One More Time In Nárnia escrita por Loren


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

haaai
notas finais, não esqueçam de ler u.u



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Dor. Dor. Uma tremenda dor da na cabeça. Sede. Sede. Uma inimaginável sede. E misture isso com um pouco de dor no corpo inteiro. Cristine sentia isso naquele momento. Não era dia ainda. Apenas a madrugada fria e calma. Cristine se ajeitou e sentiu algo apertar-lhe na cintura, como duas mãos e uma respiração quente no seu ouvido esquerdo. O animal, ela pensou e sentiu uma força repentina que a ajudou livrar-se daqueles braços. Ficou em pé e virou-se, sem nada para se defender, mas colocou as mãos em punho do mesmo jeito.

--Espera...Edmundo?!

--Quem mais?! Precisava bater com a cabeça no meu queixo?!

--Mas..onde está...

Ela virou-se olhando ao redor várias vezes. Ela viu que estava nos pés daquele monte, Edmundo estava deitado com as costas encostadas em uma pedra. Ela estava somente com o vestido de baixo e os pés descalços sobre as pedras pontiguadas. Ela subiu correndo até a boca daquele monte, mesmo com os pés reclamando de dor. E o que viu era lava, somente lava.

--Mãe?! Pai?! Dani, Henrique! Vovô!

Estava descontrolada, ficou em pé e olhava ao redor. Gritava por eles enquanto o vento fazia seus cabelos taparem sua visão. Antes que ela perdesse o equilibrio, Edmundo a pegou pela cintura e a levando para longe do monte novamente, enquanto ela gritava e tentava se soltar.  Edmundo a jogou com força contra a pedra para que ela se sentasse.

--Ai! Precisava ser grosso?

--Grosso? Grosso?! Eu que te salvo a vida, te impeço de cair em um vulcão com lava, durmo os próximos minutos contigo para que não tivesse pesadelos e eu sou grosso?

Cristine ficou corada.

--Deveria sentir-se envergonhada mesmo! O que tem na cabeça para ir a um vulcão no meio da noite?

--Na verdade, fiquei envergonhada por saber que você dormiu comigo.

Edmundo também ficou corado, lambeu os lábios e abaixou a cabeça. Coçou a nuca, colocou as mãos na cintura e continuou com as broncas do mesmo jeito.

--É...parecia que você ficava calma. Mas agora me explique, por que não abriu os olhos quando eu mandei?

--O quê?

--Eu pedi para você abrir os olhos! Você estava andando e falando com os olhos fechados!

--Espera...o monstro era você?

--Que monstro?!

--O animal! Não...não era noite! Era dia! E estava eu e minha família, e íamos tomar um banho na água quente e...e...apareceu um monstro!-ela disse tudo rapidamente quase sem folêgo- E...ele tinha os mesmos olhos que você.-disse ela mais calma.

Respirava com dificulade. Lágrimas prontas para escorrer. Edmundo a olhava pasmo.

--Foi tudo um sonho? Um sonho?!

--Parecia mais um pesadelo.- disse Edmundo se aproximando de Cristine.

Ela olhava para um ponto qualquer. Ele a abraçou. Ela colocou a cabeça no ombro direito dele e as mãos em suas costas. Ele afagava a cabeça dela.

--Era tão real...-murmurou ela.

Ela soluçou. Por um momento, viu sua família. Mais velhos do que a última vez, como se os anos tivessem passados para eles também. Nunca esqueceria aqueles rostos. Mas como? Não tinha uma foto, um desenho, nada! Estavam somente na sua memória. Foi como se a ferida fosse aberta novamente e ali colocaram sal, pimenta, saudades e melancolia. Estou cansada de ser forte, ela pensou, apertando mais o abraço de Edmundo. Este fez menção de fazê-la sentar-se. Assim que ela colocou as costas na pedra, ele sentou-se em sua frente com as pernas cruzadas.

--Muito bem, agora me fala. O que você viu acontecer?

--Eu acordei e não vi ninguém. Todos haviam sumido. Então eu ouvi a voz da minha mãe adotiva e quando vi, ela estava ali, viva. Falou coisas que eram do feitio dela. Como por exemplo, pedir para eu colocar um vestido invés das calças e de repente minhas roupas transformaram-se um vestido. Mas as botas continuaram. Isso deixava ela brava, mas eu odiava saltos e sapatilhas. Depois eu vi o resto da minha família dentro daquele monte e eles pularam só com as roupas de baixo.

--O que eles queriam fazer em um vulcão? Matar-se?

--Não era lava o que tinha, era água. Água quente. E quando eu ia pular, um animal me arrastou para longe. Era você.

--Eu?! É assim que você me vê?!

--Não! Não! Claro que não! Mas eu não estava sobre mim, não sei o que houve!-uma ideia passou na cabeça da menina- Foi a tentação! Oh Aslam, foi a tentação!

Ela colocou as mãos no rosto.

--Ei, espera. Não vai chorar, né ? Por que iria chorar?

--Por quê? Porque eu fui fraca! Eu que estava me preparando para minha vez, me deixei levar! Meus pais estão mortos! Eu vi minha mãe e meu avô mortos! Como eu poderia ter pensado aquilo?! Que estavam vivos?! Como eu pude ser tão burra?! Pela juba do leão, que vergonha!

Ela disse com raiva de si mesma. Ela juntou as mãos, deixou sobre as pernas estendidas e deitou a cabeça para trás. Olhou para o céu. Estava normal. As estrelas ainda estavam lá em cima, brilhando, fazendo seu trabalho. Ela apertou os lábios. Alguns segundos se passaram, Edmundo não disse nada, esperava que Cristine se acalmasse primeiro.

--Mas sabe o pior?- ela comentou por fim.

--Não.

--É que agora dói. Dói muito.

Dito isso, ela abaixou a cabeça e viu Edmundo a fitando atentamente com aqueles olhos penetrantes. Ela nem fez questão de tentar descobrir o olhar dele, com vergonha demais para isso. Ela desviou o olhar para o chão.

--Ainda sente falta deles?

--Todos os dias.

Silêncio. Edmundo suspirou. Ele não tinha conseguido dormir à noite toda. Qualquer barulho, o acordava. E foi exatamente alguém pisando em galho que o fez acordar. Quando ouviu, levantou-se com a mão na espada ao lado, preparando-se para qualquer tipo de coisa. Mas somente viu Cristine andar rapidamente até uma trilha de pedras. Ele havia tentado chama-la. Mas ela não parecia ouvir. Ele levantou-se e foi atrás dela, antes que a perdesse de vista. Ele viu ela aos pés do monte e falando sozinha. Só então percebeu que ela estava de olhos fechados. Cristine? Sonâmbula? Isso só pode ser brincadeira, pensou ele. Pensou que talvez ela estivesse fazendo alguma brincadeira de mau gosto e não se moveu, cruzou os braços e esperou que ela parasse com tudo aquilo. Mas levou um susto quando a viu correr para a boca do pequeno vulcão. Ela continuava a falar sozinha. Percebeu que ela não poderia estar brincando, estava realmente dormindo. Percebeu também que estava disposta a pular quando a viu tirar a roupa. Quando viu, engoliu em seco e desejou coisas que nunca havia desejado antes. Além de uma bela boca, ainda tem um belo corpo...mas que coisa Edmundo!, pensou ele batendo em sua testa. Quando viu que ela iria pular, correu e conseguiu agarra-la. Mas estava descontrolada e o empurrou com força. Virou-se e disse coisas sem sentido para Edmundo, enquanto virava-se para a boca do vulcão visando algo. Ela ainda mantinha os olhos fechados. Edmundo pediu para ela abri-los, mas ela não o fez. Porém, falou seu nome. Ele nem teve tempo de falar algo, que ela já se virava novamente. Edmundo estava ficando nervoso e assustado. Se tentasse ajuda-la novamente, ela seria capaz de mata-lo ou machuca-lo de propósito. Ela não estava em seu consciente. Até que ele se deu por vencido. Sabia que Cristine não era tola, era esperta mesmo estando sonhando ou delirando. Então, ele a viu falar algo mais para alguém em sua cabeça, antes de apertar-se em sua cintura com os braços. Ele a abraçou como se tentasse protegê-la, porque realmente queria. Fechou os olhos junto com ela, e por fim, ouviu um grito agudo, antes de esta desmaiar-se em seus braços.

^.^

Assim que sentiu Cristine pesar e ver que havia perdido totalmente a consciência, Edmundo passou o braço esquerdo por trás das pernas da menina e levantou em colo. Cristine passou os braços pelo seu peito, deixando-as na nuca de Edmundo e puxou-se para cima, fazendo com que sua respiração batesse no pescoço do menino. Este suspirou à vontade e apertou o corpo da menina contra o seu. Parece uma bonequinha de pano, ele pensou vendo que parecia tão indefesa em seus braços. Não iria levá-la para o acampamento. Não aguentaria muito e o que iriam pensar vendo somente com as roupas de baixo? Decidiu-se por ficar ali mesmo. Não saberia quando iria voltar, mas isso não lhe preocupou. Encostou-se em uma pedra e ajeitou Cristine em seu colo, acabou por adormecer junto com ela. Ouviu um suspiro, fazendo-o acordar e perceber que aquilo já passara. Todo o tormento, a tensão e o medo. Respirou fundo.

--Quer voltar para o acampamento?

--Não. Pode ir se quiser.

--É claro que eu não vou.-disse ele convicto.

--Perdão?

--Vou ficar aqui.

Disse ele indo para o lado de Cristine, esta se afastou no mesmo instante quando os braços se tocaram.

--Por quê?

--Como por quê? Cuidarei de você!- disse por impulso.

Cristine ficou arregalou os olhos e Edmundo ficou corado. Nem ele sabia de onde tinha tirado coragem para dizer aquilo, mas era o que queria fazer. Não vou deixar que ela se machuque, ele pensou. Ele encostou-se à pedra e deitou-se muito bem relaxado, obrigada. Estirou as pernas e deitou a cabeça, como tentasse mostrar que estava à vontade o que ele realmente não estava. Cristine o observou por um tempo e ele observava as estrelas. Ela bufou e juntou os joelhos com as mãos até o queixo ficar em cima. Um vento veio forte e Cristine arrepiou-se. Só então se deu por conta que estava de roupas de baixo à frente de vossa majestade, o pequeno rei. Ela começou a procurar ao redor, mas não as achava.

--Procurando alguma coisa?-perguntou Edmundo vendo o movimento da menina.

--Minhas roupas.- disse ela abraçando a si mesma.

Edmundo riu. Cristine lhe lançou um olhar totalmente acusatório e mortal. Ele calou-se dando de ombros, mas divertindo-se por dentro.

--Está com frio?

--Sim.

Ela sentiu algo passar por debaixo de seus braços e olhou para baixo, vendo as mãos de Edmundo colocadas sobre sua barriga e antes que ela dissesse qualquer coisa, ele a puxou para trás. Ela ofegou quando suas costas tocaram no peito dele. Ela estava entre suas pernas. Ele colocou os braços sobre os dela e a apertou contra seu corpo. Ela trancou a respiração. O contato com ele era...ótimo! Mesmo sendo magro, seus braços eram fortes e seu peito acolhedor. Só ele estando com uma camisa, ela podia sentir o calor que ele irradiava. Ela arrepiou-se com pensamentos sobre ver ele sem a camisa. Ela não o olhou. Sabia que ele a estava analisando. Ela estava dura, tentando o máximo ficar longe dele, não encostou a cabeça em seu peito, ficou sentada, ereta. Ela o sentiu suspirar e o hálito fez com que os pelos de sua nuca se arrepiassem.

--Pode relaxar. Não vou lhe fazer mal algum.

--Ah não obrigada, estou bem assim.

--Acha que vai conseguir dormir de novo?

--Não tão cedo.- ela murmurou.

--Quer conversar? Para passar o tempo...

Cristine franziu o cenho. Deu de ombros. Qualquer coisa é melhor do que voltar aquilo, ela pensou.

--Mas..!

--Mas o quê?

--Vamos falar de coisas..legais. Nada sobre...ahm...como eu poderia dizer...- ela gaguejou.

--Nós?

--Não!-disse Cristine num pulo que assustou Edmundo.

Ela virou-se, ficando de frente para ele agora. Engoliu em seco.

--Digo..não há nada sobre falar de “nós”.-ela disse fazendo aspas no ar.

Edmundo murchou.

--E quer falar sobre o quê então?

--Que tal...como anda busca pela estrela azul?- disse ela com um sorriso sem sal.

--Não sei...faz semanas que não há vimos mais e nem sabemos se vamos voltar a vê-la tão cedo.

Cristine tomou uma postura séria.

--Espero que encontremos logo...não aguento mais esse tormento.

--Eu também, mas...

--Mas?

--Ao mesmo tempo não quero que chegue logo.

--O quê?! Por quê?!- disse Cristine assombrada. Não esperava isso dele.

--Porque quando tudo estiver acabado...vou ter que voltar.

Ele a olhou serenamente. Ela sentiu o olhar pesar-se em si. Desviou o olhar. Coçou a nuca e percebeu que estava com o cabelo solto. Decidiu por prendê-lo e assim o fez. Ele não a impediu, apesar de preferi-los soltos. Ela juntou as mãos.

--Eu quero que isso acabe logo.- ele a olhou surpreso.- Mas não pense que quero que vocês vão embora logo, é só que eu tenho medo.

--Da tentação?- ela assentiu. - Mas já passou. Digo você já foi, vai estar preparada para a próxima. Talvez...seja outra pessoa agora.

--Esse é o problema!

--Dark?- perguntou depois de pensar um pouco.

--Sim.

--Mas ele tem você e acho que ele não tem nada a temer. Qual o problema?

--O problema é se o irritarem. Ele pode ficar perigoso.

--Como assim?

Ela o olhou com uma expressão confusa.

--Ninguém havia lhe contado? Dark tem crises de ataque.

^.^


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Notas finais do capítulo

haaai (again). sim, eu demorei para postar, sim, eu lhes peço desculpas e não, não quero que me matem '-' o cap. foi curto e peço desculpas de novo. mas eu tenho estado meio enrolada (por causa de uma viagem que vou fazer nesse fim de semana) e nem deu pra escrever mais um pouco hoje ;xx portanto, não sei se terá mais hoje de tarde ou amanhã. mas no fim de semana algo mais vai ter, vou tentar xD
se gostaram, podem deixar coments '-' eu gosto tá? kkk. fiquem bem guerreiras.
beijos e abraços apertados da Loren