O sinal havia acabado de tocar, todos os alunos estavam já na sala, uma baderna só, parecia até o jardim de infância, gritaria, conversas paralelas, garotos correndo pela sala como crianças, garotas sentadas em cima das mesas vestidas com minúsculas roupas, e bolinhas de papel voando para todos os lados. Um garoto acabará de passar a mão na bunda de uma das garotas quase nuas, ele usava uma roupa parecida com um uniforme escolar, porém tinham algumas coisas que não se eram permitidas em uma escola particular, possuia os cabelos brancos e olhos da mesma cor, mas não era cego. Logo um garoto que aparentava ser um retardado apareceu na porta gritando:

– O professor foi demitido!!!! Horário vago!!!

Atrás dele, aparece um homem de aparência jovem, muito bonito por sinal, olhos cinzas, cabelos negros, mas um rosto sério. Ele empurrou o garoto para dentro da sala com leveza e fechou a porta mandando todos ficarem calados em um tom severo, logo foi atendido, todos se sentaram na posição correta e ficaram calados, a baderna havia acabado, então ele anunciou:

– Serei o professor substituto de vocês, provavelmente não ficarei mais que duas semanas até conseguirem um novo professor, alguma pergunta?!

Todos permaneceram calados observando ele assustado, ele então se dirigiu a mesa do professor e depositou sua maleta, abrindo-a e retirando um giz afiado, começou a escrever no quadro negro, quando ouviu um "zumbido", se virou atirando o giz em direção ao garoto de cabelos brancos que estava virado de lado conversando quase que num sussurro com uma garota, ele acertou a gola da blusa do garoto predendo-o na parede já que estava no fim da sala, o garoto tomou um susto e retirou o giz com cuidado, todos observaram nervosos e fingiram que nada havia acontecido, começaram a pegar seus cadernos para copiar o que o professor substituto já havia escrito no quadro quando o mesmo berrou:

– O que eu falei ao chegar na sala?! Acho que havia mandado todos ficarem em silêncio! Senhor... - Ele parou e pegou a caderneta folheando-a, parou rapidamente e completou. - Alexandre Goplant, quando o sinal tocar, você continuará na sala.

Todos taparam a boca tentando não rir, o professor então lançou um olhar por cima de seus óculos de um lado para o outro e falou:

- Qual a graça?! Posso saber?!

Uma garota com a aparência de hipster levantou a mão.

– Sabe o motivo da graça, senhorita... - Ele novamente deu uma folheada na caderneta e completou - Anne Madeline...?

– Er... Na verdade é uma pergunta...

– Pois bem, expresse-a.

– Qual o nome do senhor...?

– ... Er... Me desculpem, esqueci deste ponto. - O professor anda até o garoto de cabelos brancos e pegou seu giz de volta, retornou ao quadro e escreveu " Alouis Menhaired. " - Se pronúncia A-lo-ú-is Mé-nha-i-re-di, repitam comigo, A-lo-ú-is Mé-nha-i-re-di.

Todos repitiram corretamente quando se ouviu uma batida na porta e o coordenador entrou sem pedir licença anunciando.

– A partir de amanhã, será obrigatório o uso de uniformes - Falou ele observando as garotas que se encontravam no fundo da sala - e não será permitido uso de acessórios. - completou observando Alexandre - Irei entregar-lhes esse comunicado e quem não o trouxer amanhã, ou não vier de acordo, não entrará na sala e receberá um aviso que ficará registrado para sempre em suas fichas escolares. Boa aula.

Ele entregou os papéis para o aluno da fileira mais próxima que foi passando para trás, e saiu da sala, o professor continuou observando a porta, então se virou para continuar a escrever o assunto quando o sinal tocou anunciando o fim da aula, ele apertou o giz com raiva e acabou quebrando-o, quando se virou, todos já haviam saído e só estava Alexandre tentando sair de fininho da sala, ele então direcionou a mão a porta e fechou-a, a porta bateu sozinha e Alexandre se virou assustado.

– C-como fez isso...?

– Sente-se, era sobre isso que queria falar com você... Não estava deixando-o de castigo, era apenas uma desculpa... Agora, vejamos, por onde começo...