Be Alright escrita por Carol Munaro


Capítulo 28
Mudanças




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– Você não pode fazer isso. - Falei indo atrás dela que já tava no topo da escada.

– Claro que posso. Sou sua mãe. - Voltei pro meu quarto e fechei a minha porta com força. É, eu tava com raiva. Muita raiva. Fiquei lá boiando e decidi ligar pra Mari.

*Ligação on*

– Alo.

– Af, cade você aqui numa hora dessas?

– Quer que eu vá dormir ai de novo?

– Nem dá. Minha mãe não quer que eu nem veja o Justin. Imagina você dormir aqui.

– Por que isso? - Ela perguntou um pouco assustada, até.

– Aquele desgraçado falou alguma coisa pra ela. Ela disse que eu to rebelde demais e só vou ver ele na escola.

– E o que o Justin falou quando você contou pra ele?

– Ainda não contei. Mas ele deve imaginar. Já que minha mãe expulsou ele daqui de casa.

– Ele te ligou já?

– Ainda não. - Alguém bateu na porta. - Af, tão batendo na porta. Vou ter que desligar.

– Cuidado hein, Mel.

– Relaxa, ainda tá cedo e minha mãe tá aqui.

– Qualquer coisa me liga e eu vou correndo pra aí.

– Awn, que linda. - Rimos. - Beijo.

*Ligação off*

Desliguei e e murmurei um entra. Minha mãe entrou.

– Até o final do seu castigo você vai com o John pra escola.

– Ele não precisa se incomodar, eu vou de ônibus.

– Mel, isso tá ficando chato. Não tenho paciência pra frescura. - Deixa quando você ficar sabendo o que seu lindo namorado faz pra ver se você fala que é frescura. - Você vai com ele amanhã e pronto. E como te conheço, tenho minhas duvidas se você vai querer jantar. Então, boa noite. - Ela disse e saiu do quarto. Na hora peguei meu celular e liguei pro meu pai.

*Ligação on*

– Oi filha.

– Oi pai. Preciso de você.

– O que aconteceu?

– Vem me buscar? Mas não fala pra minha mãe que fui eu quem pediu.

– Tá, já to saindo. Mas quando a gente sair, você vai me contar o que aconteceu.

– Tá bom.

– To saindo, beijo.

*Ligação off*

Sabe aquela sensação de alívio? Era isso que eu tava sentindo, também, não era pra menos. Fiquei esperando meu pai durante um tempo. E, como minha mãe não poderia saber que fui eu quem ligou pra ele, não arrumei minha mochila.

– Mel, seu pai tá aí. - Disse minha mãe entrando no quarto. Levantei e desci.

– Oi filha.

– Oi pai. - Falei abraçando ele.

– Cláudia, posso levar ela pra passar a semana lá em casa? - Minha mãe olhou pra mim e eu gelei com medo dela falar não.

– Pode. Mas na sexta te quero aqui, ouviu? - Assenti e fui arrumar minha malinha pra semana.

– Eu te falei pra não sair de casa. - A praga disse invadindo meu quarto.

– Ah qual é? Sexta to de volta. E se eu falasse que não queria ir, até minha mãe ia estranhar. - Ele não falou nada. Só saiu do meu quarto. E eu não podia tá mais feliz. Terminei, ou soquei as coisas dentro da mochila e desci. Dei tchau pra minha mãe e pro traste e eu e meu pai fomos pra casa dele.

– Vai me contar o que aconteceu? - Meu pai perguntou depois de um tempo.

– Odeio aquele namorado dela. E ele agora tá morando lá em casa. Do nada. Brotou o cidadão lá.

– O que ele te fez?

– Como assim "o que ele fez pra mim"?

– Você não iria odiar o cara por nada.

– Eu e minha mãe estamos brigando direto e sempre é por causa dele. Ele é muito escroto e me dá medo.

– Medo? - Meu pai perguntou assustado.

– Acho ele muito estranho, só isso. - Eu não iria contar a verdade pro meu pai. Não mesmo. Do jeito que minha mãe é, a gente voltaria pro Texas e eu nunca mais teria notícias do Justin. Quer dizer, pela Mari só. E o Justin seria preso. E a última coisa que quero é ficar longe dele.

Ficamos o caminho calados e eu fui pensando sobre tudo isso. Cheguei a conclusão de que contaria tudo pro meu pai ou pro Justin quando ele tentasse algo sério. Só beijos eu poderia aguentar. Não que eu goste, claro que não. É nojento. Tipo, o cara que namora a minha mãe quer me beijar. Doença isso vei, na boa.

Chegamos na casa do meu pai e eu tinha que ligar pro Justin. Desde que a minha querida e amada mãe expulsou ele lá de casa, nem liguei pra ele.

*Ligação on*

– Mo?

– Oi princesa. O que aconteceu lá na sua casa?

– Primeiro, o que minha mãe falou pra você?

– Ela disse que eu era pra eu ir embora, que você não iria comigo. Eu falei que ia te dar tchau e nem isso ela deixou que eu fizesse. Ai voltei pra casa e fiquei esperando você me ligar. Mas por que vocês brigaram dessa vez?

– Af. Aquele filho de puta do namorado dela enfiou na cabeça dela que eu to tipo a Ronnie de A Última Música* no começo do filme, sabe? Tipo, rebelde demais. Nem sei por que.

– E onde eu entro nisso?

– A grande ideia dela pra explicar isso é porque to namorando com você. Tipo, ela acha que eu mudei demais. Mas eu só não gosto do cara. Não tem nada de mais. - Tinha algo de mais, mas eu não iria comentar rs.

– Mas eu não te obrigo a nada. Eu até vou com a cara dele. - Ah vei, não brinca. - Como iria influenciar você em alguma coisa?

– Eu sei, meu anjo. Mas ela não entende isso.

– E você tá trancada no quarto até agora?

– Não. Liguei pro meu pai e pedi pra ele vir me buscar. Vou passar a semana na casa dele.

– Quer que eu vá pra aí?

– Quero.

– To saindo, então.

– Ok. Beijo.

*Ligação off*

Fiquei lá vegetando no quarto esperando o Justin chegar. Fui tomar banho enquanto esperava por ele. Terminei de me trocar e desci. Meu pai tinha feito a janta já. E só quando senti o cheiro da comida percebi o quanto eu tava morta de fome. Quando eu tava jantando e o Justin chegou.

– Oi.

– Oi. - Ele disse sorrindo. Já falei que morro toda vez que vejo o sorriso dele? É perfeito. - Eae, como você tá?

– Como você acha? - Ele ficou olhando pra minha cara. - Justin, minha mãe tá me trocando por um carinha qualquer. Você acha que eu to como?

– Ela vai ver o que tá fazendo contigo.

– Espero que quando ela perceba, eu não esteja velha demais e já com filhos. - Ele riu fraco.

– Não vai demorar tanto assim.

– Confesso que não sei. Já não espero muito dela não. - Ele ficou em silencio e eu terminei de comer.

– Vai dormir aqui? - Perguntou meu pai entrando na cozinha.

– Não. Nem trouxe roupa. - Eu e meu pai olhamos pra ele tipo "isso não é problema". - Ok, eu durmo. - Ele falou levantando as mãos, tipo se rendendo. Nós rimos.

– Pai, vamos subir.

– Juízo vocês dois.

– Relaxa. Nada de mais.

– Sei esse "nada de mais". Foi assim que você nasceu.

– Pai!

– Só to falando a verdade. Não precisa ficar brava. - Nós subimos e eu fui no banheiro escovar os dentes. Voltei e me deitei embaixo da coberta. Tava com sono e tudo o que eu mais queria era dormir. Justin me abraçou e me beijou. O beijo começou a ficar quente demais e ele já queria tirar minha blusa.

– Mo, não. - Falei parando o beijo.

– Por que não?

– Não to afim.

– É por causa do seu pai?

– Não. Eu realmente não quero. To com sono e to mais do que necessitando dormir.

– Tudo bem. - Entreguei uma escova de dentes que ninguém usava que tinha lá pra ele. Ele voltou e se deitou do meu lado. - Dorme bem tá? - Ele falou dando um beijo no topo da minha cabeça. Eu assenti e dei um selinho nele.

Eu tinha falado que tava morta de sono e era a mais pura verdade. Mas eu não tava conseguindo pregar o olho. Fiquei pensando em todos os acontecimentos recentes. Eu agora tenho um pai, minha mãe começa a namorar do nada com um cara que ela nunca tinha falado pra mim na vida, as brigas que ando tendo com ela, a chantagem do canalha e a novidade que vai ter uma vadia convivendo comigo agora na escola, e que ela daria em cima do meu namorado. Minha vida mudou completamente. Po, legal.

Virei de frente pro Justin e ele já dormia. Fiquei olhando pra ele. Não me imaginava mais sem ele. E sério, se alguma coisa acontece com o Justin, seria o fim pra mim. Tentei não pensar negativo e só pensar que tudo iria dar certo, que tudo iria se resolver. Depois de um tempo, dormi.


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