Be Alright escrita por Carol Munaro
E o mais importante: ela deve ter visto o carro do Justin lá fora. Se isso aconteceu, eu to fudida.
Meu pai entrou na cozinha logo depois.
– Justin, sai pelos fundos. E Mel, pega suas coisas. Sua mãe chegou. - Bufei.
– Tem um minuto? - Meu pai pareceu atender e assentiu saindo da cozinha. Justin me puxou e me beijou.
– Me liga antes de dormir?
– Claro. Não quero que você vá. - Falei fazendo bico.
– Mel! - Meu pai berrou lá da sala.
– Tenho que ir. - Justin disse e depois me selou. - Te amo.
– Eu também te amo. - Ele saiu apressado pela porta dos fundos e eu subi. Pelas vozes, percebi que a minha mãe e o traste estavam na sala conversando com o meu pai. Imagina como ele deve ter ficado? Enfim, quem estava na sala, não conseguia ver as escadas, então subi sem passar por lá.
Entrei no meu quarto e comecei a arrumar as minhas coisas. Arrumei do melhor jeito possível pra demorar mais, já que não tava afim de descer e muito menos de ir embora.
Alguém bateu na porta e eu pedi pra entrar.
– Que saudade de você. - Falou minha mãe indo me abraçar. Confesso que achei ela um pouco bipolar em relação a isso. Sai de casa brigada com ela, não nos falamos a semana inteira, e ela chega me abraçando. Sem falar primeiramente um "oi, tudo bem?". Eu sei e até entendo, ela é a minha mãe. Só que comigo não é assim que as coisas funcionam. Mas é a minha mãe né, e eu quero resolver tudo e acabar com as nossas brigas de uma vez por todas. Retribui o abraço e dei um sorriso.
– Vamos? - Ela perguntou.
– Mas já?
– Você passou a semana inteira com o seu pai. Não tem saudade de casa? - Na verdade não. Mas vamos deixar isso em off rs. Apenas sorri e descemos. Me despedi do meu pai e entrei no carro já sentindo tédio e me lembrando da semana de paz que eu tive na casa do meu pai, já que em casa com certeza seria completamente diferente.
– Como passou a semana? - Minha mãe perguntou animada. Talvez por eu estar de volta (?)
– Ótima. - Respondi e pela primeira vez, John olhou pra mim.
– Você não ligou pra sua mãe uma vez. - Ele tinha que se intrometer.
– Eu tava ocupada. - Falei seca e ele não me dirigiu a palavra de novo. O carro parou num restaurante e eu fiz uma careta. Tudo o que eu queria era chegar em casa e me trancar num quarto. Só.
– Tudo bem comer aqui, querida? - Minha mãe perguntou.
– Na verdade, não pode ser em casa? - Ela respirou fundo e eu entendi que não. Que ótimo. Entramos na merda de restaurante e já tinha uma reserva.
– Agradável o restaurante né? - Minha mãe perguntou enquanto esperávamos a comida.
– Um pouco. Prefiro pensar na comida primeiro.
– Só pensa em comida, pelo amor.
– O que importa em um restaurante é a qualidade da comida mesmo. - Eu quero sair daqui. Quero ver o Justin. Quero ficar com ele. Quero sentir o cheiro dele. Mas tenho que ficar aqui. Saco. Apesar que eu tenho ideias pra hoje.
A comida chegou e a minha mãe e o "coisa" ficaram conversando e comendo, enquanto eu, só comia.
Ficamos mais um tempo naquele tédio. O que realmente não me desanimou por completo foi a comida, que era maravilhosa. Enfim, fomos pra casa e eu fui direto pro meu quarto. Com receio de acontecer alguma coisa, tranquei a porta. Tomei um banho mega demorado e relaxante, vesti meu pijama, apesar de ainda ser cedo, e fiquei vendo TV.
Não tinha nada de bom passando na TV e eu tava no maior tédio e resolvi ligar pro Justin.
*Ligação on*
– Oi mo. - Falei toda animada.
– Oi princesa. Posso saber o motivo da voz animada?
– Quero você aqui quando der meia noite.
– Que tipo de droga você fumou? - Ele falou rindo.
– É sério, po. Quero ficar contigo.
– Ficar... sei... - Ele disse fazendo uma voz maliciosa.
– É sério, já disse. Você vai vim?
– Eu quero muito ir. Mas não quero que você tenha problemas com a sua mãe. Se ela me pegar ai, eu nunca mais vou poder pisar na tua casa.
– Eu sei o horário que ela acorda. Só você sair antes.
– Eu vou. Apesar que vou ter que acordar mais cedo que o normal.
– Para de reclamar e de ser preguiço. Pensa na saudade que você sente de mim.
– Nem me fale. To morrendo de saudade de você.
– Vai me encher de beijos quando chegar aqui?
– Vou. Tá carente demais, princesa.
– Vou ficar uma semana sem te ver direito, acha que vou ficar como?
– Amanhã você podia falar que vai pra casa da Mari e vai pra minha casa né.
– Eu sei. Combino com a Mari direitinho depois. Até porque, minha mãe vai querer me buscar na casa dela.
– Imagino.
– Mo, o Victor te ligou pra te xingar porque você esqueceu ele lá na festa? - Falei rindo.
– Ligou, mas eu ainda tava dormindo e não retornei ainda. Depois me resolvo com ele.
– Acho que vou ligar pra Mari agora. Não sei se ela vai sair hoje.
– Tudo bem. Não esquece de me avisar depois.
– Ok. Beijo. Eu te amo.
– Também te amo, bebe. - Awn.
*Ligação off*
*Ligação on - Mari*
– Mas olha só. Lembrou que eu existo. E a noite como foi? - Eu ri.
– Engraçadinha. E a noite foi estressante.
– Estressante? Ele broxou?
– MARI!
– Foi ou não?
– Claro que não. - Falei rindo. - Nem cheguei na casa dele. Aquele tempo que eu tava contigo no banheiro ele bebeu. E ele já tinha bebido. Ficou mais alegrinho do que tava e a gente acabou discutindo no caminho até a casa dele. Mandei ele parar e liguei pro meu pai ir me buscar.
– Vish. Mas já falou com ele?
– Já. Tá tudo bem já. E queria te pedir uma coisa.
– Sei que tem o Justin.
– Ér... - Ri. - Amanhã você aceita a gente ai?
– Ok. Que horas?
– Vish. De tarde.
– Quando você sair dai me liga.
– Ok.
– E chega mais cedo.
– Por que?
– Tenho coisas pra te contar.
– Conta agora ué.
– Não dá. Meu pai tá aqui perto. - Ela falou baixinho e um pouco abafado.
– Tá bom. Tem a ver com o Miguel né? Que eu ainda não conheci, sua linda. - Falei ironica.
– Tem. Eu falo pra ele vir amanhã. Pronto. - Ela falou rindo. - Agora eu tenho que ir.
– Vai onde?
– Na casa dos pais dele.
– Vish. Boa sorte.
– Obrigada, chata. Ah, mas antes de ir, e o "problema" lá? - Ela disse e eu fiquei pensando um pouco. Até me dar conta do que ela falava.
– Não falou nada. To com a porta trancada agora. Mesmo que eu saiba que ele tá com a minha mãe lá em baixo.
– Ok. Cuidado hein! Agora tenho que ir mesmo. Beijo.
– Beijo.
*Ligação off - Mari*
Mandei mensagem pro Justin me encontrar lá. Dei o endereço pra ele e falei o horário. Ele disse que tudo bem.
Fiquei mofando lá no quarto e acabei adormecendo. Acordei com batidas na porta quase que desesperadas. Abri a porta assustada.
– Pra que trancou a porta? Achei que tinha acontecido algo com você?
– Iria acontecer o que comigo? Eu ia me afogar na privada? - Falei rindo e minha mãe olhou séria pra mim. - Desculpa.
– Ok. Desce, a janta tá pronta.
– To sem fome.
– Não vai comer nada?
– Mais tarde eu desço e me viro lá na cozinha.
– Tudo bem. Vai dormir?
– Acho que sim. Vou ver TV, mas é provável que eu durma.
– Tudo bem. Então, boa noite, querida. - E me deu um beijo na testa.
– Boa noite, mãe.
Fiquei lá esperando dar meia noite e me deu fome. Mas eu não quis descer até o Justin chegar. Fiquei pensando nisso. Ele não iria entrar pela porta da frente, claro. Ele iria ter que subir a minha janela. Tadinho. Mas pra quem já desceu por ali, consegue subir. Ouvi alguém batendo na minha janela e sorri olhando pra lá.
– Oi. - Ele disse sorrindo quando eu abri e entrando.
– Oi. - Disse e dei um selinho nele. - To com fome. Tá também?
– Não. Jantei antes de vir pra cá.
– Vou pegar algo na cozinha. Vem comigo? Tá tudo escuro aqui em casa. - Falei fazendo bico. É, eu morro de medo de escuro.
– Tudo bem, mas não vai ter perigo da sua mãe me ver?
– Ela deve tá no vigésimo sono já. Vem. - Puxei ele pela mão e descemos em silencio. Eu tava lá fazendo o sanduíche e estávamos em silencio pra minha mãe e nem o traste acordar, mas acho que ele ouviu a porta do meu quarto abrir.
– Eu posso saber o que esse garoto tá fazendo aqui?
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