Clarisse escrita por Paula Padilla


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

Minha despedida do Nyah, uma song fic da Clarisse La Rue usando a música Clarisse do Legião Urbana. Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=8U8URjl3a54



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Estou cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado...


As paredes de um banheiro que vira aquela garota enfiar cabeças na privada estavam sujas de sangue de cortes.

Quem diz que me entende nunca quis saber


Uma semideusa incompreendida pelo pai divino. Uma semideusa cruel.

Clarisse La Rue.

Aquele menino foi internado numa clínica

Dizem que por falta de atenção dos amigos, das lembranças

Dos sonhos que se configuram tristes e inertes

Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não trabalha.

Chris, considerado louco, estava trancado na Casa Grande, o que dificultava sua comunicação com ele.

Clarisse sofria, sofria, sofria.

E Clarisse está trancada no banheiro

E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete

Deitada no canto, seus tornozelos sangram


Todo aquele sofrimento tinha que sair por algum lugar, e Clarisse dizia que o melhor lugar era o seu sangue.

E se cortava, sem sentir a dor.

E a dor é menor do que parece

Quando ela se corta ela se esquece

Que é impossível ter da vida calma e força

Viver em dor, o que ninguém entende

Tentar ser forte a todo e cada amanhecer.

É, Clarisse quase não tinha mais sanidade mental. Estava pensando em suicídio, mas às vésperas de uma guerra, seria... Loucura.

Uma de suas amigas já se foi

Quando mais uma ocorrência policial

A pequena Alice, do chalé de Apolo, havia morrido na Batalha do Labirinto. E antes disso, havia Luke sendo corrompido. E.. Annabeth sempre aos pés do maldito Percy. E ela "tentava ajudar" Clarisse, o que era falso, ela sabia. Annabeth era louca pelo cadelo.

Ninguém entende, não me olhe assim

Com este semblante de bom-samaritano

Cumprindo o seu dever, como se eu fosse doente

E Chris... Chris a chamava de Mary. Ela não era Mary, era Clarisse!

Como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente

Nada existe pra mim, não tente

“Está tudo bem,” Clarisse estava dizendo para ele. “Tente um pouco mais de néctar.”

“Você é uma ilusão, Mary!” Chris se encolheu mais no canto, “V-vá embora.”

“Meu nome não é Mary.” A voz de Clarisse era gentil, mas muito triste. Eu nunca pensei que Clarisse pudesse falar desse jeito. “Meu nome é Clarisse. Lembre-se. Por favor!”

Você não sabe e não entende

E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito

Clarisse sabe que a loucura está presente

E sente a essência estranha do que é a morte

Ela estava tomando remédios sem prescrição. Ela estava fazendo tudo errado. Ela sabia que estava louca, e sabia que ficaria ainda mais louca, e sabia que aquela sensação era como a morte.

E se sentia vazia.

Mas esse vazio ela conhece muito bem

De quando em quando é um novo tratamento

Mas o mundo continua sempre o mesmo

O medo de voltar pra casa à noite


Tinha medo de voltar pro seu chalé, os filhos de Hermes e os filhos de Apolo não respeitavam-a mais.

Os homens que se esfregam nojentos

No caminho de ida e volta da escola

A falta de esperança e o tormento

De saber que nada é justo e pouco é certo

E quando ela voltava do treinamento, davam em cima dela. E ela sofria, sem esperança.

E que estamos destruindo o futuro

E que a maldade anda sempre aqui por perto

A violência e a injustiça que existe

Contra todas as meninas e mulheres

"Lugar de mulher é tecendo cestas e na cozinha, não liderando um  chalé, macho!" Diziam para ela.

Sua vida era depressiva e sofrida, por ainda estava viva? Ela se perguntava.

Um mundo onde a verdade é o avesso

E a alegria já não tem mais endereço

Ela se levantou e foi ao seu chalé, que estava vazio. Olhou os CDs de rock, os livros em grego antigo, trancou a porta do chalé, se jogou no chão e chorou.

Clarisse está trancada no seu quarto

Com seus discos e seus livros, seu cansaço

Todos pioravam sua vida e queriam que ela continuasse como sempre. Mas como?

Ela tinha esperanças que um dia isso mudasse.

Eu sou um pássaro

Me trancam na gaiola

E esperam que eu cante como antes

Eu sou um pássaro

Me trancam na gaiola

Mas um dia eu consigo existir e vou voar pelo caminho mais bonito.

Limpou os olhos, fez cara de mau... Dionísio havia voltado ao acampamento! E curava Chris! Correu até ele.

Clarisse só tem 14 anos...

-x-

E enquanto eu observava Clarisse e Chris cantarem uma canção estúpida de acampamento juntos, de mãos dadas na escuridão, onde eles achavam que ninguém podia vê-los, eu tive que sorrir.


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Notas finais do capítulo

Que acharam?