Be Alright escrita por Carol Munaro


Capítulo 44
Esse pesadelo tá prestes a acabar...




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Só conseguia ouvir o Pedro me chamando e depois chamando o James. Até que ele entra na minha frente.

– Sai da minha frente. Eu vou entrar lá. - Disse com os dentes cerrados.

– Sim, você vai entrar lá. Mas não sozinho e muito menos sem arma. - Odeio arma. Mas nesse caso era preciso.

– To entrando. – Disse pegando a arma e virando as costas.

– A gente tá atrás de você. - Entramos com cautela na casa e a cada passo que eu dava, os gritos aumentavam mais. Até que parou. Meu coração acelerou mais ainda. Se os gritos pararam, ela tava desacordada. Sei qual era o plano do James. E não tinha erro. Mas não consegui pensar em mais nada, só subi correndo as escadas.

– Não foi muito inteligente você dar uma arma pro Justin. - Disse o Pedro um pouco baixo só pro James ouvir, mas com o silencio, acabei ouvindo também. Foda-se.

Entrei com tudo no único quarto que tinha lá em cima e não vi ninguém. Fui até o banheiro. Nada. Fui num lugar tipo uma varandinha que tinha nos fundos com uma sala e também nada. Desci correndo novamente e fui pros fundos da casa.

– Um de vocês fica aqui. - Vi o James me acompanhando.

Passamos pela cozinha. Também não tinha nada. Mas que caralho. Eu sei que tem mais alguém aqui. E duas pessoas, a Mel e o John, não evaporam do nada.

Fui até uma outra porta. A única fechada ali daquela corredor, que era o único que tinha ali. A cada passo que eu dava, eu ouvia o chão ranger e eu tava tremendo demais. Se eu fosse dar um tiro, era capaz de não acertar. Alias, eu não iria acertar. Eu apertava a arma de um modo na minha mão, que minha mão tava quase ficando dormente.

Nos aproximamos da porta e meu coração acelerou mais ainda. Ouvi um barulho e entrei. Nada. Ouvi outro barulho e era na sala. Eu e o James fomos correndo pra lá e vemos uma pessoa saindo correndo na porta.

Corri atrás também. Escutei o James falando com a policia e eu tava cruzando a porta. Ainda. Cheguei no jardim sem nenhuma flor - tem algum sentido isso? - e vi eles entrando no carro. Mirei nos pneus e atirei. Uma. Duas. Três vezes. E não acertei nenhuma. O filho da puta ficou fazendo zigue zague com o carro. E era o carro do pai do James. Que Deus queria que o que to pensando não seja verdade.

Os dois saíram pela porta e fomos correndo pro carro.

– Segue o carro do teu pai.

– Por que meu pai?

– VAI! - Ele acelerou e ainda bem que a rua tava vazia. Quase conseguimos alcançar o carro, mas eles corriam demais. Tava quase tudo dando certo. Eu ajudando o James a ver onde o carro tava e o Pedro falando no celular com o senhor Holden. Até que entramos numa avenida mega movimentada. Ah, que ótimo. E o tipo de carro ainda era um dos mais comuns na cidade. Memorizei a placa e entramos no meio do transito.

Eu tava com medo, suando frio, pensando em como ela tava. E tão perto de mim. Ela tava há o que? 20, 40 metros de distancia? Isso não é nada comparado ao que tava antes. Mas eu to com medo. Eles não podem se despistar da gente. Não vou "morrer na praia". Não mesmo.

Quase batemos umas 5 vezes, eu acho. E cada carro que a gente quase batia, eles ficavam cada vez mais distantes. Até chegar no farol. Ali perdemos eles completamente de vista, já que não tinha pra onde ir com o carro.

Olhei pra cima e vi que tinha helicópteros indo naquela direção. Suspirei um pouco aliviado.

– Pra onde você quer ir?

– Pra sua casa. - James parece que cansou de questionar quase tudo que eu falo e assim fez.

Chegamos lá e tinha que ter algo no guarda roupa do pai dele.

– Procura algo no guarda roupa do seu pai?

– Tá brincando comigo? O que isso tem a ver?

– Era o carro do seu pai lá. E eram 3 pessoas no carro. John, Mel e o outro a gente não sabe quem é.

– Não era ele. Meu pai é a pessoa que mais fala de ética e moral. Ele nunca faria isso. Ele briga comigo até quando eu chego bêbado em casa. Repito: ele nunca faria isso.

– O carro foi roubado então? - Ele não me respondeu. Só subiu. E eu já sabia a resposta dele.

– Voltou a aparecer por aqui, Justin? - Forcei o meu melhor sorriso. Pedro percebeu e não falou nada. Eu sabia que ele só tava esperando pra ver no que tudo isso iria dar.

– Pois é. E o senhor Blame? Como tá?

– Tá bem. Tá viajando a trabalho.

– Ele foi pra muito longe?

– Não. Até foi de carro. Foi pra duas cidades daqui. - Ela me disse o nome da cidade e eu olhei pro lado e tinha uma foto dele com a esposa. Minha vontade era de esmurrar, nem que seja, a foto. Mas me controlei. Eu dei o meu melhor sorriso no momento e voltei pro carro. Ouvi ela perguntando o que tinha acontecido, mas foda-se. Não iria ficar o resto da noite esperando o James achar algo, ou a policia achar os três.

Eu corria pra tal cidade, mas nem sabia onde eles poderiam tá. Só sei que eu iria achar os três. Hoje ainda. A cada segundo que passava, o aperto no meu coração aumentava.

Depois de uma hora cheguei na cidade. Já deviam ser mais ou menos 03:00 horas da manhã e eu ainda tava procurando. Até que achei! Touché.

Tava parado na frente de uma casa. Entrei nessa casa e tava mega silencioso. Não é possível que errei a casa e vou deixar eles escaparem de novo. Ouço um barulho de arma e viro pra trás com a arma apontada pro John também.

– Pensou que ia fazer o que? Dar uma de herói e se matar por causa da menina? - Ele riu. - Patético. - Não respondi. - Sua namoradinha deve tá longe daqui. - Gelei.

– Como longe daqui? O que você fez com ela?

– Eu? Nada. Só te trouxe pra cá. Acho que você deve saber que eu to não sozinho nisso.

– Sei.

– E seu amigo sabe quem ele é?

– Sabe. Ainda não quer acreditar, mas sabe. Pra onde eles foram? - Ele riu.

– O que te fez pensar que eu vou deixar você sair daqui? - Suspirei.

– Minha paciência tá sumindo.

– Engraçado. A minha também.

– Então, atira em mim logo. Eles vão saber onde ela tá. Esse tipo de coisa que você tá fazendo me cansa.

– Quer morrer? É isso?

– Pra falar a verdade, se você fosse me matar, já teria feito isso. - E ele atirou. Mas pra minha surpresa, e principalmente pra dele, a arma tava sem bala. Não pensei duas vezes e parti pra cima dele.

– Fala agora onde eles tão. - Falei com a minha arma apontando pra cabeça dele.

– A sua deve tá sem bala que nem a minha. - Atirei pra frente e ele se contraiu.

– É, realmente, tá sem bala. - Falei ironico. - Reponde logo porra!

– Eles voltaram pra Alhambra. Só isso que eu sei. - Peguei ele pelo colarinho e fui o arrastando até meu carro. - O que você vai fazer?

– Você vai comigo. Seria piada te deixar aqui.

– O que você vai fazer, garoto? – Ele perguntou assustado. Isso tava começando a ficar divertido.

– To pensando ainda. E cala a boca. Não quero ouvir a sua voz. Só quando eu te perguntar alguma coisa. - Joguei o John dentro do carro e entrei acelerando de volta pra Alhambra.

Depois de mais uma hora, chegamos lá.

– Faz ideia da onde eles tão? - Ele virou pro lado e eu respirei fundo. - Responde porra!

– Não sei. Devem tá na antiga casa.

– Dá pra você servir pra alguma coisa?

– A casa que você quase pegou a gente. Pronto! - Acelerei mais o carro indo em direção a essa casa.

– Ali o carro ó. - Ele disse apontando. Comecei a seguir o carro. Alguém do banco do passageiro olhou pra trás e eu vi que era a Mel. Ela viu que era eu e sorriu aliviada.

O pai do James, o senhor Blame, corria cada vez mais. E eu ficava cada vez mais desesperado. Eu tava na cola dele. As ruas tavam quase vazias, era difícil eu perder ele de vista. E isso não ia acontecer. Meu celular começou a tocar e vi que era o James.

*Ligação on*

– Cara, onde você tá?

– Eu to seguindo o carro.

– Então achou eles?

– Achei. E to com o John aqui do meu lado.

– Tu tá onde?

– Em Alhambra de novo.

– Quer que eu ligue pro pai dela?

– Faz esse favor pra mim?

– Ok.

– E a sua mãe? Ela sabe?

– Eu não sei como contar pra ela ainda. Até o final da noite ela vai saber. Prefiro que seja por mim do que pela policia.

– Ok. Vou ter que desligar. E não esquece de ligar pro pai da Mel.

– Não vou esquecer.

*Ligação off*

~Mel on~

A gente tava indo pra não sei onde até que o verme acelera mais o carro. Virei pra trás e vi que era o Justin. Sorri aliviada. Esse pesadelo tá prestes a acabar... Esse pesadelo tá prestes a acabar... Era só isso que eu pensava.

O idiota corria cada vez mais rápido e o Justin acompanha. Virei o corpo todo pra trás e vi que ele tava com o John. Que Deus queira que nada aconteça com meu anjo.

Virei pra frente de novo e um clarão veio na minha cara. Arregalei os olhos e tentei gritar, mas minha voz não saia. De repente, tudo fica escuro e eu não escuto mais nada.


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