Be Alright escrita por Carol Munaro


Capítulo 43
Alhambra




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Peguei ela no colo e a levei pro hospital. Cheguei lá e pedi pra levarem ela pro médico, explicando que ela tinha desmaiado. Levaram ela pra ser examinada e eu liguei pro Jason. Eu precisava que ele chegasse pra eu poder ir na delegacia. Minhas mãos e minhas pernas tremiam tanto, que nem sei como cheguei no hospital.

– O que aconteceu? - Perguntou o senhor Holden entrando na sala de espera. - E cade a Mel?

– O... O John levou ela. - Eu disse e comecei a chorar. - Alguém precisa ir na delegacia.

– Eu vou. Fica aqui.

– Mas...

– Sem mas. Imagina você nesse estado chegando na delegacia. - É, ele tava certo. O senhor Holden conseguia ser calmo independente da situação. E, pelo o que eu soube, sempre resolvia as coisas com a cabeça fria e com calma. Mas eu sou o contrário. To aqui chorando desesperado e não tenho ideia do que fazer.

Eu só conseguia pensar em como a Mel tava, o que ele tava fazendo com ela, o que passava pela cabeça dela naquele momento. Eu tava desesperado. Eu precisa de noticias dela. Até que uma ideia, um pouco estranha, admito, me ocorreu.

*Ligação*

– Alo, James?

– Jhonson? Achei que não queria mais falar comigo.

– Eu sei. Mas é que... aconteceu algo com a Mel e eu preciso que você me ajude.

– E o Victor?

– Ele tá preso ainda. Eu só tenho você. Cara, não faça isso por mim, faça por ela. Pelo amor de Deus. Eu preciso da sua ajuda. - Ele ficou em silencio. Eu tava implorando por ajuda e o corno não falava nada.

– O que aconteceu com ela?

– Vem pro hospital XXX, que eu te explico.

– Ok. To indo.

*Ligação off*

Agora era só esperar.

Depois de uns 30 minutos o James chegou.

– Ela foi atropelada? Passou mal?

– Não é ela que tá aqui. É a mãe dela que desmaiou quando descobriu o que aconteceu.

– E isso seria...

– Sabe o que aconteceu com ela, não sabe?

– Quando você foi pra cadeia?

– Um pouco antes.

– Não. O que eu e todo mundo sabe é que você foi preso e ela ficou mal. Só.

– Enfim, a mãe dela arrumou um namorado e ele... - Falei gesticulando com as mãos e ele olhou estranho pra mim.

– Ele abusou dela? - Ele perguntou assustado e com os olhos arregalados.

– É. E ela sumiu hoje. Só pode ter sido ele. Não tem como ser outra coisa.

– Vou te ajudar em que?

– Eu quero procurar ela.

– Já pensou em ir pra policia?

– O pai dela tá lá. Mas eu não vou aguentar ficar parado esperando. - Essa hora eu tava andando de um lado pro outro de nervoso.

– Tem alguma ideia de onde ela possa tá? - Pensei um pouco. Perto da casa dela ou do consultório da psicóloga, acho que não. Mas eu realmente não sei. Tava pensando nisso e o médico da mãe dela chega.

– Algum parente da senhora Claudia?

– Eu.

– Você é o que dela rapaz?

– Na verdade eu sou namorado da filha dela. Ela não tem nenhum parente próximo.

– E a filha?

– Ela foi sequestrada. Por isso ela desmaiou. - James falou chegando do meu lado.

– Sinto muito. - Eu assenti. - Bom, ela já tá bem. E terá que ficar em repouso. Eu vou te dar os papeis da alta pra assinar. - Assenti de novo. Assinei os tais papeis e fomos até o quarto buscar por ela.

– Dona Claudia?

– Pode entrar querido.

– Tá tudo bem?

– To melhor. - Ela olhou pro James.

– Ah, meu amigo, James.

– Prazer. - Ela sorriu fraco.

– Vamos? - Eu perguntei e ela assentiu. Fomos o caminho inteiro em silencio. Chegamos e eu ajudei ela a entrar em casa.

– Dona Claudia, onde o John morava antes de vir pra cá? - Ela me olhou assustada.

– No XXX. - Era uns dos bairros mais ricos da cidade. Era óbvio que não era lá.

– Se importa de ficar aqui sozinha? Eu já volto.

– Justin, não vá fazer nenhuma besteira.

– Relaxa. Vai ficar tudo bem. O senhor Holden foi na delegacia e eu vou lá pra ver se tem alguma noticia. - Ela assentiu. - Qualquer coisa me liga. - Disse saindo pela porta.

– Não era mais fácil ligar pra ele? - James me perguntou confuso.

– Eu vou ligar pra ele. A gente não vai até lá.

– E vamos onde?

– "Andar" por ai. - Peguei o celular e liguei pro senhor Holden.

*Ligação*

– Alo?

– Senhor Holden, é o Justin. Alguma noticia?

– Nada ainda. Tão rastreando o celular dela agora.

– E já sabem mais ou menos onde tá?

– Falaram em Alhambra. Mas não é certeza.

– Ok.

– Não tá pensando em ir sozinho até lá né?

– Não to sozinho. Qualquer coisa me liga.

*Ligação off*

Antes de desligar pude ouvir ele falar alguma coisa. Mas como já tinha tirado o telefone do ouvido, o que ouvi foram só resmungos.

– Vamos pra Alhambra.

– Onde?

– Um pouco longe daqui. - Disse e arranquei com o carro.

– Só não vai entrar na casa com tudo.

– Eu sei.

– Acho melhor a gente chamar o Pedro também.

– Não quero envolver muita gente.

– Mano, para o carro.

– Claro que não.

– Sério, para o carro. - Parei. - Eu sei que você tá preocupado com ela. Mas tenta manter um pouco de calma, cara. Não dá pra fazer tudo o que você tá querendo, sem algum "planejamento" antes. A gente precisa de ajuda. Não sabemos se é só ele que tá lá. - Eu assenti e ele pegou o celular falando pro Pedro que a gente ia passar na casa dele.

Chegamos lá e contamos pra ele o que tava acontecendo. Quer dizer, o James contou. Não tava em condição nem de ouvir mais que o John tava fazendo algo com ela agora.

Entramos no carro e o James que tava dirigindo. Eu tava no banco do carona louco pra esmurrar a cara do John. Coisa que eu devia ter feito há muito tempo atrás.

Chegamos em Alhambra e procuramos por uma casa abandonada ou suspeita.

– Não sabia que teu pai vinha pra cá, James. - Pedro falou.

– Meu pai? Onde?

– Ali não é o carro dele?

– É, mas que eu saiba, ele nunca veio pra cá.

– Quer parar e ver se é ele? - Eu perguntei.

– Dá? - Assenti. Ele parou o carro atrás do carro do pai dele. Ouvimos um grito. De dentro de uma casa um pouco mais a frente do carro do pai do James. E eu conhecia aquele grito. A unica coisa que fiz foi sair correndo.


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