A Terceira Geração escrita por Grushka


Capítulo 3
Capitulo 3 – primeiro dia no acampamento




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Eu fiquei naquela sala, olhando as decorações. Eram todas armaduras feitas de bronze, outras de prata. Umas espadas de prata e outras de bronze. Tinha de tudo pra uma guerra mitologica, canhão, espadas, capacetes, armaduras, tudo!

Mas mesmo olhando aquelas lindas decorações, fiquei totalmente aéreo tentando entender o que Octrus queria dizer com “irmã”, eu até imaginei que os meus avos poderiam ter tido os filhos. Mas meus pais?

– Octrus, como assim “sua irmã” obteve o gene “deus” da minha mãe? Quero dizer, Irma?

– Sim, e ela já esta no acampamento-meio sangue. Ela foi encontrada primeiro que você, por que o gene “deus” dela, é mais forte, então foi mais fácil de localizar.

–Entendo... e como ela é? – Disse eu imaginando em como poderia ser minha irmã.

– Ela tem vários traços diferentes do seu. Ela não tem déficit de atenção, ela tem dislexia. Mesmo assim se esforçava pra tirar notas boas... – Ele me olhou como se estivesse me mandando uma indireta por eu ser uma negação na escola.

– Mas Octrus.. Quantos anos ela tem?

– Ah, devo ter me esquecido de te falar... – Ele me olhou segurando o riso, como se a qualquer momento ele fosse gargalhar. - Ela é sua irmã gêmea, Nathan.

Meu queixo caiu, e pareceu que nunca mais ia levantar. Eu tinha uma irmã gêmea! Fala sério! Eu não sabia se ficava feliz ou triste com essa noticia. Fiquei totalmente viajante nesse momento. Em um segundo consegui pensar milhares de coisas, imaginei minha Irma, meu pai, mãe e eu. Todos juntos. Meu coração se apertava a cada segundo. A cada hora do dia eu recebia uma noticia mais forte que a outra. Sentia que daqui a alguns minutos eu iria explodir.

– Bem, mas ela é bivitelina, ou seja, ela não se parece muito com você. Mas o jeito dela lembra bastante você Nathan. Mas não ache que ela viveu melhor que você esses tempos. Afinal, por ser filha de semideuses, ela também foi e é perseguida por seres mitológicos.

– Mas me conte mais detalhes... Como ela é? – Meu olhar se tornava cada vez mais vagante. Minha imaginação começou a parecer real, como se ela estivesse na minha frente.

– Bem, ela parece mais com Poseidon, você parece mais com Hades. Ela tem o cabelo preto, da cor de Poseidon, e os olhos verdes iguais ao da mãe. Ao contrario de você que é ruivo que nem Hades e tem os olhos azuis que nem a cor do oceano.

Nesse momento mais imaginações da minha Irma surgiram. Eu simplesmente a via, brincando, correndo em um bosque. Não, não era um bosque. Parecia mais com um acampamento. Havia barracas e varias pessoas com o mesmo uniforme. Fiquei olhando aquela imagem por alguns minutos, até que me dei conta que eu mais parecido com Hades. Afinal, ele não era tão parecido comigo nas fotos que vimos nos livros.

– E uma coisa que devo te esclarecer, é melhor você ficar longe dos que pode considerar de “primos” por parte de Hades, pois ele só aceitou dois filhos dele com outros mortais. De fato, ele quer matar você e sua irmã por serem netos, também, de seu irmão Poseidon. – Continuou Octrus

– Hades me mataria só porque sou filho de seu irmão?

– De certa forma sim. Se não fosse por mim e por Connor você já estaria morto.

Engoli seco. E suei frio. Receber a noticia de que seu avô quer te matar não é uma coisa nem um pouco legal.

– Mas, por quê? - Disse eu indignado. – Então a qualquer instante eu poderia ser morto pelo meu próprio avô?

– Na verdade, você e sua irmã são os únicos que sobreviveram de uma relação entre dois semideuses. Normalmente a criança morre ainda quando é feto, ou quando é muito criança. Os deuses não permitem a existência de “netos” na linhagem mitológica. Sempre mandam seus servos darem um jeito de matarem seus próprios filhos, ou eles simplesmente os abandonam. Com isso, os seres mitológicos sentem o seu cheiro, por causa do gene “deus”, e o persegue e o mata. Mas teve apenas um caso de um homem que sobreviveu a outra relação entre semideuses. Mas o caso dele, é que os genes dele foram: o gene “meio deus” do pai, e o gene “mortal” da mãe. Sendo um semideus incompleto..

– Ok, espera. Como alguém pode ser um “semideus incompleto” Octrus?

– No caso de seu pai, ele herdou 50% do gene de seu pai, e 50% do gene as sua mãe. O Tornando, meio homem, meio deus. No seu caso e o da sua Irma, o caso é diferente, vocês herdaram 25% do gene deus de seu pai, mais 25% do gene deus da sua mãe. Os tornando ainda 50% deus, e 50% humano. No caso desse homem, ele apenas possuiu 25% do gene “deus” do pai dele, e 25% do gene ”mortal” e já que sua mãe era uma mortal, ele herdou 50% do gene dela, o tornando 25% deus e 75% humano. E sim, por mais que pareça estranho, a porcentagem é exata. Pessoas caracterizadas como “semideuses incompletos” não tem nenhum poder aguçado. Eles vivem como uma pessoa qualquer, só que eles podem ver os seres mitológicos como são verdadeiramente. Alguns tentam ser heróis, mas sempre fracassam ou desistem.

Eu fiquei olhando atentamente a cara de Octrus. Ciências e biologia nunca foram à matéria que eu mais dominava na escola. Mas o jeito que ele explicou até que fez sentido. O fato das porcentagens de genes serem exatas não foi o fator mais estranho que eu achei de tudo isso, mas mesmo assim, chega a ser engraçado.

– Esse meu amigo por é descendente de Atena, deusa da sabedoria, - continuou ele, interrompendo meus pensamentos. - ele conseguiu sobreviver pelas perseguições e agora já conseguiu disfarçar seu cheiro, mesmo sendo mais fraco do que o normal de um semideus.

– Entendi. Mas como assim ver verdadeiramente?

– Porque um mero mortal não pode ver as coisas do nosso mundo Nathan, apenas quando deixamos que eles nos vejam. Aquelas mini bolinhas que joguei quando estávamos na praça, a fumaça escura só podia ser vista pelos seres mitológicos. Os mortais não viram nada, então eles continuaram vendo nós três sentados na praça tomando sorvete, e saindo normalmente depois.

– Nossa, serio? Caracas... Eu aqui me perguntando como que as outras pessoas não espantaram com aquilo..

De repente houve uns barulhos na porta.

– Posso entrar? - Connor aparece meio ofegante.

–Entre. – Disse Octrus.

– Senhor, tenho algumas noticias. E acho que já esta na hora de levá-lo.

– Acredito que sim. - Octrus olhou para mim. – Vamos Nathan? Vamos te levar para o Acampamento Meio-Sangue. Pegue sua mochila e assim mesmo partiremos.

Então Octrus me jogou uma camisa laranja, escrita “CAMP HALF BLOOD” e algumas guloseimas que dissera que era pro caminho. Saímos, nós três, da sala no fundo da loja. Ao chegar ao centro, Octrus decide passar na casa de um “amigo”, (era mais um homem que trabalhava em uma empresa famosa, mas que fornecia equipamentos de humanos normais para os seres mitológicos que fingiam ser meros mortais, como no caso de Connor e do Sr Robert). Pegamos um taxi, e descemos em um bairro, um tanto quanto, aconchegante. Era lindo, as casas ficavam na frente de um bosque. O lugar cheirava a pinheiro. Todas as casas pareciam ter a mesma estrutura. Parecia que eu tinha entrado em um enorme condomínio onde as casas tinham que ser uniformes e semelhantes. Então, andamos até a casa do meio do bairro. Octrus pegou uma espécie de apito e o assoprou, fazendo-o soar um barulho calmo, mas ao mesmo tempo desagradável. E imediatamente o morador abre a porta.

– Ola, bom e velho amigo!

– Ola Octrus! Há quanto tempo não nos vemos? – Disse o rapaz abrindo os braços para cumprimentar Octrus. E eles se abraçavam e faziam apertos de mão esquisitos. Como se fosse o “toque de mão” deles.

– Hey Connor – Cochichei – Só eu não sabia que o nome do professor não era Robert?

– Não! – ele respondeu rapidamente. - Ele é o único sobrevivente da relação de semideuses que ele havia falado antes.

– Você o ouviu falando isso pra mim?

– É, bem, deu pra ouvir toda conversa de vocês enquanto eu estava vigiando a porta..

– Hey, vocês dois. Parem de cochichar. E vamos entrar logo. – Disse Octrus acenando com as mãos que deveriam entrar, e assim o fizemos.

Ao entrar, nós sentamos no sofá da sala, enquanto uma mulher nos servia chá quente. Eu ainda não havia comido os lanchinhos que Ocrtus havia me dado, e minha barriga estava roncando. Mesmo de saber que eles eram conhecidos, eu tive receio em tomar o chá na mesma hora. Então esperei um aviso para confirmar se aquilo realmente era confiável.

– Tome logo criança, senão vai esfriar.

Era o melhor chá que já havia tomado. Aquilo me lembrava o chá que minha mãe fizera pra mim nas tardes frias do inverno. E ai parei pra pensar nos meus pais adotivos, que sem mais nem menos, sai de casa, sem os avisar pra onde iria.

– E quando que eu volto pra casa? – perguntei olhando para a caneca de chá.

Ele me deu uma olhada fria. Morta. Mas sorriu logo em seguida.

– Você não vai voltar criança. Nenhum lugar é seguro pra você agora que te encontraram. Você terá que ficar no acampamento Meio-Sangue, onde você vai aprender a lutar e a se defender dos monstros que um dia poderão te atacar. E nem adianta debater. Desculpe Nathan, mas isso é o melhor pra você.

Meus punhos fecharam. Eu queria debatê-lo, mas sabia que seria inútil. Sabia que ele estava certo. Fiquei irado, e triste porque realmente nunca mais poderia ver meus pais, quero dizer, meus pais adotivos. Independente do fato deles não serem meus pais biológicos, eles me criaram, e sentiria saudade de voltar pra casa depois de um dia chato de aula.

– E fica tranqüilo Nathan. Avisarei seus pais adotivos da sua partida.

Eu fiquei imaginando o que poderiam falar pros meus pais. Poderiam falar qualquer coisa horrível sobre mim. Poderiam falar que eu fui preso, ou até mesmo morto. Meus pais acreditariam, pois depois de todas as confusões que me meti, eles esperariam qualquer coisa de mim. Mas eu realmente tentava ser um bom filho pra eles, pois mesmo depois de tudo, eles ainda me ajudavam e me criavam como um filho bonzinho que eu nunca fui.

Depois de ficar pensando melancolicamente na minha vida, e perceber que Octrus e Frank – amigo de Octrus- estavam conversando na conzinha. A esposa de Frank nos apresentou sua filha. Sua linda filha.

Ah, aqueles cabelos loiros acinzentados. Olhos da cor do mel. Penetrantes. E que mais lindo sorriso. Ela era simplesmente perfeita. Minha barriga formigou. Me nego a dizer que senti borboletas. Mas aquela sensação era viciante. Melhor do que a sensação de comer algo que você estava com muita vontade. Ou de passar o dia em um parque de diversões. Aquela sensação era a melhor sensação que eu já tivera na vida.

– Ola! Meu nome é Mary.- Disse ela, se aproximando e sorrindo.

– Ola, prazer! Eu sou o Connor.- se apresentou erguendo a mão para cumprimentá-la.

Eu fiquei no silêncio olhando para a perfeição daquela menina. Totalmente vidrado. Por um momento, imaginei todo meu futuro ao lado daquela garota.

– E esse é o Thomas.– Disse Connor dando um leve soco no meu braço pra que eu despertasse.

– Prazer, sou o Thomas.- Me levantei e ergui minha mão para cumprimentá-la. Logo após me sentei novamente. – Cara, vocês não disseram que meu nome é Nathan? – indaguei Connor assim que me assentei.

– Sim, mas esse é seu nome de “herói”. Agora pra ela, você é um mero mortal.

E eu ali, estava olhando novamente a formosura de Mary. Começamos a conversar, e de repente, comecei a não perceber mais nada do que estava acontecendo ao meu redor.

– Hey cara! Você estava me escutando?- Disse Connor, um pouco alterado.

– Hã? Você disse algo?.

– Vamos garotos, temos que chegar ao acampamento ainda hoje pela manhã.

– Mas Octrus, não podemos ficar aqui ate amanha de manha? Eu estou meio cansado. – Disse eu tentando dar uma desculpa pra poder ficar perto de Mary.

– Não podemos, já disse que temos que chegar ao acampamento pela manha.

– Ah qual é? Vamos? Também estou cansado. – Disse Connor. Percebi que ele só disse aquilo pra tentar me ajudar.

– Vamos Amigo, podem ficar aqui. Vocês serão sempre bem-vindos! Amanha vocês continuam a sua viajem. – Disse Frank empurrando as coisas de Octrus para o sofá.

– Ah, tudo bem. Mas só porque não descansamos antes. – Disse ele, irritado por ninguém parecer se importar com seus compromissos.

Eu, por fora estava com uma feição seria, mas por dentro estava comemorando. Ajudei a pegar as nossas mochilas e sacolas, e as levei para o quarto. Depois fui puxado por Mary ao quarto dela. Connor veio logo atrás de mim. Começamos a conversar. E quando nos demos conta, já tinham se passado horas.

– Olha, que tal virarmos a noite conversando?

– Por mim tudo bem. – disse sem pensar duas vezes. – E você? – dei uma leve encostada no braço de Connor.

– Eu acho que vou dormir cara. Estou realmente cansado. – Ele piscou pra mim. Fez-me entender que ele queria nos deixar a sós.

Levantei-me, e ajudei Connor com a cadeira de rodas a chegar ao quarto ao lado.

– Obrigado cara – disse em baixa voz.

– Haha. So tenha juízo. Ok? – Apertamos as mãos. E logo após voltei ao quarto de Mary.

Ao chegar ao quarto, encostei a porta para que não atrapalhasse o descanso dos outros com as nossas conversas. Eu mal cheguei a me sentar e a Mary já me veio a perguntar:

– Então, me conte Thomas, você é mesmo um semideus?

Eu paralisei. Não sabia o que responder. Ela deveria saber disso?

– Não precisa disfarçar. Eu sei de vocês. Não precisa agir como bobo.

– Mas como assim? – tentei disfarçar mesmo assim.

– É que de acordo com meu pai, eu herdei o gene “deus” dele. Então eu ainda posso ver os seres mitológicos e todas essas coisas.

– Aaaah. Que legal. - Aquilo realmente esclareceu tudo. Ou quase tudo.

– Então você é realmente um semideus. Certo Nathan?

– Sim, mas não deve ser grande coisa, afinal, você também é. – Disse eu.

– Na verdade, tem muita diferença. Não posso me comparar a você.

– Como assim?- Eu olhei com um olhar confuso.

– Bem, você é neto de dois dos grandes deuses. Você tem o poder dos dois deuses. E por ter o gene “deus” do seu pai e da sua mãe, você é um semideus completo.

Fiquei surpreso pela Mary saber tanto. E por um momento fiquei mais feliz do que um mendigo ganhando na loteria por saber que ela sabia tanto de mim. Tive a impressão de que era alguém importante.

Mary se levantou, pegou uma caixinha que estava escondida na parte de trás do guarda-roupa. Ela olhou a porta, pra ver se alguém estava olhando. E assim abriu a caixinha. Tinha varias coisas la dentro. Coisas irreais?

– Mary.. Isso é..

– Sim. – me interrompeu. – Todas as coisas dos seres mitológicos. Miniaturas de cada um deles. Plaquinhas com todas as informações deles. Sei onde vivem. O que fazem e quando. – Disse ela, tirando todas as coisas que podia da tal caixa.

Surpreendi-me de tanta coisa que cabia dentro daquela caixa. Parecia mágica. Um coisa tão pequena, porem que contém mil coisas la dentro.

– Onde você conseguiu isso? – indaguei surpreendido.

– Eu os fiz. Amo toda essa loucura. Acho isso tão, mágico. – Ela olhou para a caixinha, como se fosse o bem mais precioso dela. Como se aquilo realmente fosse a coisa mais importante que ela tivera na vida.

– Mary, por que você não vem para o acampamento com a gente?

– Eu não posso. Mesmo que eu queira muito. Você deveria saber, semideuses incompletos não conseguiriam sobreviver la.

– Mas eu te protejo...

– Você conseguiria salvar a si mesmo Natah?

Ela me cortou de uma forma grossa. Como se ela já tivesse pensado que iria falar isso. E eu fiquei sem palavras. Eu sabia que era verdade. Eu conseguiria salvar a mim mesmo? Como poderia ter tanta certeza que iria salva-la? Já estava sendo um total idiota. Apenas a olhei e vi seu rosto triste. Algo dentro de mim dizia que esse jeito dela, era uma proteção pra não sofrer por sempre ser impedida de viver no “lugar perfeito”.

Eu a abracei. E a única coisa que eu consegui falar foi:

– Não tenho certeza se eu sobreviveria por muito tempo. Mas tenho certeza que daria a minha vida pra proteger a sua.

Senti meu ombro ficando molhado. Ela estava chorando?

– Olha.. – eu disse tentando olhar em seus olhos. – Eu prometo que um dia eu vou te levar pra la. Pode começar a contar os dias.

Ela sorriu. Nos fomos nos aproximando. Estava prestes a beijá-la. Ate que Connor apareceu na porta dizendo pra nos apressarmos porque já estávamos de saída.

– Vamos logo Nathan. Octrus já esta com tudo pronto pra partir.

– Hã? Como assim? Já é de manha? E não tem como esperar mais alguns minutos?

– Não Nathan. Agora. - Connor se virou rapidamente, como se algo ruim estiveste prestes a acontecer, e realmente teríamos que partir naquele momento.

Ajudei Mary a se levantar, e fui com ela ate a porta da frente onde estavam todos.

– Não se esqueçam vocês são sempre bem-vindos. – Disse Frank ao lado de sua esposa acenando para Octrus que já estava em cima do Grifo.

Eu nem tive tempo de me despedir. Octrus me puxara pra cima do grande animal sem mais nem menos. Então assoviou e o grifo começou a bater assas e levou nos três para o acampamento Meio-Sangue. Eu estava assustado e ansioso pra saber o que tinha de tão especial nesse acampamento que Connor e Octrus não paravam de falar. Mas não parava de pensar em Mary. Queria pensar em um jeito de levá-la pra la. De qualquer forma, eu iria conseguir.

Voamos por quase uma hora. Octrus disse que quando meu pai chegou naquele acampamento, com a mesma idade que eu, ele não acreditava em nada, e tinha passado por grandes dificuldades até estar ali. Ele disse que assim que chegasse eu deveria descansar e depois eu deveria falar com o Oráculo. Afinal, o que é o tal Oráculo? Octrus me deu um certo aviso para que eu não tentasse chamar atenção. Pois as pessoas poderiam não gostar muito de mim. Senti-me frustrado. Mal cheguei e já sabia que as pessoas não iriam com a minha cara.

Enfim chegamos. Logo depois que pousamos, Connor disse que a melhor coisa era me apresentar o lugar. Pois ele não poderia ficar comigo por tanto tempo ali. Era um lugar grande. Nunca estive em um lugar tão enorme assim. Connor me mostrou tudo o que tinha direito. Mas se eu fosse fazer uma lista das coisas que eu considerei mais importante ou legal foram:

Parede de Escalada- era uma parede com mais de três metros de comprimento, e no topo saiam lava e pedras incandescentes. Connor disse que era muito usado em competições e treinamento no Acampamento.

Anfiteatro- parece muito a construção do Coliseu. Dentro dela ficava a arena de terra batida, era cercada por arquibancadas, e dentro há um palco desmontável, perfeito para encenação de peças.

As oficinas de Artes e Ofícios- ficava logo abaixo do anfiteatro, às margens de um lago. De acordo com Connor, lá são feitas espadas, arcos, escudos, flechas... Ah, também é lá que se estuda arte: dança, pintura, escultura, música e literatura.

Quadra de Vôlei-era simplesmente uma quadra de vôlei.

Estábulos- Onde ficam os pegasus, os cavalos alados e o Grifo que nos ajudou a chegar.

Arsenal– Onde se armazenam as armas e armaduras. E acho que também são feitas as manutenções lá.

Também tem aArena– é um lugar grande, tinha pessoas praticando de arco-e-flecha, e esgrima.

E finalmente o refeitório, que por sinal, é enorme. As mesas são separadas de acordo com os chalés em que ficávamos. Lá tem uma pedra central, mas não sei pra que ela funciona.

Bem, eu ainda não havia deixado minhas coisas no quarto. Eu estava exausto e nem tinha visto minha irmã. E pelo o que fiquei sabendo, ela estava treinando na floresta, porque ela iria partir pra uma missão. Eu queria, mais do que tudo, ve-la, mas eu ainda não me senti preparado. Mesmo assim minha vontade de conhecê-la era maior do que meu cansaço ou fome.

– Professor...

– Aqui não sou seu professor Nathan, sou seu mestre.

– Ah, ok. Mestre? – O olhei com cara de que não estava muito certo do que estava falando.

– Haha – Octrus riu – Olha só me chame de Octrus. Ok?

– Hehe, Octrus?

– Sim – com um sorriso no rosto de zoação.

– Onde é a floresta? Eu posso ir la ver minha irmã? Quero conhecê-la logo e...

– Olha Nathan, você é novo aqui, e eu entendo sua anciosidade para conhecê-la. Você não pode simplesmente chegar e interromper um treinamento. E ela ainda não sabe ao certo da sua existência, então pode demorar um pouco pra você conhecê-la. Apenas fique aqui e descanse bem, amanha seu dia será longo e treinará bastante.

– Como assim ela ainda não sabe que eu existo? – Indaguei meio chateado por não poder ver minha irmã de imediato.

– Ela sabe que ela tem um irmão. Ela só não sabe que você ainda esta vivo. – ele colocou sua mão em meu ombro e mostrou a vista do acampamento. – Ela vive aqui desde os sete anos de idade. Ela realmente acha que seu irmão já foi morto pelos seres enviados por Hades.

Eu apenas escutei. Não tinha o que perguntar sobre isso. Ate que tudo estava fazendo sentido pra mim. Acho que se eu estivesse no lugar dela pensaria a mesma coisa.

– Ah! E Octrus, qual o nome da minha Irma mesmo?

– Hehe. É, Anna.

– Anna? Imaginei todos os nomes possíveis. Menos Anna.

– Pois é Nathan. E a propósito, ela dormirá no mesmo chalé que você, no chalé de Netuno, porque você, sua irmã e Percy foram os únicos da descendência de Poseidon. O chalé de Hades não é um dos mais confortáveis. Mas se quiser, la esta disponível pra você também. Já que você também é da linhagem dele. Mas não faça tanta bagunça nos chalés. Entendido?

– Entendido, e tudo bem senhor. – Fiz posição de soldado pra zoar Octrus.

– Haha. Menino bobo, - me deu um leve empurrão, me fazendo sair da posição de soldado. - Vai logo pro seu chalé. - Disse Octrus, rindo da minha palhaçada.

Eu me perguntava em qual chalé dormir. Sabia que não eram todos que estavam ali que podiam escolher algo assim. Preferi o Chale de Poseidon. Apesar de estar com raiva dos meus avôs, ele havia sido o mais “simpático” até agora. Ainda não tinha recebido nenhuma noticia de que ele queria me matar.

Logo após que sai da Casa Grande onde Octrus morava, as pessoas dos outros chalés me olhavam de um jeito estranho. Era da mesma forma que me olhavam quando aparecia em uma escola nova. Aquele olhar de desprezo, como se eu fosse causar mais problemas. Não sabia por que eles me olhavam assim, mas a sensação boa sumiu e eu fiquei totalmente irritado. Dirigi-me ao chalé 3 sem olhar para as pessoas que me fuzilavam com os olhos. Sentia a pressão vinda sobre mim. O ar ficou pesado.

– Se acalma Nathan, seu pai também passou por isso.- Connor disse a mim. Já não mais em sua cadeira de rodas. O que foi bem estranho. Mas sim com suas pernas peludas, semelhantes de um pônei. O que foi mais estranho ainda. - Não deveria dizer, mas muito deles estão com inveja. Mas depois você se acostuma.

– Mas porque teriam ciúmes de mim? Todos aqui não são semideuses também?

– Nathan, você já parou pra pensar que você é muito sortudo?

– Como assim? Claro que não. Minha vida sempre foi uma merda.

– Presta a atenção cara. Você sabe que filhos de deuses têm certos “poderes”. Ne?

– Na verdade não. Só sei que os filhos de Atena são super inteligentes, e pelo visto os filhos de Ares são bem bravos e coisas assim.

– Primeiro, eles não são “bravos”. Eles são inspirados por guerra. Segundo, é mais ou menos por ai. Todos os filhos de deuses herdam certos poderes de seus pais. E já parou pra pensar que você é neto de dois grandes deuses?

– Espera. Você quer dizer que eu herdei os poderes de Poseidon e de Hades? Jura? – Estiquei minhas mãos na esperança de conseguir soltar algum poder que nem sabia que tinha.

– Babaca. Você acha que é o que? O Super Homem? Você esta tentando fazer o que?

– Ver como são os meus poderes. Você não acabou de falar que eu os tinha?

– Você os tem. Mas Poseidon é deus dos Mares. E Hades é deus das Trevas. Se você tiver algum poder. Seria um desses dois.

– Se eu tiver algum? Então tem probabilidade de eu não ter?

– Sim. – Disse com medo de me fazer triste.

– Ok, já estou cansado de tudo isso. Vamos logo para o meu chalé. - Disse eu, andando cada vez mais depressa.

Continuei andando em direção ao chalé três. Sentia cada vez mais os olhares me fuzilarem. E começaram os cochichamentos dos outros campistas. Eles diziam “Espera, é ele?”. “Ele esta mesmo indo para o chalé de Poseidon?”. “Alguém avisa aquele moleque que ele não pode ir pra la.” “Claro que pode. Se ele for..”. Eu virei pra trás pra ver o que tanto o povo falava. Todos tinham parado seus afazeres e estavam olhando pra mim.

– Pois é. Então eles realmente não sabiam da sua existência.

– Hã? Qual é o problema comigo então?

– Nathan, como já disse. Você é neto de dois dos três grandes Deuses. Você tem a chance de ser o semideus mais forte desse acampamento. Mas também pode ser o mais fraco. Por isso você precisa ir ao oráculo. Pra ver qual é a tendência do seu futuro. Mas todos já sabem que sua grandeza pode ser sem fim. Como pode ser simplesmente só mais um alguém.

Preferi nem continuar sendo fuzilado por aqueles olhares sedentos de sangue. Apressei-me a chegar ao chalé. Queria descansar. Fazia dias que não dormia.

Chegando ao chalé, ele era enorme, e heroicamente fantástico! Era totalmente diferente dos outros chalés. Principalmente com o chalé de Hades. Meu chalé era comprido, mas baixo e sólido. As paredes externas eram de pedras cinzentas rústicas, salpicadas de pedaços de conchas e coral. As paredes internas eram feitas de madrepérola. Tinham varias beliches, e cheio de equipamentos de batalha que Connor dissera que meu pai havia deixado. Eu escolhi a cama da ponta do quarto. Foi a primeira mais provável de que a Anna não tivesse escolhido primeiro.

Enquanto estava ajeitando minhas coisas, ouvi um barulho de corneta vindo do lado de fora. Aproximei-me rapidamente da janela pra ver o que era. O acampamento inteiro estava correndo de um lado pro outro. Todos dizendo: “Corram, isso não é um treinamento”. Enquanto isso via Octrus correndo por perto do meu chalé.

– Octrus, o que esta acontecendo? – Gritei preocupado.

– Acalme-se e esteja em alerta, mas seja o que for não saia do Chalé!– Ele respondeu olhando pros lados como se estivesse esperando alguma coisa aparecer.

– Esta tudo bem? – Tentava gritar mais alto do que a multidão histérica.

– Sim, mas acho que você verá sua irmã mais cedo do que eu imaginava.


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Notas finais do capítulo

- Próximos Lançamentos: Quarto Capitulo - EM BREVE



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