Amor Proibido escrita por Nyah


Capítulo 3
Você Me Incomoda




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Depois daquela conversa que tive com minha mãe, abri meu caderno (que estava na minha mão) e comecei a desenhar. Eu sempre tive a mania de desenhar paisagens, mas hoje, é um pouco mais difícil alguém me ver desenhando. Motivo? Ah, talvez você não queira saber. Ah, você quer saber? Então eu vou contar logo.

É que quando eu tinha entre os 9 e 10 anos, eu ficava desenhando lindas paisagens e quando as acabava, mostrava pra toda a família e eles me elogiaavam. E num belo dia, como era de costume, fiz um desenho e mostrei pra todos na família. E quando meu pai chegou do trabalho, eu corri até seu encontro e lhe mostrei minha mais nova criação. E o que eu recebi em troca? a.Um elogio; b.Um abraço; c.Uma bronca... Se você escolheu as opções a e b, você não conhece o meu pai, mas se você escolheu a opção c, parabéns. Porque foi isso mesmo que ele fez. Ele disse que eu não tinha mais idade pra ficar desenhando. E que eu precisava aprender a usar uma katana, ou que eu devia dominar meus poderes demoníacos, invés de ficar "perdendo o tempo". Isso lá é coisa que um pai diga pra uma filha?

Depois disso, nunca mais mostrei desenho nenhum pra minha família. À partir daí, nunca mais fui a mesma. Continuei carinhosa e amável, mas fiquei um pouco diferente com meu pai. Bom, mas deixa pra lá né? Pra que ficar remoendo o passado. Quem vive de passado é museu. Não é assim o ditado?

Logo que terminei de desenhar, fui pro meu quarto e guardei o caderno na mochila pro meu pai não descobri sobre ele.  À noite, papai chegou do trabalho e tomos sentamos à mesa para o jantar. Jantei, comi a sobremesa e me retirei para poder dormir.

Na manhã seguinte, como sempre, meu despertador tocou e minha mãe foi me chamar. Eu me levantei da cama, me arrumei, estava sem fome, então, para agradar à mamãe, tomei apenas um suco e saí pra escola. Fui à pé mesmo. As aulas correram normalmente.

No fim de todas as aulas, eu e a Akiko fomos até a sala do clube, e iniciou-se a discussão para saber qual seria a atividade do clube no festival desse ano. Ih, teve cada ideia maluca: labirinto com os integrantes do clube assustando quem entrasse; um cemitério artificial, com nós do grupo vestidos de zumbis (até que não foi uma má ideia); um vídeo da gente num cemitério de verdade (mas eu acho que muita gente ali iria correr, ou fazer xixi na cama, que é pior). Mas a ideia mais aceita por todos, foi a minha (da minha mãe) de fazer um Café Cosplay conosco vestidos de seres sobrenaturais. Depois disso, fomos ver o que cada um traria no próximo encontro, e como faríamos.

Nós encerramos nossas atividades mais cedo, e então, eu saí por aí com a minha amiga. Eu havia avisado ao meu pai, que voltaria sozinha pra casa, que ele não precisava me esperar. Ficamos andando, eu e a Akiko, pela cidade, mas, quando seus pais ligaram, ela teve de voltar. E eu? Ah, eu fiquei zanzando por aí... Naquele dia, a única coisa que eu queria era ficar um pouco longe de casa. Estava andando sem um rumo, quando avistei ao longe um rapaz. Ele tinha cabelos pretos e estava usando uma camisa cinza, com uma calça e um blazer brancos. Cor dos olhos? Não vi de imediato. Queria chegar mais perto, para que pudesse descobrir a cor dos olhos de tal figura. Mas essa proeza não me foi permitida. Quando faltavam apenas alguns passos para que eu pudesse chegar até ele, senti uma estranha sensação; era algo como... se ele me fizesse mal. Mas como, se eu nunca o vira antes em toda a minha tragetória da Terra. Eu hesitei em parar e continuei andando em sua direção. Até chegar a hora em que não aguentei mais: fechei meus olhos com força, e perdi o equilíbrio, cainda no chão da praça. Quando recobrei os sentidos, vi que o rapaz já não estava mais ali. "Mas que rapaz mal educado" - pensei. Me levantei devagar, e voltei pra casa.

Estavam todos preocupados, mas eu não disse um pio sobre o que acontecera naquela hora na praça. Simplesmente disse que estava bem, e que estava sem fomo (o que era verdade). Subi pro meu quarto e tomei um banho. Deitei-me em minha cama e pensei:

"Ainda bem que ele foi embora. Sua presença me incomodava."


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