POV's Nicholas (Ponto de vista do personagem Nicholas na história):

Minha cabeça latejava e meu corpo doía, despertei-me com certos raios incomodantes de sol tocando no meu rosto e causando uma imensa dor nos olhos.

-"Droga." -Pensei, tentando me levantar. Que diabos eu fazia naquele beco estranho e isolado?

Com muito esforço, consegui me erguer daquele chão sujo, mas quase caindo de novo perto da lata de lixo que se encontrava no local.

Esfreguei meus olhos e passei um tempo tentando me lembrar do acontecido, até que tudo ficou obvio em minha cabeça. Lembrei-me claramente do que havia vivido ontem.

"Quem seria aquele garoto idiota? E como ele fez aquilo comigo? Eduardo obviamente fugiu, que traíra!"-Dialoguei comigo mesmo.

Logo me toquei que ainda se encontrava naquele lugar, teria que sair o mais rápido possível e comer algo, minha barriga roncava de fome.

Caminhei para fora dali e fui na primeira lanchonete que vi pela frente, pessoas me olhavam estranhamente, sabia que estaria com uma cara nada agradável e um cabelo totalmente bagunçado, mas isso não importava no momento.

Comi rapidamente um cachorro-quente e corri em busca de um taxi para me direcionar á casa de Lorena, eu até iria ao Hotel onde estariam os pais da Rafaela, mas não sabia onde ele se localizava e nem seu nome, então optei por ir na velha casa da família da garota.

POV’s Eduardo:

Caminhei lentamente até a entrada da casa de Lorena, pensando em o que falar sobre a noite passada. Eu teria que pedir desculpas, antes de ser odiado por todos que me conheciam. Aquilo que eu e Nicholas tentamos fazer não foi nada certo, logo saberiam.

Obviamente eu poderia o usar o pequeno fato de eu estar bêbado naquele momento, mas seria uma mentira inventar que foi por esse motivo que fiz aquilo, eu bebi muito pouco e eles saberiam.

O que não entendi foi o que aquele garoto estava fazendo lá, quem ele era e o que fez com o Nicholas, que com um segundo que o olhou nos olhos estava á agoniar de dor no chão. Aquilo com certeza não fazia sentido.

-“Devo pelo menos pedir desculpas e prometer não fazer mais nada com aquela menina, talvez assim tudo fique resolvido.”- Pensei, tocando a campainha daquela casa. Agora não dava para fugir, eu iria pedir desculpas.

POV off (Fim dos POV’s e volta do ponto de vista da personagem Lorena):

Encostada em seu peito e sentindo sua pele gélida junto da minha. Era assim que Dave e eu estávamos. Sentados no sofá juntos um do outro, assustados com a situação, eu e ele não queríamos se separa, eu faria tudo para não perde-lo.

-Ainda está assustada, não é?- Dave cochichou.

-Eu te amo, então é obvio que eu terei medo de te perder. - Respondi, com uma pequena lágrima presa, que logo pôs á escorrer e trassar um longo caminho pelas minhas bochechas.

Dave acariciou levemente minha face, limpando então as lágrimas que insistiam em cair.

-Vai ficar tudo bem. -Consolou-me, ao me abraçar.              

Dei um sorriso amarelo, triste, não tinha a certeza de que as coisas seriam boas.

-E se não ficar? -Perguntei, duvidosa. O garoto articulou a boca para responder, mas alguém apareceu na porta á tocar a campainha da casa.

-É o Eduardo. -Dave disse com tédio, virando-se para o outro lado do sofá.

-Eduardo?-Levantei-me de lá, observando a porta sem entender o que aquele garoto fazia aqui.

-Sim, sinto a presença dele. Eduardo está ali.-Explicou.

-Estranho. O que ele veio fazer aqui depois daquilo?-Pensei em voz alta.

-Supostamente se arrependeu do que fez, ou... Ficou com medinho de mim, ha ha!-Respondeu Dave, gargalhando severamente no final. –Seja o que for, finja que nada aconteceu, e se ele falar disso, diga que ele sonhou ou algo do tipo.- Deu de ombros.

-Tem certeza?- Encolhi o cenho, sem entender.

-Absoluta!

-Hum, está bem. –Concordei, e então corri em direção á porta, abrindo-a e me deparando com Eduardo.

O garoto me olhava nervoso e ao mesmo tempo constrangido, obviamente estava com medo.

-Eduardo? O que faz aqui? –Fingi inocência.

-Bom... É... –Tentou falar.

-Sim?- O forcei á disser.

-Eu vim pedir desculpas pela noite de ontem. Sério, nós não sabíamos o que estávamos fazendo, eu estava até meio bêbado. Dá uma forcinha, Lorena! Por favor, não conta para ninguém, prometo não fazer mais nada com você. Deixa isso em segredo, não aconteceu nada e... - Eduardo balbuciava as palavras e implorava para que eu o desculpasse, obviamente se eu não o interrompesse ele iria fazer um discurso, então logo o parei.

-Edu, você está bem? Do que está falando? Não aconteceu nada ontem. - Menti.

-Estou falando de ontem, daquilo... Me desculpa por favor.

-Hã? Ontem só fomos á festa, nada demais!

-O que?- Ele perguntou, abismado. - Mas... Mas...

- Acho que você bebeu demais ontem e delirou. – Dei de ombros. -Eu estou muito bem, você não fez nada comigo. De onde tirou isso? – Continuei á mentir.

-Espera, você tem certeza? Não houve nada mesmo?- Perguntou duvidoso. Minha pessoa se segurava para não rir em meio dessa situação.

- Claro que não!- Disse eu, dando um leve tapinha em seu ombro amigavelmente. Era muito engraçado vê-lo desse modo.

-Ah, então desculpa. Acho que... Eu só sonhei. –Assenti com a cabeça, ainda segurando o riso.

Eu já ia falar algo, mas outra pessoa aparece no local, fazendo-me olhar em sua direção. Era Nicholas.

-Nicholas?- Perguntei. Era estranho ele e Eduardo aparecerem aqui.

-Olá Lorena!- Ele abriu um sorriso simpático, já sabia de que ele estaria aqui para tentar apagar o que aconteceu, como Eduardo.- Bom, eu gostaria de pedir desculpas por ontem.- Ele deu um fingido olhar tristonho. - Com certeza eu e Edu não estávamos bem.- Completou.

-Do que vocês dois estão falando?- Fingi assim como antes de que não fazia ideia do que citavam.

-Ora, é que... Você sabe. Nós não queríamos, peço que nos perdoe e esqueça. Pois nunca mais lhe faremos mal algum!- Garantiu Nicholas, enquanto Eduardo o fitava estranho, talvez sem entender.

-Olha galerinha, não sei do que falam. Estou totalmente bem! Então, se quiserem alguma coisa para se acalmar é só pedir, pois acho que vocês estão delirando.- Respondi, fazendo Nicholas se impressionar, obviamente teria achado aquele “sonho” um pouco real.

-Mas... Mas... Eu acordei no beco onde- Nicholas ia explicar, mas eu o interrompi.

- Você tava bêbado, Nick. Agora parem com isso, não aconteceu nada!- Continuei os fazendo de idiotas.

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-E então?- Perguntou Dave.

-Consegui! Eles caíram como patinhos. No começo, é claro, estranharam sonhar o mesmo sonho mas tudo deu certo.- Respondi, enquanto sentava na grama do jardim, ficando ao lado de Dave.

- Isso é bom. Eu pagaria pra ver a cara de idiotas deles novamente.- Comentou o garoto, o que me fez rir.

-Porque você achou melhor deixar em segredo?- Perguntou, deitando-me seu ombro.

-Iria existir muita confusão, além do mais, todos gostariam de saber quem foi o menino que lhe tirou dali e como ele fez isso.- Explicou.

-É verdade.- Concordei, dando um selinho no garoto.

Silenciamos por um tempo, apenas curtindo ficar perto um do outro. Era bom saber que alguém me entendia e gostava de me proteger. Dave era a primeira pessoa com que meu coração pulsava rapidamente só com o som de sua voz.

-Acha que vão encontrar meu corpo antes de algo acontecer?- Perguntou ele, cortando o silêncio.

Suspirei nervosa.

-Eu espero que sim.- Respondi triste. –Eu farei o possível. –Garanti, selando nossos lábios em um beijo lento e apaixonante.

Eu faria o que for para o ter comigo.