O Toque De Um Grimm escrita por Akiel


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me a imensa demora, mas o final de 2012 e o começo de 2013 foram um tanto quanto complicados para mim. Peço desculpas e prometo atualizar a fanfic com mais rapidez.



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O Toque de um Grimm

Capítulo II

Assim que Monroe termina de cuidar dos ferimentos de Soraya, batidas são ouvidas na porta do Blutbad. O relojoeiro se levanta, aproximando-se lentamente da entrada da casa, metade na atenção focada na jovem inconsciente no sofá. Monroe somente relaxa ao ouvir a voz conhecida dizer entre as batidas:


– Monroe, é o Nick!


A porta é aberta e o Blutbad indica que o Grimm deve entrar. Com confusão e inquietação no olhar claro, Nick olha para cada canto da casa, parecendo procurar por algo. Monroe guia o detetive até a sala, mostrando a garota ferida.


– Ela é uma Grimm? – Burkhardt pergunta, observando a face bela e jovem, alguns longos fios negros caindo sobre a pele pálida, tocando os lábios vermelhos.


– Sim. Ela... – Monroe é interrompido pelo toque do celular do mesmo. O relojoeiro atende e se afasta alguns passos.


Enquanto isso, Nick se aproxima da Grimm inconsciente, notando uma longa cicatriz no pescoço fino, aparentemente feita por uma lâmina. O detetive nota, então, o alfanje deixado sobre a mesa. A inscrição em alemão da lâmina manchada com sangue. A atenção do Grimm é voltada ao Blutbad assim que o ouve suspirar.


– Aconteceu algo? – Nick pergunta, se afastando do sofá e caminhando até o ponto onde Monroe se encontra.


– Era minha mãe. – Monroe responde um pouco distraído – Eu liguei para ela para perguntar sobre minha tia Lily, que é a responsável por Soraya... – o Blutbad faz um fraco movimento em direção a Grimm no sofá – E agora minha mãe me ligou de volta para dizer que a tia Lily foi morta... Por Ceifadores. – a incredulidade nos olhos do relojoeiro é refletida nos olhos do detetive.


– Sinto muito... Espere. – Nick respira fundo e passa a mão pelo rosto – Como uma tia sua, que eu presumo seja uma Blutbad... – ante o comentário, Monroe assente – Como ela pode ser responsável por uma Grimm?


– É uma história complicada. – o blutbad diz levemente desconfortável e indo em direção à cozinha. Monroe respira fundo antes de começar a explicar – Soraya, a Grimm desmaiada no meu sofá, foi encontrada pela minha tia Lily dez anos atrás – o relojoeiro senta à mesa e indica que o detetive faça o mesmo – Eu estava na casa dela quando ela voltou com a garota. Soraya estava muito ferida. E quando digo ferida, é ferida mesmo. Parecia que Soraya tinha sido torturada ou algo do tipo. Enfim, tia Lily cuidou dos ferimentos dela e, bem, não parou de cuidar dela.


– Você está dizendo que uma Blutbad não se importou em cuidar de uma Grimm? – Nick pergunta cético.


– Minha tia é – era – uma mulher especial. Ela não via sentido em viver da mesma maneira que nossos ancestrais viviam, com as mesmas rixas e medos. – Monroe responde – E, como ela mesma disse na época, Soraya era apenas uma criança.


– Uma criança?


– Ela tinha dez anos quando foi encontrada pela minha tia. Ela está com vinte agora. – Monroe dá de ombros enquanto Nick volta o olhar para a sala – E, ao contrário de você, meu amigo, Soraya foi criada como uma Grimm.


– Como assim? – o detetive pergunta voltando o olhar para o Blutbad.


– Soraya foi criada como uma Grimm, Nick. Treinada desde cedo para caçar e destruir Wesen. – Monroe responde – Um dos meus primos tentou atacá-la quando minha tia a apresentou para a família e ela se defendeu muito bem. Com treze anos, ela era capaz de bater de frente com Angelina!


– Soraya conhece Angelina?


– Elas são muito próximas. Como irmãs. Depois de passar toda a fase de ‘estranhamento’ de ter uma Grimm em meio à Blutbaden, Soraya se tornou a protegida de Angelina. Ninguém tocava na Grimm sem acabar recebendo um pequeno troco de Angelina.


– Mas e Soraya? – Nick questiona, estranhando, mas tentando entender toda a história – Ela não se importou em ser criada por uma Blutbad?


Um suspiro escapou por entre os lábios de Monroe antes que ele respondesse:


– Soraya odeia ser uma Grimm, Nick.


– O quê?!


– Ela sempre disse que essa habilidade, esse sangue Grimm que ela possui é uma maldição. – o Blutbad explica – Uma vez, Soraya me disse que agradecia por estar em uma família Blutbad e não em uma Grimm porque não há nada além de dor e sangue na vida de um Grimm. Nos dez anos em que Soraya faz parte da minha família, ela nunca em detalhes sobre o passado ou demonstrou ter saudade.


– Ela não tem nenhum familiar que... – Nick faz uma pausa, parecendo lutar para fazer a pergunta – Que também seja um Grimm?


– Eu sei que ela foi treinada pela mãe, que, pelo que Soraya mesmo me disse, também é uma Grimm. Mas... De novo, ela não costuma falar da família biológica ou de nada que tenha a ver com a vida dela como Grimm.


Nick assente e continua a perguntar:


– Você disse que sua tia foi morta por Ceifadores. Foram Ceifadores que atacaram Soraya? Eu vi o alfanje com sangue.


– Eu presumo que sim. Soraya não falou muito antes de desmaiar na minha porta.


– Você acha que estão atrás dela porque ela é uma Grimm?


– Sinceramente, Nick, eu não sei. Sempre senti que existem muitos segredos no passado de Soraya.


– Eu vou querer falar com Soraya quando ela acordar. – Nick diz antes de pegar o celular, que escolheu esse momento para começar a tocar. – Burkhardt.


Enquanto Nick fala ao telefone, Monroe ouve o som baixo do roçar de tecidos e deduz que Soraya deve ter despertado. Quando o Blutbad faz menção de se levantar, porém, o Grimm desliga o celular e olha para o relojoeiro.


– Três corpos foram encontrados em uma rua próxima daqui. – Nick diz – Os três com os pescoços cortados. Dois alfanjes com inscrições em alemão foram achados próximos aos corpos. Quais as chances desses Ceifadores serem os mesmos que atacaram Soraya? – um fraco sorriso surge nos lábios do detetive.


– Soraya sempre foi muito boa de luta. – Monroe diz, também sorrindo.


– Eu tenho que ir. – Nick diz, se levantando e caminhando em direção à saída – Monroe...?


– Sim, Nick? – o Blutbad pergunta, seguindo o Grimm.


– Eu vi uma cicatriz no pescoço de Soraya. – Nick aponta a região no próprio pescoço – Como ela conseguiu?


– Quando foi torturada ou sei lá o que aconteceu antes dela ser encontrada pela tia Lily. Esse corte no pescoço era um dos ferimentos que ela apresentava naquele dia. Ela nunca explicou direito.


Nick assente e chega à sala, notando imediatamente o sofá vazio. O detetive se vira para o relojoeiro, que apenas dá de ombros e, com um discreto movimento da cabeça, indica a escada. Mostrando que entendeu, o Grimm se despede e sai da casa. Assim que a porta é fechada, Monroe, sem se virar, diz:


– Pode descer, Soraya.


Lentamente, a Grimm desce os degraus de madeira, os olhos azuis observando o sorriso nos lábios do Blutbad que a observa.


– Não conheço, não confio. – a garota comenta.


– Eu sei. – Monroe diz, puxando Soraya para seus braços e beijando o cabelo negro – Fico feliz que esteja bem.


Soraya retribui o abraço, escondendo o rosto no peito do Blutbad e deixando que finas lágrimas escapem de seus olhos.


– Sinto muito por Lily. Eu não queria que ela morresse por minha causa. – a voz da Grimm soa baixa e abafada – Eu tentei protegê-la, mas não consegui. Sinto muito, Monroe.


– Hey, está tudo bem. – Monroe diz, aumentando a força do abraço com um braço e com a mão livre acariciando o cabelo negro – Está tudo bem.


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