que, incrivelmente, estava conseguindo rir junto com ela.

–Mila! – Newt disse enquanto olhava para mim, na verdade, eu não sabia distinguir se ele estava com raiva, ou assustado ou qualquer outra coisa assim.

–Newt... – Essa foi a última coisa que eu me lembro antes de desmaiar e acordar no outro dia na minha cama com meu pai batendo palmas.

–Parabéns, mocinha, parabéns! – Meu pai dizia com ódio.

–Ai, minha cabeça está doendo, só para de bater palmas.

–Ah, está doendo? – Após isso ele tratou de bater mais forte e mais próximo ao meu ouvido.

–Você sabe o que fez?!

–Não...

–Você se embebedou, atrapalhou todos os planos de apresentação do seu noivado e, como se não bastasse, trouxe tremenda vergonha para família! Todos os jornais, até mesmo os dos nossos aliados, estão noticiando sua bebedeira e como você “pagou calcinha”...

–O quê?! Ai, por Merlin, que vergonha...

–É ótimo que você esteja com vergonha, porque suas aulas vão começar amanhã e você vai pegar o dirigível para o Instituto Oliver Groon hoje mesmo! – Meu pai gritou, acentuando ainda mais minha dor de cabeça, enquanto saia do quarto em fúria.

–Não foi tão ruim... – Olhei para o lado e me deparei com uma figura ruiva com óculos escuros.

–Avery? Por que está de óculos escuros aqui dentro?

–Ressaca, baby. – Ela disse se sentando do meu lado.

–Mas não foi de todo ruim.

–Como assim, que parte de ficar bêbada, passar vergonha mostrando minha calcinha para o mundo todo ver e ficar com uma dor de cabeça dos infernos é boa?

–A parte que você não fica noiva.

–Ah, é mesmo...

–Pobrezinho do Newt, eu vi que ele ficou triste.

–Triste? Newt Lachowski triste por não ter ficado noivo de mim? Você deve ter ficado realmente muito bêbada.

–Ah, não mesmo. Você pode até não saber, mas Newt gosta realmente de você.

–Sou cética quanto a isso.

–Nunca deixe de confiar numa Groon...

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Helena –

Gabriela estava quase ficando louca enquanto olhava os arquivos do jornal.

–Helena, tem certeza que seu pai não fica com raiva de estarmos mexendo nos arquivos dele?

–O que os olhos não veem, o coração e a minha mesada não sentem.

–Eu não entendo, por que é tão difícil achar alguma coisa sobre esse cara?

–Gabriela, por que você está tão interessada nesse homem? Não me diga que é seu pai biológico...

–Claro que não! É só... Faro de jornalista. Esse peruano morreu faz algum tempo, do mesmo jeito que Donna Skruge, a questão é que Donna era uma mulher muito importante no meio político, financeiro... Já esse homem, é um Zé ninguém, tanto é que não tem praticamente nada sobre ele nos arquivos.

–Talvez porque não estejam nesses arquivos. - Disse e vi instantaneamente Gabriela prestar atenção.

–Como assim?

–Bem, eu sou a herdeira, é óbvio que meu pai me ensinou e me mostrou algumas coisas secretas, por assim dizer. Siga-me.

Andamos até a parede, estendi a varinha e sussurrei algumas rápidas palavras que meu pai tinha me ensinado uma vez. Aquilo foi o suficiente para a parede começar a se abrir e mostrar uma segunda sala, gigantesca, onde tinha somente um livro.

–O que é isso? – Gabriela me perguntou enquanto entrava na sala.

–Bem, o jornal guarda informações sobre determinadas pessoas aqui, tudo contido nesse livro, é só dizer o nome.

–Mas eles não deixariam isso desprotegido.

–E não deixam. Você talvez não saiba, mas chegar nesse arquivo atrás de você é um inferno, a menos, é claro, que você tenha a varinha do dono do jornal...

–Você pegou a varinha do seu pai?!

–Ele mal usa, e eu sempre venho nos arquivos para ler sobre alguma coisa quando estou entediada. Sobre esse livro, só entrar aqui algumas pessoas da família, que sabem as palavras.

–Entendo...

–Então, vá em frente, Gabriela, descubra quem é o seu cara. – Disse e olhei ela ir para o livro e abri-lo devagar, sussurrar o nome do homem e ver o livro passar de página até chegar nele.

–Meu Merlin...

–O que foi?

–Esse cara... Ele era filho de Grindelwald...


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Notas finais do capítulo

A partir do próximo capítulo, de volta ao Instituto Oliver Groon.