Roberta narrando:

_Já decidiu o que vai pedir?- colocou seu cardápio fechado na mesa.

_Ainda não.Não sei o que é bom.-fiquei um pouco envergonha arrancando um sorriso da mulher na minha frente.

_Vou pedir o mesmo que o eu e se você não gostar a gente vai pedindo até encontrar algo que te agrade, pode ser?-sorriu largo me fazendo sorrir junto.

Há apenas 3 meses eu descobri que os meus avós maternos não eram meus de verdade.Eles morreram antes mesmo que eu nascesse mas eu sempre os considerei como tais.Minha mãe foi adotada e depois de 32 anos a mãe dela havia descoberto que a enganaram o tempo todo.Glória, a mãe da minha mãe descobriu em um dia que a filha dela não havia morrido como ela pensava, mas sim havia sido colocada em um orfanato para que ela pudesse continuar com a sua vida.Minha avó.Durante meus 17 anos eu nunca tinha sido tão feliz e amada por alguém.Ela foi um anjo que apareceu na minha vida.E o brilho que eu via nos olhos dela toda vez que eu estava perto me mostrava que pra ela eu também fui um anjo.Ambas precisavam de carinho, companhia, amor...Coisa que minha mãe nunca me deu.

Outubro de 2009.

_Vai logo vadia, eu não tenho o dia todo!- o homem gritava empurrando minha mãe contra à parede.

_Eu não tenho agora Tony, por favor me dá mais alguns dias que eu dou meu jeito.-minha mãe gritava desesperada tentando se livras dos fortes braços do traficante à quem ela devia.

Ele deu um tapa em seu rosto com tanta força que ela acabou caindo no chão chorando.Veio em minha direção e passou os longos dedos no meu rosto colocando alguns fios que caiam para trás da minha orelha.

_Já sei como eu vou querer meu pagamento...-sorriu perveso para mim.Aquele sorriso despertou um medo que eu nunca sentira em toda a minha vida.

_O que?- minha mãe se levantava do chão.

_Ela.- olhou para ela e voltou a me olhar.

Minha mãe ficou em total silêncio.Ela era drogada e já se envolveu com tantos homens que eu até já tinha perdido as contas.Eu nunca a abandonei.Apesar de tudo eu a amava.Cuidava dela todos os dias quando ela chegava tão bêbada e drogada que não sabia ao menos seu próprio nome.Eu estudava todas as manhãs e durante a tarde trabalhava em um mercadinho perto da minha casa para poder colocar comida na nossa mesa já que qualquer centavo que ela arrumasse iam para as drogas.

_Mãe...-sussurei.

_Você vai esquecer todas as minhas dívidas?- abaixou a cabeça.

_Claro, claro.-o homem sorriu e pegou de maneira violenta meu braço.

Eu tentei me soltar e fugir mas eu não conseguia, eu não tinha forças.

_MÃE, POR FAVOR NÃO DEIXA ELE FAZER ISSO COMIGO.-eu gritava desesperada enquanto era empurrada por aquele troglodita para o quarto.Minha mãe continuou com a cabeça baixa e foi caindo devagar no chão enquanto apoiava as costas na parede.

Fui empurrada até a porta do quarto e quando chegamos lá ele chutou fazendo com que ela abrisse violentamente.Me puxou pelo braço, me jogou com violência na cama e fechou a porta em seguida.Ele caminhava até a cama como um leão caminha até sua presa.Seus olhos eram negros e famintos.O sorriso perverso ainda estava estapado em seu rosto.Eu não conseguia conter as lágrimas e aquilo parecia aumentar ainda mais o desejo daquele homem na minha frente.Quanto mais ele se aproximava mais eu me encolhia na cama tentando mantê-lo longe.Eu sabia que se tentasse correr seria em vão.Parou em frente à cama, desabotuou a calça e a retirou ficando apenas de cueca que foi arrancada de seu corpo logo em seguida.Seu sexo já estava rígido.Senti uma vontade absurda de vômitar mas era como se eu já não estivesse no meu corpo.Eu via a cena de uma ângulo diferente, como se eu fosse apenas uma espectadora e não protagonista.Ele subiu na cama ficando ajoelhado e me puxou pelas pernas fazendo com que eu ficasse encaixada em seu corpo.Retirou com pressa meu shorts jeans junto com a calcinha.

_Por favor...Não faz isso...-eu chorava.

_So vai doer se você quiser.Eu faço gostoso basta você ser gentil comigo.-foi subindo as mãos levemente pelas minhas coxas.Com o toque eu tentei me livrar dele desesperada._Eu te dei uma chance, mas já que você prefere do jeito difícil...

Ele segurou com uma mão só minhas mãos encima da minha cabeça e com a outra afastou ainda mais minhas pernas o dando total visão.

_Eu vou gostar muito disso.- passou a mão pelo meu sexo e apertou com força.Eu gritei e aquilo com certeza aumentou ainda mais seu tesão.

Ele penetrou violentamente em mim e depois denovo e denovo e denovo...Eu já não gritava mais, mas a dor que eu sentia era indescritível.Deixou seu corpo suado e cansado cair sobre o meu enquanto esperava sua respiração voltar ao normal.Eu senti nojo de mim mesma, meu corpo fora tocado por aquele homem nojento.Nada no mundo se comparava àquela sensação.Ele se levantou e quando viu que o lençol estava molhado de sangue deu um sorriso debochado enquanto vestia sua calça.

_Parece que eu tirei a virgindade da mocinha.-voltou para cima do meu corpo e sussurrou no meu ouvido._Agora nem que você queira vai se esquecer de mim.-se levantou e saiu do quarto.

Eu fiquei ali deitada na mesma posição.Eu não queria sair daquele quarto.Era como se minha vida tivesse acabado ali naquele momento.Ouvi a porta sendo aberta e a cama sedendo do meu lado.

_Eu sinto muito filha.-minha mãe chorava baixo.

Eu nada disse.Como a mulher que me deu a luz, a mulher que eu cuidava e nunca abandonei mesmo não sendo um exemplo de mãe poderia ter feito aquilo comigo?Vendeu a própria filha pra pagar dívida com traficante.