Imaginário. escrita por Lia Sterm


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai o 2° capítulo...
Espero que gostem!
Mandem reviews,está bem? ^^



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Eram aproximadamente 6:00 quando despertei, me levantei rapidamente e fui em direção ao banheiro para tomar um banho.

Eu sempre tomava um banho assim que acordava, e o clima deste dia estava um pouco quente. Peguei a toalha de cor azul e bordada e fui em direção ao banheiro.

Liguei o chuveiro, e entrei na água. Passei um tempo lá á pensar em tudo, ainda me dava um pouco de saudades do meu antigo lar, mas minha pessoa teria de se acustumar.

Assim que terminei meu banho, fui em direção ao armário e escolhi um vestido preto básico, deixei meus longos cabelos castanhos-claros soltos e coloquei um pequeno casaco de cor cinza por cima do vestido, caso eu sinta frio ou alguma pequena ventania passe, ninguém confia nos climas de Outono, uma hora está frio e outra pode estar bem quente. O que não muda são as folhas e os frutos nesse período.

Logo que terminei de me vestir, alguém bateu na porta de meu guarto. Fui abrir rapidamente e vi que era minha mãe.

–Olá mãe, eu já iria descer para tomar café.-Falei ao me deparar com ela.

–É que eu pensava que estava dormindo filha, então iria acorda-la.Mas vejo que já está aqui, vamos descer, o café da manhã já está pronto.

Sorri e fomos em direção até onde iríamos comer. Assim que chegamos, vejo meu pai e o comprimento sorrindo.

Sento na mesa e logo levo um biscoito á boca.

–Está gostando daqui, filha?-Perguntou Alexia,minha mãe.

–Claro.-Respondi bebendo um pouco de suco.

–Hoje eu e sua mãe iremos ver se arranjamos um emprego, você fica aqui em casa tranquila?-Perguntou papai.

–Sim, fico sim.-Assenti.

–Ótimo então.Vamos ver se conseguimos hoje ,quanto mais cedo procurarmos emprego, melhor.-Disse John.

–Se conseguirmos emprego para nós dois, com quem Lorena ficará?-Perguntou mamãe.

–Bom, acho isso um pouco impossivel. Mas se conseguirmos para nós dois, eu acho que Lorena deveria...-Meu pai iria falar, mas foi automaticamente interrompido por mim.

–Ficar sozinha!-Falei o interrompendo.

–Sozinha?!-Perguntou Alexia.

–Sim mãe, tenho 16 anos e sei me cuidar, além disso, não devem se preucupar assim comigo.Vocês sabem que não suporto isso.-Respondi abocanhando uma maçã.

–Mas sozinha é perigoso.-Disse papai.

–Espere John, até que Lorena tem razão.Ela tem 16 anos, e como sabemos, é super responsável.Devemos confiar em nossa filha, querido.-Minha mãe respondeu.Adoro isso em minha mãe, ela consegue me entender muito bem.

–Isso mesmo! Não quero nenhuma babá por aqui!-Disse fazendo com que todos nós ríssemos.

Ficamos conversando coisas bobas e eu então termino de comer, ajudo mamãe á guardar as coisas da mesa e á limpa-la.

Assim que terminamos de arrumar tudo, decido pegar um livro e ler no belo jardim da casa.Meus pais iriam se arrumar para procurar emprego.

Desci e fui para o jardim, peguei o livro que eu já havia lido até a metade e comecei a ler sua história. O livro era interesante, eu gostava dele.

O vento dessa estação fazia voar levemente meus cabelos escuros, que contrastavam com a minha pele pálida.

Minha leitura de repente foi interrompida por minha mãe que logo avisou que ela e meu pai já iriam procurar emprego.

–Minha pequena, estamos indo, voltamos daqui á algumas horas.-Falou ela me chamando pelo apelido de sempre; "pequena".

Assenti e continuei a minha leitura normalmente, mas algo me incomodava.

Aquela sensação de estar sendo observada começava novamente, comecei e ficar um pouco assustada, afinal, porque eu sentia isso?

Comecei á percorrer o jardim com o meu olhar, para ver se havia alguém ali, e claro, ninguém estava lá.

–Só devo estar louca...-Pensei alto voltando á ler o livro.

–Porque acha isto?-Escutei a voz de alguém.

Assim que escutei essa voz, fiquei estremamente assustada, levantei meu rosto e me deparei com um garoto alto, de cabelos pretos e repicados que caiam pelo seu rosto,pálido e um tanto estranho. Ele me dava medo...

Não consegui falar nada, estava assustada. Como ele entrou aqui?

–Q-Quem é-é v-v-oc-cê?- Cerca de 15 segundos depois,finalmente consegui disser algo.

–Sou Dave.-Ele respondeu calmamente.

Minha mãos tremiam, fazendo com que eu derrubasse o livro na grama do jardim.

–Deveria ter mais cuidado com esse livro, você parece gostar muito dele.-Dave falou indo na minha direção, pegando o livro que derrubei e me entregando-o.Como ele sabia disso?

Fiz um grande esforço para pegar o livro ,eu tremia muito e meu coração batia á mil.Aquele garoto era estranho, muito estranho.

Peguei o livro e sem querer toco em suas mãos totalmente gélidas, tendo automaticamente um calafrio.Como alguém pode ser tão gelado?

–O-O que f-faz a-aqui?-Perguntei.

–Ora, essa é a minha casa!-Ele respondeu.

–S-Sua casa?Está enganado!Eu que moro aqui, você deve ter...-Eu já iria avisar que ele havia se enganado e entrado em outra casa, pensando assim que era a dele.Mas então me toquei de que isso não era possivel.-Espera, a casa está trancada! Como entrou aqui?

–Essa é a minha casa, eu já disse.-O garoto então cruzou os braços, sem paciência.

–N-Não é-é n-não...-Respondi.

Foi nesse momento em que eu fico com muito mais medo.Como essa casa seria dele?E como ele entrou aqui?

–Eu moro aqui desde pequeno com meus pais, e é aqui que eu ficarei até chegar a hora de minha verdadeira morte.Tem algo contra isso?

–VERDADEIRA MORTE?!E CADÊ SEUS PAIS ENTÃO?!-Perguntei amedrontada.

Ele apenas deu um suspiro.

–Quem é você?É sério.-Continuei.

–Sou Dave Williaws, meus pais morreram em um acidente de carro e eu...

–Você simplesmente vive sozinho e resolveu entrar na sua casa de antigamente pulando algum muro e assustando uma garota.-Completei ele irônicamente e já brava.Então quer disser que ele era apenas um louco que quiz entrar na sua casa antiga me assustando assim?

–Não!Essa é a minha casa, eu já disse!

–Antiga casa, eu que moro aqui. Se retire ou eu chamo a polícia ou qualquer coisa do tipo.-Avisei irritada.

–Mesmo se chamar, de qualquer forma, eles não me verão.-Respondeu Dave.

–O-O que?-Novamente fiquei com medo.

–Um dia eu acordei em um hospital,saí da sala onde eu tinha acordado e tentei falar com as pessoas,mas nenhuma delas me via,nenhuma delas...Voltei á sala e me deparei com meu corpo na cama,meu corpo lá,e eu ali.Isso já faz 3 anos...Então,desde essa dia, eu faço o que eu quizer!

–VOCÊ TÁ MORTO?!-Me desesperei, aquilo na minha frente era um espírito?

–Não.-Ele respondeu.

–Então como...

–Eu tou em coma, só isso!-Ele ficou irritado.

Fiquei sem fala, lágrimas escorriam de meu rosto, eu estava estremamente assustada, isso nem era capaz de existir.

Toquei a mão dele, que era fria como uma mão de um morto, mas eu consegui toca-la, o que provava que ele não era um espírito.

–Você tá brincando comigo?Espirítos não são tocaveís!-Falei irritada.

–Eu não sou um espírito!Eu sou um tipo de...Ah, eu não sei o que eu sou.Mas isso não te enteressa!

Suspirei, e logo falei:

–Só saia daqui, por favor...Estou com medo.-Falei abraçando minhas pernas e escondendo minha face entre elas.

Ele nem responde seguer, fico assim por cerca de 2 minutos ainda com medo dele estar lá.

Só conseguia escutar o barulho dos ventos tocando as árvores, fazendo com que suas folhas de movessem, formando uma linda dança.

Pego coragem e levanto-me rapidamente, mas super apavorada, e se ele ainda estivesse lá?

Por sorte, ele não estava lá. Mas eu ainda não acreditava no que via, eu só poderia estar ficando louca.

Fui correndo em direção ao meu quarto, deixei o livro lá no jardim mesmo, não queria mais saber de nada, só ficar debaixo do lençol de minha cama esperando meus pais chegarem e aquilo acabar, como uma criança de 5 anos fazia quando estava com medo.

Eu era uma garota frágil, sempre fui, mas não queria demostrar minha fragilidade, só que neste momento era inevitável. Eu estava com muito medo, mas felizmente ninguém veria isso. Ninguém além...Dele.

Cheguei no meu quarto, tranquei a porta rapidamente, corri para a cama e abracei meu travesseiro ofegante, fechando os olhos e torcendo para que o que vi não fosse realidade. Até que adormeci.

Acordei com alguém batendo na porta.

–FILHA!ABRA A PORTA JÁ!-Dizia minha mãe á gritar.

Me levantei rapidamente e abri a porta.

–Mil desculpas mãe, eu estava dormindo.

–Eu já estava preucupada querida ,pensei que nem estava aí ou coisa do tipo, pequena!

Dei um sorriso forçado e olhei para baixo.

–Você está péssima, estava chorando?

–É que li um livro muito triste.-Respondi distraída, limpando o rosto rapidamente.

–Ha ha, você e seus livros, né minha pequena?Bem, vamos descer, o almoço está na mesa.

Assenti, fui no banheiro escovar os dentes e lavar o rosto.Meu rosto estava mesmo péssimo. Logo depois desci e fui almoçar.

–Olá papai.-Disse eu sentando na mesa calmamente, tentando deixar uma impressão de que estava tudo bem.

–Olá filha, ficamos preucupados, você não abriu a porta...

–Ah...-Ri sem graça.-É que eu estava dormindo, só isso.

–Nem vai querer saber como foi a nossa procura de emprego, minha pequena?-Perguntou mamãe chegando em nós e se sentando na mesa.

–Claro!Como foi então?-Perguntei acordando para o momento e percebendo que eu esqueci isso.

–Adivinha!-Falou John,ele parecia orgulhoso.

–Não sou boa de adivinhações.Contem logo!Estou curiosa,hehe. -Falei sorrindo, pelo visto eles conseguiram, estavam felizes.

–Conseguimos emprego para nós dois e no mesmo local! Iremos trabalhar em uma empresa de jornal aqui da cidade.-Respondeu meu pai.

–Sério? Fico muito feliz!-Falei ainda distraída com o acontecimento do jardim.

–Pois é, mas acontece que sairemos de manhã e voltamos apenas de noitinha...-Falou Alexia.

–Tudo bem, vocês sabem que eu fico normal sozinha.-Disse eu, mas um pouco assustada, pois eu poderia encontrar aquele estranho e sombrio garoto novamente.

–Então está bem. Amanhã já iremos trabalhar, pelo visto só coisas boas acontecerão aqui.

–É...-Eu então disse distraidamente e comendo o almoço que minha mãe fizera.

Ficamos comendo e conversando, mas eu não ligava para nada, ainda estava em mente o menino.Aquele garoto tão estranho...

Ao terminar de almoçar, subi para meu guarto e decidi assistir TV por não ter nada para fazer.

O resto da tarde foi tranquila, fiquei trancada no meu quarto esse resto de dia inteiro, ainda estava assustada.

Quem seria aquele garoto?Será que ele existia mesmo ou eu apenas estava imaginando coisas?Isso poderia ser possivel, minha pessoa por ser solitária e anti-social, poderia ter criado alguém na sua mente para fazer companhia.Mas isso era pouco provável.

Dave realmente existia?


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Notas finais do capítulo

E então,Dave existe ou não? o.O
Se estiverem confusos...
John: Pai de Lorena.
Alexia: Mãe de Lorena.
Capiche,lindos leitores? Até a proxima!