One More Time In Nárnia escrita por Loren


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

haaai..again '-' k bem, eu já ganhei um coment, o que me deixou muito feliz e agradeço de coração! (; sem rodeios e sem mais nem menos, aqui está o segundo capítulo. Aproveitem.



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O vento soprava fortemente a vela, o barco abria caminho entre as águas e estas se afastavam para dar licença ao estranho objeto.

Após a grande surpresa para todos e devidamente secos, Caspian emprestou-lhes roupas novas, suas própias roupas para ser mais exato. Onde em Edmundo não ficou tão mal, mas Lúcia tivera que usar um cinto que apertasse bem suas calças. Assim prontos, Caspian os levou para seu camarote. Era grande, com uma mesa ao centro, uma cama no canto e uma janela no fim do quarto que ocupava toda a extremidade horizontal. Lúcia chegou perto de um desenho cravado na parede, era a forma de um leão.

–-Aslam...

Ela sorriu e tocou, como se pudesse realmente tocar em Aslam. Queria tanto vê-lo novamente...

–-Olha, o arco da Susana com as flechas.

Lúcia comentou, chegando perto, e saiu do seu pensamento quando ouviu a voz de Caspian.

–-Lúcia.

Ele havia tirado uma caixinha do armário e ali estava seus pertences.

–-Meu elixir de cura e o punhal.

Quando ia pegá-los, deteve-se e perguntou.

–-Ahm...posso?

–-É claro, eles são seus.

Lúcia os pegou e colocava na cintura, quando Edmundo disse surpreso ao avistar ao longe a....

–-A espada do Pedro.

–-É...cuidei dela como prometi.

Caspian pegou a espada e deu para Edmundo, dizendo.

–-Toma, pode usar se quiser.

–-Não, não. O Pedro deu pra você.

Caspian sorriu, Edmundo apreciava aquela espada, mas seu irmão havia dado ela à Caspian, não iria tirá-la dele. Não era certo.

–-Mas...eu guardei uma coisa para você.

E Caspian se dirigiu para o armário, abriu a portinha, mas não se moveu.* Caspian se virou e estava com uma expressão confusa, colocou a espada de Pedro no lugar e coçou a nuca tentando descobrir onde havia colocado algo.

–-Está tudo bem?

Perguntou Edmundo.

–-Sim sim, mas eu gostaria de saber, onde...

Antes que Caspian respondesse, Drinian entrou pela porta, com uma expressão séria e brava, com sua mão direita, segurava Cristine que chegava a estar vermelha e tinha o olhar duro. Com a outra mão, Drinian segurava algo que não conseguiam distinguir muito bem, até Drinian levantar a mão e reconhecerem a lanterna de Edmundo, onde da outra vez, havia esquecido em Nárnia.

–-Majestade, mil perdões pela interrupção, mas aqui está a prova de que jamais conseguiremos confiar nesta menina. Ela roubou um dos pertences do Rei Edmundo, o Justo. Prova de que ela não mudou e nunca...

Cristine interrompeu Drinian sem dó nem piedade, tentando em vão se soltar da mão que apertava seu braço.

–-Eu não roubei nada! Isso é mentira! Foi o próprio rei Caspian que me deu esse objeto!

–-Pare de mentir garota, como pode dizer isso?

–-Drinian, é verdade.

Disse Caspian, que fez com que Drinian ficasse surpreso com tal revelação e não fizesse tanta força no braço da menina, que rápida se soltou da mão e respirava tão forte, que qualquer um poderia ouvi-la. Drinian não era ruim, mas sempre foi certo com leis e as coisas certas demais, sem falar que sua confiança na menina nunca existiu.

–-Majestade, eu...

–-Tudo bem, eu me esqueci de contar-lhe que emprestei esse objeto para ela.

–-Mas por quê?

–-Ele faz luz, e ela precisava de algo parecido para poder ler durante a noite, já que há algumas noites não tivemos luar.

–-Mas senhor, um objeto de um dos grandes reis?

–-Tenho certeza que rei Edmundo não se importaria.

Disse Caspian e se virou para Edmundo que sorria e assentia. Era verdade, não se importaria, mas ficou um pouco incomodado por ter sido aquela menina a ter usado sua lanterna, mas não fazia muita diferença. A menina se pronunciou.

–-Claro que rei Edmundo não se importaria, ele é o Justo, tenho certeza que entenderia e de qualquer forma, há anos que nunca mais houve noticias dele! Quem garante que realmente voltará?

Drinian estava espumando pela ignorância da menina, Caspian estava confuso, Lúcia ria discretamente e Edmundo perguntava-se se a menina estava tirando uma com sua cara. Drinian deve ter pensado o mesmo pois falou grosso.

–-Pare de brincar menina, já não tem mais idade para isso.

–-Mas o que foi que eu fiz agora?!

Caspian se intrometeu, sabia que a relação daqueles dois não era nenhum um pouquinho boa.

–-Ahm..com licença, Cristine, onde você estava hoje? Depois que nos entregou as toalhas, para onde foste?

–-Fui para baixo, o senhor Drinian havia mandado eu voltar para meu trabalho e fui ver os mantimentos da cozinha, se não havia nada faltando.

Drinian assentiu. Caspian continuou.

–-Por acaso, você conseguiu ouvir o que eu disse?

–-Não majestade.

–-Pois então, eu repito, sem problema algum. Cristine, esta- disse apontando para Lúcia- é a Rainha Lúcia, a Destemida e este- apontou para Edmundo- é o Rei Edmundo, o Justo.

Cristine estava em estado de choque.

–-Está tudo bem?

–-Muito bem- ela disse ironicamente- agora quem está brincando comigo são vocês.

–-Por que acha isso?

–-Impossível! Eles são muito...

–-Muito?

–-Novos para serem rei e rainha de Nárnia!

Caspian riu e Lúcia sorriu, compreensível, mas Edmundo não estava muito animado. Já não havia gostado da menina no primeiro momento, agora muito menos, ele bufou e perguntou.

–-Por algum acaso você é realmente narniana? Como não pode saber disso?

Caspian calou-se e Drinian estava com os braços cruzados, antes que Caspian dissesse algo, Cristine virou-se para Edmundo, e disse sem medo ou nervoso.

–-Eu nunca disse que era narniana. E eu não sou narniana.

–-Não?

–-Não.

–-E o que você é?- perguntou Edmundo, para não sair perdendo. Detestava perder uma discussão, mesmo sendo o justo.

–-Não faço a mínima ideia, cresci entre os Telmarinos, mas sempre soube que fui deixada na porta da casa da minha família adotiva.

–-E você não desconfia de nada?

–-Não sei, tenho traços como uma Telmarina, mas não tenho certeza disso...

–-E por que não?

–-Por que deveria eu relatar ao rei sobre minha vida? Não és o senhor, o “Justo”?

–-Tens razão, também não sei por que estou lhe perguntando essas coisas.

–-E realmente dizia nos livros que o senhor era compreensível, educado e inteligente? Acho que lhe trocaram com seu irmão.

Edmundo fechou os punhos, os nós dos dedos ficando brancos e ficando visivelmente irritado.

–-Cuidado, não queremos ver o “pequeno rei”, machucado, certo?

Cristine virou-se para Caspian e fez uma reverência, murmurando “Majestade” e o mesmo com Lúcia, ao virar-se para Edmundo, apenas murmurou.

–-Com sua licença, meu “pequeno rei”.

E ela saiu, sem dar atenção a Drinian que ia atrás dela, provavelmente para mais uma bronca, enquanto Edmundo falou irritado.

–-Antes o Eustáquio, agora essa Cristine. Mas o que foi que eu fiz?

Caspian deu de ombros e Lúcia abafou o riso. Caspian jogou a lanterna para Edmundo.

–-Seja o que for, deve ter sido grave para aguentar esses dois, mas um aviso: Cristine pode ser tão insuportável quando quiser.

–-Ela não estava sendo agora há pouco? Pela juba do leão! Imagina quando ela quiser!

Caspian e Lúcia riram, mas Edmundo estava desesperado! Aquele menina parecia fogo, na certa para queimar aquele que se aproximasse!

–-Vamos, temos que conversar sobre a suposta missão de vocês aqui.

Lúcia animou-se, mas Edmundo ainda estava absorto e repetia toda hora na cabeça “o que foi que eu fiz para merecer tudo isso?”

^.^

Caspian havia colocado um mapa sobre a mesa, Drinian estava ao seu lado depois de ter ido conversar com Cristine, parecia mais calmo e tranquilo, Lúcia estava calma e Edmundo tentava ficar calmo, mas estava melhor do que antes. Caspian começou.

–-Desde que se foram, os Gigantes do Norte se renderam de uma vez por todas- apontou Caspian no mapa- Depois derrotamos os exércitos da Calormânia no Grande Deserto.- apontou novamente no mapa- A paz reina em toda Nárnia.

–-Paz?

Perguntou Edmundo surpreso.

–-Em apenas três anos.

Enquanto Edmundo remoia algo em sua cabeça, Lúcia fez uma pergunta pessoal para Caspian, após colocar o cabelo atrás da orelha.

–-E já encontrou uma rainha pra você nesses três anos?

–-Não, nenhuma se compara a sua irmã.

Lúcia sorriu e começou a pensar algo.

–-Peraí, mas se não há guerras para lutar, nem ninguém em perigo, por que estamos aqui?

Era óbvio que todas as outras vezes que foram para Nárnia, precisavam de ajuda, por isso, foi estranho para todos a inesperada visita dos irmãos ali.

–-É uma boa pergunta, estou me perguntando a mesma coisa.

–-E pra onde estamos indo?

–-Antes de retomar o trono do meu tio, ele tentou matar os melhores amigos do meu pai e seus aliados mais fieis, os Sete Fidalgos de Telmar.

Havia atrás de Caspian, os desenhos dos senhores, pregados sobre um mapa.

–-Eles fugiram para as Ilhas Solitárias. Ninguém mais teve noticias deles.

Edmundo analisava cada rosto.

–-E você acha que aconteceu alguma coisa?

–-Se aconteceu, é meu dever descobrir.

Edmundo olhou para Caspian e disse com os olhos que iria ajudá-lo. Quebrado o silêncio por Lúcia, esta fez uma ótima pergunta.

–-O que fica à Leste das Ilhas Solitárias?

–-Águas não mapeadas.

Respondeu Drinian, primeira vez que se pronunciava.

–-Lugares que mal dá pra se imaginar. Há contos de serpentes marinhas e bichos piores.

Lúcia olhou para Edmundo que aparentava estar surpreso e nervoso, era visível sua preocupação, que perguntou à Drinian como se fosse brincadeira.

–-Serpentes marinhas?

–-Pois bem capitão, já chega de suas histórias.

Brincou Caspian e deu uma mordida em sua maçã. E passou-se mais um tempo, até que a tripulação continuava a trabalhar no barco. Edmundo, Caspian, Drinian e Lúcia já haviam saído do camarote. Cada um foi para seu lado. Ripchip estava em cima do nariz do dragão, acompanhado de Cristine que estava sentada na cabeça, encostada em um dos chifres, lendo um livro enquanto escutava a Ripchip cantar.

**“Onde o céu e o mar se encontram,

Onde as ondas se adoçam,

Não duvide, Ripchip,

Que no Leste absoluto está

Tudo o que procura encontrar...”

–-Que bonito.

Ripchip soltou um gritinho de susto, estava tão entretido com a música, que não reparou em Lúcia, que estava do lado direito do chifre do dragão e Cristine estava apoiando as costas no esquerdo, com as pernas esticadas sobre a cabeça.

–-Ooh..obrigado.

Cristine sorriu e voltou a se concentrar em sua leitura. Ripchip se aproximou de Lúcia e Cris e comentou.

–-Uma dríade do bosque cantou para mim quando eu era só um filhotinho, eu nem imagino o significado, mas nunca me esqueci das palavras.

–-Tanto que sempre vem aqui para poder cantar, pois todos os homens já estão cansados dessa cantoria.

Comentou Cristine, fazendo Ripchip se irritar.

–-Ora madame...

–-Ora Rip, acalme-se, sabe que só faço isso...

–-Para me irritar, e a senhorita consegue.

Cris riu e Lúcia a acompanhou. Lúcia havia gostado de Cris, apesar de ter confrontado seu irmão, foi bastante corajosa, afinal, poucas pessoas conseguiriam enfrentar um rei, parecia ter um temperamento forte, corajosa e um pouco teimosa. Mas ali sob a luz do sol e com seu livro, parecia uma menina indefesa e seu riso era contagiante. Após acabarem de rir, Ripchip perguntou ironicamente.

–-Acabaram?

–-Agora sim.

–-Rip, o que acha que existe além das Ilhas Solitárias?- perguntou Lúcia.

–-O lugar mais oriental que se pode chegar é o fim do mundo, o País de Aslam.

–-Acredita mesmo que tal lugar exista?

–-Só nos resta acreditar não é mesmo?

–-Será que dá pra chegar lá de barco?

–-Bom, só existe um jeito de descobrir, eu só espero que eu ganhe o direito de ver. Ahm..-Ripchip se curvou- Majestade.

E voltou para seu lugar, a fim de cantar sua música. Lúcia sentou-se e observou Cris, esta percebeu o interesse de Lúcia e perguntou educadamente.

–-Ahmm...posso ajudá-la majestade?

–-Ooh, não, me desculpe. É que..nem parece você.

–-Perdão?

–-Vendo você aqui tão calma, lendo, diferente do camarote, estava tão...

–-Estressada? Brava?

–-....alterada.

Cris riu e Lúcia riu depois.

–-Desculpe pela minha explosão repentina, não queria assustá-la, mas não aguento mais a pressão que Drinian coloca sobre mim. Se eu não amasse tanto o mar, nunca teria vindo.

–-O que ele quis dizer com “roubar”?

Cris passou a expressão calma para uma mais preocupada e triste.

–-Oh majestade- começou ela.

–-Por favor, me chame de Lúcia.

–-Está bem. Oh Lúcia, é uma longa história, não deseja ouvi-la..

–-Desejo sim, por favor.

Ouviram latidos. E chegava mais perto, e mais perto, e mais perto. Até que viram um lobo cinzento subindo as escadas e chegando perto das meninas. Lúcia deu um pulo e tirou rapidamente o punhal da cintura para ir contra o lobo, mas Cris a impediu.

–-Não!

–-Cristine, me dê licença! Não vê que é um lobo cinzento? É da mesma raça que ajudou a Feiticeira Branca, pensei que estivessem extintos! Como ele veio parar aqui? Como?

–-Porque ele está comigo!

^.^


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Notas finais do capítulo

*Nesta parte do filme, Caspian pega normalmente a lanterna e devolve para Edmundo, mas eu quis mudá-la, para dar espaço a Cristine. Lamento se alguém não gostou, mas foi assim que eu fiz e creio que não fará diferença no ritmo da história.
**A música que Ripchip canta, se verem no filme, algumas palavras são diferentes. É porque eu peguei a letra do próprio livro (;
É isso, obrigada para aquelas guerreiras que leram novamente. kk e lembrem-se! Coments nunca são demais u.u