Os Sete escrita por Débora Brauner
Enquanto você vive sua vida, tentando ser bom e normal, eles alimentam seus desejos com o fogo que te consome por dentro. Pois, por tudo que é gostoso, paga-se um preço. Mas quando eles dormem... Você não deseja nada.
***
Era uma manhã calma e pálida na morada da perdição onde habitavam os sete Masters, eles eram os desejos considerados os mais corruptos do Homem, conhecidos como os Sete pecados capitais.
Todos eles estavam sentados à mesa comendo calmamente, exceto a luxúria que se encontrava ausente, sua ausência era quase palpável, já que ela não costumava atrasar-se, era sempre a primeira a chegar e a última a sair, alias, nenhum deles costumava atrasar-se.
Foi nesse exato momento que um grito tão estridente e profundo que quebrou os cristais da mesa, reverberou pelo ar quase parado da manhã, acordando até mesmo a morte, vizinha dos sete.
Mais do que depressa os Seis dirigiram-se para o quarto da Luxúria, que estava com a porta semiaberta, o que indicava que seu amante mortal da noite, já havia se retirado.
Ela se encontrava de costas para a porta, por isso não pode ver e nem notar a presença de seus companheiros. Lux soluçava baixinho e chorava copiosamente enquanto mirava-se em seu espelho de ouro incrustado com rubis, vermelhos e intensos como sua mestra.
A inveja foi a primeira a notar o motivo de tanta agitação.
- Cruzes! Que diabos aconteceu com seu rosto? – perguntou ela com um grito estridente.
A face de Luxúria, antes lisa como um pêssego, agora estava enrugada como uma uva passa, seus olhos, antes vivos e brilhantes, agora eram opacos como os de um peixe morto, e seus cabelos, outrora sedosos como a mais rara seda, estavam quebradiços e cheios de pontas duplas. Mas a pior mudança acontecera em seu corpo, que se transformara das mais belas curvas do mundo, para uma coisinha pequena e retorcida.
Não havia nada que eles pudessem dizer que a acalmasse, já que também não faziam ideia do que poderiam fazer, isso era, de fato, algo sem precedentes, pois nunca antes um dos Sete havia adoecido e o estado visivelmente frágil dela criou um desconforto maior do que eles se permitiam demonstrar.
Na Terra, o dia transcorria um tanto incomum, pois as lojas “sex-shop” assim como as de lingerie e qualquer outro tipo de produtos eróticos, estavam vazias. Os canais pornôs registravam zero de audiência e as revistas sensuais como Playboy e Sexy não eram adquiridas, ninguém entendia, as pessoas simplesmente não tinham vontade e nem desejo de possuir essas coisas.
Alias, ninguém tinha interesse algum por coisas que estivessem relacionadas ao sexo como manifestação da Luxúria.
E naquela noite, não houve sexo na Terra.
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Desculpem se ainda houver algum erro de digitação ou ortografia.