Finn P.O.V

Eu tive a melhor ideia de todas. E eu sei que é a melhor ideia de todas porque todos ficam me falando isso.

— Vamos fazer Grease no musical desse ano! – comemorei com o Sr. Schue pelo telefone – O pessoal do coral AMOU a ideia e já temos inscrições.

— Grease?— perguntou Sr. Schue e pela voz parecia feliz – Que nem na sua primeira música para o coral?

— Sim... – concordei rindo e me lembrando de Rachel – Acho que teremos uma Sandy morena Sr. S, Marley está muito afim do papel.

— Ela tem jeito...— concordou meu antigo professor – E Finn, já pedi para me chamar de Will, já está mais do que na hora.

— Ok Sr... Hã, Will... – concordei e ele riu – Vou desligar que ainda preciso tentar falar com Mercedes e Mike para me ajudarem com o musical.

Desliguei saindo do escritório de professor do coral (sim, eu tenho um escritório) e caminhando pelos corredores. Encontrei meus “alunos” (ok, eu estudei com eles, não consigo pensar neles dessa maneira) e vi que Sam conversava em voz baixa com Marley e o irmão do Puck.

Os dois rapazes pareciam estar acalmando Marley, que tinha os olhos molhados. Jake passou o braço pelos ombros dela, a trazendo mais para perto, enquanto Sam afagava o ombro dela. A menina moveu os olhos e viu que eu os encarava, perdendo a cor rapidamente.

Antes que eu pensasse em me aproximar, ela sussurrou algo e Jake a tirou dali, enquanto Sam se aproximava de mim rapidamente e começava a falar sobre algo que eu não entendia bem o que era.

— Marley está bem? – perguntei e Sam pareceu empalidecer.

— T-tá sim. Só um pouco chateada com as ofensas a mãe dela, você sabe como é né?

Sim, eu sabia. A mãe dela, Hellena, havia cuidado de mim quando criança. Me espantei ao saber que ela tinha Marley, porque até onde eu sabia ela só tinha uma filha, mais velha que eu.

— Espero que possamos controlar isso. – disse com um suspiro, encarando meu amigo – Vou ligar para Mercedes, quer vir?

Xi, Sam está fazendo cosplay de pimentão é?

Marley P.O.V

Cada vez que eu via meu pai, uma falta de ar se instalava e a vontade de correr para seus braços e me proteger ali era imensa. A única coisa que me ajudava era Jake, que cuidava de mim.

— Calma Marley, se você ficar tendo um ataque cada vez que vê seu pai, vamos ter problemas. – pediu Jake, sentando comigo na arquibancada e me aninhando a ele.

— Jake, já fazem dois meses. – lembrei a ele com um suspiro e ele baixou o rosto – Das duas uma: ou eles não ligam ou o tio Artie não achou uma solução. Seja qual for, nós estamos presos aqui, talvez para sempre.

— Eu sei. – concordou meu primo e eu me aninhei mais a ele.

— Eu sinto falta do meu pai, do abraço dele, dele cantado para mim... – sussurrei com a voz embargada.

— Eu sinto falta da minha mãe e da Beth... – concordou ele, acariciando meu cabelo – Delas discutindo na cozinha porque mamãe queria comer bacon e Beth achava errado.

— Sua mãe nunca seguiu os costumes judeus, mesmo você e Beth sendo né? – perguntei e ele murchou.

— Ela até seguia, quando meu pai morava conosco... Depois que ele foi embora... Bom, ela tentou cortar tudo que lembrava ele. – ele lembrou enquanto acariciava minhas costas – Eu fico pensando no que ela e Beth sentem sem eu lá para cuidar delas... Provavelmente seu pai já assumiu esse lugar.

— Jake... – o repreendi e ele me soltou, se levantando – Não adianta ficarmos pensando nisso agora Jake... Nós temos que pensar em como vamos viver aqui... Hellena não pode continuar nos sustentando sozinha.

— Eu sei que não... Mas eu não sei o que fazer Marley, realmente não sei. – admitiu Jake com um suspiro, encostando-se à barra das arquibancadas, onde para variar estávamos.

— Queria um sinal sabe? – eu disse me aproximando dele – Do que devemos fazer e... Jake, você ta bem? – perguntei vendo que ele havia empalidecido.

— B-b-beth?

Jake P.O.V

Eu já havia cogitado a possibilidade de nada disso ser real e eu estar sonhando. Diversas vezes. Agora eu tinha certeza. Porque o que mais Beth estaria fazendo aqui, adulta. Espera, quando ela cresceu tanto?

— B-b-beth? – perguntei e ela sorriu, correndo e me abraçando apertado – Ai meu Deus, Beth.

A apertei mais contra mim e senti seus ombros tremerem com o choro, não conseguindo controlar algumas lágrimas. Minha irmã, minha melhor amiga... Ela estava ali.

— M-m-mas como? – perguntei surpreso – E porque você parece tão adulta e... Marley, você não tem nada a dizer?

— Q-q-quem é ele? – gaguejou ela, apontando um rapaz. Ele parecia ter nossa idade e estar envergonhado, encarando Marley com extrema curiosidade.

— Er, ele é, hã... – começou Beth e o rapaz fez sinal que ela o deixasse falar.

— Meu nome é Ryder Berry Hudson... Eu sou seu irmão mais novo. – apresentou-se ele, fazendo com que nossos queixos fossem até o chão.

Ryder Hudson

Beth Fabray-Puckerman Corcoran

Jarley ♥