– Mathew, quero falar contigo.

Senhor amado. E o pior é que ia ter plateia. Matt tava sentado numa mesa que tinha um monte de gente.

– Fala. – Ele ainda disse sorrindo pra mim e mordendo os lábios me olhando. Isso é algum tipo de brincadeira? Ah já sei! Não, não, é só pra deixar o Justin com mais raiva ainda. E me deixava mais nervosa ainda. Podia parar de provocar né? Eu fingi que nem tinha visto. Vish.

– Não quero plateia, vamos lá fora. – Justin disse se referindo ao povo da mesa, que agora estavam olhando pra gente.

– Tá com medo, Jhonson? – Já tinha gente cochichando e a “conversa” nem tinha começado ainda.

– Medo de que? De você? Fala sério. Isso é algum tipo de piada? – Matt não disse nada, só se levantou e foi pra fora. Justin e eu fomos atrás dele.

– Fala o que tu quer, Jhonson. – Justin respirou fundo e começou.

– Acho melhor você parar de tentar fazer a cabeça da Mel contra mim. E prefiro nem perder o meu tempo comentando sobre você dando esse sorrisinho pra ela. – Matt ficou olhando de mim pro Justin, do Justin pra mim...

– Então ela te contou que sabe do Victor? – Matt falou sério e o Justin não falou nada. – E o que ela tá fazendo contigo ainda?

– Isso não interessa. É um problema meu e dela. Você não tem nada a ver com isso. E to falando sério, eu engulo vocês dois se falando, mas nunca que vou admitir você falando merda de mim pra ela.

– Não falei merda, falei a verdade e você sabe muito bem disso. – Justin riu pelo nariz, tipo irônico. - Mel, vai continuar saindo com ele mesmo? – Ah, pronto.

– Ah, nem fala comigo. A briguinha é de vocês. Eu não tenho porra nenhuma a ver.

– Como não tem nada a ver?

– Vocês se odeiam antes mesmo de eu ter vindo morar aqui. Eu, realmente, não tenho nada a ver com isso. – Matt abriu a boca pra me responder mas Justin chegou mais perto dele.

– Isso é entre eu e você. A Mel não tem a ver com essa história. Para de meter a menina no meio.

– Por que? Tá com medo de perder a namorada? Você sabe que eu consigo fazer ela nem olhar pra tua cara. – Justin voou pra cima do Matt. Tava demorando rsrs. Eles se socavam rolando no chão e a idiota aqui não sabia o que fazer, de desespero. Eles tava quasem se matando já! Depois de uns 2 minutos “cai na realidade” e comecei a chamar por ajuda. Uns meninos do time de basquete da escola separam os dois, o que foi difícil, muito difícil. Resultado da “briguinha”: Matt com um olho roxo, a boca sangrando e quase vomitando sangue de tanto soco que levou na barriga. Justin com um olho roxo e um machucado na boca. E olha o legal: Justin indo pra diretoria de novo por minha causa (sentiram a ironia?).

Tava no final da primeira aula depois do intervalo e nada do Justin aparecer. E uma coisa preocupante, a próxima aula eu tinha com os dois. Bateu o sinal, sai da sala e vi o Justin na frente do armário dele.

– Eae, o que a diretora falou? Tá de suspensão de novo? Eu te falei pra não ir falar com ele.

– Relaxa, não to suspenso. Não sei como, mas não to. Só que na próxima que eu aprontar, eu to expulso.

– Justin, por favor, não vai se meter em encrenca de novo.

– Se ele não aprontar pra mim. – Olhei com cara feia pra ele, e ele deu risada. – Relaxa. Vamos só pensar no que vamos almoçar hoje. – Ele disse com um sorriso, me abraçou e me deu um beijo na bochecha. Lógico, me fez sorrir de volta. Fomos pra sala e Matt já tava lá olhando feio pro Justin. E pra mim também. O que eu fiz agora? Enfim, como sempre, eu e o Justin nem prestamos atenção na aula. Só tentamos entrar num acordo sobre o que comer e fazer hoje a tarde. Dois gordos e.e.

Saímos da escola e fomos no mercado. Claro que o Justin comprou refrigerante, salgadinho, doce, todas essas besteiras. Se não fosse por mim, a gente ia almoçar salgadinho.

– Mel, você vai saber fazer bife a parmegiana?

– Ah... não custa tentar. E tem a receita também ali na internet. Não é tão difícil.

– Não vai botar fogo na minha cozinha. - ¬¬

– É Justin, vou botar fogo na casa inteira. Você vai ter que morar na rua. – Disse já cozinhando.

– Engraçadinha. – Me abraçou por trás e me deu um beijo no pescoço. Me arrepirei e ele riu. Me virei pra ele e começamos a nos beijar. Justin explorava minha boca como nunca antes. Não sei explicar, mas era um beijo diferente, tipo, com amor (?). Dei impulso e prendi minhas pernas na sua cintura. Ele me colocou sentada em cima do balcão. Eu parei o beijo com selinhos e encostei a cabeça no pescoço do Justin. Percebi que ele se arrepiou com a minha respiração no seu pescoço.

– Te amo, sabia. – Justin falou e na hora eu olhei pra ele e sorri. Ele olhou pra mim um pouco receoso. Talvez por pensar que eu não sentia o mesmo.

– Também te amo. – Ele abriu um sorriso do tamanho do mundo e me deu um selinho. Senti um cheiro e lembrei do bife. Quase tive um ataque.

– Justin, o bife! – Fui correndo desligar o fogão.

– Poxa, estragou o momento. – Eu ri. – E eu falei que você ia querer botar fogo na minha casa.

– A culpa foi sua. E o momento podemos continuar depois. – Falei sorrindo pra ele. – E bom, nem queimou direito. Pelo cheiro, ficou bom?

– Ficou. Mas agora eu quero continuar o momento estragado pelo bife. – E me deu um selinho, que logo virou um beijo.

Comemos e Justin amou meu bife a parmegiana ú.u. E a cena dele dizendo “Te amo” não saia da minha cabeça.

Ficamos a tarde toda vendo filme e comendo. Quando era umas 17:00 horas, ele me levou pra casa e disse pra eu me arrumar que a gente ia jantar fora. Chegamos em casa e eu fui me arrumar. Justin saiu e disse que ia resolver umas coisas antes. Saí do banho e minha mãe tava toda sorridente.

– Que foi, mãe? Parece até que é você que vai sair. – Ela riu.

– E se ele pedir você em namoro hoje?

– Mãe, para de empolgação. Daqui a pouco eu vou ficar iludida aqui.

– Mas e se for? Vocês são tão lindos juntos, filha. – Sorri.

– Apesar de que ele disse que me ama hoje.

– E você nem ia me contar né?

– Eu ia, só não sei quando. – Sorri que nem anjinho pra ela e a campainha tocou. – É o Justin. Abre lá pra mim, por favor, mãe? – Ela foi abrir a porta e eu tava colocando o salto. Desci e o Justin tava lindo. Oh Gosh, onde a gente ia jantar? Pelo barulho que o salto fez, já que tava silencio, ele virou e tava com um buque na mão. Minha mãe já tava com um sorriso do tamanho do universo.

– Vamos? – Justin perguntou sorrindo. E eu acenti, sorrindo também. Demos tchau pra minha mãe e depois fomos.