Pensamos Que Era Uma Brincadeira escrita por Mago Merlin


Capítulo 10
Voando




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Capítulo 10 – Voando


O dia amanheceu perfeito para voar. Céu claro com algumas nuvens. Pelo menos era assim que os Weasley gostavam.

– Olha Harry. – disse Gina olhando de sua janela. – Os meninos vão voar. Vamos junto?

– Claro. Gina. – disse Harry terminando de se arrumar.

Os dois tinham ajudado Molly na cozinha, depois do café.

Gina trocou o vestido por uma calça e uma blusa. Prendeu o cabelo e saiu puxando Harry que ainda estava amarrando o tênis.

Gina estava ansiosa, esperava que seus irmãos mais velhos a deixassem voar desta vez. Ainda mais que estava com Harry ali.

– Podemos voar também? – ele perguntou assim que chegaram à clareira que eles usam como campo de quadribol.

Ela poderia estar parecendo apenas uma menina que queria brincar com os irmãos, mas na verdade ela queria provar para os idiotas que ela podia voar tão bem quanto eles.

Ela arrombava o galpão de vassouras e voava sozinha quando ninguém via há, pelo menos, dois anos.

– Você não pode voar com a gente, Gina. – disse Percy, na usa forma pomposa. O que fez Gina querer bater mais nele.

A única coisa que fez com que ela não avançasse nele, e depois nos outros que acenavam concordando, foi a perto que Harry deu em sua mão.

– Por quê? - o moreno perguntou.

– Porque ela é muito nova. – disse Carlinhos.

– Porque ela pode se machucar. – foi a vez de Gui.

– Ela não sabe voar. – disseram Fred e Jorge ao mesmo tempo.

– Ela é uma menina. – disse Percy.

Mais uma vez Harry teve que segurar Gina para não pular sobre os irmãos. Pelo menos Rony parecia que não se importava se ela voasse ou não, desde que ele pudesse também.

– Esses motivos não deviam nem ser considerados. – disse Harry com calma. – Com que idade você voou pela primeira vez, Carlinhos?

– Eu tinha cinco. – disse o tratador de dragões um pouco incomodado.

– Se me lembro bem, ontem mesmo a Gina fez oito. – disse ele. – Então ela está mais velha que você foi quando começou a voar. E quanto a se machucar, Gui. Podemos nos machucar fazendo qualquer coisa, subir escadas, até mesmo dormindo. E pra que tem tanta gente aqui, se ninguém pode evitar isso.

– Er... bem... Não tinha pensado nisso. – disse o primogênito.

– Agora, algum de vocês sabia voar na primeira vez que tentou? – ele perguntou para todos, mas com o olhar fixo nos gêmeos.

– Não. – disseram os dois derrotados, aquele argumento não dava para rebater.

– E que eu saiba existe um time de quadribol só de jogadoras, sem contar as muitas outras espalhadas pelos outros times. – disse Harry. – Se mulheres podem jogar quadribol profissionalmente, por que meninas não podem voar?

Os ruivos pareciam envergonhados. De receberem um sermão destes, ainda mais de um menino mais novo.

– Vamos Gina. – disse Harry puxando a menina de volta para casa.

– Mas... Harry. – disse ela.

– Eles não querem que a gente voe, então não tem porque ficar ali.

– Eles não querem que eu voe. – disse ela. - Você pode voar com eles. Eu fico olhando.

– Nada disso. – disse ele. – Eles têm que parar com essas bobagens.

Eles entraram na casa e logo Molly apareceu. Viu a filha emburrada e Harry tentando a consolar.

– O que aconteceu? – perguntou a matriarca.

– Os id... meninos não querem deixar eu voar com eles. – disse Gina.

– Eles sempre me disseram que era você que não queria. – disse Molly, uma pouco aliviada.

– Eles nunca me perguntaram, e quando eu ia atrás ele me mandavam de volta. – disse a ruivinha fingindo chorar contra a camisa de Harry.

Molly se levantou enfezada.

– Esses meninos vão me escutar agora. – disse ela marchando para o pomar.

– Isso era um plano seu? – perguntou Gina para Harry enquanto eles seguiam uma Molly furiosa.

– Sim. – disse ele simplesmente. – Ouvi uma vez de seu pai que ela foi uma caçadora no time da escola. Acho que ela fosse querer que você seguisse isso.

– Obrigada. – disse ela dando um beijinho na bochecha dele.

Eles correram para alcançar Molly. Não queriam perder o show.

– DESÇAM AQUI AGORA. – berrou ela ao chegar à clareira.

Menos de cinco segundo depois, havia seis ruivos de cabeça baixa na frente dela.

– Que historia é essa de não deixar Gina voar com vocês? – perguntou ela. – Ela saiu com Harry toda empolgada, e voltou chorando.

Os meninos olharam para Gina, que mostrou a língua para eles. Eles sabiam que ela não teria chorado, mas não poderiam fazer nada contra isso.

– Mas, mãe, ela é só uma menina pequena. – disse Percy.

– E desde quando isso impede alguém de voar. – disse ela. – Eu devia ter deixado vocês voarem apenas quando fossem para Hogwarts e deixar vocês passarem vergonha.

Os meninos engoliram em seco, pensando nisso, ainda mais os que já foram para a escola de magia e sabia que poderia ser um problema não saber voar.

– Agora quem vai deixar Gina voar? – perguntou Molly com as mãos na cintura.

Percy se adiantou, tropeçando nos próprios pés, e entregou a vassoura para Gina.

– E Harry? – a menina perguntou.

Gui e Carlinhos trocaram olhares, e o mais velho entregou a vassoura para o cunhado. Ele era melhor com feitiços, e seu irmão era melhor no ar.

– Agora vocês... – Percy começou a explicar como voava.

Mas os dois meninos nem prestaram atenção, passaram a perna sobre o cabo e deram impulso.

No chão seis homens de boca aberta e uma mulher com um grande sorriso viram os dois voarem como se fossem profissionais.

Molly sempre suspeitou que Gina fugia para voar, ainda mais quando dizia que ia para a casa da Luna.

Mas Harry foi uma boa surpresa. Ele escutava rumores sobre Tiago Potter ser bom em quadribol, e parece que Harry puxou isso dele.

– Agora não quero ouvir falando de vocês proibindo eles de voar. – disse Molly para os filhos.

Pelo menos as vassouras de Gui e Carlinhos teriam utilidade e não precisariam comprar novas. Se bem que Harry faria isso se precisasse.


– Mãe, vamos brincar lá fora. – disse Gina puxando Harry para fora da casa.

– Não demorem muito pra voltar. – disse Molly. – Seu pai vai voltar mais cedo hoje.

– Por quê? – perguntou a Ruiva parando na porta. Gui e Carlinhos já haviam voltado para seus trabalhos, Fred e Jorge ficaram no seu quarto planejando algo. E Rony estava arrumando o sótão.

– Você sabe que Percy foi com ele. E se não tiver problemas eles vão voltar mais cedo pro seu irmão não cansar muito. Aquilo não é lugar pra uma criança. E ele ainda levou aquele rato.

– Rato? – perguntou Harry já fora de casa.

– Percy tem um rato de estimação. – disse Gina. – Perebas. Ele só fica no quarto dele. Ainda bem, não gosto dele. E ele não faz nada, só fica deitado roendo o que tem na frente.

Harry não disse nada. Não tinha problemas com ratos, mas parecia que Gina realmente não gostava deste.

– Uma vez Errol tentou come-lo. – disse a ruiva. – Ia ser uma pena, era capaz dele ter uma indigestão.

Os dois riram e começaram a correr entre as árvores.

Eles não perceberam dois olhos os observando.

Gina acabou batendo em Harry depois que ele tropeçou em uma raiz. Os dois caíram e ficaram algum tempo rindo no chão.

Os dois se sentaram encostados a uma árvore, depois de pegarem algumas maçãs.

– Como será quando o verão acabar? – perguntou Harry. – Se tivesse com os meus tios, ia pra uma escola.

– Mamãe e a Julia costumam ensinar algumas coisas pra gente, ler, escrever, fazer contas. Coisas que precisa pra começar Hogwarts. Fora isso parece as férias, só temos mais tarefas, pq tem menos gente na casa.

– Parece bom.

De repente, eles escutaram um barulho.

Eles imediatamente se levantaram e tentaram achar a origem do som.

– Rony se for você que está ai, você vai se arrepender. – disse Gina.

Alguns segundos se passaram e não houve resposta. Harry já estava analisando a situação. Tentava identificar de onde veio o barulho, assim saber com o que teriam que lidar. Ainda mais que ele conhecia pouco do mundo mágico. Então já sabia o melhor caminho para fugir, não queria que Gina ficasse machucada.

– “Não temam, filhotes.” – eles escutaram, mas não era como um voz. Era algo dentro de suas cabeças.

– Quem está ai? – perguntou Harry.

– “Um amigo, Harry Potter e Gina Potter.” – disse a voz.

Harry pode ver uma sombra de onde vinham os barulhos, já que a voz ele não conseguia saber de onde era. Infelizmente estava próximo de sua rota de fuga.

– Quem é você? O que quer com a gente? – perguntou Harry.

– Como sabe nossos nomes, ainda mais o meu novo? – perguntou Gina.

– “A magia que emana de vocês é forte. E o casamento de você pode ser sentido em todo o mundo. Somente aqueles mais sensíveis podem achar vocês agora. A barreira em volta do lar de vocês é algo precioso.”

Eles se mexeram inquietos. Não eram muitos que sabiam disso tudo.

– “Estou aqui justamente para entregar um presente para vocês dois. Bem, não é precisamente um presente no sentido que vocês usam, mas pode significar assim também.”

A sombra se aproximou, e uma criatura diferente apareceu na frente deles. Gina logo identificou, mas Harry não. Parecia uma ave gigante, se não andasse em quatro patas. Seu corpo era de um leão, se ele não estava enganado. E sua cabeça e asas eram de uma águia.

– Um Grifo. – sussurrou Gina admirada. Sempre tinha visto gravuras, era a primeira vez que via um real.

– “Você está certa, pequena Gina. Sou um grifo, e são poucos humanos, mágicos ou não, com quem realmente conversamos. É um privilegio dado a pouco amigos. E vocês dois forma escolhidos por dois de nós para algo ainda mais raro e fantástico.”

Os dois se aproximaram do grifo.

– “Podem passar a mão.” – disse o grifo com uma risadinha. –“Apreciamos isso também.”

– Como você fala? – perguntou Gina curiosa.

– “Telepatia”. – respondeu ele. – “Agora me sigam.”

Eles andaram um pouco mais, adentrando o pomar, em uma região onde as arvores não eram frutíferas e normalmente nenhum humano ia.

–“Ali”.

Perto de um das árvores havia dois pacotes, que Harry identificou como sendo de pele de animais grosseiramente cortados, como se fossem pelos bicos de aves. Foi através desta revelação que ele entendeu. Aquilo realmente era pele dos animais que os Grifos se alimentavam.

– “Foi a forma que consegui pra trazer pra vocês.” – disse o grifo o tranquilizando. – “Abram”.

Dentro encontraram dois ovos do tamanho de bolas de futebol. O que estava com Harry parecia ouro, com raios verdes e vermelhos. O ovo de Gina tinha predominância de ouro e vermelho e pareciam chamas, e quando alguém o movia pareciam vivas.

– “Estes são ovos de Grifo. Eles não serão bichinhos de estimação. Serão familiares. Estarão ligados a vocês, uma ligação diferentes das que vocês tem, mas ligados. Algo como a pequena ave branca tem com você, Harry. Cuidem deles como se fossem da família, pois agora serão.”

Dito isso um luz emanou dos ovos e começou a penetrar no corpo dos dois meninos e a crescer, e se juntar. Formando uma grande esfera de luz.

– “Eles precisaram de mais cuidados quando pequenos, e serão como gatos. Depois serão independentes, mas sempre estarão perto de vocês.” – disse o Grifo.

– Agora temos que ir. – disse Gina depois de um tempo conversando com o Grifo. – Mamãe deve estar preocupada.

– “Entendo. Pode ser que nos veremos de novo, mas se isso acontecer ainda demorará algum tempo.”

Harry e Gina voltaram com dois ovos para casa. Imaginando como explicariam isso para Molly.





Agora a Fic tem uma bela Capa. Feita pela minha grande amiga e escritora DaniSoengas




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