High School escrita por Ali Klein


Capítulo 26
Os 'porquês' que eu Odeio em Você


Notas iniciais do capítulo

Só para vocês sacaram o tamanho da minha esperteza, passei a manha inteira tentando entrar no Nyah!sem sucesso. Por que ontem tinha mudado minha senha e tinha esquecido disso, ai eu fiquei digitando a antiga kkkkk.
Ok, sou muito burra né?!



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POV Jason

“Piper...” segurei-a pelos pulsos antes que ela fosse embora.

“Jason, a musica acabou nós não temos que fazer mais nada.” ela respondeu de modo frio e sumiu do meu alcance de visão.

Não vi para onde ela havia ido, demorei um tempo para encontrá-la, ela estava do lado de fora da escola, atravessando a rua com papel na mão e um carro vindo em sua direção prestes a atropelá-la; foi tudo tão rápido e eu estava tão longe para protegê-la que a única coisa que eu pude fazer foi gritar seu nome.

Mas o carro continuou correndo e ela se virou em minha direção, a atingindo e a ultima coisa que eu a vi fazer foi me olhar com pavor a cair no chão. O motorista não parou para ver se ela estava bem ou nada do tipo, continuou dirigindo com uma lata de cerveja na mão, como se nada houvesse acontecido.

Corri na direção dela e peguei meu celular discando o numero da ambulância, eles disseram que já estavam á caminho e que não demorariam muito. 

Desliguei o celular e olhei para Piper, que estava pálida, com os lábios roxos e fria, muito fria.

 - Não Pipes, não me deixa. - disse eu com uma lagrima solitária rolando pela minha face. - Acorda vai, acorda, acorda, por favor!

Não tive resposta alguma, ela continuava como antes. 

A ambulância chegou e os paramédicos desceram de lá com uma maca, colocando Piper em cima dela. Eles estavam a levando, mas eu tinha que ir junto.

- Posso ir? 

- Qual é o seu parentesco com a garota? -um dos médicos me perguntou.

- Irmão - foi a coisa mais inteligente que pude pensar, pois sabia que se falasse que sou apenas o ex-namorado eles não me deixariam ir. - Eu sou irmão dela. 

 - Entre. - disse o homem. - Rápido!

 Antes de ir, peguei o papel que Piper lia quando foi atropelada, ele estava caído no chão e sujo, pois o carro havia passado em cima dele. Fechei minha mão com ele dentro, depois disso, entrei dentro da ambulância na parte de trás e me sentei num banco ao lado da maca de Piper, os médicos estavam tentando reanimá-la com um desfibrilador e ela tinha uma máscara de oxigênio presa no seu rosto, mas era nítido que nada estava funcionando.

As lágrimas ainda rolavam, eu não poderia perder Piper, não assim, tão rápido, não desse jeito.

Abri o papel que estava na minha mão e que há essa hora já estava totalmente amassado, mas foi possível identificar a caligrafia de Piper.

“Os ‘porquês’ que eu odeio em você

Para começo de conversa, ou melhor de carta, nem era para eu estar escrevendo isso, sei que nunca vou ter a coragem de te entregar essa certa mesmo. Mas se você está lendo foi por que eu te entreguei, acho.

São tantas perguntas, ambas sem resposta, pelo menos para mim.

Desde que terminamos, tudo esta confuso, pelo menos para mim, algumas questões vem me intrigando desde então. Por que você fez tudo o que fez comigo? Por que me deixou sair da quadra? Você deveria ter me impedido! Por que você foi tão idiota por deixar tudo a esse ponto? Ta certo que uma boa porcentagem da culpa é minha. Mas, por quê?

Eu odeio profundamente o fato de você ter me deixado escapar, mas também me odeio por isso. Odeio me pegar sorrindo quando olho para você, pois seus encantos por mim são maiores que as minhas magoas por você. Odeio rir involuntariamente ao fechar os olhos e lembrar de nossos momentos juntos, são tantos... Odeio a combinação de pizza vegetariana com de calabresa*, assim como odeio karaokês,  luais ou musicas tocadas neles. Odeio sentir seu cheiro em seus lençóis, travesseiros, moveis e até mesmo sofá.

Odeio o fato de forçar um sorriso o dia todo, de fingir estar legal e ter superado tudo, mas a verdade mais dolorida é que nas altas horas da madrugada o travesseiro é meu único companheiro e que ao acordar pela manha, notar que ele está úmido, e a culpa é sua!

Mas me odeio por ainda me imaginar com você. Odeio sentir falta de seus carinhos, beijos, abraços e palavras doces. Odeio o fato de sentir profundamente a sua falta, mas a verdade é que estou numa crise de abstinência por você, que foi como uma droga feita especialmente para mim, mas como todo a droga, você foi bom, fiquei viçada em você, que depois fez mal a mim, mas eu ainda quero mais, eu ainda estou viciada em você, eu sinto sua falta, eu ainda te amo! Eu o amo, Jason Grace."

Terminei de ler, com lágrimas ainda fluindo. Como eu pude ser tão idiota?

Como eu pude a deixar ir? Como eu pude fazer tudo que fiz com ela? Como eu deixei  isso acontecer? Como eu deixei isso chegar a este ponto? Como?

O que estava me matando era que eu tinha consciência de que tudo aquilo, em parte, era minha culpa, Piper estava morrendo e isso era minha culpa.

Quando a ambulância chegou no hospital, os paramédicos desceram a maca e depois eu sai, não consegui falar com nenhum deles para saber o estado de Piper.

Também não tive tempo, pois quando ia fazer isso,meu celular tocou.

Alo,Jason cadê você?

- Oi,Thalia, eu to no hospital!

Que voz é essa, o que aconteceu?

- A Piper, ela foi atropelada!

Ai meu Deus, to indo pra ai agora com o resto da turma.

- Ok.

Desliguei o celular e foi para a sala de espera, me sentei solitário na num sofá branco, em silencio.

(...)

- Jason! – disse Thalia acompanhada de Will, Leo, Bianca, Rachel, Annie, Percy, Luke, Nico e Reyna. – Jesus Cristo, me explica tudo o que aconteceu.

E os expliquei o que havia acontecido, mas é claro que ocultei a parte da carta.

 - Ta bom, e como ela ta? Onde ela ta? – perguntou Annabeth.

- Eu não consegui falar com nenhum médico para saber o estado dela, mas não parece ser muito agradável.

Depois disso todos se sentaram e aguardaram em silêncio, eu não chorava mais, mas minhas mãos estavam tremendo.

- Quem são os parentes de Piper McLean? – um dos paramédicos que havia á levado entrou na sala de espera e perguntou.

Eu, Thalia, Leo, Reyna, Nico, Bianca, Luke, Rachel, Annie, Percy e Will levantamos. 

- Nós conseguimos reanimá-la – meus ombros relaxaram e ouvi vários “ufas”. – Mas ela ainda não acordou.

Fui até o medico.

- O que aconteceu com ela?

- O motivo de maior preocupação foi a hemorragia interna, causada pelo impacto do atropelamento, mas fora isso, ela teve duas costelas e a perna  quebrada e um tornozelo torcido. De certa forma, foi você quem salvou á vida dela, pois se você tivesse chegado um pouco mais tarde na hora do acidente, ela não teria sobrevivido.

Eu? Salvado a vida de Piper? Se não fosse por mim ela não estaria aqui e muito menos nesse estado. 

POV Piper

Acordei com tudo rodando, minha visão estava turva, eu estava num quarto branco e tudo doía. Consegui enxergar um par de olhos caleidoscópio me encarando.

Só conhecia uma pessoa com a íris igual a minha.

- Mãe?

- Ah filha você acordou! Que saudade, se você não estivesse toda quebrada eu até te abraçaria.

- Ta tudo rodando...

- Você não ta falando coisa com coisa, devem ser os remédios, mas ok.

- Onde eu to e por que cada canto do meu corpo ta doendo? É um sonho?

- Não filha, é até real demais. – disse ela. – Você não se lembra de nada que aconteceu ontem? A, festa o acidente...

Então as imagens vieram em flashbacks, a carta, Jason gritando, um carro vindo em minha direção e depois quando eu apaguei.

- Agora eu lembrei, mas você não tava em Milão com o meu pai? E por falar nisso cadê ele?

- Sim, filha, eu estava lá, mas quando soube do acidente e eu seu pai fretamos um jatinho e viemos correndo pra cá, ele está no refeitório.

- Ah sim...

Reparei um pouco nas coisas, eu tinha soro sento ejetado na minha veia e estava numa maca, minha cabeça doía, alias tudo doía. Tinha uma janela e um sofá, em cima desse sofá tinha um garoto loiro, com uma cicatriz no queixo, de terno, provavelmente dormindo. Opa, garoto loiro com cicatriz no queixo?!

- Mãe, o Jason ta aqui mesmo eu que to delirando? – perguntei a ela.

- Ah é, ele disse para os médicos que era seu irmão para conseguir ficar aqui, mas passou a noite inteira acordado, quando eu e seu pai chegamos, hoje de manhã, ele ainda estava esperando você acordar. Nós falamos que era para ele ir para casa dele dormir, mas ele disse que não sairia daqui enquanto você não acordasse então eu falei para ele pelo menos deitar e descansar um pouco nesse sofá. Ele é bem insistente hein! Jason e você não estavam namorando?

- É, nós estávamos, só terminamos faz umas duas semanas.

- Mas ele ainda te ama. – sim, essa é minha mãe, a clássica Afrodite, tava demorando pra ela começar a dar seus conselhos amorosos... –  Da pra ver no jeito que ele fala de você, é nítido nos olhos dele.

- Mãe, nós terminamos, ele está com outra garota. Ele não me ama mais e fim.

- Se ele não te amasse mais não teria ficado a noite inteira acordado esperando você ficar bem e não estaria mais aqui faz tempo.

Fiz menção de falar mas ela me interrompeu.

- Shiu! Sabia que foi ele quem salvou a sua vida, e se não fosse por ele você não estaria aqui, agora?

Ok. Confesso que meu mundo parou por um tempo.

- O que? Explica. – disse a ela.

- Bom, segundo os paramédicos, foi ele que chamou a ambulância, e se ele não tivesse visto você caída no chão, você provavelmente estaria morta.

 Fiquei de boca aberta e sem resposta alguma. Então o Jason, tinha salvado a minha vida?

- Nossa... – foi a coisa mais inteligente que eu pude falar.

- Pipes, eu vou lá chamar o Tristian pra vir falar com você. – disse ela dando um beijo na minha testa.

- Ta bom, até mais.

Ela saiu e eu fiquei um tempo olhando para Jason, como assim, salvado a minha vida? Não sabia por que, mas era difícil de imaginar, não por ser ele, mas é que... É que era uma coisa muito grandiosa  de se fazer, salvar uma vida...

Tratei de distanciar meus pensamentos.

 Agrh, aquela maca tava me incomodando, tentei alcançar o controle para mudar a posição, mas os cateteres de soro não me deixavam esticar o braço! Tentei me esticar, mas o maximo que eu pude fazer foi derrubar um abajur que estava em cima do criado ao lado da maca.

Também acordei Jason, otimo.

- Nem no hospital consegue parar quieta, Piper?

- Bom dia pra você também Jason.

- Ah, bom dia. Como você está?

- Bem. Bem mal. O que aconteceu comigo?

- Bom, você foi atropelada e com o impacto do carro teve uma hemorragia interna, uma perna e duas costelas quebradas e um tornozelo torcido. E por causa da hemorragia, você teve que fazer uma cirurgia e agora provavelmente, tem um corte na barriga. Mas relaxa, ele vai cicatrizar rápido, na não for a caso é só fazer uma plástica.

- O importante é que eu to viva!

- Quando dói?

- Só quando eu respiro, mas fora isso, ta tudo ótimo. – disse eu, e nós rimos mais um pouco, mas rir doía também. – Ai.

Ficamos num silencio por alguns minutos, mas eu não resisti, tinha que agradecer.

- Você salvou a minha vida. – disse eu.

- Mas... - ele começou a falar mas eu o interrompi.

- Mas nada, se não fosse por você eu não estaria viva.

- É, mas se não fosse por mim, no baile você estaria dançando comigo, se não fosse por mim, Beacause Of You, seria apenas mais uma musica que dançaríamos juntos, se não fosse por mim, você não teria saído de lá, se não fosse por mim, você não teria escrito aquela carta e não estaria a lendo quando atravessou a rua e o carro te atingiu, se não fosse por mim, você não estaria aqui e se não fosse por mim, você não estaria sofrendo agora! 

- Jason, mas se não fosse por você, eu também não estaria viva, se não fosse por você que tivesse me seguido e chegado a tempo, a hemorragia seria bem mais grave e eu provavelmente estaria num necrotério não aqui, com você no hospital.

- Não me leve como o herói, eu apenas evitei o pior, salvei sua vida, mas também a estraguei. O que eu fiz foi como colocar uma lenha dentro da lareira e depois quando ela estivesse quase queimando, tira-la de lá. Eu fui o culpado, mas ao mesmo tempo, evitei o pior.

Por mais que eu tentasse discordar, Jason de certo modo estava certo.

- Ta bom. Mas você falou algo sobre a carta, você á leu? – perguntei.

- Era para mim, não?                    

- Sim, mas quando eu estava atravessando a rua, era para jogá-la no lixo  e você nunca ter a lido.

- Por que você não me entregou?

- E você acha que é fácil? Varias vezes eu cheguei perto de você, com a intenção de te entregar, mas voce sempre estava com um amigo, alguém, conversando, em aula... - e com a Reyna. Completei mentalmente. – Eu levava aquela maldita carta, tudo dia na escola, eu a levei no baile para te entregar! Mas pelo visto, não precisei fazer isso...

- Toma. – disse ele, tirando um papel sujo e amassado do bolso, a carta.

- Não, é sua, eu escrevi para você mesmo, não era para ter lido, mas agora não faz diferença, e eu quero ficar bem longe disto!

 - Ok, eu fico com ela, mas quero te entregar outra coisa. – ele tirou um outro papel do bolso, esse mais mas novo e diferente do meu.

- O que é isso?

- Nada, só leia depois que eu for embora.

Antes que eu pudesse responder, 10 pessoas chegaram em uma fileira, acho que já deu pra saber quem eram eles, Annie, Percy, Thalia, Nico, Reyna, Rachel, Bianca, Luke, Leo e Will ficaram em pé em volta da minha maca, me olhando com olhos maiores com a cara.

- Ai, Piper, você quase matou a gente de tanto preocupação! – disse Rachel.

Ainda estava surpresa, como eles haviam conseguido entrar ali?

- Como vocês conseguiram entrar aqui, tipo, todos vocês? – perguntei.

- A gente é demais, conseguimos  passar pelos guardas um por um sem nos verem. – contou Percy.

- E como fizeram isso? – disse eu?

- Pergunte ao Valdez! – brincou Annie.

Fiz uma cara de ahn? Para ele.

- Tenho meus truques!

- Eu e Nico também temos experiências em passar por seguranças. – contou Thalia, então eu lembrei do show do Green Day que eles foram juntos e conseguiram chegar até o camarim do Billie Joe.

- Só vocês mesmo! – disse eu.

- Como você ta? – perguntou Luke.

- Agora, bem melhor.

 - E quando você sai? – perguntou Will.

- Boa pergunta...

- Posso assinar seu gesso? – perguntou Leo, apontando para aminha perna quebrada era a cara dele fazer esses coisas.

- Pode ué. – respondi com um ar alegre.

- Acho que eu tenho uma caneta aqui. – disse Bianca, tirando uma caneta de CDs da bolsa.

Todos assinaram, e nós ficamos conversando por mais um tempo, até que todos saíram, meus pais voltaram para o quarto, conversei um pouco com o meu pai, e logo após minha mãe anunciou que amanha eles voltariam para Milão e eu teria que ficar sozinha com as empregadas em casa, de novo. Mas não me preocupava com isso ainda, afinal, passaria um bom tempo aqui...


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer ao Anonimo (ainda não sei se ele é anonimo mesmo ou se esse é o nome de perfil dele, um dia descubro) que me deu a minha decima recomendação, to muito feliz!!!
Mas segundo as minha contas acho que essa fic só tem mais dois ou três capítulos, mas se acamem, vai ter segunda temporada kkkk.
Bjs e até mais!