"Ei caderno... Olhe o que esse homem fez comigo. Em tão pouco tempo e ele já me fez tanto. Já tirou minhas noites de sono, minha fome, minha vontade de sofrer...

 Ah caderno... E eu nem sei direito quem ele é. Sei teu nome, tua idade, o timbre de sua voz, até teu cheiro, mas não faço idéia de como seu coração bate. Só sei que o meu se derrete por ele.

E agora, que faço de minha vida, se os lábios macios dele já não saem da minha memória?

Mas ele, juro a você, é sereno. Não fala mais que o necessário... Mais que o coração precisa dizer. Não é como um qualquer, desses que tu encontra em uma festa. Ele não me pega pelo corpo, ele me traça pela cintura, como um cavalheiro. Não olha em meus olhos, observa, em silêncio, minha alma. Fica com vergonha comigo, sofre comigo, fica feliz comigo. Ele, de alguma forma, sempre me completou e eu não sabia.

Sabe, ele também tem seus adicionais. É bonito, fala um bom inglês, chama-me de amor, de princesa e nem ligar pra como eu sou.

Ah caderninho meu, como sinto falta daquele anjo, jogando a cabeça para trás, enquanto ri como uma criança. "