‘ Somente com a força dos sentimentos’

Era isso que estava gravado no coração de cada membro da Fairy Tail. Dentro ou fora do palácio Mercurius. Era a força que os movimentavam e que fizera deles ser reconhecidos como sendo a guilda número um de Fiore... O mesmo que fizeram eles adentrarem naquele local, mesmo sabendo que não era possível, naquela delicada circunstancia, utilizar magia.

O momento de lutar pela vida de sua nakama havia chegado, tal como o início do projeto eclipse. Eles, é claro, não entendiam como aquilo aconteceria. Jellal, que acompanhara Laxus, estava curioso com tudo aquilo, tinha em mente ajudar a guilda a salvar Lucy, como também desvendar aquele misterioso plano e sua real intenção... E tentar, de alguma forma, traçar um destino diferente daquele que descobrira.

Mas o destino é algo mudável?

Nenhum dos membros que se colocaram na missão de salvamento poderia responder a isso. E tampouco saber se os passos que estavam dando na verdade eram aqueles que o destino programara, e muito menos que as chaves dos 12 espíritos dos zodíacos, que foram colocadas no portal, abririam outra dimensão.

Eles simplesmente estavam cegos diante de algo grande, muito maior que a missão deles.

Por isso que assim que eles se colocaram em suas posições, quais julgavam apropriadas para o que estava para acontecer; ficaram surpresos com o poder monstruoso que pairou sobre eles. Esmagando-os. E ainda mais quando o portal se abriu.

A luz dourada com aura espectral que saiu de dentro daquele enorme e imponente portal os envolveu, e num segundo que estavam na área reservado do palácio Mercurius, não estavam mais. Seus corpos foram engolido por aquele poder, e arrastado para dentro do portal... Cada qual para um intuído... Afinal era iniciado o ganancioso projeto eclipse.

Ele abriu os olhos, e pela primeira vez entendia as terríveis sensações de Natsu quando ficava enjoado. Aquele mal estar estava instalado dentro de si e revirava tudo em seu estomago, o que o forçou a virar o corpo – que estava estendido em algum lugar – e vomitar. Após as séries de vômitos, que parecia ter um eco fraco, ele se levantou.

Olhou primeiro o céu, agora que estava recuperado daquele ataque Natesco, era possível observá-lo melhor. Este possuía um azul puro, pincelado ocasionalmente por nuvens. Um céu que não pertencia ao escurecido de Crocus; e tampouco do teto alto e de pedra de Mercurius.

–Que merda aconteceu? – indagou o moreno lançando agora um olhar ao redor, aparentemente estava sozinho naquele cenário calmo de um campo silvestre.

Uma tossezinha denunciou o contrário.

Ele virou o corpo e abaixou a visão, visualizando a gata branca de Wendy.

–Charle! – pronunciou o mago do gelo, aliviado. – Onde estão os outros?

–Não sei. – disse analisando o lugar com cuidado. – Mas imagino que estejam pertos. – pronunciou insegura.

Gray suspirou.

–Suponho que teremos que procurá-los?

Charle concordou.

Os dois iniciaram a busca, Charle sobrevoando a cabeça de Gray, anunciando a este que não via mais ninguém. Ainda sim os dois continuaram.

Conforme seguiam naquela busca, a mente de ambos trabalhavam para o que poderia ter acontecido, claro que essa pergunta poderia ter sido feito um para o outro, entretanto encontrar seus amigos , naquele instante, era mais importante.

Gray analisava o evento no palácio Mercurius como sendo uma magia de ilusão. Talvez eles estivessem presos nessa, imitando diante dos olhos deles um lugar de vastidão verde, com flores campistas e deserta. Limitando-os a ficar vagando em busca daqueles que não se encontravam ali.

Ao contrario dele, Charle pensava em outras coisas. Enxergava o evento como sendo uma passagem para outra dimensão, como Anima que os levou para Edolas, poderiam estar num outro mundo como sua terra natal, provavelmente possuidora de magia, uma vez que estava conseguindo voar.

Gray que tinha a visão diferente da gata parou a busca bufando, tentando imaginar uma forma de quebrar aquele feitiço e então conseguir enxergar o que realmente estava por detrás daquela magia de ilusão. Charle ao vê-lo parar, também o fez, o encontrando intrigada.

–Isso certamente é uma ilusão. – explicou Gray sem grandes detalhes.

Charle franziu o cenho.

–Não acredito que seja. – respondeu ela. – Para mim parece que fomos levados para outro lugar.

O mago do gelo encarou a gata que planava alguns centímetros de distancia dele.

–Como Edolas? – questionou.

–Sim.

Gray sorriu ao ouvir a resposta da gata.

–Isso me parece bom.

Charle lhe olhou séria.

–Acho que isso não é nada bom - disse-lhe a gata branca.

O moreno torceu o nariz e deixou-se cair no chão, diante de si o campo de flores silvestre se estendia gracioso, não parecia possuir naquele lugar um perigoso sequer, entretanto um som ensurdecedor invadiu aquela tranquilidade, Charle tinha razão, aquilo não era nada bom, era extremamente ruim.

Gray levantou-se num pulo, Charle colocou-se ao seu lado, no horizonte uma enorme criatura voadora imitia outro daquele som monstruoso, como que abalando a estrutura da terra sob os pés do mago.

Mas não foi o som que os deixou estarrecidos, este era o de menos diante o movimento bestial da criatura, que abriu sua boca e dessa uma chama alaranjada saiu, engolindo as três árvores que estavam próximo á ela.

Gray e Charle tinham os olhos arregalados e os corpos trêmulos, o ser bestial estava longe, mas era possível sentir o calor colossal daquelas chamas que devoravam vorazmente as árvores.

–Te-Temos que sair daqui. – gaguejou Gray.

Charle não imitiu som algum ou mesmo se mexeu, ela estava estática diante ao ser que muitos garantiam ser apenas uma lenda.

–É um... Dragão. – disse ela aterrorizada.

–Sim, é um. – disse Gray apressado. – Vamos Charle!! – gritou puxando a gatinha pela pata, a fazendo voltar a voar.

Mesmo tremendo ela segurou o moreno pelo casaco que usava e os tirou dali. No alto eles enxergaram ao longe uma cidade, o campo seguia gracioso até ela, mas saber que conseguiriam chegar naquele ponto sem chamar atenção da criatura, era algo que eles não sabiam, principalmente agora que esta voava na direção deles...