Be Alright escrita por Carol Munaro


Capítulo 30
Bebida e Briga




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Antes de sairmos, passei no banheiro e encontrei a Mari lá.

– Nossa, você por aqui. Que surpresa. - Ela sorriu.

– Digo o mesmo de você.

– E o Miguel, que eu ainda não conheci, ele tá ai?

– Não. Tive que vir com a minha prima. - Ela falou fazendo cara de tédio e eu ri. - E o Justin?

– Tá aí.

– Claro. Ele nunca deixaria você ir numa festa sozinha. Ainda mais desse tipo. - Rimos.

– Mari, vou ter que ir embora. Beijo.

– Mas já? Tá cedo ainda. Hmmmmm a noite vai ferver então? - Eu corei na hora.

– Mari! - Ela riu.

– Ok, vai lá. - Nos despedimos e eu sai do banheiro. Justin tava lá sentado numa mesa. O chamei e fomos embora.

Justin dirigia estranho. Digo, ultrapassando perigosamente o povo e rápido demais.

– Dá pra ir mais devagar? - Ele não respondeu. - Eu to falando contigo.

– E eu to ouvindo. E não vou bater.

– Você bebeu quanto enquanto eu tava no banheiro?

– Não bebi mais nada.

– Tenho cara de trouxa agora? Você não tava assim.

– Não bebi mais nada, porra. Já falei.

– Continua com essa arrogância toda e eu não vou contigo. - Ele riu irônico.

– Vai com quem então? Vai a pé?

– Sério, Justin. Para de fazer essas palhaçadas. Pra que isso?

– Me deixa. Sou eu que to dirigindo. Mexe no celular, sei lá. Mas me deixa. Cuida da tua vida.

– Para o carro.

– Como?

– Para o carro. Agora.

– Não vou para no meio da avenida.

– Problema teu. Eu to mandando você parar. Não vou mais contigo.

– Qual é, Mel. Para de drama.

– Drama? Você ouviu o jeito que você falou comigo? - Ele parou o carro num posto e eu desci. Ele continuou parado. Peguei o telefone e liguei pro meu pai.

*Ligação on*

– Filha, aconteceu alguma coisa?

– Depois te explico, mas vem me buscar? To num posto de gasolina na rua XXXX de esquina com a rua XXXX.

– Tá, to saindo já. O Justin tá ai com você? - Olhei pro lado e vi que ele tava com o carro parado e olhando pra mim.

– Tá.

– Não sai dai. Já to chegando.

*Ligação off*

Fui até o carro dele.

– Pode ir embora. Meu pai já tá vindo.

– Não vou te deixar sozinha. - Eu amoleci só com essa frase. - Mesmo eu não vendo necessidade de tanto drama. - Ér... o que eu tinha dito mesmo? Ele me fez ficar muito brava com ele. E o pior é que foi por besteira. Por bebida. O que me fazia ficar mais doida da vida ainda.

Fiquei lá sentada num murinho baixo que tinha esperando meu pai e o Justin continuava olhando pra mim. Tudo bem que somos namorados, mas aquilo tava constrangedor.

Um tempo depois meu pai chegou.

– Vamos? - Eu assenti e entrei no carro. Meu pai ligou o carro e começou a dirigir em direção a casa dele, e o Justin saiu também logo atrás da gente. - Brigaram?

– Aham.

– Se quiser pode contar o porque. - Eu até iria contar, mas seria algo tipo "meu namorado bebeu e tava dirigindo parecendo que tava fugindo da policia". Então, achei melhor não.

– Deixa quieto, pai. - Ele assentiu. Ficamos em silencio e eu fiquei só pensando. Tá, eu liguei pro meu pai vir me buscar e não queria ir de jeito nenhum pra casa do Justin depois daquilo. Mas comigo ali com ele, ele pelo menos, teria algum controle pra pisar no acelerador. Já sozinho, eu tinha minhas duvidas. Mas eu não iria passar a mão na cabeça dele como se nada tivesse acontecido.

Chegamos eu casa e eu dei boa noite pro meu pai e depois subi. Pensei em ligar pro Justin, mas não. Tava quase pegando no sono quando meu celular toca.

*Ligação on*

– Mel, é o Victor. Cade tu e o Justin? - Ai caralho, a gente esqueceu ele lá.

– Foi mal, Victor. Eu to na casa do meu pai. Já o Justin não sei.

– Brigaram?

– O que você acha?

– Já imagino o porque. Bebida?

– É.

– Vai ligar pra ele?

– Eu não. Ele que ligue pra mim. Não fiz nada de errado.

– E eu ainda preciso de alguém pra me buscar.

– Vei, pega um taxi.

– E eu vou pagar com o que? Ainda não vendo meu corpo pra pagar as contas. - Eu ri.

– Liga pro Justin.

– Ele não me atende.

– Ahn... vê se consegue carona com outra pessoa.

– Vou me virar aqui.

– Ok, obrigada. To morrendo de sono.

– Tchau, bicho preguiça.

– Engraçado você né. Tchau vela.

*Ligação off*

Justin bebado e sem atender o celular. Fiquei como? Morta de preocupação. Resolvi ligar pra ele. Chamava, chamava e nada. Eu já perguntava se ele tinha chegado em casa mesmo. Já tava andando de um lado pro outro do quarto com o telefone no ouvido de tanta preocupação.

Meu pai abriu a porta do quarto.

– Tá tudo bem?

– Não. O Justin é um idiota. Ele não me atende e nem atende o amigo dele.

– Por que ele tá bravo contigo?

– Era pra ser o contrário. Era pra eu tá brava com ele. E to. Eu vou matar aquele garoto!

– Depois ele atende. Relaxa.

– Como eu vou relaxar? Ele saiu sozinho com o carro e ainda tava "alegrinho", se é que você me entende.

– Por isso não veio com ele?

– Claro. Odeio esse tipo de coisa. - Falei sentando na cama e apoiando uma mão na cabeça e a outra tava segurando o telefone na orelha.

– Tenta ficar calma, não aconteceu nada.

– Eu só vou ficar calma quando aquele viado atender o telefone. - Meu pai não falou nada. Só ficou escorado na porta olhando o meu desespero.

*Ligação on*

– Finalmente hein caralho. Tu tá onde? - Meu pai saiu do quarto. Alias, seria desconfortável se ele ficasse lá ouvindo.

– To em casa.

– E por que não atendeu o celular?

– Deixei ele no quarto e desci pra comer alguma coisa. - Ele tava bebado ainda. Falava as coisas meio emboladas. E eu tava me virando pra entender. Ainda mais porque era por telefone.

– E eu quase morro aqui né? Foda-se se to preocupada contigo né.

– Não pedi pra você ir embora sozinha e me deixar lá.

– Eu não teria ido se você fosse um idiota. Se você prometesse as porra e cumprisse.

– Para de drama, Mel.

– Não é drama, velho. E não vou ficar discutindo contigo. Nem sei se você vai lembrar, então foda-se. Boa noite.

*Ligação off*

É, desliguei na cara dele. E não tava nem ai. Olha a merda que ele faz. Se ele tivesse falado que ia beber, eu pediria pro meu pai ir buscar a gente, ou pegava dinheiro pro táxi. E eu ainda perguntei se ele iria beber que nem aquele povo. "Sei que tenho que te levar pra minha casa ainda. E quero que você chegue inteira." Aham. E a idiota aqui acredita. Só sei que eu ainda tava muito puta com ele. Bom, amanhã só vou ver ele se ele vier aqui no meu pai antes de eu ir embora, porque minha mãe me proibiu de ver o Justin. Mas não tava afim de ver ele. Só veria no domingo, se a Mari liberasse a casa dela, e olhe lá. Deitei na cama e tava morta de sono. Dormi rapidamente.

Acordei no outro dia e lembrei que teria que voltar pra casa da minha mãe. Quis dormir de novo e nunca mais acordar. Olhei no celular e era tarde já. Umas 14:00. Desbloqueei e vi que tinham 10 chamadas perdidas do Justin. Lembrei do episódio de ontem e quis dormir mais ainda. Ele ligou de novo e eu atendi.

*Ligação on*

– Que é?

– Nossa, que amor. Boa tarde pra você também.

– Fala logo Justin.

– Só quero conversar contigo, não pode mais?

– E nada aconteceu?

– Ainda falando disso, Mel?

– É, ainda. Não costumo ser tratada com ignorância. Principalmente por você.

– Eu nem sei direto o que aconteceu. Não lembro de tudo.

– Claro que não. Óbvio. – Disse revirando os olhos.

– Eu to com dor de cabeça.

– Bem feito.

– Para de falar assim comigo, amor. - Ele falou fazendo uma voz manhosa.

– Justin, vou desligar. Acabei de acordar e to cansada de ontem. Toma um remédio ou dorme, sei lá.

– Vou te ver hoje?

– Não sei, me liga mais tarde.

– Ok, beijo. Te amo. E desculpa?

– Não é melhor deixar essa parte pra pessoalmente? - Gostava de resolver as coisas cara a cara. Não no telefone. Eu tinha a impressão de covardia com isso.

– Também acho. Mas não vou passar o dia bem sem você aceitar o meu pedido de desculpas. - Fiquei um tempo em silencio.

– Ok, eu te desculpo. Mas você tem me prometer que não vai fazer isso quando tiver comigo de novo.

– Prometo. - Ficamos em silencio de novo. E dessa vez tava, eu diria que, constrangedor. - To com saudade.

– Vem pra cá. Só vou mais tarde pra minha mãe.

– Ok, eu vou só tomar banho.

– Tá. Beijo.

– Beijo.

*Ligação off*

Um fato: não consigo ficar com raiva do Justin por muito tempo. E isso, no meu ponto de vista, é ruim. Se sempre que ele fizer algo de errado for assim, é, seria péssimo. Entendem o meu caso né? Sim, entendem.

Com muita preguiça levantei e tomei um banho rápido. Coloquei uma roupa "normal" e desci.

– Boa tarde. Ou bom dia. - Disse meu pai e eu ri fraco.

– Bom dia. Ainda não almocei.

– Brava com o Justin ainda?

– Um pouco. Ele me ligou e pediu desculpas.

– Então tá brava com ele por...

– Não gosto de resolver as coisas por telefone.

– Entendo. - Tava morta de fome. Tava comendo alguma coisa e tocaram a campainha. Era o idiota do meu namorado. Ok, chega de xingar ele.

Como eu ainda tava comendo, pedi pro meu pai abrir a porta.


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Notas finais do capítulo

Bom, mores... como sempre, 10 capitulos hoje... amanha posto outros 10. Xoxo :3



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