As Sete Jóias de Uaset escrita por Krika Haruno


Capítulo 14
Capítulo 14: A jóia de Hathor e Chu I


Notas iniciais do capítulo

No capitulo anterior às portadoras travavam uma batalha contra os guerreiros de Seth.



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------Ishitar------

- Ishitar! - gritou Saga.

Para a surpresa dele e de Akin ela levantou com apenas um arranhão.

- Como.. - murmurou Akin. - agüentou bem o meu ataque.

- Confesso que pensei que ia me ferir gravemente. - ela bateu palmas. - parabéns guerreiro da traição, é um adversário digno.

- Idem. - respondeu escondendo a raiva.

- Acho que agora é minha vez. - Ishitar ascendeu seu cosmo.

- Veremos se será capaz de sobreviver a esse. - Akin fez o mesmo.

Saga tentava se mexer e estava quase conseguindo quando teve sua atenção chamada por um cosmo. Olhando ao redor viu Seth um pouco afastado de Akin, o deus trazia um sorriso no rosto e com olhos vermelhos fitava Ishitar.

- "Seu maldito nem pense em chegar perto dela."

- Suprema Intervenção!

- Mar do caos!

Akin e Ishitar disparam seus ataques, pelo nível os golpes se anulariam, mas... os olhos de Ishitar ficaram vermelhos monetaniamente, sentindo uma vertigem deu uma cambaleada.

- Ishitar cuidado! - gritou o geminiano.

Quando voltou a atenção era tarde, o golpe de Akin a atingira em cheio. Ishitar caiu desacordada.

O cosmo de três cavaleiros aumentaram rapidamente, Mú, Shura e Saga arrebentaram a barreira.

Saga correu até Ishitar.

- Ishitar. - ajoelhou ao lado dela.

Aparentemente não estava ferida, apesar dos braços de sua armadura estarem em pedaços. Lentamente abriu os olhos.

- Saga... ?

- Você está bem? - a ajudou a sentar.

- Sim. - respondeu porem sentiu uma forte dor no estomago e tossiu cuspindo um pouco de sangue.

- Eu o mato.

Saga levantou e olhou para Akin e para Seth que estava atrás dele.

- Vou mandá-los para Anúbis. - disse ascendendo seu cosmo.

O cosmo de Saga espalhou-se pelo local, Akin que o observava preparava para defender.

- Explosão Galáctica!

O golpe foi em direção a Akin que elevou seu cosmo para parar o ataque, a principio ele estava conseguido, porem a potencia da energia do geminiano era maior e acabou por atingi-lo, Akin foi derrubado com vários ferimentos, o golpe passou direto indo na direção de Seth.

- Lamentável. - disse.

O ataque de Saga se desfez antes que chegasse ao deus.

- Não é possível. - murmurou.

- Sou um deus não se esqueça disso.

- Não vai conseguir derrota-lo Saga...

- Ishitar. - ele olhou para trás.

A portadora de Toth estava de pé, mas não conseguia equilibrar-se.

- Ishitar. - foi para segura-la.

- Não me toque. - afastou-se. - estou bem.

- Mas...

Seth sorria, havia feito um bom trabalho. Seus olhos brilharam em vermelho, em seguida os de Ishitar.

- Ishitar... ? - murmurou o geminiano. - “só pode ser obra de...” - ele olhou para o deus. - Ishitar - ele a segurou pelos braços. - Ishitar.

Ela parecia em transe.

- Ishitar.

Ela o olhou, seus olhos já estavam normais.

- Saga.

- Você precisa de cuidados.

- Estou bem. - mal disse caiu nos braços dele.

Momentos atrás..

Ank não agüentou aquele contato e empurrou Hawa.

- Me dou por satisfeito. - sorriu - mas quero mais.

- Cumpra sua parte que cumprirei a minha.

- Sou um homem de palavras. Virá comigo?

- Sim.

Hawa olhou por de trás de Ank, viu que o cavaleiro de Atena aproximava.

- Diga que será minha.

- O que...

- Diga. - disse mais autoritário.

- Serei sua.

Mú que estava atrás escutou a ultima frase.

- Não pensei que mudasse de idéia tão facilmente Ankhesenamon. - sua voz saiu fria.

- Mú? - virou assustada.

- Espero que não se intrometa cavaleiro de Atena. Esse assunto é entre Ank e eu.

Mú sempre fora uma pessoa calma, mas ao escutar aquele desprezível chama-la de uma maneira tão intima seu sangue ferveu.

- Assunto seu? - sorriu de maneira irônica, o que deixou Ank preocupada. - está enganado. - seu cosmo começou a elevar. - assunto nosso.

Mú apareceu diante dele e deu-lhe um soco no estomago, depois deu outro no queixo erguendo-o, o ariano impulsionou e unindo as mãos deu um soco nas costas dele, o que fez que caísse, porem antes de ir ao chão Mú pegou o braço dele e o lançou. Hawa caiu violentamente no chão. O ariano com os punhos cerrados caminhava até ele, seu cosmo queimava ao redor e de uma maneira perigosa. Ank assustou-se por ver Mú daquele jeito, quem o visse jamais acreditaria.

- Vai se arrepender por ter tocado nela. - correu até ele. - Extinção estelar!

O cosmo de Mú explodiu de maneira violenta. Uma intensa luz surgiu envolvendo Hawa, o guerreiro da desordem foi lançado longe.

Mú deu meia volta, indo em direção a Ank.

- Você está bem? - indagou de maneira seca e sem olhá-la.

- Estou. - respondeu preocupada.

- Venha.

- Não vão a lugar algum.

O ariano parou.

- Se tem amor a sua vida, dê meia volta e volte para o lugar de onde veio. - disse Mú.

- Quem ouve você falar pensa que pode me derrotar. - estava de pé, mas muito ferido.

- Eu não posso, eu vou te derrotar. - seu cosmo queimava ao redor. - estou te dando uma chance de se salvar.

- Está nervosinho assim, - limpava um filete de sangue que saia da boca. - só porque beijei sua namoradinha. - disse em tom de deboche. - saiba que ela tem uma boca deliciosa.

Mú virou bruscamente, seu olhar era de ódio.

- Vai virar pó de estrela.

- Será? - Hawa elevou seu cosmo.

- Extinção estelar.

O golpe de Mú que ele havia lançado voltou contra o ariano.

- Mú! - gritou Ank.

- Idiota, vai morrer com o próprio ataque. - Hawa sorriu.

Mú continuava parado. Seu golpe chocou-se contra ele, mas não teve efeito algum, ele tinha criado a parede de cristal.

- Como... - o guerreiro da desordem recuou um passo.

- Acha que eu iria perder para um guerreiro patético como você. Vou te derrubar e dessa vez não irá mais se levantar. Revolução Estelar.

Disparou seu golpe, que acertou Hawa em cheio.

O guerreiro ainda tentou se proteger atrás da sua barreira, mas essa se desfez rapidamente, Hawa foi lançado longe. Estava gravemente ferido e sua morte era certa.

---------------------------------------------------------------- FLASHBACK------------------------------------------

O salão do templo estava devidamente enfeitado, sentado no trono, Seth, com seus olhos, cabelos anelados vermelhos e sua marca: a tatuagem de um escorpião na testa.

Sete homens estavam ajoelhados a frente dele. Entre eles sete caixas de armaduras.

- É chegada à hora de Uaset cair. - disse o deus. - vocês foram escolhidos para serem os guerreiros de Seth e assim com seus poderes realizar a ambição do seu deus. Sete homens com sete dons preciosos. Aproxime-se Hawa.

Hawa levantou, ele trajava uma túnica bege que ia até a canela presa por um cinto dourado, nós pés sandálias de tiras dourada, nos braços braceletes e pulseiras douradas, na testa o símbolo do escorpião. Parou a pouco de uma caixa negra.

- Sua representação será a desordem. Jura seguir seu deus?

- Sim. - ele curvou-se.

- Receba sua armadura.

A caixa abriu e a armadura revestiu o corpo dele.

- Terá seu nome imortalizado na história guerreiro da desordem.

--------------------------------------FIM DO FLASH BACK------------------------------------------------------------

- “Serei lembrado por toda eternidade e com certeza irei para “Sekhet-hetepet”. (n/a: Sekhet-hetepet significa Campos Elisios, Paraíso, em antigo egpicio. É também traduzido como campo dos juncos.)

Fechou os olhos, seu rosto tombou para o lado.

No momento que Mú chegava até Ank, Sadiki ainda usando a imagem de Hakor pegava a estrela de Chu. Shura corria em direção a ela.

- Akya.

Ela não respondeu, mas respirava.

- Maldito. Vai pagar por usar a imagem do irmão. - Shura elevou seu cosmo - Excalibur.

O ataque do capricorniano partiu em direção a ele.

- Hakor... - murmurou a portadora. - Hakor.

- Não é ele Akya. - Shura ajoelhou ao lado dela. - veja.

Ao ser atingido pelo golpe a verdadeira imagem de Hakor apareceu.

- Sadiki...? - murmurou a portadora.

- Não se esforce.

- Maldito. - nem escutou o pedido de Shura, escorando nele tentou levantar. - maldito.

- Gostou do teatrinho? - sorriu. - foi muito divertido ver seu rosto de dor.

- Vai pagar por isso. - a portadora elevava seu cosmo.

- Não. - Shura a impediu. - sou eu quem vai lutar com ele.

- Bravo Sadiki. - Seth apareceu ao lado dele.

- Senhor? - o guerreiro ajoelhou.

- Seth! - exclamaram Akya e Shura.

- Meu senhor aqui está a jóia de Chu.

- Bom trabalho.

- Seth! - disseram ao mesmo tempo Mú, Ank e Shaka, que ainda não tinha se manifestado.

- Fez um bom trabalho cavaleiro de Atena. - disse olhando para Mú. - acabou rapidamente com Hawa.

Ishitar escorando em Saga aproximaram do ariano e de Ank.

- Devolva a jóia.

- Está num estado tão lamentável minha cara.

- Seu... - Saga cerrou o pulso.

- Não tenho tempo para vocês. Imotep.

- Sim.

- Ande rápido. - o deus se afastou um pouco.

- Como quiser.

Imotep olhou para Isi, apesar de ferida e sem partes da armadura a portadora estava de pé. Shaka de longe continuava a observá-la.

- Chamou Seth para ver sua derrota? - a portadora sorriu.

- Logo vou tirar esse sorrisinho do seu rosto Isitnefert.

Imotep juntou as mãos e começou a entoar um cântico.

- É você que vai parar de sorrir. - Isi elevou seu cosmo. - dança de Hathor.

No meio do ataque, Imotep caiu ajoelhado, Isi suspendeu-o.

- Isso Isi! - comemorou Ank. - conseguiu!

A portadora aos poucos foi abaixando o braço e sorrindo olhava o sistro.

- O sistro de Hathor.

Akin com dificuldades levantava, o golpe de Saga havia provocado-lhe alguns ferimentos o que provava que ele era forte. Olhou para o corpo de Hawa a alguns metros dele.

- “Esse é o fim de quem se acha superior, idiota teria o maior prazer em matá-lo.” - olhou em direção onde acontecia a batalha de Imotep, tanto ele como Sadiki fitaram incrédulos para Imotep imobilizado no chão. O único que parecia sorrir era Seth.

- Conseguiu Isi. - Ank aproximava.

- Afaste-se, portadora. - disse seca.

- Isi...?

Shaka a fitou, havia algo de errado.

- Não chegue perto de mim. - ela a olhou.

- Isi! - chamou Akya.

- São todas idiotas.

Deu meia volta e caminhava em direção ao deus.

- Isitnefert! - gritou Ishitar. - ficou louca?

Seth sorria, Isi parando na frente dele também sorria.

- Oi Seth.

- Suponho que tem algo a me dar portadora.

- Tenho.

Todos arregalaram os olhos para a cena que presenciaram, Isi aproximando do deus beijou-lhe com volúpia. Shaka aparentemente parecia indiferente, mas por dentro estava prestes a explodir. Isitnefert não desceria tão baixo, pensava.

Ela o soltou.

- Aqui está, meu nobre senhor. - disse entregando o sistro a ele.

Ficaram perplexos.

- Isi o que está fazendo? - indagou Akya chocada.

- Está nos traindo? - gritou Ishitar.

- A traidora aqui é você. - respondeu. - é uma sith, mas ficou contra seu povo.

- Como?

- Isi... - murmurou Ank incrédula.

- É a vergonha de Menefer.

Shaka tomou a frente, andando em direção a Seth e ela.

- Espere Shaka. - Shura tentou impedi-lo.

- Vai lutar comigo, cavaleiro de Atena? - indagou a portadora ainda ao lado do deus.

- Que é leviana isso eu sei que você é, mas nunca pensei que fosse capaz de trair suas companheiras. - parou. - "e a mim." - pensou.

- Estou do lado do mais forte.

- Como? - indagou surpreendido.

- Estou ao lado de Seth.

Nesse momento chegavam Tite, Tari, Hatshe, Kamus, MM, Miro e Afrodite.

Que não entendiam o que Isitnefert estava fazendo ao lado de Seth.

- Ank. - Tite aproximou. - o que está acontecendo?

- Isi passou para o lado de Seth. - disse fria.

- O que?! - exclamaram todos.

- Como pode Isi? - Tari tentava acreditar.

- Isitnefert, jamais vou de perdoar. - Ishitar avançou, mas foi impedida pelo cosmo de Shaka.

- Eu lutarei com ela. - disse abrindo os olhos.

- Então vamos começar. - deu um passo. - terá o prazer de conhecer o deus Anúbis. Dança de Hathor!

Isi atacou, mas o golpe não surtiu efeito no virginiano.

- Esse seu ataque é fraco Isi. - disse.

Ao escutar 'Isi' ela recuou.

- Seu cosmo está fraco. - afirmou.

- Meu cosmo está fraco, não me faça rir. - gargalhou. - você vai sentir o poder do deus Seth. - sorriu sarcástica. - Dança de Hathor!

- O mesmo golpe não funciona pela segunda vez. - Shaka elevou seu cosmo. - Rendição divina.

- Shaka vai matá-la? - gritou Afrodite.

Ank e as outras ficaram preocupadas pelas palavras do pisciano. Seth tinha desaparecido pouco antes de Isi ser acertada pelo golpe de Shaka indo ao chão. Todos pensaram que ela estava morta ou gravemente ferida, porem o virginiano tinha moderado o ataque, nunca machucaria Isi, mesmo ela passando para o lado inimigo. A portadora só tinha sofrido um arranhão.

- Esperava mais de você Shaka. - disse levantando. - é um fraco. Vou acabar com você.

Isi avançou sobre ele e o atacava. Shaka conseguia se esquivar com facilidade, mas por ainda não acreditar que Isi tinha passado para o lado de Seth, o virginiano distraiu-se recebendo alguns socos, no ultimo caiu de joelhos. Isi mantinha o sorriso sarcástico.

- Shaka. - pegou seus cabelos, fazendo-o encara-la.

Ele a fitou. Os olhos verdes dela brilhavam intensamente, os cabelos tremulavam ao vento, não queria admitir, mas estava apaixonado por ela.

- Vou eliminá-lo. - abriu a palma da mão direita, formando uma bola de energia. - cansei de brincar com você e brinquedos velhos descarto.

O virginiano a fitou perplexo.

- Brinquedo... ? - murmurou.

- Sim. - sorriu de maneira sádica. - passou apenas de um brinquedo. - uma luz rosa brilhava. - nada mais que meu divertimento, com uma pessoa exótica, um troféu.

- Shaka! - gritou Shura.

- Por que ele não se defende? - indagou Mú preocupado.

- Ele nunca irá levantar a mão contra Isitnefert. - disse Saga.

- Por quê? - MM olhava a batalha.

- Pelo mesmo motivo que Mú não faria nada contra Ank. - continuava a observar.

Os dourados e as portadoras a principio não entenderam, contudo...

- Shaka... - Miro olhou assustado para Saga.

O geminiano apenas balançou a cabeça afirmando.

- Diga adeus. - Isi atirou a queima roupa.

O virginiano tombou para trás. O ferimento não era tão grave assim, afinal Isi tinha um poder inferior ao dele, o que doeu foi ter sido feito de brinquedo.

- Shaka! - gritou Ank.

Shaka deitado olhava Isi que sorria.

- É muito resistente, cavaleiro de Atena.

- Por quê? - murmurou.

- Como? - não gostou do olhar dele.

- Por que está fazendo isso? Logo você.

- Já lhe disse, apoio o lado mais forte. - ela abriu a mão. - está na hora de dar adeus a esse mundo. - começou a sair da palma uma espada.

Isi a segurou apontando para o peito de Shaka. Os demais assistiam estarrecidos.

- "Isi... você vai matá-lo?" - pensava Akya não acreditando nas ações da amiga.

Shaka continuava a fita-la, ainda não queria acreditar que ela havia traído a todos e que as coisas que tinha feito foram falsas.

- "O beijo não pode ter sido falso." - pensou.

- Serei bem rápida para que não sinta dor.

Continuava a fita-la com expressão incredibilidade. Aquilo só poderia ser castigo de Buda por ter abandonado suas obrigações, mostrando-o, que era assim que acontecia quando as pessoas deixavam ser levadas por sentimentalismo. Apaixonou-se, no entanto morreria nas mãos da única pessoa que conseguira acabar com seu mundo e traze-lo para a vida.

- Isi. - derramou uma lagrima, de ódio por ter deixado se levar por esse sentimento.

- Morra Shaka. - disse erguendo a espada.

- Não! - gritou Tari.

- Shaka!! - gritaram MM, Mú e Shura.

O que se seguiu, deixou todos estarrecidos, Isitnefert cravou a espada em si mesma na altura da coxa.

- Isi?! - exclamaram todos.

- Isi...? - o virgiano a olhava estático. - por que...(n/a: Entre aspas uma segunda voz, em itálico Isi.)

- "Não vou deixar que me domine." - estava apoiada numa perna.

- O que você fez sua idiota? Como conseguiu o controle? - tentava tirar a espada.

- "Não vai encostar nele."

- Vou acabar com você. - conseguiu tira-la.

Os que assistiam não entendiam nada, Isi falava com si própria.

- "Vai pagar por ter entregado o sistro."

- Não poderá fazer nada enquanto eu estiver no seu corpo. - disse levantando.

Shaka que a fitava, olhou para Imotep que continuava na mesma posição porem sua perna estava ferida, no mesmo lugar que Isi.

-"No mesmo lugar...? - pensou. - ele não está morto?"

- E faço questão de matá-lo na sua frente. - a voz de Isi saiu diferente.

Ela tentou mexer com o braço porem não conseguiu.

- O que?

- "Você que vai morrer."

- Vai morrer também idiota.

- “Não me importo.”

Isi mexeu o braço e preparava para acertar a si mesma no peito, contudo... Shaka segurou a lamina. O sangue escorria manchando a areia.

- Vai se arrepender por ter tocado nela, Imotep. - Shaka olhava com ódio para ela/ele.

- Como?! - indagaram os dourados e as portadoras.

- Shaka... - Isi tinha os olhos marejados.

- Se não sair do corpo dela, não terá corpo para sua alma voltar.

Shaka disparou uma bola de energia em Imotep, como estava parado recebeu o ataque direto.

- Não!! "Se ele acabar com meu corpo... não tenho escolha."

Isi se soltou de Shaka.

- Deixarei a portadora em paz.

A portadora começou a entoar um cântico. Segundos depois Isi caia de joelhos, tinha a respiração ofegante e suava.

- Isitnefert.

Ela olhou para cima, Shaka a sua frente estendia-lhe a mão.

- Obrigada. - olhou para a outra mão, ela sangrava muito.

- Sua mão... - segurou entre as dela.

- Não foi nada. - tirou rispidamente.

Do outro lado Imotep levantava, estava ferido, mas nada grave.

- Seria uma técnica perfeita, se o seu corpo não sofresse com os ferimentos. - disse Shaka a Imotep.

- Ele tem esse ponto fraco. - sorriu o guerreiro. - mas foi ótimo brincar com ela.

- Tem a capacidade de apoderar-se do corpo do inimigo. Isi entregou o sistro a Seth, mas na verdade foi você.

- Isso mesmo. Posso controlar o corpo da pessoa e fazer o que quiser com ele, mas a parte do beijo foi ela que quis.

Isi o olhou com ódio.

- Seu... - a portadora deu um passo, entretanto Shaka a impediu.

- Vai se arrepender por isso. - seu rosto mostrava serenidade, mas por sua voz era nítido ver que estava nervoso o que deixou Isi surpresa. - vou tirar tudo de você.

O vriginiano elevou seu cosmo, juntando as mãos tirou seu rosário.

- Tesouro do céu, privação do primeiro sentido. Tato.

O ataque foi tão rápido que Imotep nem o viu indo ao chão. Quando levantou não sentia os membros.

- O que...

- Tirei seu sentido do tato. - agitou o rosário. - privação do segundo. Olfato.

Imotep foi novamente acertado indo ao chão. Isi olhava intrigada, que poder era aquele que o virginiano possuía. Imotep levantou.

- Privação do terceiro sentido. Visão.

A visão dele escureceu.

- O que fez comigo?! - gritou. - por que não vejo nada?!

- Está cego.

Tanto as portadoras, como Sadiki, Akin e até mesmo Seth fitaram o virginiano pasmos. O poder de tirar os sentidos de uma pessoa só era dado a deuses, como um humano tinha tal poder, é o que se perguntavam. Poderia ser comparado ao poder de Anúbis na cerimônia “Uep-rá(n/a: cerimonia abra a boca, explicação ao final) em que, era devolvido a alma, os sentidos que ela perdera na hora da morte.

- Imotep antes de ficar surdo e mudo. - Shaka que o fitava notou que Isi sentia muita dor na perna ferida. - "cretino." - pensou. - vou te contar o que vai acontecer com você. Sua alma será estraçalhada.

- O que?

- Privação do quarto e do quinto sentido. Audição e fala. - Shaka agitou seu rosário.

Imotep caiu no chão, seu estado era deplorável, era mais um vegetal do que um homem.

- Ele está derrotado Shaka. - disse Shura. - não precisa atacar mais. - sabia que o amigo não pararia por aí. Shaka era sempre muito centrado e racional, mas às vezes perdia esse lado e agia por impulso. Parecia que Isitnefert funcionava como ‘botão’ impulso/retraimento.

O virginiano não disse nada, estava fixado no corpo de Imotep, apesar de não ter os sentidos ele ainda vivia. Lentamente ergueu o braço direito que continha o rosário.

- Redenção divina.

O ataque dele foi em direção ao guerreiro que sentiu que uma poderosa energia ia de encontro a si, mas que não podia fazer nada.

---------------------------------------------------------------- FLASHBACK----------------

O salão do templo estava devidamente enfeitado, sentado no trono, Seth com seus olhos, cabelos anelados vermelhos e sua marca: a tatuagem de um escorpião na testa.

Sete homens estavam ajoelhados a frente dele. Entre eles sete caixas de armaduras.

- É chegada a hora de Uaset cair. - disse o deus. - vocês foram escolhidos para serem os guerreiros de Seth e assim com seus poderes realizar a ambição do seu deus. Sete homens com sete dons preciosos. Aproxime-se Imotep.

Todos os presentes trajavam o mesmo modelo de roupa. Imotep levantou e parou ao lado de uma urna negra.

- Sua representação será a guerra. Jura seguir-me?

- Sim. - ele curvou-se.

- Receba então sua armadura.

A caixa abriu e a armadura revestiu o corpo dele.

- Terá seu nome imortalizado na história e viverá eternamente no campo dos juncos.

---------------------------------------------------FIM DO FLASHBACK--------------------------------------------------

- "Meu nome será imortalizado, por ter conseguido a jóia de Hathor."

O ataque de Shaka o atingiu em cheio, o corpo antes vegetal agora não tinha vida alguma. Os dourados olharam para o virginiano, Shaka sempre fora calmo e justo, raramente usava seu poder se não fosse extremamente necessário, mas nesse caso não teve piedade do inimigo.

Isi fitava-o, sabia que ele era forte, mas seu poder estava alem da imaginação. Imotep dera azar de lutar contra ele.

- Como está sua perna? - indagou, fazendo-a acordar.

- Posso andar.

Ignorando a resposta dela, Shaka a tomou nos braços.

- Shaka?

- Está na hora de ir para casa. - juntou-se aos companheiros.

Ank permanecia ao lado de Mú, mas estava calada, nunca o vira tão nervoso.

- Seus ferimentos? - indagou o ariano sem olhá-la.

- Não são graves.

- Então vamos.

Ele passou a frente de todos, deixando-os intrigados afinal ele sempre ficava ao lado de Ank.

- O que... ?- murmurou Tite.

- Não é nada. - disse Kamus. - vamos.

Saíram seguidos por Hatshe e Miro, Tari e MM, Afrodite.

Akya tentava dar alguns passos, mas Shura a impediu.

- Eu levo você.

Ishitar de pé fitava o ponto onde Seth estava anteriormente.

- Ishitar.

- Sim. - ela olhou para o geminiano.

- Está tudo bem? - colocou a mão no rosto dele fazendo-a encará-lo.

- Está... - fitava seus olhos verdes.

Saga a encarava, os olhos âmbar pareciam dispersos.

- Me solta. - o empurrou. - não toca em mim! - disse em seu tom autoritário e orgulhoso. - Não preciso de ajuda.

Ele sorriu, era a velha Ishitar de sempre.

- Vamos. - a pegou no colo, sobre os protestos dela.

- Solte-me cavaleiro de Atena!

- Vou levá-la quer queira quer não. - sorriu o que a deixou mais nervosa.

- Vou te mandar para Anúbis!

- Experimente. - sorriu ironicamente. - pois ainda não esqueci da barreira que fez. Você vai pagar por aquilo.

Palácio de Uaset.

Akhenaton conversava com Atena, Aldebaran e Aiolos quando sentiu uma vertigem.

- Akhenaton! - gritou a deusa.

Deba a tempo o segurou.

- Akhenaton.

- Estou bem...

- O que houve?

- Seth. Ele pegou mais duas jóias.

- O que?

- Está com cinco jóias, meu cosmo esta diminuindo.

Menefer.

Seth diante do djed colocou a jóia de Hathor e a de Chu nos seus respectivos lugares. Todas mais o djed começaram a reagir com o cosmo do deus aumentando-o significamente.

- A essas horas Osíris deve estar sofrendo. - sorriu. - breve terei as três jóias e nada poderá me deter, nada! (n/a: são três jóias e não duas, lá na frente vão entender porque ele falou três.)

Na sala do trono, os restantes dos guerreiros discutiam sobre a morte de Hawa e Imotep.

- Hawa era um incompetente, nem conseguiu derrotar um inimigo. - disse Kaimah brincando com um dado. - merece ser comido por Ammut.

- Para a sua infelicidade Kaimah. - Seth apareceu diante deles. - ele não vai ser comido por ele, afinal fraco ou não era um dos meus guerreiros.

- Seth. - todos ajoelharam.

O deus foi para o trono.

- E Imotep, como ele morreu? - indagou Hadimi.

- O cavaleiro de cabelo amarelo o derrotou. - disse Sadiki. - gostava de Imotep, tinha senso de humor.

- Ele é outro. - disse Kaimah. - um fraco.

- Em parte não foi por fraqueza. - o guerreiro das serpentes o olhou. - aquele cavaleiro tem poder de um deus.

- Como assim?

- Ele consegue tirar os sentidos da pessoa.

- O que?! - exclamaram Isoke, Kaimah e Hadimi.

- Ele tem um poder contrario de Anúbis, ele tirou um a um dos sentidos de Imotep e por fim o estraçalhou.

- Aquele guerreiro tem um poder extraordinário. - disse Seth. - deve ser reencarnação de algum deus da Terra. Tomem cuidado com ele.

- Akin também apanhou. - alfinetou. o guerreiro do ciúme.

- Calado.

- O amiguinho da traidora, lhe acertou em cheio.

- Não me provoque Kaimah.

Seth alheio a discussão, pensava no cavaleiro. Realmente ele era forte, mas o que mais o preocupava foi vê-lo ao lado de Ishitar.

- "Naquela hora ele fez com que ela voltasse ao normal... isso quer dizer que ele exerce influencia sobre ela... ele pode arruinar meus planos... preciso elimina-lo o quanto antes."

- Está ficando velho Akin.

- Kaimah...

- Dá próxima pode ir para Anúbis.

- Ora seu... - Akin partiu para cima dele.

- Já chega! - disse Seth. - não é hora para isso. Akin não se preocupe terá sua vingança.

- Sim.

- Agora podem ir.

Os guerreiros dispersaram indo cada um para seu quarto. Hadimi entrando em seu quarto deitou na cama, novamente encontrara com Nefertite, a Uaset de olhos verdes.

- Quero os para mim.

------------------------------------------FLASHBACK----------------------------------------

Menefer anos atrás...

- Arrumem logo os camelos, estamos atrasados.

- Já está tudo pronto pai.

- Então vamos.

Uma caravana de cinco camelos partia de Menefer rumo a um oásis que ficava entre as cidades de Menefer e Uaset, um lugar supostamente neutro e que o senhor Rani costumava freqüentar atrás da terra, excelente para o plantio, já que em Menefer a terras férteis era apenas para os abastados. A viagem durava um dia e meio e precisava ser feito rápida por causa dos perigos do deserto. Ele sempre viajava sozinho, mas desta vez por insistência da família, levou-os. Ele era casado e tinha seis filhos sendo o mais velho com 13 anos de nome Hadimi. Eram pobres e a pouca produção excedente vendiam na feira o que ajuda nas despesas.

Saíram a noite e no outro dia pela dozes horas armavam sua tenda embaixo de juncos. As crianças logo se encantaram pelo local, enquanto a mãe e a irmã mais velha cuidava do almoço, Hadimi e o pai foram em busca da terra. A noite ja tinham juntado uma boa quantidade que seria completada no dia seguinte e no posterior voltariam para Menefer. Debaixo da tenda Rani contava histórias de aventuras para os filhos. Hadimi era o que mais gostava, tinha uma grande admiração pelo pai e adorava a mãe e os irmãos, três meninas e dois meninos. Por ser o mais velho cuidava de todos com total dedicação, não deixando que nada acontecesse a eles. Seus pais amavam-no e por ser um garoto bom queriam muito que ele fosse alguém na vida. Logo após o jantar, eles recolheram-se, mas algum tempo depois seus irmãos o acordou pedindo que ele fizesse 'mágica'. Ele tinha um dom: conseguia controlar totalmente a areia.

- Faz de novo Hadi. - pediu uma menininha.

- Promete que vai dormir em seguida Nerikari?

- Prometo.

- Está bem.

Hadimi tocou a areia, esta formou o desenho de uma pirâmide com um rio.

- Me ensina a fazer isso Hadi. - pediu Kay.

- Com quem você aprendeu? - indagou Hori.

- Com ninguém, acho que aprendi sozinho.

- Já está tarde. - disse a menina que parecia ser a mais velha. - vamos dormir.

- Nalim tem razão. Vamos dormir.

Depois de muitas brincadeiras e risadas acabaram dormindo abraçados uns aos outros. A noite seguia silenciosa e a família de Hadimi dormia tranquilamente. O oásis era considerado um local neutro, mas às vezes isso não era respeitado, como naquela noite. Quatro bandidos observavam a movimentação de Rani desde o momento que ele chegara. Esperaram a noite para roubar. Entraram na tenda e começaram a saquear, porem Rani era muito sagaz e logo percebeu a ação. Corajoso enfrentou os bandidos porem eram quatro contra um e munidos de mais armas ele acabou assassinado na frente da esposa, que gritou desesperada acordando seus filhos. Antes que ela pudesse tentar impedi-los também foi morta. Os quatro foram para onde estavam as crianças, que assustadas agarraram em Hadimi. Ele, valente como o pai, tentou lutar contra os quatro, mas foi facilmente dominado e presenciou o massacre de seus irmãos. Ele gritava, pedindo pela vida deles, mas tudo que viu foram cinco corpos no chão.

- Podíamos tê-los feitos de escravo. - disse um.

- Eram de Menefer, não teríamos como vende-los. - disse outro.

- O que faremos com esse. - disse outro que segurava Hadimi.

- Vamos matá-lo, assim como matamos os pais.

Hadimi olhava estático para os corpos dos irmãos, lagrimas brotaram de seus olhos.

- Serei rápido. - um aproximou portando uma espada.

Hadimi o olhou, o que deixou o homem intimidado, os olhos do garoto emanavam um ódio, uma crueldade sem medida.

- Não me olhe assim. - avançou porem...

Ao redor dele, surgiram grãos de areia, que aumentavam cada vez mais. Três dos quatro sumiram na cortina de fumaça, quando a cortina se desfez seus corpos estavam esquartejados.

- Você é um monstro... - o quarto afastava. - monstro.

- Não vai fugir.

A areia juntou-se envolvendo todo o homem como num caixão, que gritava desesperado. Hadimi esticou o braço em direção a ele com a mão aberta.

- Morra.

Fechou a mão, o caixão despedaçou-se, assim como o corpo do homem, Hadimi o olhou enquanto limpava o sangue que havia caído no seu rosto. Sorrindo de uma maneira maligna, fitou os corpos dos irmãos: Nalim tinha 12 anos, Hori 10, Kay tinha 8, Isesi 5 e Nerikari a mais nova com 4 anos... derramou uma lagrima para em seguida desmaiar.

Acordando só no outro dia, notou que não estava mais no oásis e sim num lugar desértico. Ele tinha sido pego pelo chefe do bando que estranhando a demora dos comparsas foi atrás deles, viu a carnificina e notando que uma das crianças tinha sobrevivido a pegou para fazer de escravo. E assim Hadimi cresceu como escravo passando todo tipo de humilhações e privações sem saber que o homem que era seu dono fora o mesmo que mandara saquear sua família. Desde então, ele que era uma pessoa gentil, passou às vezes ser uma pessoa maldosa que usava requintes de crueldade contra seus inimigos e obcecado por olhos verdes. Julgava que se seus olhos fossem assim, teria uma vida melhor e poderia mandar em tudo e todos, seu chefe tinha olhos verdes. As coisas corriam mais ou menos normais ate o dia em que mexendo nas coisas do seu dono encontrou uma corrente, com um pingente de escorpião. Automaticamente veio-lhe na mente a imagem do pai, ele tinha um pingente como aquele, pois era devotado a Seth. Pensou em ser coincidência, contudo viu escrito perto da cauda do bicho o nome "Rani". Depois disso foi só juntar os fatos. Um ódio mortal apoderou-se dele e seus olhos ficaram como naquele dia, saindo as pressas foi atrás de seu dono e obrigou-o a contar a verdade. Hadimi sorriu cruelmente e com requintes de crueldade matou-o, depois de arrancar seus olhos.

- É notório sua força. - apareceu a pouco dele um homem usando uma capa preta.

- Quem é você? - ele o olhou.

- Por que não limpa suas mãos primeiro?

As mãos dele estavam cobertas pelo sangue do dono.

- Quem é você? - ignorou a sugestão.

- Seu salvador Hadimi.

- Como sabe meu nome?

- Sei de várias coisas inclusive que seus maiores sonhos é possuir olhos verdes e destruir Uaset, afinal os assassinos de sua família eram uasetinos.

- Quem é você?

- Já disse, alguém que vai te dar essa oportunidade. Tem a capacidade de controlar a areia e isso é um dom. Junte-se a mim e torne-se um guerreiro do deus Seth.

- De Seth?

- Sim. Será o guerreiro do deserto, o homem que controla a areia.

- E se eu não quiser?

- Não tem escolha Hadimi. - o homem tirou o capuz revelando sua face. - nasceu para ser meu guerreiro, é o seu destino.

- Seth...?

- Junte-se a mim.

- Serei seu servo.

----------------------------------------------------FIM DO FLASHBACK-------------------------------------------

Hadimi brincava com a correntinha e sorria. Arrancaria os olhos de Nefertite.

Sadiki voltava para o quarto, fora muito fácil tirar a jóia de Chu das mãos de Akya, certamente teria vencido o cavaleiro que estava com ela se não fosse a interrupção de Seth.

- "Terei oportunidade." - pensou.

Entrou em seu quarto aproximando de uma caixa de vidro que ficava sobre uma cômoda.

- Deve estar cansada de ficar presa, não é Nadia? - Sadiki retirou a tampa de vidro e pegou a serpente que estava dentro dela. - pode dar uma voltinha. - disse colocando-a no chão.

O animal de estimação dele era motivo de brigas entre os guerreiros de Seth, constantemente "Nádia" era vista arrastando pelos corredores o que gerava ameaças. Para evitar que seus guerreiros se matassem, Seth ordenou a Sadiki que a mantivesse presa dentro do quarto.

Sentado na cama ele observava-a arrastando atrás de um pequeno largato.

- Já faz tanto tempo desde que nos encontramos. - disse.

----------------------------------------------------FLASHBACK----------------------------------------------

Sadiki era filho único de uma família pobre que morava no final da cidade, sua mãe era lavadeira de uma rica casa de Menefer e seu pai estava desempregado. Por causa dessa condição ele desde pequeno fazia pequenos bicos para ajudar a família, era um bom menino, porem as vezes praticava atos ilícitos e sempre dava justificativas que fazia por sua mãe. Fora de casa as coisas pareciam normais, mas dentro... por estar desempregado o pai de Sadiki entregou-se a bebida e passava a maior parte do tempo desse jeito. A noite quando voltava de algum bar descarregava toda fúria na esposa e nele. Apesar de tudo Sadiki nunca levantara a mão contra o pai. E assim os dias passavam.

Voltava de mais um dia de trabalho, quando chegando no portão de casa escutou os gritos desesperados da mãe, entrou correndo e novamente presenciou o espancamento que seu pai promovia na pobre mulher. Procurava ao maximo persuadir ao pai que parasse e as vezes funcionava, mas não naquele dia, o pai dele estava mais violento e ameaçava mata-la.

- Pare pai. Por favor! - pediu.

- Saia da frente Sadiki! Ou vai levar.

- Pare Ron. - pediu a mãe.

- Não o defenda! Saia da frente Sadiki!

- Não!

- Mal criado. - ele ergueu a mão para esbofeteá-lo.

- Pare pai.

Sadiki segurou seu braço.

- Menino atrevido, vai apanhar no lugar dela.

- Não!! - gritou a mãe.

- Saia. - Ron a empurrou.

Ele segurou o braço de Sadiki e usando de toda força deu-lhe uma coça. Depois de tanto bater saiu para beber. Sadiki estirado no chão se contorcia de dor. A mãe chorosa aproximou-se do filho pondo-o no colo.

- Por que mãe... por que papai faz isso?

Ela não tinha resposta.

- Tudo por culpa minha... - começou a chorar. - me perdoe Sadiki.

- Não é culpa da senhora. - limpou uma lagrima. - sempre vou te proteger.

- Eu te amo meu filho.

- Eu também.

Ela o ajudou a levantar e o levou para o quarto para cuidar de seus ferimentos. Foi a ultima noite juntos. Ron desde a surra não voltara para casa, Sadiki mesmo ainda sentido dor foi trabalhar, pois precisava do dinheiro. Quando voltou a noite encontrou a mesma gritaria, entretanto a ameaça era real. Neferun estava acuada num canto e Ron de posse de um punhal apontava-lhe para o peito.

- Ron...

- Vá para Anúbis vadia. - disse cravando o punhal.

- Não!!!

Sadiki partiu para cima do pai e começou a socá-lo ate derruba-lo.

- Miserável! Ordinário! - batia mais e mais. - Miserável!

Não se contentando em apenas bater, Sadiki o enforcava, estava cego de ódio, a pessoa a sua frente não passava de uma alma infeliz que merecia a morte. Chorando de raiva e desespero apertou ainda mais o pescoço.

- Miserável. - estava tão desnorteado que não percebeu que sua imagem havia mudado.

- Ne-ferum...? - murmurou o pai completamente desorientado.

Segundos depois ele morreu. Aos poucos Sadiki foi soltando-o, de um lado o corpo inerte da mãe, do outro, o do pai. Sadiki levantou sem saber o que fazer, andava de um lado para o outro totalmente sem rumo ate que viu sua imagem refletida no espelho. Estava com a aparência da mãe.

- Mãe. Mãe. - foi até o espelho. - mãe... mãe!

Virou-se e viu o corpo dela atirado no chão. Confuso, saiu em disparada, ainda com a aparência dela. Sua cabeça rodava e não entendia nada.

- Mãe... - foi perdendo os sentidos e antes de ir ao chão voltou a sua forma normal.

Acordou sendo expulso, pois dormira na porta de um estabelecimento. Andou sem rumo o dia inteiro e não queria voltar para casa, foi se afastando até chegar ao limite da cidade. Olhava fixamente para o deserto que jazia a sua frente, não tinha sentido continuar vivendo, caminhou até sumir no meio das dunas.

Não sabe quanto tempo se passou, acordou por causa das queimaduras no rosto, só então notara que estava caído no meio do nada. Estava com sede e com fome. O sol cada vez mais escaldante começava a privar-lhe de sensações, olhando para um lado viu que uma serpente vinha em sua direção.

- Veio numa boa hora. - deu um sorriso desdenhoso.

A serpente arrastou até ele parando a poucos centímetros. Como se fosse dar o bote ela ergueu a cabeça.

- Ataca logo. - disse fechando os olhos.

Porem a serpente continuou parada na mesma posição.

- Está com dó de mim? Bicho estúpido. - ele mexeu.

O animal com a atitude também mexeu, mas depois voltou a ficar parada. Sadiki estranhou, já ouvira falar que as serpentes do deserto eram traiçoeiras, no entanto ela não o atacara. Passou a fixar o olhar nos dela que por sua vez não desviaram. A serpente recomeçou o movimento vindo em sua direção, Sadiki continuou a fita-la, ela foi subindo nele e enrolou-se em seu braço.

- Pode ser minha amiga. Que tal Nádia?

Logo outras serpentes apareceram, como se brotassem do chão.

- Da onde...

Elas começaram a envolvê-lo e por um momento temeu por sua vida, assustando, mexeu involuntariamente e uma delas acabou mordendo-o na perna.

- Ai!

Puxou a perna e para sua surpresa a marca das presas haviam sumido...

- Que dom maravilhoso você tem Sadiki.

- Quem é você? - indagou afastando da figura de preto que surgiu de repente na sua frente.

- Um amigo.

- O que você quer, como sabe meu nome?

- Tem o poder de controlar as serpentes, por isso elas não te atacaram.

- Como?

- Fora o poder de mudar a aparência.

- A aparência?

- Transformou-se na sua mãe ontem não foi?

- Como sabe disso?!

- Isso é irrelevante agora. Quero que torne guerreiro de Seth.

- O que?!

- Será o guerreiro das serpentes Sadiki. Ao lado de Seth levará Uaset a destruição.

- Por que eu?

- Quando Seth renasceu escolheu sete homens para se tornarem seus guerreiros e deu-lhe dons preciosos. Você é um deles. - o homem retirou a capa negra.

- Se-th?!

- Junte-se a mim. - ele lhe estendeu a mão. - e terá o poder total.

- Serei sempre leal.

---------------------------FIM DO FLASH BACK-----------------------

Nádia depois de devorar o largato parou embaixo de seu dono.

- Teremos Uaset Nádia. Vai poder matar a todos. - riu.


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Notas finais do capítulo

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n/a: Explicação rápida dos termos Ammut, (devorador dos mortos), Anúbis, abertura da boca e Sekhet-hetepet.

Na religião egpcia acreditava-se que a vida não acabava com a morte e que se vivia eternamente. Depois do sepultamento, o morto era acordado por Anubis que devolvia-lhe seus sentidos para que ele pudesse respirar, enxergar, comer etc. Isso tinha um nome, a chamada "cerimonia da abertura da boca". Logo apos isso, o 'morto' era levado até a sala de julgamento que era presedido por tres deuses: Osiris, Maet e Anubis. Na sala havia uma balança em que de um lado colocava a pena de Maet, referencia de toda a justiça e do outro o coração da pessoa - para os egipcisos era no coração que todas as acoes e sentimentos eram guardados. - o coraçao não podia ser mais pesado ou mais leve que a pena e sim equilibrar-se. Se isso acontecesse a pessoa era contemplada a entrar nos campo dos juncos e desfrutar de regalias, caso contrario seria comido eternamente por Ammut (chacal sem olhos e tres bocas, com corpo de leão).

Quando Shaka usou seu tesouro do céu, ficaram surpresos pois é um tipo de poder parecido com o de Anubis, no proximo capitulo terão mais detalhes sobre isso.

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