Imaginário. escrita por Lia Sterm


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Hey, people!
Cara, falar o que falarei agora é bem dolorozo. Mas... Esse é o último capítulo :(
Esse cap será narrado na 3° pessoa (POV off) e em alguns POV's, espero que gostem.



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–--------------------- Três meses depois. -----------------------------

POV off:

“Meu querido diário... As coisas estão cada vez mais piores. Dave não apareceu, Gabi irá se mudar, as pessoas só me criticam e zoam de mim na escola. Acho que minha vida virou um inferno novamente. Não aguento mais. Pensei que escrever aliviaria minha dor, mas nada melhorou. Então, me despeço de você, caderninho.” –Lorena escreveu em seu caderno, observando a fina camada de neve que caia no seu jardim. A vista que ela tinha do quarto era belíssima, mas nem isso a agradava no momento.

–Filha, seu pai está lhe esperando para leva-la á escola. –Gritou Alexia. A garota então assentiu, saindo desanimada do seu quarto.

Ela nunca mais vira Dave desde o dia em que ela havia deixado aquela carta, tinha medo do que poderia ter acontecido. Isso a deixava desesperada.

–Estou indo mãe! –Avisou, pegando sua mochila e andando em passos largos na direção do carro de seu pai, era ele que a deixava na escola todos os dias.

A menina sentou então no banco do carro, e John começou á dirigir. Encostou sua cabeça na janela do veículo e ficou pensando nos velhos tempos, em que tinha Dave ao seu lado. O garoto não voltara, como havia combinado, mas ela esperaria por toda a eternidade se fosse preciso. Lorena o amava, e ele sabia disto.

–Chegamos, filha. –Avisou o pai da menina, percebendo o quanto ela estava distraída.

–Ok, obrigada papai. –Sorriu fraco, saindo do carro e entrando em sua escola.

Pessoas cochichavam, provavelmente falando o quão achavam ridículo o seu vestido lolita e suas luvas de renda. Alguns até apontavam, fazendo-a se sentir ainda pior. Não entendi o motivo de não aceitaram alguém ter um estilo diferente, isso era terrível.

Lorena sentou-se esperando o sinal de que a aula começaria tocar, e logo aquele toque barulhento foi ouvido.

Silenciosamente, foi até a sala. Sentando na última cadeira, como sempre. Os alunos foram chegando e a aula começava.

–Bom dia, alunos. –Disse a professora, que não recebeu nenhuma palavra como resposta. –Bom... Antes de tudo, quero notificar que temos um novo aluno. E ela estudará aqui na nossa sala. Pode entrar, Dave! –O chamou.

Lorena arregalou os olhos, mas pensou que deveria ser apenas coincidência.

“Há tantos Daves por aí...” –Pensou com si mesma. Mas mudou de ideia assim que a porta da sala foi aberta.

POV’s Lorena:

Um garoto esguio, pálido e de cabelo repicado abrira a porta. Sim, era ele. Dave estava ali.

Levantei-me assustada, não conseguia entender o que ele fazia ali e o motivo por não ter tentado manter contato comigo.

–Dave?! –O chamei, surpresa.

O garoto então virou sua face em direção á minha. E oh, aqueles olhos me traziam lembranças tão boas... Lembrava-me quando eu era feliz ao seu lado, mesmo o garoto não sendo como eu.

–Olá... –Disse, dando um sorriso simpático. –Nos conhecemos? –Curvou o cenho, duvidoso. Aquela pergunta fora como uma facada em meu estômago. Eu não conseguia acreditar no que acabava de ouvir.

–O que? V-você não lembra de mim? –Perguntei. Dave consentiu.

Fechei então meus olhos com força, pedindo para que fosse só mais um pesadelo, mas eu sabia que não.

–Você prometeu que lembraria... –Sussurrei, tentando conter as lágrimas que se formavam em meus olhos, mas era inevitável.

–Senhorita? Está se sentindo bem? –Perguntou a professora, assustada com meu comportamento. –Aconselho á se sentar, a aula começará. –Apontou para a cadeira.

–Sinto muito professora, mas irei me retirar. –Disse, em tom raivoso. Abrindo severamente a porta da sala e correndo em direção á um local em que eu pudesse ficar sozinha á pensar.

Doía no fundo do peito saber que Dave não lembrava de mim, o meu mundo caiu naquele mesmo momento.

Abri a porta do banheiro feminino e me derramei em lágrimas ali mesmo. Ninguém se encontrava lá, eu poderia então chorar. Talvez Dave fosse a única coisa que ainda me fazia continuar vivendo, agora eu já poderia desistir de tudo. Nada mais valeria a pena.

Debrucei-me na pia do local, ofegante. Chorava tanto que ficava sem ar.

“Desisto.” –Pensei. Pegando minha mochila e deitando-me no chão. Eu esperaria até as aulas acabarem ali, sentada, lamentando por algo trágico.

Ainda era inacreditável saber que ele não havia lembrado de mim.

POV’s Dave:

O sinal de fim de aula tocara. Fiquei pensando em quem seria aquela garota enquanto guardava alguns livros. Ela tinha algo estranho, eu me senti diferente ao vê-la, aqueles olhos me lembravam algo.

–Hey, Dave! Foi um prazer conhece-lo, até amanhã na aula, cara. –Disse um dos garotos em que eu conheci hoje. Assenti, dando um meio sorriso. Aquela menina não saia de minha mente.

Me dirigi em direção á o pátio da escola, percebi que minha tia já me esperava no seu carro para voltar para casa. Então corri em seu caminho.

–Oi tia.

–Olá querido, como foi o seu primeiro dia de aula? –Perguntou a mesma.

–Eu gostei. Foi divertida. –Dei de ombros, sentando-me e indo á caminho de minha casa.

POV’s Lorena:

Fitei os carros que se encontravam em frente á escola. Meu pai ainda não havia chegado.

Droga”. –Pensei, assim que avistei o grupinho de patricinhas da escola caminharem em meu caminho.

–Olha, olha, olha... –Murmurou uma delas. –E aí, estranha? Qual foi o seu motivo para assustar o aluno novato com o seu comportamento anormal, ein? –Perguntou, com cara maldosa. Indo cada vez mais perto de minha face, supostamente querendo me agredir, já que não havia ninguém por perto.

–Me deixe em paz! –Gritei, a empurrando, o que a fez cair na grama molhada pela neve.

–Você. Sujou. Meu. Vestido. –Indagou pausadamente, com um ódio que poderia ser bem visto em seus olhos. –Peguem-a! –Ordenou ás suas amigas, que logo partiram para cima de mim, puxando meu cabelo e me socando fortemente.

Tentei me defender, mas não foi fácil. Haviam quatro contra uma, e as garotas batiam cada vez mais forte. Com muita dificuldade, consegui empurrar elas e fugir para um local com muita gente.

Toquei em meu rosto, havia um arranhão e a parte direita do mesmo estava um pouco inchada. Mas para alguém que corta o pulso todas as noites isso não doí muito. Desde que Dave foi embora, as coisas ficaram trágicas e ruins para mim, tive que fazer isto para tentar livrar-me da dor de ser humilhada, zoada e não ter ninguém para conversar.

–Meu pai já deve ter chegado. –Sussurrei, pensando alto. Indo á caminho do pátio.

O carro dele estava lá, entrei então no veículo e dei um meio sorrindo, escondendo meu rosto, para que ele não reparasse os hematomas. E funcionou, ele nem prestara atenção.

Como sempre, encostei minha cabeça sobre a janela, deixando uma pequena lágrima cair. Limpei-a logo, para John não perceber, e segurei o choro até chegarmos em casa.

Certo tempo depois, o carro parou em frente á casa que eu um dia considerei obscura. Desci do carro e fui correndo em direção ao meu quarto.

–Filha, o almoço está... –Disse minha mãe, rapidamente sendo interrompida por mim.

–Estou sem fome, mãe. Até mais tarde. –Avisei, o que a fez olhar estranha para minha direção.

Subi as escadas e entrei em meu quarto. Joguei com raiva a mochila no chão e tranquei a porta com violência. Depois disso, soltei toda a dor que havia em mim á chorar. Chorar nunca resolveria nada, mas aliviaria o que sinto. Doía tudo isso, doía sofrer tanto. E eu ainda aturei um pouco, pensando que Dave voltaria, se lembraria de mim e tudo ficaria resolvido. Mas a vida não é um conto de fadas, ela, na realidade, é o inferno. Onde só se dá bem quem faz o mal.

Ainda chorando, peguei em mãos uma folha de papel e a primeira caneta que vi pela frente. Sem esperar, escrevi na mesma. Eu estava cansada de ter uma vida tão ruim, eu iria desistir, mas não sem me despedir dele.

Ao terminar de rabisca-la, levantei-me brutamente do chão, abri a porta do quarto e corri em direção á o primeiro andar da casa, onde estava minha mãe.

–Mãe, eu poderia falar com você? –Perguntei.

–Claro, pequena! O que é? –Quis saber ela, duvidosa.

–Eu preciso que entregue essa carta á Dave Williaws. Ele é um dos estudantes da minha escola, estuda na minha sala. Peço que amanhã entregue isso á ele lá.

–Bom, tudo bem então. –Deu de ombros. –Porque não faz isso por si mesma, filha?

–Acho que faltarei amanhã, estou meio com febre. –Menti. –Por favor, mãe, não se esqueça de entregar isso á ele. Porque eu não creio que vá estar na escola amanhã, ok?

–Certo, certo. –Assentiu.

–Ah! E não abra, por favor. Apenas ele deve ler.

–Ok... –Concordou, achando minha atitude estranha. –Eu irei fazer isso se não for á escola.

–Obrigada. –Dei meio sorriso, indo em direção ao meu quarto novamente.

Tranquei a porta como antes, e encostei-me na parede, chorosa. Não sabia mais o que fazer. Eu iria realmente desistir, eu havia cansado de tudo. Triste, fitei o cordão de coração que Dave me dera, a joia ainda estava no meu pescoço, e eu ainda não havia abrido o pingente.

–Acho que está na hora de ver o que há aqui. –Dei um meio sorriso, abrindo o pingente.

Peguei de leve o coração de ouro, o abrindo ao meio, e me deparando com algo que não esperava.

Havia um anel, prateado e brilhante, dentro do pingente que se partia ao meio. Arregalei os olhos, surpresa, mas logo dando um sorriso sincero. Acompanhado do anel, havia um pequeno bilhetinho. O abri e me deparei com mais palavras do garoto.

“Se tudo der certo, eu achar meu corpo, podermos ficar juntos e felizes... Você casaria comigo? Eu espero sua resposta, pequena princesa.”

Ao ler o que havia escrito, derramei em lágrimas novamente.

–Porque você tinha que esquecer de mim? Porque você não consegue se lembrar dos bons momentos que passamos juntos? –Murmurei, sozinha no quarto. Não parava de chorar, uma dor enorme invadia meu coração. Não queria mais viver, sabendo que tudo acabara tão ruim.

Olhei em direção ao pote de calmantes atrás dos meus livros da prateleira que eu comprava escondida na farmácia perto da escola. E logo pensamentos suicidas vieram em minha mente. Agarrei o pote com força, segurei um copo de vidro e peguei a lámina que eu costumava colocar embaixo da cama, correndo em direção ao banheiro.

Haviam 80 pílulas que poderiam ser tomadas por mim. Raivosa, enchi o copo vazio com água da torneira e fui colocando os comprimidos em minha boca. Engoli um, engoli dois... Até engolir todos da embalagem.

Um pouco sonolenta, caminhei em direção á lámina, e dei um pequeno sorriso, sabendo que assim que eu colocaste um fim nisso, os problemas seriam jogados fora.

Com calma, a toquei, e a deixei desenhar sobre meus pulsos, abrindo os cortes já feitos e formando vários. Fui fundo, queria dar um fim de vez na minha própria vida. E era isto que eu estava fazendo.

Finalmente, a lámina atingiu uma veia. Sentir-me ainda mais mal. Então disse minha última palavra, em um murmúrio doloroso:

–Adeus.

POV’s Dave:

Eram 6 da noite, já me sentia exausto, talvez por ter passado mais de 1 ano em coma. Obviamente ainda estava tentando me acustumar.

–Tia, irei dormir. –Avisei á minha tia, indo em direção á cama.

–Já, querido?

–Me sinto exausto. Boa noite. –Falei.

Deitei-me, cansado. E logo meus olhos foram fechados, o dia pra mim fora longo.

POV off:

Dave dormiu, mas logo começou á mecher-se, escutando uma voz que o lembrava muito alguém.

“Você não irá partir de verdade. Mas de qualquer forma, eu lembrarei de você.”

A seguinte frase era escutava o tempo todo enquanto dormia. O garoto se sentia estranho, sabia que reconhecia a voz, mas havia um muro em sua mente que não o permitia descobrir de quem seria.

Logo, uma paisagem foi formada. Nela, aparecia Dave, observando a garota que o mesmo vira na sala de vestido lolita, á ler.

“Quem é você?”

A visão mudou, agora a garota o observava assustada.

“Sou Dave.”

Explicava o garoto.

“O que faz aqui?”

A garota continuava á enche-los de pergunta, com medo.

“Ora, eu moro aqui!”

Respondeu Dave.

“Está enganado.”

A misteriosa garota disse, raivosa.

A paisagem do sonho então mudou novamente. Dave segurava um livro, ação pelo visto que não agradava a menina.

“E esse livro é meu!”

Ela brigou, tomando-o das mãos de Dave.

Logo, foi visto mais um estranho momento, a garota o olhava seria, Dave começava a conseguir reconhece-la.

“Você não existe, Dave.”

Disse ela.

Mesmo sendo um sonho, aquelas palavras conseguiam o chatear. Ele se sentia muito mal ouvindo isso.

“Você se chama Lorena Collins, certo?”

Novamente um flash.

O garoto continuava á ver momentos e flashes em que estava com a garota. Não lembrava dela , mas conseguia reconhecer algumas coisas e possuir sentimentos sobre ela. Mais momentos passavam, até que um último foi visto.

“Como pode amar alguém como eu?”

Dave pergunta a garota, que estava ao seu lado, segurando uma flor.

“Você é perfeito, é o príncipe com quem eu sonhava todos os dias.”

Ela respondeu, sorrindo. Seus olhos estavam úmidos, ela parecia estar emocionada.

“E você é a minha princesa.”

Disse o garoto, a beijando.

As lembranças rapidamente voltavam á sua mente, e ele começava á reconhecer a menina. Os momentos que eles passaram juntos e as lembranças do passado voltavam como flashes. Dave lembrou o que havia acontecido o tempo todo em que seu corpo estava em coma.

Levantou-se da cama, ofegante e assustado. Precisava ir em direção de Lorena.

Vestiu a primeira roupa que vira pela frente e saiu desesperadamente de casa.

–Dave? Mas você não disse que iria... –Sua tia foi interrompida antes mesmo de perguntar algo.

–Agora não, tia. Eu preciso mesmo ir. –Avisou, pegando as chaves do carro da sua familiar que estavam na mesa, correndo para o veículo.

Estava de noite, aproximadamente 19 horas, a estrada que levava até a casa da garota estava escura e difícil de se ver, mas isso não o impedia de ir em direção á mesma.

Com certo tempo, chegou lá. Freiou o carro e correu em direção á porta da casa onde convivia por tanto tempo escondido de todos. Tocou então a campainha, e a Alexia, a mãe de Lorena, a atendeu.

–Preciso falar com Lorena Collins. –Disse ofegante, por ter corrido apressado. –Sou Dave, amigo dela. Eu preciso urgentemente falar com ela.

–Oh, você é o Dave? Ela lhe deixou uma carta, pediu para que eu a entregasse para você amanhã, na escola. Pois ela possivelmente faltaria na escola.

–Poderia me entregar a carta depois, por favor? Eu quero vê-la primeiro.

–Bom... Ela está em seu quarto desde quando era tarde. Creio que esteja dormindo. Mas, pode ir. Parece ser urgente mesmo. –Abriu passagem.

POV’s Dave:

Corri em direção ao quarto, tentei abrir a porta, mas ela se encontrava trancada.

–Você está aí? –Perguntei, ao bater e não receber resposta alguma.

Não houve som algum. Assustei-me, pois a mãe de Lorena havia dito que ela estaria lá. Forcei então a porta, e com certo tanto de esforço, consegui abri-la.

Não havia ninguém lá. Me deparei com o colar que a presenteei aberto, mas jogado no chão. Procurei-a, mas ela não estava lá no quarto.

Pensei que a garota havia fugido, mas mudei de ideia ao avistar uma poça de sangue saindo pela porta do banheiro.

Meu coração bateu forte, e um desespero tomou conta de minha mente. Foi como se eu tivesse tido um choque elétrico, a sensação foi terrível. A minha garotinha não poderia ter feito algo tão imprudente.

Assustado, abri rapidamente a porta do banheiro. Quando vi a cena, senti um calafrio na espinha, uma tristeza invadiu todo o local, eu mesmo poderia morrer naquele momento. Minha pequena princesa estava bem ali. Com o seu lindo vestido de cor branca manchado de vermelho, e sangue jorrando de seu pequeno e frágil pulso. Na pia, havia um copo e uma embalagem vazia de calmantes. E a minha princesa se encontrava ali, de olhos fechados, sem sinais de respiração e lágrimas caindo dos olhos. Não podia acreditar no que via.

–Não, não, não... Você não poderia ter feito isso, minha linda. –Murmurei, chocado.

Fui ao seu caminho, acariciei o pulso que ainda sangrava. Rasquei então uma fita de seu vestido e coloquei sobre o corte. A chacoalhei, tentando reanima-la, mas nada funcionava com a menina.

–Por favor, acorde! –Gritei, desesperado. –Não faça isso comigo, não faça! –Continuei.

Lágrimas caiam de meus olhos, e meus braços se encontravam trêmulos. Lorena não estaria morta, eu não saberia como viver sem ela.

Coloquei minhas mãos em sua face, amedrontado.

–Acorde, diga que está viva. Por mim, dê apenas um sinal de que ainda sobrevive. Eu não posso te perder. Eu te amei desde o dia que lhe vi, e te amarei ainda mais. Não me abandone, amor, não me abandone... –Supliquei, chorando. Mas a garota continuava ali, daquele modo.

Lorena estava morta.

–Volte para mim! –Lamentei, á gritar. –Volte, por favor! –Continuei.

A mãe da garota possivelmente escutara meus lamentos, indo em direção ao quarto, querendo saber o que havia acontecido. E, ao avistar á cena, gritou assustada.

–Filha! –Começou á chorar, tremendo. –O que aconteceu com minha pequena?! –Gritava, desesperada.

–Ela morreu. Ela se matou por minha causa. Só porque eu não lembrei dela á tempo... Eu sou depressível. –Chorei, odiando-me cada vez mais pelo o que fiz á ela. –Me mate, Alexia. Ou mande alguém me matar. Eu não mereço estar vivo. –Levantei do chão coberto pelo sangue.

–Não matarei ninguém, você com certeza não fez nada. –Tentou parar de chorar, mas estava chocada e triste demais para realizar tal ação. –Pegue a sua carta, e por favor, deixe-me sozinha com minha pequena. A carta está na sala, no sofá de cor marrom. –Voltou seu olhar para a filha, tentando reanima-la.

Corri para a sala da minha antiga casa, e peguei a carta que ela me escreveu, a abrindo em segundos.

POV off:

“Oi, meu amor. Se você recebeu esta carta, fico feliz em saber que poderemos se despedir. Eu, nesse momento, torço para que ainda lembre de mim, por mais improvável que seja. Me doí saber que não tivemos um final feliz, que a vida não é um conto de fadas. Eu sempre sonhei e imaginei a gente juntinhos, mas, infelizmente esse sonho não se realizará. Eu quero pedir, que, se você não lembra de mim, pare de ler esta carta. Não vais significar a mínima para você, pois nem me reconhecerá.”

Dave parou no primeiro parágrafo, tomando fôlego para continuar á ler.

“Oh, você ainda continua aqui lendo isto? Então lembra de mim, certo? Nossa, fico felicíssima em saber isto. Eu gostaria de ter descobrido essa notícia antes de desistir de tudo, ficar com você me faria continuar. Sabe porque? Porque eu te amo mais que tudo. Por favor Dave, não se culpe por eu estar morta agora, eu simplesmente não estava aguentando mais. Eu era motivo de chacota na escola, sabia? Eu era conhecida como a “estranha” de lá. As pessoas me humilhavam, eu estava sendo agredida. Você sabe o quanto é ruim isso, você sabe que eu também estava assim quando você apareceu pra mim. Eu estava devastada, sozinha, lendo livros para tentar conter a dor que existia em mim e imaginar-me no mundo tão incrível que era o deles. Eu nunca vou parar de te amar, eu nunca vou desistir de você. Você é meu mundo, e eu quero que você seja muito feliz. E quando se sentir devastado ou triste, pense em mim, pois eu estarei com você. Adeus, meu pequeno príncipe.”

Dave derramou-se em lágrimas novamente. Não conseguia acreditar no acontecido, era para ele e Lorena estarem juntos e felizes. Por mais que ela dissesse que não foi sua culpa, ele iria se culpar pelo resto da sua vida.

–Adeus, minha pequena princesa. –Sussurrou, abalado com a situação.

–Ela se foi... –Gabriela aparece na sala, interrompendo o silêncio á chorar. Eu sentirei falta dela... –Fitou o chão triste.

–Eu sou um fracasso... Eu a matei. –Lamentou o garoto.

–Não é não! Ela te amava muito, Dave. Mas... Ela desistiu. Não se sinta mal, ela ainda te ama. –Abraçou Dave, tentando acalma-lo. –Vai ficar tudo bem, eu te garanto.

–-------------------------------------- 10 anos depois. ----------------------------------------

Dave acordou ao amanhecer, mais uma vez. E fez a rotina de sempre. Preparou seu café da manhã e pegou uma rosa do seu jardim para pôr no túmulo de sua amada. Achava que rosas brancas agradariam Lorena, por isso, criava um roseiro em seu jardim e cuidava muito bem dele. Para que as flores agradassem seu amor.

Aos 26 anos, era considerado louco por toda a sua cidade. Nunca teve nenhuma mulher, desde seu primeiro amor. Alugou a casa velha onde conhecera Lorena assim que os pais da menina decidiram vencer o local. Atualmente só tinha uma pessoa como amigo, que era Gabriela, sua vizinha. A garota ainda morava naquela casa vizinha do local pois seus pais faleceram e ela não queria abandonar um lugar de tão boas lembranças.

Ao sair de casa, foi surpreendido por Gabi.

–Oh, olá Gabriela. –A comprimentou, com o mesmo ar triste de sempre.

–Dave, eu gostaria de ir ao túmulo dela hoje também. Trouxe uma flor para ela, pintei cada pétala de uma cor, será que ela vai gostar? –Perguntou, mostrando a flor tingida.

–Tenho certeza que sim. –Deu um sorriso simpático. –Você pode ir sim, vamos!

Gabi assentiu, grata. E eles então foram á caminho do cemitério.

Com poucos minutos, chegaram lá. Os dois saíram então do carro e procurando o túmulo de Lorena. Ele estava logo no começo do cemitério, então era bem visível.

–Aqui está, Gabriela. O túmulo de Lorena Collins. A minha, para sempre, pequena princesa. –Tentou sorrir, mas lágrimas começaram a surgir em seus olhos.

Gabi colocou sua flor no túmulo da menina, calada, triste. Dave fez o mesmo.

–Eu te amo tanto, querida... –Sussurrou Dave, tocando na foto da menina que se encontrava no túmulo.

Gabriela, ao olhar para os lados, se deparou com algo que não esperava. Então sorriu, emocionada.

Dave, ao ver a menina observar o nada á sorrir, curvou o cenho, duvidoso.

–Ela também te ama muito, Dave. E ela nunca esquecerá você. –Respondeu Gabi, observando o que só ela via naquele cemitério, o espírito de Lorena á sorrir.



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Notas finais do capítulo

E... Fim! *Chora*
Eu nem sei o que falar nesse momento. Mas quero agradecer por vocês, que favoritaram a história, mandaram reviews e até recomendaram. Eu não sei o que seria sem vocês. Me fizeram ter mais vontade e ânimo para escrever. Só tenho que agradecer. MUITO OBRIGADA!
Bom... Talvez este final não fora o que imaginaram. Mas nem era o meu também. Quando pensei em escrever Imaginário, um final feliz veio á minha mente, só que, as coisas mudam, né? rs'
Alguém aqui tá chorando ou eu sou a única? '-'
Bem, então é isso... Eu tou chorando muito, então tá dificil de digitar isso porque minha visão tá embassada.
Logo publicarei minha nova fanfic, que será chamada Fogo e Gelo, a história também terá sobrenaturalidade e mistério. Conto com vocês lá, ou morrerei de saudades :'(
Tchau, meus anjinhos lindos! OBRIGADAAAAAAAAAA POR TEREM SIDO LEITORES DE IMAGINÁRIO!
E a história acaba aqui.