Be Alright escrita por Carol Munaro


Capítulo 6
"Nem tudo são flores"




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/290141/chapter/6

~Mel on~

Entrei, almocei, conversei um pouco com a minha mãe e entrei no computador. Fiquei lá até a hora de dormir. Tive uma insônia desgraçada. Fui trouxa o bastante pra pensar o que será que o James falou, exatamente, sobre mim. Eu tinha medo dele, e isso era óbvio. E esqueci de perguntar pro Justin se ele pegou suspensão também. Não quero ficar sozinha naquele colégio sabendo que esse “ser” tá lá. Ok, tem o Matt, mas digamos que é a mesma coisa que nada. Ele não foi atrás de mim, mesmo na ultima aula, que nem o Justin e nem a Marina tavam lá. Ele ficava só do outro lado da sala batendo o lápis na mesa.

O que mais enchia a minha cabeça era eu querer saber o porque de ele odiar tanto o Justin. Tudo bem, ninguém é perfeito, mas não chega a esse ponto, né? Não, no caso do Justin. Sei que não conheço ele 100%, mas ele não é uma pessoa ruim. Em meio a esses pensamentos, acabei dormindo.

Acordei com o despertador as 05:40 da manhã. Tinha que levantar mais cedo, já que o Justin não ia. Fiz minha higiene, me arrumei, tomei café e fui pra escola. Dessa vez vieram falar comigo também, mas se você tá pensando que é o Matt, errou. Era o James. E ele tava com um belo olho roxo.

– Eae, gatinha. – Vei, que nojo. Não respondi. – Qual é, não vai falar comigo?

– Não me enche, James.

– Mas olha só. Já te falaram meu nome, então? Falaram também que sou melhor de cama que o Justin? – MASOQ. Que merda ele tá falando? Esse menino se drogou? Eu não respondi e acho que ele tava esperando uma resposta. Acho não, tenho certeza. Ainda mais por causa desse sorriso malicioso.

– Não sou nenhuma vadia, se é isso que você tá pensando. – Ele continuou com aquele sorriso e saiu de lá.

O resto foi o mesmo como ontem. Matt não falando comigo e Marina me fazendo companhia. Exceto por uma coisa. No final da aula, eu tava guardando meus livros e o James veio me encher o saco de novo.

– Já que tua carona não veio hoje, quer me fazer companhia? – Comprovado: ele tem merda na cabeça.

– E o que te faz pensar que eu faria isso?

– Sabia que eu adoro meninas irritadas? – Ele sussurrou no meu ouvido. Fechei o armário com raiva e sai de lá. Quando sai da escola, vi o Justin parado encostado no carro. Quando ele me viu abriu um sorriso.

– Pensei que não ia vir hoje.

– Não ia te deixar voltar pra casa sozinha. – Comecei a pensar se contaria pra ele sobre o James ou não. – Mel, o desgraçado do James foi falar contigo? – Merda.

– Ah... foi. – Falei baixo. Na hora ele parou o carro e ficou olhando pra mim.

– Deixa eu adivinhar: você não ia me contar. – Não sabia o que responder. Não quero ele bravo comigo. – Mel?

– Eu ia. Juro que ia. Mas eu teria medo da sua reação.

– Você achou que eu ia gritar contigo? Você não tem culpa.

– Eu sei que você não iria brigar comigo, mas eu sei que você vai atrás dele. – Justin ligou o carro novamente.

– O que ele falou pra você? – Ah cara, isso é sério? Tudo o que ele não precisa saber é o que aquele verme me falou.

– Veio encher o saco só. Nada de mais.

– Mel, fala pra mim.

– Ele tava achando que eu era que as vadias da escola.

– Ele tentou beijar você? – Ele perguntou assustado. “Só me chamou pra ir pra cama com ele nas entrelinhas”. ÓBVIO, que eu não ia falar isso.

– Não. Só ficou falando umas merdas. – Não menti, só omiti alguns fatos.

– Tá bom. – Ele falou um pouco desconfiado. – Liga pra tua mãe. Você vai almoçar comigo hoje. – Liguei pra minha mãe e ela falou que tudo bem.

– Onde a gente vai comer?

– Na minha casa. – Então, eu ia conhecer os pais dele? Ele falou o que de mim? Oo – Chegamos. – Ele falou uns minutos depois. Entramos e a casa tava completamente vazia. Como sou curiosa, resolvi perguntar.

– Ér... Justin, e seus pais? – Ele me olhou confuso.

– Ah é. Nunca te falei sobre isso. – Agora quem tava confusa era eu. – Eu não tenho pais. E moro sozinho. – Ele veio da onde, se é que vocês me entendem? Mas enfim, ele não parecia muito confortável em falar sobre isso e eu também não insisti. – Quer comer o que?

– Não sei. O que tem de bom? E o mais inacreditável: você sabe cozinhar? – Ele riu.

– Sei me virar, poxa. Sei das coisas. - E deu uma piscada.

– Menino prendado. – Ele sorriu.

– Ó, as opções: bife, macarrão, hambúrguer ou miojo? – Isso é sério? Kkkkkkkkk Vei, comecei a rir. Ele sabe das coisas... aham. Isso até eu, que não sei fazer nada na cozinha, consigo.

– Poxa, não ria. Só sei fazer coisas fáceis. A culpa não é minha. Não sei cozinhar outras coisas. – Ele falou com a voz toda fofa.

– Mas awnn. – Peguei nas bochechas dele e deu um selinho. Ele pediu passagem e eu cedi. Mesmo já tendo beijando o Justin várias vezes desde o cinema, sempre parecia a primeira vez. Era perfeito o beijo dele. Me sentia completamente flutuando. Ficamos nos beijando até meu estomago dar sinal de vida e roncar mais alto que não sei o que.

– Você ainda não me disse o que vai querer comer.

– Hum... macarrão.

– Tá, senta ai e observe o mestre-cuca. – Justin me deu um selinho e eu não pude deixar de rir. Era parecia tão concentrado cozinhando, e eu achei muito fofo *-* Depois de um tempo, o macarrão tava pronto, que por sinal ficou muito bom. Ficamos a tarde toda vendo filme e trocando caricias, mas nada na malicia. Vei, eu tava me apaixonando por ele. O jeito como ele me trata, como me faz sorrir, como quer me proteger de todo mundo, é único. Ninguém nunca me tratou desse jeito. Mas nem tudo são flores. Justin olhou pro relógio e depois olhou pra mim, eu diria que, preocupado.

– Mel, vou ter que te levar.

– Tudo bem, mas por que? – Ele fingiu que não escutou e foi até o carro abrindo a porta pra mim. Chegamos na porta de casa e ele me deu um selinho. Nem esperou eu entrar e saiu com o carro cantando pneu. Estranhei, lógico. Mas depois eu ia falar com ele. Jantei, vi um pouco de TV com a minha mãe, e depois fui dormir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Be Alright" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.