The Assassin Mirror escrita por Jr Stutzel


Capítulo 8
What's this in your hand?


Notas iniciais do capítulo

Isssh. Deu ruim pra Talita. Será que ela é falsa? Ooooh Até.
Ass: Bode Verde.



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–Talita? Que arma é essa?

O choro de Talita aumentou. Eu ajoelhei perto dela

–O que você fez?

Ela apontou a arma para mim.

–Vai embora.

Eu levantei, assustado.

–O que?

–Agora – gritou ela.

Eu não pensei em mais nada. Só corri. Quando eu estava saindo do beco olhei para trás. Só o que vi foi Talita cobrindo o rosto, cansada de tanto chorar.


Cheguei em casa muito abalado. Eu não sabia o que Talita tinha feito, nem porque estava naquele beco àquela hora da noite. E ainda tinha aquilo no jornal, o delegado Marcos era o único que poderia nos ajudar se algo acontecesse mas ele estava morto.


Fui pro meu quarto e entrei no computador para pesquisar aquela notícia.

Poucos sites continham bom conteúdo sobre o assunto. Mas consegui achar a foto que eu não conseguira ver na banca.

Era o seguinte: o corpo do delegado estava esticado no chão. Ele estava totalmente pálido e com cicatrizes no rosto.

Em volta havia uma equipe de paramédicos.

De longe consegui ver o lago. Bem embaçado no fundo.

Não havia nada de diferente. Somente o mesmo homem com a jaqueta do Hawk Man de pé ao lado do pai da Julia. Que examinava as cicatrizes do delegado.

Lendo todo o site, achei uma informação que o jornal não divulgara.


O enterro do delegado será no sábado às 15:00 horas. Irá reunir toda a equipe da antiga delegacia e familiares.



“Acho que devo ir”, pensei.


Neste minuto alguém bateu a porta. Era minha mãe.

–Telefone pra você – disse ela, olhando para a tela do notebook, onde eu tinha acabado de fechar a página.

–Tá bom. Brigado – eu disse saindo no quarto e a beijando na bochecha.

Eu também percebi que ela estava meio curiosa, como sempre.

–Alô – falei.

–Alô, Mikael?

–Sim, é... Dona Carmen?

–Sim, sou eu.

–O que foi?

–Você está com a Mariana?

–Não. Eu estou em casa.

–Tudo bem. Ela já deve estar por aqui. Obrigada.

–De nada.


Desliguei o telefone meio confuso. Mas deixei pra lá.


Depois fui dormir.



Acordei com I'm all Yours – Jay Sean featuring PitBull.



Me arrumei e fui para a escola


“Lá está ela”, pensei.

Talita estava sentada no canto de uma árvore na praça da frente. Estava com a mesma roupa do dia anterior. Roupa preta com capuz. E estava com os braços apoiado nas pernas, com a testa deitada neles.

Eu cheguei perto e sentei do seu lado.

Ela olhou pra mim. Seu olhar triste estava ainda com lágrimas. Os olhos inchados e cheios de olheiras, parecia não ter dormido a noite toda.

Ela me penetrou com o olhar e depois abaixou a cabeça de novo.

–O que você quer? - disse ela, com a voz grave.

–Me desculpar.

Ela ficou em silêncio.

–Não quero suas desculpas.

–Por favor. Agente tem que conversar.

–Vai embora.

–Não. Quero ficar do seu lado. E você tem que me contar porque você estava naquele beco ontem a noite.

Talita se encolheu. Passou os braço pelas pernas, prendendo-as. Mas continuou de cabeça baixa.

–Vai embora. Não quero falar com você.

Eu fiquei em silêncio. Arrependido de ter fugido dela na noite anterior. Eu não ia cometer o mesmo erro de novo.

–Eu não vou embora. Eu te amo e não posso te abandonar como eu fiz ontem.

–Se não for embora eu posso matar você. Como eu fiz com ela.

Neste instante meu coração pulou. Meus olhos se arregalaram, quase que automaticamente.

–Ela quem?

Talita ficou em silêncio. Ouvi baixo gemidos de seu choro.

–Talita, ela quem?

–Eu já disse pra você ir embora.

–Eu quero te ajudar.

–Anda!

Olhei para a entrada da escola. Rafael estava entrando com a Julia. Os dois me encararam.

–Olha, eu vou falar com o Rafael, depois converso contigo.

Talita levantou a cabeça. Olhou também para a entrada da escola, se assustou com alguma coisa.

–O que você viu? - perguntei.

Ela ficou em silêncio.

–O quê ?

Talita levantou muito rápido, pegou a mochila e correu para fora da escola. Passando bem longe de Rafael e Julia.

Eu levantei. Encarei Rafael. Que tentou fugir para dentro da escola. Eu corri atrás dele enquanto Julia me seguia com a cabeça.

–Rafa – gritei – espera.

Ele parou e olhou para trás. Sua fisionomia era séria.

–Por favor.

–Por favor o que cara?

–Eu não sei... é que eu não...

–Tudo bem.

–Tudo bem o que?

–Tudo bem, eu sei o que você vai dizer. Aconteceu não é?

–É... é complicado.

–Acho que já sou maduro o pra entender.

Nessa hora me deu vontade de rir. “Maduro”... O Rafael era tudo menos maduro.

–Eu não quero que você fique achando que eu ainda gosto dela.

–Você não gosta?

–Sim. Mas como amiga. Acho que aquele beijo foi repentino. Eu não tive a mínima intenção.

–Eu entendo.

–Sério?

–É. Mas eu não sei se a minha relação com a Mariana vai ser a mesma depois disso.

–Por favor, não culpe a ela. Ela gosta de você.

–É, mas eu não sei se isso basta.

Eu fiquei em silêncio.

–Mas... Tudo bem com a gente?

–Acho que sim.

Eu estiquei minha mão. Ele retribuiu. Acho que foi a primeira vez que tínhamos conversado direito, como “maduros”. Talvez eu estivesse enganado sobre ele.

–Falando nisso, onde ela está? - perguntei.

–Olha, eu não sei.

–Tá bom. Agente se vê na aula.

–Tchau.

Virei as costas e fui procurar Mariana.

Ela não estava na frente da escola, nem no pátio, nem na quadra, nem no refeitório.

Depois que desisti de procurá-la, meu celular tocou.

–Alô.

–Alô.

–Dona Carmen, a senhora de novo.

–É. A Mariana está aí na escola?

–Espera... Não. Mas o que tá acontecendo?

–Ela não apareceu ontem no shopping, nem em casa. Eu pensei que ela tinha ido dormir na casa do tio.

–Ela não está na escola, já procurei em tudo por aqui.

–Acho que eu vou ligar pra polícia.

–Faça isso, senhora. Ontem ela não me disse nada sobre dormir na casa do tio. Aliás, quando nos despedimos ela estava indo procurar a senhora.

–Vou ligar. Depois eu te informo.

Ela desligou.

Eu não tinha cabeça pra ir à aula então eu ia voltar pra casa. Depois inventaria uma desculpa pros professores.

Quando eu estava saindo Julia me parou.

–Oi Mikael.

–Oi Julia, olha. Eu não posso conversar agora...

–Ta bom é que eu só queria falar...

–O que?

–O Rafael me contou sobre você e a Mariana. Então, sobre aquele trabalho, agente podia fazer sem eles. Assim, só se você quiser. E eu talvez chamaria meu melhor amigo.

–Quem?

–O Marcelo.

–Ah, aquele chatinho lá da sala?

–Acho que é esse. - disse ela, rindo.

–Tá bom. Quando?

–Agente tava pensando em fazer amanhã, na minha casa.

–Tudo bem, amanhã então.

–Tá, tchau. Sei que você está com pressa.

–Obrigado, Tchau.

Eu andei rápido para fora.

Julia me chamou de novo.

–Oi.

–Eu te dou cobertura.

Eu sorri.

–Obrigado.

E continuei andando.


Cheguei em casa e minha mãe me recebeu apavorada.


–Que foi mãe?

–A Mariana... - quando ela disse aquele nome eu estremeci – Ela levou um tiro.



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Notas finais do capítulo

Aleluia Meu pai. Que Deus abençoe a vida de Talita.
Bode Verde.