POV Percy

Uma semana depois do baile...

Sai de casa lá pelas duas da tarde, pois tinha um encontro-não-formal com a Sabidinha. Na verdade eu tinha marcada com ela no Starbucks, para dar-lhe uma noticia não muito agradável. Nada agradável.

Peguei o carro e fui direto para lá, já que Annabeth disse que iria por conta própria. Chegando lá escolhi uma mesa no canto, ao lado da enorme janela, que permitia ver o movimento da rua, depois pedi um frappuccino para mim e um cappuccino gelado para Annie, e dois croissants, de frango para ela e de presunto para mim.

Fiquei batendo os a ponta dos dedos na mesa freneticamente, estava nervoso, não sabia como iria conta-la aqui, com certeza a noticia iria deixa-la devastada.

Mas mudei o rumo dos meus pensamentos de rumo ao ver minha Sabidinha chegar, ela estava radiante. Annabeth entrou no café e olhou para as mesas me procurando, fiz um sinal com a mão e logo ela me viu, caminhando até a mesa e me dando um selinho.

– Oi. - disse ela, sentando no banco do outro lado da mesa, ficando de frente para mim. - Pensei que eu seria a primeira a chegar.

– Se enganou, eu nunca chego atrasado.

– Ah ta bom, e o primeiro dia de aula?

– Eu nunca chego atrasado em coisas que me interessam, e escola definitivamente não é uma delas.

Ela riu pelo nariz, e logo após os pedidos chegaram.

– Como você sabe que eu gosto de tudo isso? - ela perguntou.

– Te conheço bem o suficiente para isso. - respondi e ela sorriu bebendo o cappuccino.

– Hum, é tão bom estar sem bota, sei lá, me sinto mais livre. - ela falou mudando totalmente o rumo da conversa.

– Você fica bem melhor sem bota. - respondi bebendo o meu frappuccino.

– Obrigada? - ela fez cara de ofendida. - Aqui ta sujo. - ela apontou para minha boca.

– Onde? - perguntei passando os dedo ao lado do queixo.

– Não ai, no canto direito da boca um pouco pra cima do queixo.

– Ah ta. - passei a mão onde ela indicou, mas sem sucesso, pois Annie suspirou.

– Cristo! Não acredito que você não sabe nem a diferença entre direita e esquerda! Deixa de eu limpo. - disse ela passando a mão no lugar certo dessa vez, mas ao invés de limpar, sujou ainda mais, pois a mão dela estava suja de chantilly. - Ops.

– Você fez mais meleca ainda! - reclamei, rindo, peguei um pouco de chantilly e passando no nariz dela.

– Ei! - ela riu e sujou ainda mais minha cara.

– Você melegou a minha cara toda! - reclamei pegando mais chantilly e passando no lado de sua face.

– Meu cabelo! Encostou no meu cabelo, seu infeliz! - disse ela rindo e pegando o guardanapo para se limpar.

– Veja o lado bom, pelo menos vai ficar cheiroso! - debochei me pegando o guardanapo e me limpando também.

– E grudento. - completou ela. - Você é pior que criança.

– Olha só quem fala. - respondi e nós rimos.

Ficamos um tempo em silencio apenas comendo. Já era hora de eu conta-la a noticia.

– Er, Annie? - disse eu quebrando o silencio.

– Sim?

– Tenho uma coisa pra te falar.

– Fale então.

– E não é muito agradável. - completei e ela olhou para mim, com um pouco de preocupação no olhar.

Respirei fundo.

– Argh Perceu, fala logo, você esta me deixando preocupada!

– Ta bom. - suspirei. - Você sabe que o meu pai é surfista e viaja muito né?

– Claro, você já me disse isso. Mas o que tem a ver?

– Então... Não sei se você lembra mas no dia da *festa da Piper* eu te disse que eu minha mãe e meu pai nos mudamos muito também, por causa da profissão dele e tal. - disse eu e ela olhou para baixo, fitando o a mesa.

– Então você e sua família vão se mudar de novo, certo? - ela completou e eu fiz que sim com a cabeça. E mesmo sem estar olhando para mim, Annabeth percebeu. - Para onde? - ela perguntou ainda fitando a mesa.

– Austrália.

– Austrália?! Mas fica do outro lado do mundo! - ela olhou para mim, e eu pude ver seus olhos marejados.

– Eu tentei convencer meu pai de ficar ou me deixar sozinho, mas é claro que ele não concordou, e disse que se dependesse dela ele ficaria, mas tem muito coisa em jogo, segundo ele. - disse esperando algum argumento dela, mas sem sucesso. - Hey Annie, não fica assim. A gente consegue, a distancia não nos separar, não no sentido literário.

– Eu sei, mas... - ela suspirou. - É sempre assim, todos que eu mais amo vão para longe de mim! Você, minha mãe... Isso não é justo!

– A vida não é justa, mas a gente tem que aprender a passar por cima, a dar a volta.

Ela fungou e deixou uma lágrima rolar por sua face, a limpando rapidamente. Sai do meu banco, sentando do seu lado e a abraçando.

– Pode soar egoísta, mas não vai, fica aqui! - ela suplicou chorando no meu ombro e molhando a minha camiseta. - Por favor.

– Se dependesse de mim eu ficaria, mas eu não posso. - falei afagando seus cachos.

– Ok, só promete uma coisa. - ela olhou para mim e seus olhos já estavam vermelhos. - Não me esquece de mim. Nunca.

– Sabidinha, eu nunca vou te esquecer, não te trocaria por nada nesse mundo!

– Promete?

– Prometo.