Os Três Escolhidos - 1 - A Sombra Da Noite escrita por HenryDixon, Rflpires, Pedro 2Mz


Capítulo 3
Pedro




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Digamos que os dois dias até minha chegada ao Acampamento Meio-Sangue foram um dos mais loucos de minha vida.

Eu estava na escola como qualquer garoto da minha idade deveria estar. Até aí, nada de errado. Aulas chatas, pessoas chatas, dia chato.  Normal...  Na última aula estava tão desconcentrado que o professor minha atenção umas sete vezes. E acho também, porque não parava de conversar com meu amigo, Thiago. No dia seguinte, ia ser meu aniversário de 16 anos e eu estava chamando ele para ir lá em casa, porque minha mãe ia fazer bolo e cantar parabéns. Nada muito grande.

Quando a aula acabou, fui para minha casa. Joguei minhas coisas na minha cama e fui dar um oi para minha mãe. Ela estava ensinando magia para minha irmã mais nova. Sim, ela estava ensinando magia. E não, minha mãe não é macumbeira. Ela descende de uma linhagem de um faraó, não muito conhecido. Que não fez muitas coisas grandes. De qualquer forma, a gente também tinha magia nas veias por causa disso. Minha mãe preferiu seguir a carreira de vidência, enquanto eu, minha irmã e meu irmão mais velho, que estava sumido, preferimos seguir o caminho dos deuses.

Devo explicar a questão do meu irmão... Ele é dois anos mais velho que eu e quando fez 16 anos, ele sumiu de casa. Minha irmã e eu ficamos super preocupados, mas minha mãe e meu pai nos acalmaram, dizendo que ele estava seguindo seu destino. Acho que não preciso dizer que isso não ajudava em nada. E em relação a meu pai, digamos que ele não é realmente meu pai. Ela começou a namorar minha mãe após o nascimento de minha irmã. Minha mãe diz não ver nenhum resquício de magia egípcia nele, mas dizia também que podia estar enganada...

Dei oi para minha mãe e irmã e fui para meu quarto. Fiquei fazendo tarefa (o que é bastante raro) e ouvindo música. Acabei a tarefa e fui assistir TV. Até que estava passando algumas coisas legais, mas não estava com vontade de assistir, então fui ler alguma coisa. Peguei um papiro de uma estante, no “Quarto do Faraó”. Esse foi o apelido que meu irmão colocou, porque tinha um monte de coisas egípcias lá. E eu que treinar minha leitura de hieróglifos, pois não era um expert.

Quando estava quase acabando, fui olhar no relógio e já eram 2:00 AM. Guardei o papiro e corri pro meu quarto, antes que meus pais percebessem e brigassem comigo. Dormi quase instantaneamente... Tive alguns pesadelos, com algo correndo atrás de mim e então eu caí num abismo. Quando eu estava prestes a atingir o fundo, eu acordei com umas quatro travesseiradas na cara. Era a nojentinha da minha irmã...

Fui tomar o café-da-manhã e segui para o “Quarto do Faraó”, treinar magia com minha mãe. Meu pai estava lá para assistir. Sim, ele gostava de ver. Peguei minha arma, que na verdade é um pincel de 20 cm, com o cabo transparente e as cerdas pretas. Como eu faço magia só com isso? Basicamente, eu uso minha saliva como tinta. Eu coloco um pouco na ponta sem cerdas do pincel, e ele enche com a tinta, e a cor varia de acordo com meu humor. Hoje ele estava verde claro.

Meu poder é de desenhar algo em qualquer superfície, e o que eu desenhei aparece em seu tamanho real, independentemente do tamanho que eu desenhei. Esse tipo de magia é uma das mais difíceis, e que exigem muito estoque de magia, segundo minha mãe. Deve ser por isso que eu não conseguia invocar mais de três objetos ao mesmo tempo...

Quando acabei meu treinamento, fui almoçar e ir para escola. Foi tudo normal. Nada de mais. Quando a aula acabou, fomos eu e meu amigo Thiago para minha casa. Estava abrindo a porta, quando ouvi meus parabéns. Minha mãe vinha com um bolo em formato de pirâmide. Cantamos parabéns e fomos comer o bolo. E quando já estavam todos conversando, foram entregar os presentes. Minha família me deu um smartphone novo, e minha mãe falou que já tinha colocado os hieróglifos de proteção com tinta permanente nele. Thiago me deu um headphone muito louco. Acho que eles tinham combinado...

Eu estava pronto para pôr os headphones, quando meu amigo e minha mãe ficaram tensos. Meu pai me mandou correr e arrumar minha mochila. Eu não entendi, mas minha irmã me puxou pelo braço e foi me ajudar.

- Corre maninho! Você não tem muito tempo – disse minha irmãzinha, Júlia.

- Tempo de quê? – Indaguei confuso – Quê que é tudo isso?

- Algo muito ruim... – falou ela, misteriosamente. Tirou sua varinha do bolso e escreveu um hieróglifo no ar. Mal percebi quando um tanto de roupas minhas voaram para uma mochila roxa e grande que eu tinha.

- Troca esse tênis pelo o que a mamãe te deu anteontem, e põe as rodinhas nele – mandou minha irmã.

Obedeci e corri para a sala onde estava minha mãe com uma varinha e um cajado, meu pai com um bastão de beisebol (eu acho) feito com um material que parecia ouro. Se fosse de verdade, deveria ser a coisa mais cara da casa toda. Thiago olhava para mim como se quisesse me apressar.

- Vamos logo, Pedro – disse ele – temos que correr

- Por quê? – perguntei – Para onde a gente ta indo?

- Você vai ver – minha mãe respondeu

Dei um abraço e um beijo nela e na minha irmãzinha, e um abraço no meu pai e corri para fora. Fui seguindo meu amigo até o final da rua, onde estava parado um taxi. Thiago falou para o motorista acelerar para a rodoviária. Quando o taxista arrancou, ouvi uma pequena explosão vinda da minha casa.

- NÃO!!! – gritei – Temos que voltar! AGORA!

- Não preocupa Pedro – respondeu Thiago – Eles sabem se proteger muito bem. Até mais do que eu pensava...

- Mas, mas...!

- Mas nada! Acalma aí que eles estão bem sim – respondeu meu amigo

Chegamos na rodoviária e enquanto eu pagava o taxi, meu amigo correu para comprar passagens para algum lugar. O ônibus que íamos viajar estava na contagem dos últimos passageiros, que não eram muitos, quando subimos. O motorista recolheu nossos bilhetes e nós fomos sentar.

- Para onde estamos indo? – perguntei

- Para um lugar seguro – Thiago respondeu

Perdi a noção do tempo dentro do ônibus; eu só sabia que ainda estava à noite. Quase cochilei, só que nesse exato momento, o ônibus deu um solavanco.

- Põe o cinto! – meu amigo me ordenou.

Não hesitei, e coloquei. Quando escutei o click do cinto, o mundo girou. De repente o ônibus girava e eu só via caco de vidro e pessoas pelos ares. Por sorte, o ônibus parou em pé e eu saí correndo para fora dele. Tinha alguns cacos de vidro na pele, mas nada muito profundo.

Thiago também desceu as escadas e disse:

-Acho que agora seria uma boa hora para você colocar esse tênis em ação.

Nem lembrava que estava com eles, mas mesmo assim comecei a correr. Quando vi, meu amigo estava bem ao meu lado, com mesmos tênis, só que com cores diferentes. Minha mãe devia ter dado. Algo no fundo da minha cabeça gritava que eu tinha que pegar meu pincel. Quando vi, já estava desenhando uma espada na palma da mão direita, e um escudo nas costas da mão esquerda. Uma espada grega, de um material luminoso, que eu não reconheci, apareceu em minha mão. Um escudo redondo e relativamente grande na outra.

Continuei correndo até uma estrada de terra. Quando surgiram seres de terra de seis-braços do nada e eu capotei. Estava no chão e cheio de terra. Levantei-me e corri para ajudar meu amigo. Ele estava cercado por dois desses monstros. Cortei a cabeça de um e trespassei seu corpo ao meio. Ajudei Thiago a levantar e continuamos correndo-patinando. Os monstros de terra estavam logo atrás.

Senti uma flecha passando quase raspando ao lado esquerdo do meu corpo. Olhei de relance para trás e vi mulheres de pernas de cobras atirando flechas. Quase não acreditei no que via. Por sorte eu era acostumado com esquisitices na minha casa.

-Thiago! – gritei – Vamos correr trançando nossos caminhos!

-Okay – ele respondeu.

E assim fizemos. Os monstros estavam a uma boa distância quando chegamos ao sopé de uma colina. Vi Thiago tirando os tênis e pondo em sua mochila. E ele tinha cascos no lugar dos pés. Como eu disse, eu estava acostumado com esquisitices. Tirei as rodinhas do meu tênis e comecei a subir a colina, atrás de meu amigo. Um ser surgiu mo meu lado direito, mas eu o abati com o punho da minha espada. Pelo barulho atrás de nós, mais coisas tinham se juntado à festa. Chegamos ao topo, mas nossos amigos-de-terra, já estavam lá, e pareciam bem irritados.

Quando percebi, estávamos cercados. Quase como se algum espírito tivesse se apossado de mim, peguei minha espada e comecei a matar alguns monstros. Concentrei-me principalmente nos pescoços e peitos dos monstros, onde eu supunha estarem seus órgãos vitais. Só que por mais monstros eu matasse, apareciam mais, e eu já estava muito cansado. Foi então que eu vi duas coisas voando no céu, e pensei: “O quê? Mais monstros? Tá de brincadeira, né?”. Mas aparentemente, não estavam lá para me matar também, pois começaram a matar os monstros, então voltei a atacar os monstros com energia renovada, devido à ajuda.

Quando todos os monstros eram apenas pó debaixo de nossos pés, fui ver quem me salvara. Quando eles estavam saindo da sombra, senti uma dor aguda na minha perna e minha visão escureceu.


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