Diferente escrita por Maiumy hime


Capítulo 1
O ensaio


Notas iniciais do capítulo

História maluca, casais estranhos.



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-GRRRRRRRR!

Mônica saiu bufando, irritada. Carmem realmente conseguia tirá-la do sério com aquele jeitinho esnobe, metido, egocêntrico e mais um monte de coisas que ela fazia questão de contar para Magali.

-Calma, criatura! Vem comigo tomar um suquinho de maracujá pra acalmar os nervos.

-Você me conhece Magá, sabe que suquinho nenhum vai dar jeito na raiva que eu to sentindo.

-Até agora você só esbravejou e xingou a Carmem, que tal me contar o que aconteceu?

-Eu ia chamar o Cebola pro ensaio que o DC tava querendo marcar e ela inventou que ia junto.

-E?

-E ele deixou! Disse que se eu ia fazer a vontade do DC tinha que fazer a dele também e levar a Carmem! Depois ela ainda falou que seria a única coisa a "abrilhantar" nosso ensaio de bandinha de quintal.

-A Carmem pode ter pegado pesado mas...você não deveria estar esbravejando com o Cebola?

-E adianta, Magá? Além do que eu prometi que não iria mais brigar com ele.

-Toma cuidado com isso de querer conquistar o Cebola, amiga...você está começando a perder sua personalidade.

-Você acha?

-A Carminha pode até ser impossível, mas a velha Mônica não deixaria ela ir assim tão fácil.

-Você tem razão! Vou falar com o DC, ele com certeza vai achar isso...

-Pois saiba que eu acho ótimo, Mônica.

Elas deram um gritinho de susto quando viram o garoto parado ali, ouvindo toda a conversa.

-Desde quando você está aí, criatura?

-Vai saber...

-Como assim acha ótimo?

-Sabe Mônica...a Carmem pode até ser difícil de lidar, mas tem um ótimo gosto. Vai ser bom ter alguém de fora opinando.

-Não brinca assim, DC! Você e a Carmem nunca se deram.

-Que eu saiba, você e o Cebola também não.

Ela ficou boquiaberta enquanto Magali ponderava sobre o assunto. Por fim Do Contra foi embora e sua amiga olhou-a como quem diz "agora ele te pegou".

-Mas...

-Ele já foi, Mônica.

-O QUÊ?! MAS DE JEITO NENHUM EU VOU DEIXAR ISSO BARATO E...

-Ei amiga, eu não sou a favor da Carminha mas será que não vai ser bom dar uma chance?

-Até você, Magá? Parece que resolveram defender todo mundo que eu não gosto!

-Defina "todo mundo".

-A Carmem, a Irene...

-Ah, chegamos ao ponto!

-Nem vem com essa conversa de querer me convencer a ser amiguinha dela.

-Sabe Mônica, no fundo você ainda age como a "Dona da rua"e é por isso que o Cebola tem essa cisma em te derrotar. Por que, em vez de querer acabar com as cismas dele, você não acaba com as suas? Pensa nisso.

Magali levantou da mesa, pagou a conta e foi embora depois de mandar um tchauzinho e uma piscada para a amiga, que continuou sentada lá até chegar a hora do ensaio.

Na hora marcada estavam quase todos na garagem do Cascão e justamente quem havia marcado o tal ensaio estava atrasado. Até aí tudo bem, todos sabiam que Do Contra nunca chegava na hora, mas o que veio depois é que surpreendeu: ele chegou com suas baquetas numa mão e...Carmem na outra. O rockeiro mais louco (Licurgo que não está na cena: "Eu não sou louco!") e revoltado do bairro estava trazendo a garota mais certinha de todas, isso era estranho.

-Falae galera, muito atrasado?

-Como sempre.

-Ótimo. E você não deveria reclamar Cebola, afinal fui eu quem trouxe sua convidada até aqui.

-Por que, ela não podia vir sozinha?

-Calma Mônica! Só encontrei ela no caminho e decidir ignorar, mas aí ela me chamou e eu não tive outra escolha.

-Então não basta o Cebola, Carminha?

-Peraí Mônica, é impressão minha ou você está com ciúme desse zé mané?

-Gente, vamos todos nos acalmar e...

Todos: -CALADO, XAVECO!

Quando Mônica virou-se novamente para repreender Do Contra, ele já havia sentado atrás de sua bateria e pegado suas preciosas baquetas.

-Vamos ensaiar ou não?

Por livre e espancada vontade, o casal problema do Limoeiro acabou desistindo de mais uma briga. Duas cansativas e tensas horas de ensaio depois, estavam todos indo embora mais nervosos do que chegaram. Cebola ficara irritado e tinha errado a maioria das notas, Mônica cantava de dentes cerrados por causa da ira, Magali socava o teclado como que para avisar aqueles dois do péssimo momento para brigas e, como esperado, DC e Cascão apenas tocavam seus instrumentos de boa. Quando terminaram de tocar, o baterista virou para a loira que lixava as unhas despreocupadamente.

-O que achou, Carmem?

-Do que?

-Dos pandas! -Mônica falou, irônica.

-Da nossa música, Carminha - Magali falou tentando corrigir a falta de paciência da amiga.

-Que música? Desculpa, mas a única coisa que eu ouvi foi você socando o teclado, o Cebola arrebentando as cordas da guitarra e a "Dona da rua" cantando como se fosse espancar alguém.

-Ora sua...

-Foi mal galera, mas a Carminha tem razão. Esse ensaio foi horrível!

-Teria sido melhor se você não deixasse essa daí pisar na sua casa, Cascão.

-Vocês querem ou não ser uma banda?

Todos olharam para Do Contra, ele estava rindo. Ou seja: o papo seria sério.

-Nós já somos uma banda.

-Você sabe que eu odeio concordar com as pessoas, Mônica, mas a Carmem tá certa: nós não passamos de uma bandinha de quintal. E se todos quiserem realmente crescer precisam passar por cima das adversidades e agirem profissionalmente.

Todos olhavam admirados pelo estalo de responsabilidade do DC.

-Ou não, sei lá. Façam o que quiserem, eu estou indo porque ainda preciso faltar na apresentação de mágica do Nimbus.

Ele saiu e todos ficaram encarando Carmem como se ela fosse uma intrusa, culpada por toda aquela situação. A loira jogou seus cabelos para trás do ombro e saiu, desmontando toda a armadura assim que não estava mais ao alcance da vista deles.

-Por que falar a verdade tem que ser assim, tão criminoso? - disse ela abraçando a si mesma, com os olhos baixos.

-De boa, sei como se sente.

Ela deu um pulo ao ver Do Contra sentado ao seu lado na praça.

-Você sempre costuma se meter assim na vida dos outros?

-Eu? Vocês é que têm mania de pensar em voz alta! Mas na real Carmem, eu sei como é ser recriminado por falar o que pensa.

-Tá falando aí mas sempre me criticou.

-Por ir muito pela cabeça dos outros. Mas sabe que demostrar opiniões nem sempre coerentes sem medo é bem...contraditório?

-Do que está falando?

-Você toparia não ir tomar um sorvete comigo?

-Não- disse ela levantando-se e seguindo com ele até a sorveteria.

-Geeeeeeente que mega babado esse, Carminha saindo com DC! Essa bomba o blog da Dê não pode perder!

E em menos de dois minutos o Limoeiro todo estava se dirigindo até a sorveteria para conferir essa notícia de perto, inclusive uma Mônica furiosa.


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