Há muito, muito tempo atrás, as Famílias Yosura e Kataganmi viviam em conflitos entre si. Essas briguinhas, aparentemente consideradas uma "perda de tempo", foram tornarndo-se brigas de ruas, pelos integrantes das duas famílias. Essas brigas de rua se transformaram em algo mais sério: uma guerra entre eles. 

O Rei, temendo o poder de minha família, manteu o clã Yosura como seus guarda-costas. O líder do clã, por ser um homem sério quanto aos negócios, foi mantido como braço direito do chefe de estado. Já a família Kataganmi, foi mantida como guarda-costas do rival de Sua Majestade. 

Desde então, as duas famílias podiam contar com o apoio dos grandes líderes do Estado para que fizessem suas lutas pessoais. E assim era feito. De tempos em tempos, essas duas famílias saíam às ruas para batalhar. Eram lutas sérias, que chegavam a destruir desde pequenos estabelecimentos comerciais à lotes residenciais de prestígio perante a sociedade da época. Mesmo com tamanha destruição e diante de tantas mortes, para ambos os lados, quem seria o idiota que tentaria parar essas confusões? O governo não movia um dedo para reduzir à zero essas brigas de séculos. Por que motivo? Por medo. Vai que ambas famílias acabassem com o governo, e com a oposição do mesmo por causa disso? E se isso acontecesse, o que seria do governo, e dos cidadãos do reino? Minha família e seus rivais acabariam completamente com a cidade.

O tempo foi passando, e essa confusão de famílias foi continuando, só que nesse passar do tempo, a rivalidade entre as famílias ia crescendo cada vez mais, e num nível amedrontador.

E cá estou eu, Yosura Hoshi, uma jovem de 16 anos, morando com a minha família no centro de Tóquio, capital do Japão. Eu sou baixinha, tenho os cabelos brancos, meus olhos são de um cinza meio amarronzado. As pessoas normalmente têm medo de mim, por conta dos tipos de roupa que uso, por causa do Topphy, meu coelhinho todo remendado e de tapa olho. 

Sou uma estutante do Ensimo Médio, mas precisamente, estou cursando o 2º ano. Eu teria tudo pra ser uma adolescente normal: tenho as melhores notas da classe, sou o orgulho da família, tenho alguns amigos (é, eu não sou solitária. Pertenço ao clube de Coisas Sobrenaturais). A única coisa que não me torna uma garota normal, o único motivo, é algo familiar, uma coisa de anos atrás: tanto eu quanto a minha família, pertencemos à raça dos demônios. Sim. A raça mais abominada pela sociedade antiga. Atualmente, muitas pessoas não acreditam na ideia de que demônios possam realmente existir, mas, aqueles que acreditam nesse tipo de coisa, existem os clubes sobre atividades Sobrenaturais e derivados.

A família Kataganmi, a qual eu havia mencionado no começo deste capítulo, também vive até hoje. Mas, por algum motivo do passado, as pessoas dessa família saíram da cidade. Nunca mais ouvimos falar deles. Nem sei como é o modo de vida deles. Só sei de toda essa história porque consta o passado tenebroso que envolvia minha família em alguns pergaminhos. Meu pai, um homem culto e muito respeitado, me falava sobre tudo que acontecera em nossa família. Ele também vive me avisando para não me aproximar, em hipótese alguma, de um Kataganmi, pois isso, diante de nossa família, seria o mesmo que um crime cometido.