Os Marotos escrita por Bianca Vivas


Capítulo 19
Enfim, Marotos


Notas iniciais do capítulo

E eis o último capítulo ;(
Aproveitem ;D



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Perguntas insolentes que precisavam ser feitas para, assim, verem seus jovens coraçõezinhos mais calmos. Respostas enigmáticas que deixaram as crianças confusas. A isso fora resumido o encontro entre alunos e diretor perante a mesa de mogno naquela convidativa manhã ensolarada de sábado.

— Têm noção de quantas regras quebraram e quão horríveis foram as consequências? – olhos azuis penetrantes fitaram cada alma assustada pelo bobo perigo da detenção.

— Desculpe-nos senhor...

Alvo ergueu a mão interrompendo-o e sorriu divertidamente de alguma piada secreta realmente engraçada que não poderia ser mantida em segredo.

— Entretanto, os males que enfrentaram equivalem ao pior dos castigos que este colégio poderia oferecer.

— Obrigado senhor. – murmúrios excitados acompanhados de olhos esbugalhados e rostos estupefatos foram ouvidos.

Dumbledore bateu as pontas dos dedos enrugados.

— Alguma pergunta?

Remo foi o primeiro a falar.

— Por que não ataquei o Hagrid?

— Sua, por falta de palavra melhor, humanidade, o impediu.

— Mas os lobisomens esquecem-se de quem são ao se transformarem...

— Exatamente. E, certamente sentiu vontade de agredir seus amigos, não? – o garoto assentiu – Você não se lembrou de quem era. Contudo, sua alma sim. A necessidade de carne era extrema, no entanto ama seus amigos intensamente. Um amor tão forte que deixou de ser apenas carnal. Ele passou a faze parte de quem é, de sua essência, sua alma. Não os acometeria nenhum male se pudesse evitar. Ao compreender que poderia machucá-los, sua humanidade despertou. Ela conseguiu exercer algum poder sobre o monstro, naquele momento, libertado. Assim, se machucou para impedir a si mesmo de feri-los.

— Então... Fui eu o tempo todo?

— E quem mais seria? – Dumbledore sorriu marotamente para eles – Mais alguma coisa?

— Por que meus feitiços não atingiam os centauros?

— Caro Sirius, devo dizer que as criaturas as quais chamamos, erroneamente quero acrescentar, possuem certos conhecimentos que ignoramos.

— E por que eles nos ajudaram?

— Creio que gostam bastante do Rúbeo.

O diretor voltou à atenção para a janela e só então pareceu notar que o dia já nascera.

— Aposto que desejam aproveitar esse belo Sol e reterem-se aqui não irá ajudá-los com isso – dispensou-os com um aceno.

Desceram as escadas correndo felizes. Pouco depois se encontravam no corredor que dava acesso ao pátio externo. A luz solar atravessava os arcos de mármore banhando quem por ali passava com sua quentura. O gramado logo adiante estava repleto de alunos. Alguns conversavam animadamente, outros corriam ou voavam baixinho. Cada um fazia algo diferente, porém todos se divertiam. Seguiram até uma grande árvore de grossos galhos, as folhas num esquisito tom de marrom-esverdeado anunciando a proximidade da primavera. Sirius puxou uma das folhas e rasgou-a em pequeninos pedaços.

— Isso está um tédio...

—Vai passar rapidinho. Olha quem vem vindo – Tiago apontou para as sombras de Severo e Lílian, que se aproximavam – Ei! Ranhoso!

— O nome dele é Severo – a garota revirou os olhos, cansada da repetitiva conversa.

— Não me lembro de falar com você Lils.

Lilian chocou-se com a atitude grosseira dele. Acreditava que, por mais implicante que fosse, teria superado as diferenças entre eles, como ela fizera. Pelo visto, Potter continuava o mesmo garotinho que encontrou no Expresso, tantos meses atrás. Um tempo tão distante que parecera ter passado um século ou mais. Reuniu toda a raiva que achou e gritou, esforçando-se para não cair em pranto.

— É assim é? Depois de tudo o que passamos é desse jeito que me trata Tiago Potter? É desse jeito que trata uma amiga?

— É, é desse jeito! E eu nunca pedi que fosse minha amiga! – Atirou-lhe, no calor do momento, as rudes palavras.

Lílian fechou o punho e acertou o olho de Tiago. Algumas pessoas pararam o que estavam fazendo para observar o desenrolar da cena.

— Eu. Te. Ajudei. – disse por entre os dentes, os olhos verdes tomados de ira.

— Não pedi que fizesse isso também!

Outro soco. Dessa vez, o alvo fora a boca do bruxinho. Enxugou as lágrimas que teimavam em brotar. Abaixou, arrancou um pedaço de grama e transformou-o em uma pétala de lírio – como costumava fazer ates de vir a Hogwarts, para impressionar Petúnia. Jogou-a em Tiago.

— Nunca mais fale comigo, Potter. – sussurrou enquanto dava as costas ao grupo.

— Irá se arrepender. – Severo Snape jurou, lançando um olhar mortífero ao outro.

A aglomeração de alunos dispersou ao fim da briga. Tiago lastimou tudo o que disse ao ver Lílian se afastando, entretanto não iria dar o braço a torcer. Era teimoso. Os lábios sangravam e seu óculos havia sido atirado ao chão, as lentes rachadas. Pediu a Remo que a reparasse, com o auxilio da magia. Usou a blusa para tentar estancar o sangue e obrigou sua mente a esquecer do incidente pensando em qualquer outro assunto.

Evitou a garota Evans durante boa parte da semana seguinte. Quando se encontravam, as brigas e implicações recomeçavam. Uma rotina exaustiva para todos. As cobranças escolares aumentaram com a chegada de abril. Remo continuou indo a Floresta, agora sem precisar fazer uso de mentiras e desculpas. Tudo voltou ao normal, ou quão normal algo poderia ser em um colégio bruxo. E toda aquela tediosa constância irritava Sirius. Pedro e Tiago sentiam o mesmo. O perigo era como o ar que respiravam, oxigenando cada parte de seu ser. Uma necessidade única e íntima que os fazia sobreviver aos dias terrivelmente chatos. Contudo, a válvula que os ajudava a escapar da monotonia estava distante. O que fariam?

— Poderíamos segui-lo na Lua... – Sirius ia sugerindo enquanto observava o crepitar do fogo na sala comunal da Grifinória.

— Não. Seria repetitivo. – Tiago cortou-o imediatamente.

— O que faremos então?

— O que farão a respeito de quê? – Pedro acabara de passar pelo retrato da Mulher Gorda e entreouvira a conversa dos outros dois. Lupin o seguia.

— De nos aventurar.

— Deveriam ir à cozinha. Só agora consegui tirar nosso amigo de lá. – Remo sentou num pufe.

— Vamos a Floresta na Lua Cheia.

— Disse isso ao Tiago. Ele acha repetitivo.

— Porque é!

— O Remo gostaria de nos ter por perto, não gostaria? – Black tentava parecer desamparado.

— Bom, gostaria... – começou hesitante – se tivesse a certeza que não iria machucá-los.

— A Capa da Invisibilidade...

— Assim ele não nos veria, não é Pedro? – Tiago revirou os olhos, imitando Lílian. Ninguém riu.

— Mas sentiria nosso cheiro.

— É ridículo!

— A menos que não fossemos nós mesmos... – Sirius murmurou, em transe, fazendo o resto do grupo parar de brigar.

— O que está dizendo Black?

— Lembra-se o que a Lílian disse? – A ideia tomava forma em sua mente, pondo em êxtase todas as moléculas de seu corpo – Sobre os animagos?

— Os lobisomens não podem atacá-los. E daí? – ao perceber o que acabara de pronunciar, olhou para o melhor amigo e teve a certeza de seus pensamentos estarem sincronizados – É uma boa...

— Vocês não irão fazer isso. – Remo foi firme e sério.

— Fazer o quê? O que é uma boa? – Pedro estava perdido entre as falas, sem entender o teor da conversa.

— Será divertido!

— Não, não será! – levantou-se – É loucura!

— É brilhante!

— É ilegal!

— Se formos pegos.

Sirius sentia o lobisomem cedendo. E não se enganou. Lupin realmente diria algo como “tomem cuidado” ou “precisam começar a praticar” não fosse a interrupção de Pettigrew.

— Irão me dizer o que pretendem aprontar?

— Animagos – a palavra proferida em uníssono deixou o pequenino de olhos esbugalhados. Tinha medo de o ato ilegal proporcionar uma expulsão, todavia carecia demonstrar coragem na frente do trio audacioso.

— Como vamos treinar?

— Hogwarts têm muitas passagens secretas...

—... E temos a Capa do Tiago.

— Precisamos de um mapa, então?

— Não pensei nisso... É uma grande ideia Pedro. - Tiago o elogiou, inflando seu ego quase inexistente.

— Um mapa mágico que mostra todos os cantos e pessoas no Castelo... – Sirius divagava – Isso é possível Remo?

— Tenho de pesquisar, mas é provável.

Alunos entravam na sala e iam aos dormitórios à medida que a noite avançava, contudo o quarteto continuava sentado em poltronas frente à lareira, discutindo e anotando possíveis passagens da Escola. Decidiriam que os elfos deveriam saber mais sobre o assunto. Os interrogariam na manhã seguinte. Já era madrugada quando o jovem grifinório, Pettigrew, levantou uma questão muito importante.

— Precisamos de um nome.

O gurpo entreolhou-se. Conheciam o título perfeito.

— Marotos.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Bom, tenho um aviso: como disse na semana passada, pretendo fazer uma continuação. Começarei a escrever assim que terminar meus novos projetos. Quando estiver pronta, acrescentarei um novo capítulo aqui para vocês saberem.
Beijos e até a próxima.
Ah, leitores fantasmas, última chance de deixar seu review ok? Não me decepcionem, quero saber o que acharam da Fiction.