Be Alright escrita por Carol Munaro


Capítulo 32
Problemas




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E o mais importante: ela deve ter visto o carro do Justin lá fora. Se isso aconteceu, eu to fudida.

Meu pai entrou na cozinha logo depois.

– Justin, sai pelos fundos. E Mel, pega suas coisas. Sua mãe chegou. - Bufei.

– Tem um minuto? - Meu pai pareceu atender e assentiu saindo da cozinha. Justin me puxou e me beijou.

– Me liga antes de dormir?

– Claro. Não quero que você vá. - Falei fazendo bico.

– Mel! - Meu pai berrou lá da sala.

– Tenho que ir. - Justin disse e depois me selou. - Te amo.

– Eu também te amo. - Ele saiu apressado pela porta dos fundos e eu subi. Pelas vozes, percebi que a minha mãe e o traste estavam na sala conversando com o meu pai. Imagina como ele deve ter ficado? Enfim, quem estava na sala, não conseguia ver as escadas, então subi sem passar por lá.

Entrei no meu quarto e comecei a arrumar as minhas coisas. Arrumei do melhor jeito possível pra demorar mais, já que não tava afim de descer e muito menos de ir embora.

Alguém bateu na porta e eu pedi pra entrar.

– Que saudade de você. - Falou minha mãe indo me abraçar. Confesso que achei ela um pouco bipolar em relação a isso. Sai de casa brigada com ela, não nos falamos a semana inteira, e ela chega me abraçando. Sem falar primeiramente um "oi, tudo bem?". Eu sei e até entendo, ela é a minha mãe. Só que comigo não é assim que as coisas funcionam. Mas é a minha mãe né, e eu quero resolver tudo e acabar com as nossas brigas de uma vez por todas. Retribui o abraço e dei um sorriso.

– Vamos? - Ela perguntou.

– Mas já?

– Você passou a semana inteira com o seu pai. Não tem saudade de casa? - Na verdade não. Mas vamos deixar isso em off rs. Apenas sorri e descemos. Me despedi do meu pai e entrei no carro já sentindo tédio e me lembrando da semana de paz que eu tive na casa do meu pai, já que em casa com certeza seria completamente diferente.

– Como passou a semana? - Minha mãe perguntou animada. Talvez por eu estar de volta (?)

– Ótima. - Respondi e pela primeira vez, John olhou pra mim.

– Você não ligou pra sua mãe uma vez. - Ele tinha que se intrometer.

– Eu tava ocupada. - Falei seca e ele não me dirigiu a palavra de novo. O carro parou num restaurante e eu fiz uma careta. Tudo o que eu queria era chegar em casa e me trancar num quarto. Só.

– Tudo bem comer aqui, querida? - Minha mãe perguntou.

– Na verdade, não pode ser em casa? - Ela respirou fundo e eu entendi que não. Que ótimo. Entramos na merda de restaurante e já tinha uma reserva.

– Agradável o restaurante né? - Minha mãe perguntou enquanto esperávamos a comida.

– Um pouco. Prefiro pensar na comida primeiro.

– Só pensa em comida, pelo amor.

– O que importa em um restaurante é a qualidade da comida mesmo. - Eu quero sair daqui. Quero ver o Justin. Quero ficar com ele. Quero sentir o cheiro dele. Mas tenho que ficar aqui. Saco. Apesar que eu tenho ideias pra hoje.

A comida chegou e a minha mãe e o "coisa" ficaram conversando e comendo, enquanto eu, só comia.

Ficamos mais um tempo naquele tédio. O que realmente não me desanimou por completo foi a comida, que era maravilhosa. Enfim, fomos pra casa e eu fui direto pro meu quarto. Com receio de acontecer alguma coisa, tranquei a porta. Tomei um banho mega demorado e relaxante, vesti meu pijama, apesar de ainda ser cedo, e fiquei vendo TV.

Não tinha nada de bom passando na TV e eu tava no maior tédio e resolvi ligar pro Justin.

*Ligação on*

– Oi mo. - Falei toda animada.

– Oi princesa. Posso saber o motivo da voz animada?

– Quero você aqui quando der meia noite.

– Que tipo de droga você fumou? - Ele falou rindo.

– É sério, po. Quero ficar contigo.

– Ficar... sei... - Ele disse fazendo uma voz maliciosa.

– É sério, já disse. Você vai vim?

– Eu quero muito ir. Mas não quero que você tenha problemas com a sua mãe. Se ela me pegar ai, eu nunca mais vou poder pisar na tua casa.

– Eu sei o horário que ela acorda. Só você sair antes.

– Eu vou. Apesar que vou ter que acordar mais cedo que o normal.

– Para de reclamar e de ser preguiço. Pensa na saudade que você sente de mim.

– Nem me fale. To morrendo de saudade de você.

– Vai me encher de beijos quando chegar aqui?

– Vou. Tá carente demais, princesa.

– Vou ficar uma semana sem te ver direito, acha que vou ficar como?

– Amanhã você podia falar que vai pra casa da Mari e vai pra minha casa né.

– Eu sei. Combino com a Mari direitinho depois. Até porque, minha mãe vai querer me buscar na casa dela.

– Imagino.

– Mo, o Victor te ligou pra te xingar porque você esqueceu ele lá na festa? - Falei rindo.

– Ligou, mas eu ainda tava dormindo e não retornei ainda. Depois me resolvo com ele.

– Acho que vou ligar pra Mari agora. Não sei se ela vai sair hoje.

– Tudo bem. Não esquece de me avisar depois.

– Ok. Beijo. Eu te amo.

– Também te amo, bebe. - Awn.

*Ligação off*

*Ligação on - Mari*

– Mas olha só. Lembrou que eu existo. E a noite como foi? - Eu ri.

– Engraçadinha. E a noite foi estressante.

– Estressante? Ele broxou?

– MARI!

– Foi ou não?

– Claro que não. - Falei rindo. - Nem cheguei na casa dele. Aquele tempo que eu tava contigo no banheiro ele bebeu. E ele já tinha bebido. Ficou mais alegrinho do que tava e a gente acabou discutindo no caminho até a casa dele. Mandei ele parar e liguei pro meu pai ir me buscar.

– Vish. Mas já falou com ele?

– Já. Tá tudo bem já. E queria te pedir uma coisa.

– Sei que tem o Justin.

– Ér... - Ri. - Amanhã você aceita a gente ai?

– Ok. Que horas?

– Vish. De tarde.

– Quando você sair dai me liga.

– Ok.

– E chega mais cedo.

– Por que?

– Tenho coisas pra te contar.

– Conta agora ué.

– Não dá. Meu pai tá aqui perto. - Ela falou baixinho e um pouco abafado.

– Tá bom. Tem a ver com o Miguel né? Que eu ainda não conheci, sua linda. - Falei ironica.

– Tem. Eu falo pra ele vir amanhã. Pronto. - Ela falou rindo. - Agora eu tenho que ir.

– Vai onde?

– Na casa dos pais dele.

– Vish. Boa sorte.

– Obrigada, chata. Ah, mas antes de ir, e o "problema" lá? - Ela disse e eu fiquei pensando um pouco. Até me dar conta do que ela falava.

– Não falou nada. To com a porta trancada agora. Mesmo que eu saiba que ele tá com a minha mãe lá em baixo.

– Ok. Cuidado hein! Agora tenho que ir mesmo. Beijo.

– Beijo.

*Ligação off - Mari*

Mandei mensagem pro Justin me encontrar lá. Dei o endereço pra ele e falei o horário. Ele disse que tudo bem.

Fiquei mofando lá no quarto e acabei adormecendo. Acordei com batidas na porta quase que desesperadas. Abri a porta assustada.

– Pra que trancou a porta? Achei que tinha acontecido algo com você?

– Iria acontecer o que comigo? Eu ia me afogar na privada? - Falei rindo e minha mãe olhou séria pra mim. - Desculpa.

– Ok. Desce, a janta tá pronta.

– To sem fome.

– Não vai comer nada?

– Mais tarde eu desço e me viro lá na cozinha.

– Tudo bem. Vai dormir?

– Acho que sim. Vou ver TV, mas é provável que eu durma.

– Tudo bem. Então, boa noite, querida. - E me deu um beijo na testa.

– Boa noite, mãe.

Fiquei lá esperando dar meia noite e me deu fome. Mas eu não quis descer até o Justin chegar. Fiquei pensando nisso. Ele não iria entrar pela porta da frente, claro. Ele iria ter que subir a minha janela. Tadinho. Mas pra quem já desceu por ali, consegue subir. Ouvi alguém batendo na minha janela e sorri olhando pra lá.

– Oi. - Ele disse sorrindo quando eu abri e entrando.

– Oi. - Disse e dei um selinho nele. - To com fome. Tá também?

– Não. Jantei antes de vir pra cá.

– Vou pegar algo na cozinha. Vem comigo? Tá tudo escuro aqui em casa. - Falei fazendo bico. É, eu morro de medo de escuro.

– Tudo bem, mas não vai ter perigo da sua mãe me ver?

– Ela deve tá no vigésimo sono já. Vem. - Puxei ele pela mão e descemos em silencio. Eu tava lá fazendo o sanduíche e estávamos em silencio pra minha mãe e nem o traste acordar, mas acho que ele ouviu a porta do meu quarto abrir.

– Eu posso saber o que esse garoto tá fazendo aqui?


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