One More Time In Nárnia escrita por Loren


Capítulo 41
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

+Bônus e Pedido!
haaai! um pequenino pedido! novamente, eu peço para darem uma olhada em uma fic que estou escrevendo com uma colega. não gosto muito de ficar pedindo, mas ela me pediu para fazer isso e aqui estou eu. o link é http://fanfiction.com.br/historia/304235/Hatred_Becomes_Love./ vai ter skandar, hein? *--*
agora, já basta de enrolações. aproveitem o último cap. de One More Time In Nárnia! nos vemos lá embaixo! o/



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—-Rápido Cristine! Visita para você!- gritou a mãe pela terceira vez.

—-Já vou, já vou!- ela disse entrando na sala enquanto amarrava seu cabelo.

Parou de andar na porta e sua mão ficou parada no coque que ainda não estava preso. Em sua visão, uma mulher de cabelos muito longos e castanhos até a cintura, presos em uma trança que caia pelo o ombro esquerdo, estava sentada no sofá com as mãos no colo e a cabeça baixa.

—-Cristine, esta é Luize.-disse a mãe com uma voz afável.

A mulher levantou os olhos e aparentou ser da mesma idade que Verônica. Incrivelmente, tinha olhos verdes iguais aos da menina. Mas não possuía o castanho ao redor das pupilas, era somente o verde. A boca era carnuda e rosada e seu nariz tinha um leve ossinho que se levantava no meio. Tinha mãos pequenas e delicadas. Vestia um vestido cinza simples de mangas compridas. Ela se levantou e andou até a menina que estava sem reação. A mulher lembrava... ela mesma. A mulher pareceu arfar e abraçou a menina fortemente.

—-É tão bom vê-la crescida.

—-Ela é igualzinha a você.- disse uma voz mais grossa ao fundo.

Ela se separou do abraço da mulher e viu um homem alto e forte, com poucos cabelos, mas ainda fortemente pintados de castanhos escuros. Olhos castanhos e lábios finos e pequenos. Tinha uma postura reta e digna, expirava confiança e força. Não era um camponês, disso, podia-se ver de longe. Ele se aproximou mais e deu mais um abraço na menina que ficou mais estática ainda. Quando ele soltou ela e se voltou para o lado da mulher, percebeu que os dois tinham os olhos lacrimejando. Cristine virou-se para a mãe e pediu socorro com o olhar.

—-Ah sim!- a mulher pareceu despertar.- Cristine, esta é Luize. Uma velha amiga minha e sua mãe. E aquele, é Christian, seu pai.- ela arregalou os olhos.

—-Aqueles que morreram nas Ilhas Solitárias? Morto pelo próprio irmão e morta pelo homem que dizia que a amava? Meus... pais?

Ela virou-se para eles e eles tinham um sorriso esperançoso de que a menina aceitasse a ideia. Temiam que ela os ignorasse por terem a deixado com outras pessoas e se sentisse rejeitada. Mas ao contrário do que pensavam, ela se aproximou com cuidado e os abraçou firmemente. Enquanto se abraçavam com mais força, ela murmurou.

—-Agora, tenho duas famílias. Não dá pra melhorar!

Verônica sorriu aliviada e saiu pela porta da frente dando graças ao bom leão e indo buscar os filhos sumidos na floresta com o avô.

^.^

1949

—-Céus! Onde que está aquele trem?- o loiro grunhiu irritado.

—-Pedro, não faz nem cinco minutos que eu já te disse que ainda falta trinta minutos para o trem chegar.-o moreno disse entediado.

Pedro sentou-se ao lado do irmão no banco da ferroviária e começou a dar tapinhas no bolso direito da calça nervoso. Edmundo notou o ato.

—-Controle-se Pedro. Controle-se. Somente Jill e Eustáquio podem voltar para lá. Sabe bem disso.

O loiro revirou os olhos e bufou irritado lembrando que mesmo com os anéis, não poderia voltar para Nárnia. Aslam não permitiria.

Já fazia alguns meses que tinham voltado para a Inglaterra e se instalaram em Cambridge. O Professor Kirke havia ido visitar uma velha amiga, Polly, que de acordo com ele, também era uma amiga de Nárnia. E daí, eles criaram a ideia de fazerem reuniões na casa da senhora Polly, para poderem relembrar as grandes aventuras que lá tiveram e discutir sobre a ideia de que Nárnia estivesse em perigo.

Até que em um dos jantares, alguém apareceu na ponta da mesa. Não se sabe de onde surgiu, quando levantaram os olhos, ele já estava ali. Trajava roupas antigas e parecidas com as que a realeza de Cair Paravel usava. Era loiro e tinha olhos claros, infelizmente, não se pôde ver qual era a cor. Tudo fora muito rápido. Pedro cerrou os punhos e disse com voz firme:

—-Quem és tu?

O jovem loiro tentou dizer alguma coisa, mas em vão. Somente abria a boca e nenhum som saia, e cá entre nós, parecia desesperado, apesar de ter uma pose digna de um rei. Pedro levantou-se e repetiu mais uma vez a ordem.

—-Ordeno que me responda! Eu sou o Grande Rei Pedro e nós somos os amigos de Nárnia!

De repente, sua imagem tremeu e aos poucos, fora sumindo como fumaça quente saindo da chaleira. Todos se assustaram e começaram a falar ao mesmo tempo, até que a imagem se extinguiu. Logo começou uma conversa um tanto séria ali.

—-Temos que ir para Nárnia! Vai saber o que está acontecendo lá?- disse Jill.- Além do mais...

—-Jill tem razão, além do mais, só nós podemos voltar para lá.- interrompeu Eustáquio.

—-Mas, professor Kirke, o senhor e a senhora Polly só foram para Nárnia uma vez, não acham que poderiam voltar para lá também?- perguntou Edmundo.

—-Ah meu menino, estamos muito velhos para subir em cavalos e segurar uma espada.- respondeu a senhora Polly.

—-Mas Nárnia está com problemas! Tem que haver um jeito de ir para lá! Aslam ainda não chamou Jill e Eustáquio, mas não posso ficar aqui de braços cruzados esperando algum sinal dele!- disse Lúcia com uma ponta de desespero na voz.

—-Acalme-se Lú. Vamos encontrar um jeito, apesar de me parecer que teremos que esperar Aslam.- disse Pedro abraçando a irmã.

—-Na verdade- pronunciou-se o senhor Digory, que até então estava em um absoluto silêncio pensando.-, creio que tem um jeito.- ele disse sorrindo.

^.^

—-Sabe, até que não foi uma má ideia irmos disfarçados de manhã cedo para procurarmos os anéis no quintal da antiga casa do professor Kirke.- comentou Edmundo.

—-Tirando a parte que você bateu em um cano com a pá e quase estraga todo o resto do encanamento da casa.- disse Pedro olhando com raiva para Edmundo que apenas sorriu como uma criança que nunca fez algo de ruim na vida e está na verdade, cruzando os dedos atrás das costas.

—-Aposto que você tinha esperanças de voltar a Nárnia com os anéis.- acusou o moreno.

O loiro apenas assentiu e voltou a tapear o bolso.

—-Você não?- o mesmo perguntou após um silêncio.

O moreno deu de ombros. Já havia se acostumado aquela vida e não havia motivos para querer voltar a Nárnia. Claro que adoraria a liberdade do lugar e ser respeitado e reconhecido por seus atos, mas já havia se acostumado aquela vida. Na verdade, até ele estava aceitando melhor que Pedro. Sabia que tinha que continuar sua vida, tinha lá seus motivos escondidos em um baú trancado há muito tempo.

—-Acha que mamãe e papai estão naquele trem? Lúcia havia me dito que eles haviam voltado para a Inglaterra e iriam para Bristol.

—-Para quê?

—-Não faço ideia. Mas o que acha?

—-Acho que sim. Se eles saíram de manhã com certeza passaram por Cambridge logo após o almoço, e esse seria o horário que Jill, Eustáquio, Lú, professor Kirke e a senhora Polly entrariam no trem.

Pedro levantou o pulso e olhou a hora no relógio de couro.

—-Já devem estar chegando.- ele disse se levantando.

Edmundo o acompanhou e ao longe ouviram um barulho agudo e forte. Na esquina da ferroviária, viram o trem vindo um pouco rápido demais nos trilhos. E depois só sentiram algo chocar-se com força em seus corpos, mas não sentiram dor.

^.^

Sentiu algo áspero e úmido no rosto. Grunhiu para que parasse, mas continuou insistente em seu rosto. Cristine abriu os olhos e logo sentiu a mesma coisa no olho. Rapidamente começou

a mexer os braços e pernas e logo sentiu o corpo cair rapidamente em um chão duro. Gemeu com a rápida dor e abriu os olhos bocejando. Por que havia algo branco em sua vista? Alguém puxou o lençol do seu rosto e ela viu duas carinhas sorridentes e uma cachorra com a língua de fora pulando em cima dela para continuar a lambendo.

—-Corrente! Para!- ela pediu entre risos.

—-Vamos mana! Temos que ir! Se não vamos chegar atrasados!- murmurou o loiro.

—-O quê? Atrasados para quê?- ela perguntou enquanto se levantava do chão e colocava o lençol em cima da cama de volta e saindo do quarto indo para a cozinha e se servindo de um copo de água.

—-Eu não sei...- disse o moreno.

—-Mas foi o leão que disse que era importante! Então temos que ir logo.- o loiro interrompeu o irmão.

Cristine cuspiu a água para fora e olhou com os olhos arregalados para os pequenos e a cachorra que lambia seu pelo molhado.

—-Por que não me disseram antes?! Aslam vai estar lá?!

—-Acho que sim, mas...- o moreno respondeu e a menina saiu correndo para o quarto para se vestir.

Ela vestiu uma calça, camisa e botas rapidamente. Saiu do quarto apressada e ainda apertando o cinto. Quando ia para fora bateu contra alguém.

—-O quê? Ah querida, já acordou.- a mãe olhou com uma sobrancelha arqueada para a menina.

—-Ah mãe, por favor! Depois eu me visto “apropriadamente” para o quê a senhora quiser, mas preciso ir falar com Aslam rápido!- disse a menina sem paciência e subiu no seu cavalo branco, Glacê.- Por que a pressa querida?

—-Tive um sonho ruim.- ela simplesmente disse enquanto saia cavalgando, mas logo parou e voltou e dirigiu um sorriso sem graça para a mãe.- Er...sabe onde ele está?

—-Está no pomar.

—-Ah claro...que pomar?- ela perguntou confusa. Sua mãe riu.

—-Além de Cair Paravel e das praias, e mais além dos bosques e rochedos.

—-Tudo isso?

—-Ah não se preocupe querida, não é muito longe. Na verdade, até parece rápido demais, mas nós iremos nos encontrar somente no meio do caminho com ele e...

Mas a mãe não pode falar mais nada, pois Glacê já voltava a cavalgar para muito além de Cair Paravel e das praias, e mais além dos bosques e rochedos.

^.^

—-Vamos Glacê! Quero encontrar Aslam no pomar, não no meio do caminho.- Cristine gritou contra o vento forte que tinha

—-Se me permite madame, por que a pressa?- ele perguntou enquanto desviava de algumas árvores juntas demais.

—-Tive um sonho ruim.

E tivera mesmo. Sonhara com Lúcia, Edmundo e Eustáquio, e mais quatro pessoas. Um jovem loiro, uma menina jovem da idade de Eustáquio, um senhor e uma senhora. O jovem loiro e Edmundo estavam em algum lugar fechado e sentados em um banco.

Ele estava mais velho. Estava mais alto e mais forte. O rosto estava mais maduro, mas continuava com a mesma pele clara e os mesmos olhos. Havia também um estranho animal comprido sem olhos e boca que espumava fumaça que andava rapidamente e sem controle. Dentro dele estava Lúcia, Eustáquio, a menina, a senhora e o senhor. Edmundo e o loiro se levantaram e o animal chegou cada vez mais rápido, até sair do caminho e ir contra a parede que estava atrás do moreno e o loiro.

Cristine nunca havia tentado gritar tanto quanto aquele momento, mas inutilmente. Som algum saia de sua boca. Só sentia um desespero por não poder sair do lugar e ter perdido a voz e ver aquele animal destroçar aqueles corpos. E logo, tudo ao redor se escureceu.

^.^

—-Ah meu bom Aslam, pra onde eu vou?!- ela perguntou em tom alto pela milésima vez entre aquele desfiladeiro sem fim.

Aquelas pedras altas lhe davam nervos, pareciam que iriam cair a qualquer momento. Olhou ao redor mais uma vez e sentiu que o lugar estava se fechando e perdeu o ar.

—-Glacê, o que está acontecendo?!

—-Veja madame! Lá longe! Uma colina! Consegue ver?

Cristine forçou a vista e conseguiu ver um pontinho verde ao longe.

—-Só vejo uma coisinha verde ao longe. Mas é melhor que ficar aqui! Vamos!- ela disse balançando as rédeas e o cavalo recomeçou a correr com uma força e rapidez que antes não tinha.

O que iria parecer uma viagem de algumas horas, passaram-se como cinco minutos. Quando percebeu, já haviam deixado as grandes pedras e o caminho esburacado para trás e subiam a colina de terra macia e verde. Quando chegaram até lá, Cristine pulou do cavalo e viu ao seu redor várias pessoas. Ali encontrou Caspian X e a filha de Ramandu. Será que Ramandu também está aqui?, ela se questionou. Quando Caspian e a filha de Ramandu haviam chegado lá, infelizmente Ramandu não tinha vindo. Mas ali tudo parecia muito importante. Imaginou que teria sua presença. Encontrou o mesmo senhor e senhora do sonho conversando com um cavalo alado.

—-Meu bom leão!- Glacê exclamou baixinho.- Minha madame, será que eu poderia ir falar com Pluma?

—-Quem?

—-Pluma! O primeiro e único cavalo alado que houve nesta e na outra Nárnia! O próprio Aslam deu as asas para ele!

—-Eu não sabia dessa história...

—-É muito antiga. Já até esquecida nas antigas canções, hoje em dia cantam mais as famosas, como por exemplo O Cavalo e Seu Menino. Mas todo cavalo sabe muito bem sobre Pluma. Eu poderia?

—-Claro! Vá! Não se preocupe comigo.- ela disse com um sorriso sincero e o cavalo se foi com cuidado para perto do magnífico cavalo alado como se tivesse vergonha ou receio. E devo admitir que ele teria que ter, porque realmente Pluma era um cavalo magnífico.

Árvores altas estavam em todo o redor e possuíam suculentas maçãs somente na vista. Arbustos baixos, mas lindamente podados e verdes incrementavam o pomar. Havia risadas por todos os cantos. Forçando um pouco a visão, pode ver uma juba grande por detrás de um arbusto. Rapidamente, ela fez a volta e o leão se virou ao mesmo tempo e sorriu para ela daquele jeito que você se sente em casa. Ela sorriu como resposta, mas algo atrás dele chamou sua atenção.

Tinha que ser algo muito importante, pois é difícil prestar atenção em outra coisa com o leão por perto. Mas era, realmente, algo muito importante. Ele percebeu e sorriu mais ainda. Deu licença e o sorriso dela, sumiu. Alguém com cabelos negros conversava com um jovem loiro e alguém mais baixo. Ela viu a cauda se balançar e reconheceu a risada.

—-Rip?- ela perguntou.

Ele saiu da rodinha entre os dois homens e sorriu ao ver a menina.

—-Olá Cristine! Por que não se junta a nós? Venha conhecer o Grande Rei Pedro!

O moreno se virou quando as palavras do rato acabaram e não pode deixar de arregalar os olhos e sua boca cair para baixo. Ficaram em silêncio. Não sabia quem deveria dar o primeiro passo. Quando perceberam, Cristine já havia pulado sobre o moreno e se pendurado em seu pescoço.

Ela soluçou baixinho em seu ombro. Ele passou seus braços pela cintura dela e apertou contra si. Ela se afastou e sorriu com os olhos brilhando. Ele colocou cada mão em cada lado do rosto dela. Ela fechou os olhos e ele juntou seus lábios sem cerimônias. Apenas um forte aperto das bocas, revivendo o gosto de cada uma, que há tanto tempo desejavam. Ela colocou suas mãos, sobre as dele. Ele parou e sorriu para ela ao se distanciar.

—-Acho que ela prefere o Rei Edmundo.- uma voz fina soou em seus ouvidos.

Os dois se viraram no mesmo instante, vendo os sorrisos convencidos do loiro e do rato com braços cruzados e olhares maliciosos. O moreno engoliu em seco e a menina corou. O jovem loiro se aproximou da menina e estendeu a mão para ela. Ela pousou a sua ali e ele depositou um beijo nas costas da mesma.

—-Prazer senhorita, eu sou O Grande Rei Pedro, o Magnífico.- ele disse com um sorriso convencido, mas incrivelmente bonito.

O moreno sentiu a face esquentar e em um ato involuntário, passou a mão pela cintura da menina e a puxou para si com força. Ela ignorou.

—-Prazer senhor...

—-Por favor, sem formalidades. Qual o seu nome?

—-Cristine.

—-A famosa Cristine?- ele disse arqueando uma sobrancelha.

—-Perdão?

—-Edmundo falou bastante de você.

Ele corou e ela o olhou com um sorriso mais convencido ainda que o do Grande Rei Pedro. Ele bufou e a puxou pela mão para um caminho entre as árvores. Pedro e Ripchip os seguiram. Pararam mais uma vez e Cristine sentiu seu sorriso se alargar ao ver quem era a companhia do fauno.

—-Lúcia!

A ruiva, que já estava mais velha, alta e com traços muito mais bonitos que antes, correu para abraçar a velha amiga. Ninguém conseguia compreender o rápido e forte laço que elas haviam feito na viagem do Peregrino da Alvorada. Nem elas mesmas. Mas só sabiam que era verdadeiro. E isso já bastava.

—-Céus! Cris! Como é bom vê-la novamente!

—-Eu que o diga!- ela disse entre as lágrimas.

Se separaram e os homens e rato chegaram mais perto. O fauno fez uma reverência para a menina que se sentiu deslocada.

—-Prazer senhorita, eu sou Sr. Tumnus.

—-Prazer Sr. Tumnus, sou Cristine. Nunca o havia visto aqui. Nesta Nárnia.- ela observou.

—-Minha casa fica no Ermo do Lampião, um pouco longe.

A menina assentiu mais compreensiva e um rápido pensamento estalou em sua cabeça. Ela olhou ao redor como se estivesse procurando alguém.

—-Cris, está tudo bem?

—-Onde está Aslam? Eu o havia visto alguns minutos atrás.

—-Aslam e mistério são duas palavras muito bem relacionadas.- disse o fauno.- Não se preocupe. Ele deve estar indo atrás de outra tarefa. A que ele tinha por aqui, já foi cumprida. Além de que...

—-Ele não é um leão domesticado.- completou Lúcia, causando risos em todos ali presentes.

^.^

—-Senti sua falta.- ele sussurrou no ouvido dela.

Ela sorriu e se aconchegou mais no peito dele. Estavam em seu quarto em Cair Paravel. Havia muitos quartos por lá. E o do Rei Edmundo ainda permanecia lá.

Cristine o apresentou para suas mães, que apenas olharam maliciosas para a filha e deram um abraço de mãe no homem. Os pais somente o olharam com o canto do olho e apertaram sua mão com força demais, mas no fundo, gostaram do rapaz. O vovô rapidamente, o roubou da menina, contando sobre suas mil e uma aventuras e lhe oferecendo um pouco de bebida. Os meninos o metralharam de perguntas sobre a realeza, o castelo, as aventuras e Cristine. Nesta última parte, ele apenas pigarreou e sussurrou algo que fez os pequenos rirem e a menina arquear uma sobrancelha. E por último, Dark. Apenas um aceno de cabeça e um olhar significativo para os dois. Eles tinham mais confiança e lealdade do que pareciam ter.

A Rainha Helena e o Rei Franco fizeram questão de providenciar um jantar de boas vindas e no outro dia, um baile para todos de Cair Paravel em recordação da antiga Nárnia e a nova Nárnia que começaria. Apenas os mais íntimos estiveram no jantar, mas fora bastante agradável. Cristine e Edmundo não se falaram muito, infelizmente, o Rei Franco o pegou, junto a Pedro, para saber de tudo o que aconteceu após sua morte. E a Rainha Helena fizera o mesmo com Cristine e Lúcia.

Ela não poderia estar mais encantadora! Os cabelos soltos com leves cachos nas pontas, o vestido bege, marcando sua cintura e mangas curtíssimas deixando os braços nus e as costas nuas. Suas costas não tinham marcas. Nenhuma. Estavam limpas de qualquer vestígio de cicatriz, assim como seu rosto. As pequenas pintinhas em suas costas davam uma diferença contra sua branquíssima pele. Incrivelmente, ela estava usando sapatos. Ele vestia uma camisa vermelha, uma calça preta e botas de couro. Após o jantar e um pouco mais de conversa, todos se foram para seus quartos.

—-Bom querida, nós já vamos indo. Vá nos visitar amanhã, mas de tarde.- disse Verônica marota para a filha.

—-Mãe, do que a senhora está falando?- ela perguntou tentando parecer inocente, mas sentiu a face vermelha lhe denunciar.

—-Lúcia lhe fez um convite de dormir aqui hoje, não está pensando em recusar, está?- perguntou Luize com um canto da boca levantado.

Mesmo que algumas semanas se passaram, Cristine se adaptou bem junto a Luize e Christian. Descobriu que tinham coisas em comuns que com os pais adotivos não tinha. Sua mãe era uma completa e assumida amante dos livros. Passaram horas e horas revirando baús velhos em busca de livros debatendo sobre o verdadeiro fim que deveria ter sido entre a mocinha e o mocinho. Outras horas, passou junto ao pai na praia e descobriu aventuras que jamais ouviu em canções antes e que os dois, eram autênticos adoradores do mar. Mas ainda morava junto aos pais adotivos, seus pais verdadeiros já pensavam em comprar uma casa por ali mesmo. Em Cair Paravel.

—-Bom, sim. Pensei que...

—-Pois pensou errado. Agora, vá se juntar a seus amigos para que te mostrem seu quarto!- disse Verônica empurrando Cristine.- E de preferência, do lado de Rei Edmundo.- sussurrou para Luize que riu baixinho.

—-O que disse mamãe?- perguntou Cristine brava.

—-Ah, nada não querida! Vá em frente. Nos vemos amanhã!- ela disse saindo e puxando Luize pela mão e esta deu um breve aceno para a filha.

Ela suspirou.

—-Vamos! Já tenho um quarto perfeito para ti!- ela disse com os olhinhos brilhando pela aparente “maravilhosa” ideia que ela tivera.

—-Foi você que escolheu?- Cris perguntou cautelosa.

—-Sim.

—-Já estou detestando esse quarto.- ela disse revirando os olhos e causando risos na ruiva.

^.^

—-Sabe, tem horas que eu gostaria de dar uns bons tapas em Lúcia.

—-Verdade? Nessas horas, eu amo ela.- ele disse colocando o rosto na nuca da menina causando arrepios.

Já se pode notar, caro leitor, que Lúcia colocou Cristine em um quarto ao lado do Rei Edmundo. Com certeza, isso fora tramoia de Luize e Verônica juntas. E quando todos já tinham ido para seus quartos, o moreno disfarçadamente, entrou no quarto da garota. Em um momento um tanto importuno. Cristine estava somente com o vestido que ela usava na parte debaixo do vestido. Estava enrolada em um lençol.

—-Poderia bater antes de entrar!- ela berrou.

—-Poderia fazer um pouco de silêncio a essa hora da noite.

—-Poderia ter toda a razão em falar isso se estivesse realmente dormindo em sua cama em seu quarto!

—-Poderia largar esse lençol.- ele disse fechando a porta

—-Poderia ser um pouco mais cavalheiro, meu rei.- ela disse incrédula e irônica.

—-Poderia lembrar-se que eu já te vi com essas roupas uma vez.

Ela corou e um fio de cabelo caiu em sua face. Ele se aproximou mais um pouco.

—-E te garanto que jamais esqueci a visão.- ele disse com um sorriso safado, relembrando a tentação que ela passou em sua última viagem.

Ela olhou para sua mão.

—-Andou bebendo demais, meu rei?- ela perguntou fitando a taça de vinho quase vazia.

Ele deu de ombros. Ela revirou os olhos e virou as costaspara ele. Passou os dedos pelas pálpebras esfregando-as em movimentos circulares. Logo ouviu passos no assoalho lustruoso e braços rodearem sua cintura em seguida. Ele apoiou o queixo no ombro dela.

—-Senti sua falta.-ele sussurrou no ouvido dela.

Ela sorriu e se aconchegou mais no peito dele. Deixou –se sentir a pele de sua bochecha roçar em seu pescoço e suspirou agradecida pelo toque. Ela se preparou para tentar chegar a uma conversa que lhe interessava.

—-Quanta?

—-O quê?- ele perguntou confuso e ela se virou para ele. Ele ainda a segurava na cintura.

—-Quanta falta?

—-Como assim?

—-Quanta falta você sentiu de mim?

—-Muita.- ele murmurou ainda confuso.

—-Hum...

Ele bufou e passou as mãos pelos cabelos. Ela cruzou os braços e tinha uma expressão tímida e encabulada.

—-Aonde você quer chegar?

—-Nada, só queria saber....- ela disse com a voz sumindo aos pouquinhos e engolindo em seco.

—-Aonde você realmente quer chegar?- ele perguntou se aproximando mais e ela pode sentir o hálito de vinho.

—-Tudo bem!- ela disse levantando os braços e confessando frustrada.- Quero saber se você se envolveu com outra mulher em seu mundo! É, é isso.

Ele sorriu surpreso. Ela bufou vendo que só havia ajudado a encher o ego do moreno. Obviamente não queria que ele tivesse tido algo lá, mas pensava isso agora que ele havia voltado para Nárnia. Antes, só queria que ele fosse mais feliz do que nunca foi nada vida. Mas quando o viu ali...oh, parecia ter voltado no tempo. O empurrou pelo peito e sentou-se na cama com os braços cruzados.

—-Você fica um amor desse jeito. Parece uma criancinha.- ele zombou e ela revirou os olhos.

Ele se sentou ao lado dela.

—-Esqueça o que eu disse.

—-Ah, como poderei? É a primeira vez que você demonstra que se preocupou comigo e teria ciúmes se me visse com outra menina.

—-Francamente! Eu? Ciúmes? Nem sei o que essa palavra significa.

—-Bom, então posso lhe dizer que eu estava noivo antes de vir pra cá?

Ela se virou rápido demais e já sentia algo em si se remexer. Sentiu que algo em seus olhos a incomodavam e a pulsação rápida. Então, ela viu o sorriso maroto dele. A pulsação diminuiu, mas o estresse em sua cabeça aumentou. Ela pegou um travesseiro e bateu com força na cabeça dele que começou a rir loucamente.

—-Você fica absolutamente estranho quando bebe.

—-E você fica absolutamente linda quando briga.- ele disse em meio aos risos.

—-E você fica absolutamente estúpido quando bebe! Na verdade, é quase toda hora!- ela gritou e indo em direção a porta.

Mas antes que ela abrisse, ele a fechou com uma mão e empurrou ela contra a parede. Ela arfou e ele se aproximou. Estavam pertos demais.

—-Cris, por favor. Não começa a ser chata.- ele disse e ela arqueou uma sobrancelha.- Me escuta. Eu quase nunca bebo, para começar e quando bebo, eu não perco os sentidos e tenho amnésia depois.

—-O quê?

—-Quero dizer que eu me lembro de tudo o que fiz. Eu só bebo porque é o único jeito de fazer coisas sem vergonha. E o que eu tenho pra falar não conseguiria sóbrio.-ele apertou os lábios com força.- Eu te amo Cristine! Não consegui te esquecer, e juro que tentei! Mas não consegui! Eu te juro! Nunca amei outra mulher! Nem no coração, nem na cama!- ela arregalou os olhos.- É clichê e... meloso demais dizer que sou seu?- ele perguntou com um sorriso sem graça.

—-Não...- ela sussurrou enquanto passava os braços por seu pescoço e o puxava para si.- Não é meu pequeno rei.- ele riu baixinho e a segurou no quadril.- Além do mais...- ela disse quando já roçavam seus lábios- eu sou toda sua.

Tinham os olhos fechados. Ele tinha medo que ela fugisse de novo. Ele não queria perdê-la. Ela tinha medo do dia que ele fosse embora. Ela não queria vê-lo partir. Os lábios enfim juntaram-se. (cap. 17)


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Notas finais do capítulo

Agora que parei para pensar, já está me dando uma nostalgia de fim de fanfic. Nunca tive isso antes ): Ao mesmo tempo que você sente o dever cumprido, sente algo estranho. Mas ao menos, nossa Cristine teve seu final feliz :3
Vou sentir falta dela, mas vou confessar a vocês, que de todos os personagens, eu vou sentir mais a falta do Dark )``````: Eu criei ele simplesmente pq eu queria que tivesse um lobo na história, mas aos poucos fui colocando algo nele que me cativou. Isso mesmo. Ele me cativou. Eu amo aquele lobinho sombrio. E vou sentir tanta falta, pq pra mim, ele é único!
E a Cris, vou sentir falta do temperamento descontrolado dela ás vezes. kkk. Mas também da coragem e da força que ela tinha para enfrentar tantas coisas ruins. E da amizade sincera desses dois.
Rápidos agradecimentos!
Quero agradecer a cada leitora que comentou aqui! Porque mesmo que eu tenha escrito primeiramente essa fic para mim, depois eu continuei por incentivo de vocês que me fizeram ir até o fim. Obrigada. Muito obrigada. E agradeço também as belíssimas recomendações. Muitissimooo obrigada!
E em particular, agradeço a minha querida vaca magrela e minha amada cabeçuda. Que quando eu estava mal e insegura, elas acreditaram em mim. Eu amo vocês. Obrigada gurias.
Espero vê-las por aí novamente, apesar desta fic ter sido especial e unicamente única para mim. Espero que tenha sido para vocês também. POR NÁRNIA E POR ASLAM! O/
Até algum dia.
beijos e abraços apertados da Loren.
P.S: Reeditando as notas, porque muitas vezes me esqueço, mas enfim. Para leitoras que chegaram agora ou antigas que vão reler (vá saber), gostaria de avisá-los que tem duas continuações desta fic. Uma de dois cap.s, de Ed e Cris quando estão no quarto e outra com todos os personagens e novos. A primeira, é Last Time In Nárnia e a segunda é Cristine e Darkness: duas histórias em Nárnia. Se querem ver Edne e Dark mais uma vez e entrar em Nárnia, podem ver estas fics, se quiserem >< obs.: para ler a primeira, nao esqueçam de aceitar o controle parental, visto que a fic é +18. ;)