Pov. Tomoe

Eu apenas estava passando pelo corredor quando Nanami literalmente se jogou em cima de mim, do nada. Até que eu vi uma bola de fogo caindo no chão. Mandei ela ficar dentro do templo, e fui para o lado de fora com um sorriso de deboche no canto dos lábios.

Eu sabia muito bem quem era.

– Não é que Yuki-chan falou a verdade- eu disse desafiando-o

Ele apenas me encarou em silêncio

– Veio buscar a Nanami, deus?

– Não- ele disse com um sorriso inexpressivo- ela até é atraente, mas acabo de decidir quem será minha noiva- ele riu- eu vim só para ter certeza de que a youkai que escolhi, estava mesmo a minha altura

– Youkai?

– É, ela é bem atraente, e tem um corpo desejável

– Ótimo pra você, vá embora agora antes que eu te mate

– Hm? Pensei que no mínimo você iria gostar de saber quem era- ele disse malicioso- não sei porque mas você me lembra muito ela

"Yukimi!?"

Eu o ataquei sem pensar duas vezes. Ele persistiu e revidou com suas chamas, então eu apenas dei o troco na mesma moeda, só que mais forte. Ele não se esquivou, apenas recebeu o golpe, caiu no chão ferido por meu fogo azul. Então ele riu sádico, e desapareceu em meio a centenas de raios de luz, que pareciam me cegar, fui obrigado a fechar meus olhos.

Assim que ele sumiu, eu abri meus olhos quando me dei conta que Nanamni estava abraçada a mim bem aflita.

– Esta tudo bem? O que houve?- ela perguntou me soltando

– Esta sim, pelo menos aqui esta... - eu disse tentando desconversar

– Como assim, pelo menos aqui?- ela realmente voltando em algo que eu não queria falar

– Lembra do deus de quem Yukimi-san falou quando você a conheceu?

– O que fez o pacto com o demônio? Lembro sim porque?

– Era ele, disse que veio ver se você era uma noiva a altura, mas parece que ele ja decidiu quem escolher

Deixei a conversa morrer ali. Estava escurecendo, então entrei para preparar o jantar dela. Depois disso ambos fomos dormir, afinal, amanhã é sexta, mas não deixa de ter aula.

" Espero que esteja tudo bem mesmo, mas acho que não devo me preocupar muito com ela, afinal ela só parece indefesa, mas ela pode ser mais poderosa que eu."

***

Pov. Touya

Mesmo depois daquele ataque bizarro e sem sentido, e com algumas queimaduras sérias, Yuki insistiu para que fosse a escola comigo, é ruim mas, é bom ao mesmo tempo.

Feliz e estranhamente eu acordei cedo hoje, e sozinho. Me vesti e fui até a cozinha. Yuki já estava acordada, vestida, transformada, cheia de curativos pelo corpo e preparando meu café. Não entendo mas meu coração acelerou novamente.

Não me conti, me aproximei dela por traz, dei um beijo em seu pescoço e disse em baixinho em seu ouvido.

– Bom dia princesa

O rosto dela corou brutalmente, ela então se virou pra mim e sorriu.

– Bom dia master- ela apontou para a mesa pedindo para que eu me sentasse, eu obedeci- vejo que acordou bem cedo hoje, e de bom humor né?- ela riu- e até um pouco pervo, o que houve?

Eu corei e virei o rosto para ela não ver, ela riu e disse que estava brincando, me serviu o café, depois pediu para que os dois espíritos do templo lavassem a louça. E depois fomos para a escola.

Pela primeira vez na minha vida eu cheguei cedo na escola. Assim cheguei na porta da mesma, e vi Nanami e as outras meninas conversando e Tomoe quieto e entediado lendo. Logo as meninas foram entrando na sala, Yuki pediu para que eu fosse na frente porque ela precisava fazer algo antes.

Ela correu em direção ao Tomoe que estava indo para sala e pediu para falar com ele, e como bom ciumento que descobri que sou, bem... eu me escondi num arbusto ali perto para ver o que estava havendo. Mas acabei esbarrando em algo.

– Ei, saia daqui esse esconderijo já tem dono- ouvi uma voz familiar

– Kurama-kun? Esta fugindo das fãs?

– Claro que... não, vim fazer outra coisa- vi que ele direcionou seu olhar para exatamente o mesmo lugar que eu- tem alguma coisa estranha entre eles

– V-você vai espionar Yuki-chan e Tomoe-kun? Porque?

– Não quero que eles fiquem muito juntos, tenho que descobrir o que esta havendo, afinal ele não pode ficar com as duas

– Afinal uma bela garota como ela merece coisa bem melhor- eu deixei bem claro minha careta pra que ele entendesse o recado, ele riu- fica calmo ai romeuzinho, vejo que esta aqui pelo mesmo motivo, colabora

– Mas...- ele tapou minha boca

– Se você ficar falando eu não consigo ouvir, ou você consegue ouvi dessa distancia?- ele debochou

Eu apenas fiquei emburrado e calado. Ambos ficamos olhando fixamente os dois por de traz do arbusto, então Kurama começou a repetir tudo o que eles estavam falando.

– Ela disse, me desculpe por ontem- observei que ela parecia sem jeito- ele respondeu, não tenho que reclamar, mas eu te desculpo sim

Ele coçou a cabeça sem jeito, me lembrei vagamente da cena que vi ontem. Ela correndo de vergonha, e ele parado sorrindo e corado.

"Espero que tenha sido apenas um papo estranho, e nada mais!"

– Ele, espero... que... Caramba porque ele fala tão baixo- o pop star reclamou mas continuou- espero que você, tenha mais cuidado, se... se... se o que?

– Caramba, você consegue escutar ou não?

– Cala boca! Ata, se alguém tivesse visto estaríamos perdidos

Ambos arregalamos os olhos, talvez tivéssemos pensado exatamente a mesma coisa, nos entreolhamos e voltamos o olhar para eles.

– Ela, eu realmente peço desculpas, aquilo foi por impulso, eu não consegui me controlar- continuamos surpresos- ele, eu sei, não precisa se explicar, só tome mais cuidado. Afe como ele é sério- Kurama reclamou

Ok... nesse momento eu pude ver a cara de ódio do Kurama, e tive certeza que algo mais ocorreu ontem.

– Ela, mas... mas... ela ta com vergonha de alguma coisa caramba! O que será que ela fez? OK... continuando, ela, você não precisa mentir, eu sei que aquilo te irritou, ele, não, não é isso... ela, você gosta dela não é?

Pude ver que ele se surpreendeu com o que ela disse.

– Se você gosta dela, me diga- passou-se alguns segundos

– Ele ta muito quieto

– É... pera, pera, ela disse algo, hm... ata. Tomoe-kun, escuta, eu não me importo se você gosta ou não dela, os meus sentimentos não vão mudar, mas a suas atitudes estão me mostrando outra coisa, se você sente algo por nós ou não, diga, para o bem de nós três- Kurama ficou em silencio pensando bravo- ótimo, agora eu posso afirmar minha teoria

Eu apenas fiquei calado, vi que Yuki estava indo para a sala, e para esconder minha meia expressão de deprimido, tirei meu DS da mochila e fui em direção do corredor principal da escola jogando, nem falei com Kurama.

***

Pov. Yukimi

Master parecia muito triste hoje, eu passei bastante tempo perguntando o que houve mas ele não quer me responder. Fomos até o templo em silencio, ele realmente não queria conversar. Quando entramos ele jogou sua mochila no chão, se sentou em frente a mesa de chá e debruçou sua cabeça sobre ela.

Me sentei ao seu lado, a acariciei seus belos e macios cabelos loiros e disse.

– Eu não sou só sua familiar, sou sua amiga também, se você esta chateado com algo, me conte, não gosto de te ver triste master

Ele levantou a cabeça, mostrando as lágrimas que brotavam de seus olhos, ele se aproximou mais de mim, e pelo laço da minha camisa me puxou para mais perto dele, me roubando um longo e feroz beijo.

Senti meu rosto roborizar brutalmente depois disso, nossos lábios deixaram de se tocar, e ele me abraçou.

– E-eu, e-eu te... eu te amo... Yuki-chan- ele disse entre um soluço e outro- não quero que você fique com Tomoe, eu quero que você seja minha- ele disse me abraçando mais forte enquanto chorava

Eu arregalei os olhos e cobri minha boca com as mãos.

– Eu sei que você o ama, eu li sua mente, me perdoe mas não resisti, estou desesperado yuki-chan- ele disse sem me soltar- eu sei que você esta sofrendo por causa dele, por favor, me deixe faze-la feliz

Ele me soltou e eu ainda estava sem reação, eu sei que tudo o que eu não deveria fazer era correr, mas foi exatamente o que eu fiz, corri para fora e fui para o único lugar onde eu sabia que ele não iria, o telhado.

Fiquei muito tempo la, pensando em tudo o que houve, e assim foi feito. Eu amava a Tomoe, nunca senti nada pelo meu master, nada tão forte. Passei o sábado apenas fazendo minhas tarefas, ele não havia saído de seu quarto. Domingo exatamente a mesma coisa.

Ele havia comentado comigo quinta a noite, que Nanami nos chamou para ir ao parque de diversões domingo, mas ele disse que ia pensar. Eu ainda estava ferida, e ele estava no seu quarto, como não havia mais o que fazer, eu fiquei sentada no quintal, perto da janela do quarto dele.

Quando os mesmos raios de luz do outro dia apareceram, e alguma coisa fez com que eu ficasse completamente imóvel.